Já se passaram as duas da manhã, os amigos de Jungkook e Taehyung não tardaram de ir para casa mesmo com a insistência dos amigos de que seria muito mais seguro se ficassem ali.
Jungkook não estava nem um pouco bem, não sabia mais o que falava nem o que fazia. Virou uma completa bagunça.
— Olha, Tae! — diz chamando a atenção do mais velho — Eu e o Tanny vamos voar! — pegou o bichinho no copo e começou a correr pela casa.
Taehyung prontamente largou as garrafas em sua mão novamente no chão e foi em direção ao namorado, este que estava alucinado.
Tomou o filhotinho das mãos do mesmo e logo o deixando em sua caminha que estava ao lado do sofá. Pegou Jungkook logo em seguida, fazendo com que o garoto se sentasse no sofá também e parasse de correr feito uma criança.
— Eu só irei pegar essas garrafas e podemos ir tomar um banho — falou, voltando a arrumar as coisas — Eu te coloco para dormir depois — diz depositando um selar nos lábios do mais novo, estes que estavam com gosto e cheiro de álcool puro.
continuou a arrumar as coisas até que finalmente terminou tudo, assim que realizou tal feito, pegou Jungkook no colo e o levou para o banheiro do quarto dos pais, este que possuía uma banheira e iria ajudá-lo com o trabalho de cuidar de Jungkook completamente bêbado.
— Mas eu quero continuar brincando com as bolinhas de sabão! — exasperou com um bico nos lábios, parecendo uma criança mimada.
— Não, Jungkook, agora você precisa dormir — respondeu o mais velho, levantando o namorado e o enrolando no roupão.
— Seu chato — acusou, ainda com o bico nos lábios — Então deixa eu brincar com seu pau — falou instantaneamente quando olhou para baixo, Taehyung não deu a mínima importância para as besteiras que o namorado falava naquele momento. Apenas o acomodou em seu colo e o levou para o quarto, onde o mesmo já estava praticamente tomado pelo sono.
Nem mesmo um shorts deu para colocar no moreno, o mesmo dormia tão tranquilamente que nem ao menos se mexia para ajudar Taehyung a lhe vestir. O deixando apenas de box e enrolado no edredom.
O mais velho fez o mesmo, logo se deixando ao lado do namorado e o abraçando por trás para que o mesmo não se sentisse sozinho.
— Boa noite, amor — falou baixinho, próximo a audição do garoto.
— Boa noite, taetae. Eu te amo — respondeu sonolento, mas o mais velho conseguiu entender tudo que o amado disse.
Um sorriso quadrado surgiu involuntariamente nos lábios de Taehyung, este que percebia ser extremamente apaixonado por Kim Jeon Jungkook.
Assim que a manhã se formou novamente, Jungkook sentiu algo em seu estômago se revirar e logo levantou de supetão, correndo em direção ao banheiro que existia em seu quarto.
Se agachou em frente a privada e ali desatou a soltar tudo que estava embrulhando seu estômago. Não demorou muito para que Taehyung sentisse falta do corpo alheio ao lado do seu na cama, indo em direção aos sons semelhantes a engasgo que estava a ouvir.
Assim que viu o namorado naquela situação, apenas acariciou as costas do mesmo, tentando trazer o mínimo de conforto.
— Tudo bem, amor? — perguntou, mas o moreno não conseguiu respondê-lo por conta da vontade avassaladora de pôr tudo para fora voltar. —Calma, vida, eu estou aqui com você e isso já já passa.
— Fala baixo, por favor — pediu com a voz um pouco rouca. Além do mesmo sentir sua garganta arder, o mesmo sentia ela cada vez mais seca. Aquilo era um castigo horrível.
Depois de mais algum tempo naquela posição desconfortável e vergonhosa, Jungkook se levantou e abaixou a tampa do vaso sanitário, se sentando em cima da mesma, enquanto apoiava os cotovelos nas pernas e encaixava a cabeça entre as mãos.
— Você precisa de algo, meu amor? — perguntou o mais velho, ainda olhando para o namorado com dó.
Jeon não queria que o namorado lhe visse naquele estado; quando decidia beber e acabava naquele estado, Solar e Tzuyu que sempre o ajudavam.
— Eu só vou tomar um banho e escovar os dentes — falou sentado, ainda esperando o namorado sair — Vai sair não?
— Jungkook, você não consegue parar em pé direito; não vou deixar você se cuidar sozinho, vamos logo — falou, retirando sua própria camiseta e indo para retirar a box do mesmo.
