Luke POV
A vida não foi justa comigo quando fez Amber ser mais velha. Ela tinha dezoito e eu apenas catorze e isso era realmente injusto. Eu gostava muito dela desde quando ela tinha quinze anos e era difícil essa vida de mais novo. Era mais difícil ainda porque ela vinha em casa com muita frequência, pois era afilhada da minha mãe.
Eu queria muito esquece-la, até que um dia acabei conseguindo. Mas, quando esqueci finalmente Amber, me veio na mente Jasmine. Aquela ruiva que sempre estivera com todos nós. Eu acho que fui muito bobo de não tê-la beijado quando ela tinha oito anos e estávamos em um teatro da escola. Agora eu não parava de pensar nela.
Eu estava com catorze e ela com treze e estava tão linda quanto Amber. Nós saiamos juntos com nossos pais as vezes e eu adorava aqueles momentos. Minha mãe já deixava eu sair sozinho para ir ao parque ali perto ou na sorveteria.
Por falar na minha mãe, eu tenho muito orgulho dela. Ela faz os melhores muffins do mundo e canta que nem uma deusa. Ela fazia também a melhor pizza e a melhor sopa quando eu estou doente. Seus cabelos não tão longos e castanhos me faziam lembrar aquelas divas do pop. Mas, ela era uma diva do pop. E ela amava tanto o papai. Falando no papai, eu amava aquele cara.
Papai era um cara quase meia idade que tinha a mesma aparência de vinte e sete. Ele insistia em usar topete e confesso que ficava bem bonito. Ele era convencido e era perdidamente apaixonada pela minha mãe. Era um amor anormal e muito fofo.
Era quinta feira a tarde e eu queria sair para ir ao parquinho junto com Jasmine, mas o tempo não ajudou. Pedi para mamãe chamar ela para eu poder jogar com ela no salão de jogos do prédio. Não demorou muito para mamãe ligar para Nathalia e ela traria Jasmine. Eu me animei. Eu fui para meu quarto e coloquei outra camisa e passei um perfume. Logo minha mãe entrou em meu quarto.
— Você está gostando dela, não é? — mamãe disse assim que deixou uma pilha de roupas em cima da minha cama
— O que? — perguntei desentendido. Mas eu estava
— Você não consegue esconder mesmo, hein Luke — ela disse — igual seu pai.
— Eu tinha que esquecer a outra menina de algum jeito — falei e gesticulei com as mãos
— A Amber? — ela me perguntou e levantou as sobrancelhas
— Quem te contou? — falei serio
— Filho, eu sou sua mãe — ela disse — eu sei de tudo apenas vendo seu olhar, meu amor
— Que droga — falei e ela riu — não comenta com o papai.
— Ele já sabe disso também — falou ela e eu arregalei meus olhos — ele é seu pai, Luke
— Que droga — falei e ouvi a campainha — é ela?
— Vai lá ver e divirta-se — falou e eu fui até a porta e abri-a. Ela estava vestindo uma bermuda jeans e uma blusa rosa. O cabelo solto e suas unhas estavam coloridas de amarela. Ela estava linda.
— Oi Luke, eu volto para busca-la as seis. Diga a sua mãe que mandei um oi — tia Nathalia disse
— Oi Luke, vamos brincar de que? — Jasmine disse entrando em meu apartamento — Carrinho? Futebol? Eu amo futebol.
— Vamos descer até a quadra — falei — quer?
— Você pode me dar um copo d’agua antes? — ela disse e riu — estou com sede
— Oh, claro — falei — fique a vontade
— Obrigada Luke — ela disse e então fui pegar um copo de agua. Ouvi então minha mãe ir para sala e até conversar com ela. Então voltei com a agua, ela tomou e fomos para a quadra.
Eu não parava de olhar para ela. Aqueles olhos, aquele sorriso. Meu Deus, era a mesma coisa que eu sentia pela Amber. Não Luke. Ela é apenas sua amiga. Mas eu não podia resistir, eu estava mesmo gostando dela. Então saímos quando o elevador parou no Térreo e fomos para a quadra.
— Me dê essa bola aqui — ela disse pegando a bola e indo para o meio da quadra. Quem diria que ela sabia mesmo futebol. Então ela chutou para mim e acertou minha cabeça. Eu estava parado feitio um bobo ali admirando ela
— Me desculpe — ela disse
— Está tudo bem — falei e sorri
— Está inchando — ela disse passando a mão em minha testa e então eu coloquei também
— Podemos ir jogar tênis de mesa? — perguntei
— Vamos — ela se animou. Pegamos a bola e fomos até o salão de jogos — eu adoro esse jogo
— É bem antigo, mas é divertido — falei — mesmo que a mesa seja velha e quase caindo
— Bela descrição — ela disse e riu — ou até mesmo por essas raquetes serem ainda de madeira
— Isso é tudo bem antigo — falei — se preferir, podemos jogar nas maquinas
— E perder a chance de derrotar você? — ela disse pegando uma bolinha — nem pensar
— Acha mesmo que vai ganhar? — perguntei a desafiando
— Acho — ela disse confiante — vai jogar ou não?
— Começa logo — falei e a olhei no fundo dos olhos, mesmo estando do outro lado da mesa. Então ela jogou a bolinha e, distraído, não rebati
— Estou vendo que vou ganhar mesmo — ela disse
— Eu estava apenas distraído, vai de novo — falei e ela jogou. Rebati e assim foi, até ela ganhar novamente.
— GANHEI — ela gritou
— Não prefere as máquinas modernas? — perguntei e ri
— Não, eu estou com fome — ela disse — e minha mãe deve estar vindo me buscar. O tempo passou muito rápido. Vamos subir?
— Claro — falei e ela se aproximou. Eu não parava de olhar para ela e ela ficou tímida.
— O que foi, Luke? — perguntou ela — tem algo sujo em mim?
— Não — falei — é que você é muito bonita
— Para de me amolar, eu sei que você gosta da Britney — ela disse e saiu com raiva — vamos logo
— O que? — perguntei — eu nunca gostei da Britney
— Gosta sim — ela disse enquanto caminhávamos até o elevador — eu vejo como você olha para ela na escola
— Você está enganada — falei e pisquei para ela, chegando assim na frente do elevador
— Não estou — ela disse
— Ah se está — falei assim que entramos no elevador
— Eu sei que você gosta de alguém — ela disse e me olhou
— Gosto — falei
— De quem então, mini Henderson — ela disse
— Uma ruivinha muito teimosa, mini Pena — falei e ri — pena, é engraçado
— Não ri do sobrenome do meu pai — ela disse e me bateu
— Desculpa, senhorita — falei e voltamos a rir. Tínhamos dois andares ainda e eu ia fazer algo que talvez eu pudesse me arrepender
— Jasmine — chamei-a
— Fala, pedaço de chatice — ela disse
Então eu a virei e roubei um beijo. Um selinho na verdade, mas foi muito bom. Ela me olhava espantada e logo depois riu e sorriu timidamente. Então o elevador se abriu.
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