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História Loucura é não amar. - Sentimentos - História escrita por anndypq - Spirit Fanfics e Histórias
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História Loucura é não amar. - Sentimentos


Escrita por: anndypq

Capítulo 8 - Sentimentos


Meu pai sempre foi um homem muito sábio e bom de conselhos. Certa vez ele me disse que os melhores sentimentos são aqueles que nos tomam por inteiro, nos pegam desprevenidos, nos tiram o chão e nos levam as nuvens. Os melhores sentimentos, segundo ele, são aqueles que nos deixam desorientados, nos lotam de questões e nos tiram a razão. E eu nunca havia compreendido esse ponto de vista dele, até aquele momento. Até aquele beijo. Aquele beijo que descontrolou meu pobre coração e amoleceu meus joelhos. Aquele beijo que me tirou o fôlego e as palavras. Aquele beijo que me fez ficar ali, olhando para Clarisse, como se não entendesse nada e ao mesmo tempo entendesse tudo.

Aquele beijo que me fez querer mais dela, que me fez tentar ter mais dela.

Quando percebi que ela diria algo a respeito do ocorrido, notei que não me importava no momento com suas desculpas e então a beijei. Ela me beijou. Nos beijamos.

Em questão de poucos segundos estávamos sentadas em sua cama nos beijando e nos beijando. Doei todo o meu fôlego a ela.

- Nossa! - Exclamei enquanto segurava seu rosto macio em minhas mãos depois que nossos lábios se separaram. - Acho que estou ficando louca.

- Um pouco de loucura não faz mal a ninguém, Mirele. - Ela sorriu, tirou minhas mãos de seu rosto e as segurou em seu colo. Abaixou o olhar e o fixou em nossas mãos. Entrelacei meus dedos nos dela enquanto ela falava. - Me sinto diferente com você. Me sinto alguém muito diferente.

Pisquei para ela esperando que continuasse.

- O que esta passando por sua cabeça? - Perguntou.

- Mil e uma coisas. - Suspirei. - Estou surpresa.

- Por que?

- Porque nunca senti algo do tipo por ninguém e agora estou sentindo por você e você é uma garota.

- O que quer dizer com "algo do tipo"?

- Ah.. Eu não sei. Não sei rotular e classificar o que estou sentindo. Pelo ao menos, não por agora. Me entende?

- Sim, claro. Nos conhecemos a tão pouco tempo e temos todo o tempo do mundo para descobrir e ter certeza de cada sentimento. - Disse ela sorrindo para mim.

Retribui o sorriso. Era impossível não sorrir ao ver aquele sorrindo encantador.

- Posso fazer uma pergunta? - Ela fez que sim com a cabeça. - Você já beijou outras garotas?

Depois de uma risada baixa e de corar um pouco ela respondeu. - Só alguns beijos, nada demais. Não sou muito fã de homens. E você?

- Você é a primeira. Por que acha que estou tão pasma? Não estou acostumada...

- Me beije até se acostumar, então. - Sugeriu ela.

- Aos seus beijos eu me acostumo rápido e me vicio mais rápido ainda. - Rimos juntas e quando me aproximei para beijar aqueles lábios rosados novamente, meu celular vibrou e me incomodou. - Preciso atender. - Era minha mãe.

- Oi? - Falei atendendo ao celular.

- Mirele, aonde você esta? Preciso de ajuda para o jantar. Mal vejo você ultimamente, vem para casa, querida?

- Sim, mãe. Já estou indo. Beijos!

- Não demore. Tchau!

Desliguei o telefone.

Realmente, fazia dias que mal via minha mãe e mais dias ainda que não fazíamos algo juntas. Mas, cara, por que ela precisou sentir minha falta logo naquela hora?

- Era minha mãe. Ela quer que eu vá para casa. - Falei enquanto me levantava, colocava o celular no bolso de trás do meu short e fazia um sinal com a cabeça para que Clarisse e eu saíssemos do quarto.

- Tudo bem. Vejo você amanhã? Precisamos conversar. Nos distraímos e não lhe contei nada ainda.

Até havia me esquecido de que Clarisse era maluca e que me devia explicações. Mas deixei isso para o dia seguinte.

- Amanhã conversamos. - falei enquanto ela abria a porta para que eu pudesse ir embora. - Depois da aula.

- Okay. - Ela respondeu e em seguida me deu um selinho. Olhei para os lados na rua para checar se alguém presenciou aquela cena. Não havia ninguém na rua para meu alívio mas vi que minha preocupação incomodou Clarisse.

Sorri para ela e assobiei para um táxi. Acenei, entrei no táxi e fechei a porta.

Fui para casa pensando na loucura que foi aquele dia. Na loucura que era aquela garota. Na loucura que era eu estar sorrindo ao pensar em tudo.

O taxista me olhava pelo retrovisor mas eu não percebi até que ele me dirigiu a palavra com um meio sorriso estampado em seu rosto. - Eu conheço esse sorriso. É de quem esta apaixonada, certo?

Apaixonada? APAIXONADA?

Mas eu nunca me apaixonei. Como saberia?

E se estivesse apaixonada por Clarisse?

O que eu faria?

Me declararia ou fugiria de tudo isso?

- Talvez - Respondi sentindo um embrulho em meu estômago. Sabia que estava em uma situação complicada.


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