— O que é isso? — indagou assim que o namorado puxou a box pelas coxas roliças — Ah, Taehyung, está frio! — falou enquanto cobria o corpo com as mãos.
— Você só pode estar louco. Está o maior calor — falou, levantando o mesmo — Sem contar que eu não vou te deixar sozinho nessa sua situação.
— Ah, Tae — resmungou relutante.
— Deixa eu cuidar de você — falou apoiando as mãos na cintura do mais novo.
— Eu consigo, Tae. Não precisa — falou vermelho de vergonha. Não queria que o namorado lhe visse naquela situação deplorável em que ae encontrava.
— Não, não consegue. E para de fazer esse drama todo, eu só vou te dar um banho; não é como se eu nunca tivesse feito isso — falou, puxando o outro para dentro do box.
— Eu tenho vergonha, amor. Não queria que você me visse nessa situação… Demorou meses para que eu deixasse as meninas me ajudarem com essas coisas — falou encostando a cabeça no ombro do namorado por conta da tontura — Não me fez ficar com mais vergonha, por favor.
— Meu amor, não precisa ter vergonha — falou — Eu sou seu namorado não me incomodo nem um pouquinho de te ajudar a se cuidar.
O mais novo apenas se deu por vencido, deixando que o namorado terminasse de se despir e entrasse no chuveiro com o mesmo. Assim que a água começou a descer, o mesmo sentiu um choque elétrico passando por todo seu corpo por conta da temperatura da água.
— Porra, Taehyung! — xingou, querendo sair dali o mais rápido possível, mas o namorado lhe segurava para que deixasse a água cair sobre seu corpo.
— Fique quieto, você está fervendo em febre. Precisa baixar a temperatura corporal.
Depois de mais e mais reclamações pela parte de Jungkook, Taehyung começa a lavar seus fios e lhe ensaboar por completo. Tirando qualquer resquício de bebida alcoólica que tenha caído sobre si.
— Eu consigo fazer isso, Taehyung. Me dá a bucha — falou, tentando falsamente tomar a mesma da mão mão namorado.
— Fique quieto, Jungkook. Deixa eu terminar isso logo — tentou falar da forma mais gentil possível, o que não deu muito certo, já que parecia um coice.
Lavou cada mísero pedaço do corpo do mais novo, e assim que terminou e desligou o chuveiro, pegou o mesmo no colo e o sentou no assento sanitário para que pudesse lhe secar.
— Tae, eu não sou tetraplégico. Eu consigo me secar — falou, porém desta vez nem resposta recebeu.
Depois de muita luta para vestir Jungkook, Taehyung prontamente procurou a escova de dentes do namorado, adicionando pasta e pedindo para que o mesmo abrisse a boca para que pudesse escovar os dentes.
Jungkook não queria, pois sabia que aquilo era desnecessário, afinal, não estava doente nem nada, era apenas uma ressaca.
— Você não vai escovar meus dentes — falou sério, enquanto encarava o namorado.
— Abre logo a boca, Jeon, facilita — pediu, o que fez o mais novo revirar os olhos e abrir a boca.
Depois de muita insistência, o loiro vestiu o namorado e lhe deu alguns remédios que ajudariam com a dor de cabeça e a ressaca.
— Quer voltar a dormir mais ou pouco, ou já quer levantar?
Que horas são? — perguntou Jungkook, já encostado nos travesseiros.
— Sete e meia.
— Nah, podemos dormir mais — disse já se aconchegando novamente e logo após sentindo o corpo de Taehyung atrás de si.
— Bom sono, Taehy. Obrigado por cuidar tão bem de mim, eu te amo — falou, fechando os olhos.
— Eu também te amo, coelhinho — respondeu, deixando um selar em meu pescoço.
Quando o relógio já marcava 10:00 e o sol já se fazia presente — até demais para a opinião de Jungkook —, Jeon acordou. Se deu conta rapidamente da falta de seu namorado, então supôs que o mesmo estivesse fazendo o café da manhã ou outra coisa importante.
Então, mesmo com a preguiça lhe dominando, Jungkook foi em direção ao primeiro andar da casa, se deparando com seu namorado tomando café enquanto via um filme na televisão.
— Bom dia — diz o moreno ao entrar propriamente na cozinha.
— Bom dia, preguiçoso — respondeu, indo em direção ao mais novo e arrancando um beijo rápido dos lábios vermelhos.
— Por que preguiçoso? Ainda é cedo — diz, e aponta para a janela da cozinha mostrando que estava cedo.
— Amor, são dez da manhã! Não é porquê está claro que está cedo, duh! — diz e da na testa.
