História Long Live the Queen - T1 x E7 "Isa vs Ryujin, Pt - II"

Ryujin cai de bunda na areia e fica ali sentada, enquanto Isa batia a cabeça no chão.

“Eu estava aqui pensando. Sê me zoou por ter me entregado por causa duma aposta, mas é contra bruxaria mesmo sendo uma bruxa… Sei lá! Isso soa meio hipócrita”, Ryujin a provocou.

“Segundo pesquisas, uma pessoa normal só pode usar 10% da sua capacidade cerebral, mesmo um gênio consegue apenas 11”, contou Isa, sentando-se como Ryujin. “Eu acredito que mulheres como nós podem ir além dessa marca”.

“Mas não entendi nada do que sê falou”, retrucou Ryujin, dando uma coçadinha no cabelo rosado.

“Pensa um pouco, eu amplifico os impulsos elétricos do meu sistema nervoso e envolvo meu corpo com uma carga positiva, que acabou sendo transferida para você quando fui acertada ou te acertava”, Isa seguiu falando, enquanto Ryujin começava a suar. “Então, o que aconteceria se eu liberasse a carga negativa que carreguei no meu bastão durante essa conversa?”

Assim que terminou de falar, a ponta em formato de raio do bastão de vidro de Isa disparou uma corrente elétrica vermelha, que perfura o ombro esquerdo de Ryujin como se fosse uma bala.

“Hora de acabar com isso”, assentiu Isa, levantando-se tranquilamente do chão.

Ela caminha até Ryujin, que cambaleava sentada, e prepara-se para acertá-la com uma porrada diagonal. Contudo, antes que o bastão acertasse a bochecha esquerda de Ryujin, Isa leva um chute de direita na cara.

“Mas ela devia estar para…”. Antes que pudesse completar seu raciocínio, o punho esquerdo de Ryujin rapidamente veio em direção ao seu rosto.

Isa consegue bloquear o soco pondo seu bastão em pé, logo percebendo que o buraco no ombro esquerdo de Ryujin simplesmente desapareceu.

“Regeneração?”, Isa se perguntou, pulando para trás.

Ela gira o bastão de vidro sobre sua cabeça e rapidamente acerta a bochecha esquerda de Ryujin com a ponta de baixo. Enquanto cuspia um dente, Ryujin tenta acertar o rosto de Isa com o dorso da mão direita. Isa, no entanto, bloqueia posicionando o bastão diagonalmente.

Isa empurra o braço de Ryujin, usa o impulso para girar e poder acertar a nuca da oponente com o bastão. Ryujin começa a cair para frente, mas põe a mão direita no chão para evitar o tombo.

“De novo!”, exclamou Ryujin de costas, dando um chute de calcanhar no braço esquerdo de Isa.

Ryujin se vira sorrindo, e Isa logo percebe que a mancha de sangue do dente que ela arrancou havia sumido.

“Errado! Se ela estivesse se regenerando, o buraco do blazer não haveria sumido”, pensou Isa.

Ryujin dá um direto de esquerda em Isa, que bloqueia o soco pondo o bastão horizontalmente na frente. Isa se joga para o lado e faz um corte no lado direito do pescoço de Ryujin usando a ponta do bastão em formato de raio. Em seguida, Isa segura o bastão como se fosse um taco e bate verticalmente na cabeça da oponente.

Ryujin põe a mão esquerda no chão para evitar a queda e cobre o ferimento com a mão direita, enquanto Isa começava a espancar suas costas. Até que Ryujin se joga contra Isa e abraça sua cinta.

“Tenta novamente”, gritou, jogando Isa no chão. Ryujin então sobe em cima de Isa para poder socá-la.

3 meses atrás…

No centro de um armazém abandonado, dentro de uma gaiola em tamanho real forrada de arame farpado, havia uma loirinha de punhos flamejantes trocando socos com um panda repleto de cicatrizes, enquanto as pessoas do lado de fora gritavam seus nomes.

“Panda! Panda! Panda”.

“Yuna! Yuna! Yuna”.

Outra jovem de cabelo trançando com algumas mechas azuis assistia a luta pelo segundo andar enquanto saboreava uma maça do amor, até alguém abraçá-la por trás.

“Sinto que a galera tá mais empolgada que o normal hoje”.

“Por que você acha isso, Ryujin?”, indagou a moça de cabelo trançado.

“É chato apostar quando já se sabe o resultado. Quando aparece uma lutadora nova como essa Yuna, alguns jogadores ficam tentados a testar a própria sorte”, explicou Ryujin, pondo seu queixo por cima do ombro esquerdo da moça.

“Mas não tem muitas bruxas desconhecidas que possam vencer um panda”, comentou, levando a maçã caramelizada até a boca de Ryujin, para que ela desse uma mordida.

“Sê vai pagar pravê, Yeji”, perguntou Ryujin de boca cheia. “Ou vai vir até meu camarote?”

Yeji aceita a proposta e elas vão de mãos dadas até uma sala nos fundos do armazém, que mais parecia um quarto de motel. Mas para surpresa delas, já havia um rapaz usando jaqueta de couro deitado na cama, encarando o próprio reflexo no espelho do teto.

“Yeji, me espera lá fora”, Ryujin pediu com uma expressão séria. Yeji prontamente concordou com a cabeça e saiu correndo.

“Shin Ryujin, escapou da Coreia do Norte quando tinha apenas 12 anos de idade, e viveu nas ruas de Seul até ser adotada não oficialmente por um vigarista chamado Jang Deoksoo,”, recitou o rapaz deitado.

“Oh! Parece que alguém fez o dever de casa”, Ryujin ironizou. “Sê é o quê, caçador de recompensas?”

“Pelo contrário”, retrucou, sentando-se na cama. “Sou só um cara querendo apostar com você.”

“Hm… Apostar o que?”

“Se eu conseguir descobrir como seu feitiço funciona, você vira minha escrava”, propõe, fazendo Ryujin cobrir a boca para abafar uma risada.

“Tudo bem! Mas se falhar, vou botar você pra lutar na minha gaiola”, assentiu Ryujin, o encarando.

“Creio que você cria cronômetros invisíveis de 15 a 30 segundos”, falou, surpreendendo a moça de cabelo rosado. “Se alguém entra em contato com um cronômetro, assim que o tempo marcado passar, o indivíduo vai voltar ao exato local onde tocou o cronômetro.”

“Espera um pouco”, pediu Ryujin assustada.

“Quando você mesma toca o cronômetro, após o tempo marcado de passar, seu corpo volta ao exato estado de quando tocou o cronometro”.

“Impossível!", exclamou, puxando o rapaz pela gola da jaqueta pret. "Como você pode saber de tudo tão detalhadamente?”

“Eu contei”, respondeu uma voz feminina que ela conhecia bem.