— Mas eu estou de férias e com porre então até segunda ordem eu não saio da cama antes das nove — rebateu, fazendo bico.
— Se você ficar com esse bico, eu vou morder ele — diz colocando a xícara de café na ilha da cozinha e logo indo na direção do namorado — Te amo — diz e dá outro selinho com direito a mordida dessa vez — Toma — diz entregando uma xícara de café.
— Ué, mas é meu expresso? — reclamou ao perceber que era um café pré normal.
— Você está de porre, o café vai ajudar você a acordar — respondeu.
— Ah! Mas esse é ruim Taehy — reclamou de novo.
— Mas você vai beber nem que seja a força — falou.
Jungkook apenas resmungou e revirou os olhos, decidindo beber logo o café sem açúcar de uma vez só. Durante a golada, o mesmo expressava uma careta nada satisfeita, o que fez o mais velho cair na risada.
— Ah, Jungkook, você é mesmo meu bebê — falou, deixando o namorado tímido.
— Aigo, eu não sou bebê — diz fechando a cara.
— É sim, meu bebê, meu amor, meu namorado, meu tudo — rebateu, e Jungkook amoleceu instantaneamente.
— Eu também te amo, Taehyung-ah — falou manhoso.
…
Já na hora do almoço, Taehyung fez Kimchi para ambos comerem com lamen industrializado, sua especialidade na cozinha.
Jungkook enquanto comia, não conseguia parar de pensar na mulher que havia falado consigo de forma estranha e suspeita. Ela era muito parecida com Jungkook, e este tinha a certeza dela ser uma parte importante em sua história.
— Tae, você lembra daquela moça que parou a gente e ficou perguntando coisas sobre mim? — perguntou.
— Lembro sim amor, porque? — diz.
— Sabe, eu não sei… Ela não parecia uma estranha, parecia que eu conhecia ela de fato — respondeu enquanto terminava o almoço.
— Olha Ggukie, eu nunca vi aquela mulher na minha vida, mas de fato, ela não me era estranha, ela me lembra alguém.
— Ela me lembrava — falou.
— Não é isso, amor — Jungkook lhe interrompeu.
— É exatamente isso, os olhos penetrantes, o sorriso acentuado que parece com os dentes de um coelho, o cabelo praticamente preto. Ela parecia comigo… — falou desnorteado.
— Ei, não pense assim, ok? Já ouviu falar que no mundo existem pelo menos duas pessoas igual a você? Pode ser apenas uma coincidência bizarra.
— Não é coincidência, Taehyung! Aquela mulher me conhece, eu sinto isso no fundo da minha alma — falou, pegando seu prato e o deixando na pia.
O garoto entrou em seu quarto e percebeu o coelho dado pela supervisora do orfanato na época que era criança. O pegou em cima da escrivaninha e novamente desceu para cozinha encontrar o mais velho.
— Aquela mulher não olhou pros meus olhos Tae, ela ficou vidrada neste coelho, porque? — perguntou mais a si mesmo do que ao namorado. A cada minuto que pensava naquilo, mais sua cabeça entrava em pânico.
— Jungkook, não deve ser nada demais.Ela pode ter achado bonito ou fofo — falou — Não fica com isso na cabeça.
Disse o namorado que praticamente lhe dava um sermão sobre como ele poderia estar se equivocando. O mesmo olhou a fitinha presente na lateral do coelho, lendo a gravura JMH-JJK mais uma vez. Uma parte ele entendia, JJK era seu nome de registro, mas agora quem diabos era JMH? Ele pensava por horas.
— Amor, quem era mesmo que contava histórias sobre como chegamos ao orfanato? — perguntou ainda meio avoado.
— A Nonna, porque?
— A gente vai até ela — falou se levantando da mesa e indo para seu quarto se arrumar.
Enquanto isso, a outra parte deste quebra-cabeça, Jeon Mihae, se encontrava na sala de sua casa enquanto lia um livro. Assim que viu seu marido passar pela porta, sentiu que precisava contá-lo toda a possível verdade que descobriu.
— Amor, podemos conversar? — perguntou, tirando a atenção do livro que estava lendo.
— Claro, sobre o que? — respondeu, se sentando em frente a esposa.
— Sabe os meninos da casa aqui perto? Os filhos do casal Kim?
— Já os vi algumas vezes — recordou de ter visto os meninos andando de skate em frente a sua casa ou no mercado.
— Um dos garotos se chama Jungkook — falou — Você acha que… — foi interrompida.
— Não tem como, Han. É apenas uma coincidência.
— Ele tem o coelho, Suho, e quando eu perguntei o nome dele, ele disse ser Jeon de nascença — disse — É ele.
— Não pode ser… — falou abismado, pensando que finalmente havia reencontrado seu filho mais velho — Ele não pode estar tão perto, é perigoso demais com sua família.
— Eu sei — falou receosa — Não gosto nem de pensar que ele possa querer buscar respostas nessa altura do campeonato…
— Se ele for que nem você, isso não irá demorar para acontecer e ele descobrir toda a história.
— Espero então que ele não seja nada parecido comigo…
×××
Assim que terminaram de lavar a louça e arrumar tudo que bagunçaram, Jungkook e Taehyung partem rumo ao orfanato onde cresceram. Quando viu crianças correndo de um lado para o outro no parquinho, não pode deixar de pensar que um dia já fora uma delas; uma destas crianças que queriam apenas ser adotadas para viver com uma família de verdade. O sentimento da culpa se fez presente. Ele tinha tudo que aquelas crianças queriam ter, ele tinha pais que se preocupavam e lhe mimavam sempre.
— Tae — chamou.
— Sim, amor — diz avoado enquanto olha a velha construção, a admirando.
— Eu estou sendo mal agradecido aos pais por querer saber do meu passado? — perguntou, brincando com meus dedos.
—Não, meu amor, eles sempre vão ser nossos pais. Você querer saber sobre seu passado não vai mudar isso em nenhum momento.
— Então vamos lá — disse, apertando a mão do namorado.
Jungkook tomou coragem e tocou a campainha, sendo prontamente atendido por uma moça de cabelos ruivos. A mesma se apresentou como Rosé, e quando os garotos pediram para que a mesma os deixasse falar com a diretora, tivemos uma surpresa, Jisoo era a nova diretora da instituição.
A mulher quando os viu, não pode deixar de dar um sorriso caloroso, envolvendo ambos os garotos em um abraço apertado — mesmo tendo os vistos recentemente.
A mulher tinha imenso carinho por aqueles dois; ela nunca soube o motivo, mas Taehyung e Jungkook souberam roubar seu coração quando eram apenas crianças.
— O que fazem aqui meus amores? — perguntou, se sentando novamente em sua poltrona.
— Nonna… Eu vim aqui para conversar com a senhora — disse pausadamente — No aniversário do Taehyung, a senhora nos presenteou com algumas coisas de quando éramos crianças, e na minha caixa tinha um Coelho de pelúcia, eu não sei o motivo disso tudo, mas eu tenho certeza que essa pelúcia faz parte de meu passado. Eu gostaria de saber como vim parar aqui até ser adotado pelos meus pais.
— Ah, Jungkook… Sua história é complicada. Sinto por não poder te ajudar muito, na época eu era apenas uma novata, eu não lhe recebi, apenas cuidei de você como com todas as crianças — respondeu — A única coisa que sei, foi que duas meninas lhe deixaram aqui bem novinho, com este coelho nas mãos, uma breve explicação sobre seu nome e idade e uma carta. Tal carta que nunca tive acesso por ser apenas cuidadora na época.
— Mas a senhora não se lembra do nome dessas meninas? Deixaram só isso? Falaram algo a mais? — indagou de forma rápida, sentindo toda sua vida desmoronar aos poucos.
— Infelizmente eu não sei te responder isso, Jungkook. A única pessoa que pode lhe ajudar sobre isso, é a antiga diretora do orfanato. A Park Hyun.
— A ESTILISTA PARK HYUN?! — berrou Taehyung.
— Tae! — repreendeu o mesmo pelo grito — Velhos hábitos nunca mudam, não é mesmo — riu — Mas sim queridos, é ela. Na época ela trabalhava aqui para conseguir pagar a faculdade.
— Quando ela decidiu abandonar o posto, vocês já haviam sido adotados a certa de um ano, se não me falha a lembrança. Assim que virei diretora, tentei saber mais sobre seu caso, Jungkook, mas nunca encontrei a tal carta citada por ela em uma conversa nossa. E o mais estranho, em seu histórico, apenas diz que foi deixado por duas garotas, com as idades entre quinze a vinte anos, um coelho de pelúcia com nome e sobrenome. Ou essa carta foi para o lixo, ou está com a Park ou… Essa carta nunca existiu — falou — Tentem marcar horário com ela, sei que será muito difícil, mas tentem. Não custa nada tentar.
…
— Tae? — chamou, enquanto andava rumo à fora da instituição.
— Sim — respondeu o mesmo.
— Iremos falar com park Hyun, nem que eu mate alguém mas eu vou falar com aquela mulher.
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