P.O.V Annabeth Chase:
Thalia tinha me entregado uma pasta com todas as informações de Ethan, eu não fazia ideia de onde ela tinha tirado aquilo mas estava agradecida por poder olhar.
Segundo as informações que eu tinha recebido dela, Ethan e Luke trabalharam juntos na empresa do pai de Luke, Hermes, e os dois frequentavam o acampamento em que Luke me levou uma vez, mas isso eu já sabia.
-Não tem muita coisa aqui, mas a informação sobre eles também terem trabalhado juntos ajuda. - Murmurei com os olhos no papel.
-Eu tenho mais uma coisa, - Ela pegou a mochila e tirou de lá mais uma pasta e estendeu na minha direção. Era preta com um tom sinistro de vermelho como se fosse sangue, tinha a forma de um vulcão... eu acho, ou talvez uma montanha, desenhado em prata, a montanha... sim, definitivamente era uma montanha, tinha uma linha reta em cima como se tornasse a montanha a letra 'T' gigante com um vestido ou com pedras pontudas crescendo ao redor. Logo embaixo estava escrito "Titans Industries". - Nico descobriu que a mãe de Ethan trabalha nessa empresa, mas é uma burocracia pra chegar até essa empresa, tipo tem que passar por muitas empresas fantasmas para chegar até ela, ele também descobriu que ela dá recursos ao mundo do crime. Se você é uma criminosa e precisar de algo, é nesse lugar que você tem que ir.
-Como você e Nico conseguem essas coisas?
-Eu não posso te falar como eu consigo, e como ele consegue é melhor perguntar pra ele. - Ela deu de ombros. - Voltando... apesar de ser fantasma, é uma empresa grande e não é o criminoso que encontra a empresa, é a empresa que encontra o criminoso, por isso ela ainda não foi derrubada porque nunca tem evidências contra ela. Os caras sabem como apagar os rastros.
Observei Thalia.
-Thalia você sabe quem é o dono dessa empresa?
-Por que eu deveria saber? - Ela franziu o cenho e eu me dei conta de que ela realmente não sabia.
-Eu conversei com Silena, Piper e Clarisse uma vez, perguntei mais sobre a sua família e elas me contaram que o seu avô estava tentando montar um tipo de império e seu pai atrapalhou os planos dele juntamente com os seus tios, - Olhei para ela tomando cuidado com as minhas próximas palavras. - pelo o que eu entendi, a empresa que seu avô estava construindo se chamava "Titans Industries", exatamente como essa daqui.
-Isso... isso não é possível, meu avô está morto, Annabeth! - Ela olhou para a pasta e eu suspirei.
-Não estou dizendo que é ele, mas talvez seja alguém dando continuidade ao que ele queria fazer.
-E essa pessoa seria Ethan? Luke? - Ela levantou a sobrancelha cética. - Luke é inteligente, mas eu tenho certeza de que ele não teria capacidade pra manter uma empresa desse porte.
-Pode ser outra pessoa. - Eu dei de ombros. - Luke tem um chefe, e talvez esse chefe esteja fazendo isso.
-O que Percy tem a ver com isso?
-E se Percy não for o alvo? Pelo menos não diretamente. Tudo bem que o que rolou afetou ele, e muito, mas a OE também teria a reputação descredibilizada, todos os Olympus teriam a reputação destruída!
-E isso poderia eventualmente levá-los a falência. - Assenti enquanto meu cérebro trabalhava em várias teorias diferentes. - Os Olympus têm muitos inimigos, qualquer um poderia estar fazendo isso.
-Qualquer um que seja muito inteligente. A pessoa foi um gênio ao colocar Luke como CEO, - Remexi nos papéis de Ethan e franzi o cenho. - Ethan não pode ter apresentado o projeto usando o nome dos serviços de entrega de Hermes, e muito menos o nome da Titans Industries. Preciso descobrir qual empresa ele representou!
-Achei que Nico fosse cuidar disso, - Thalia franziu o cenho e depois abanou a mão. - homens... vou ver se resolvo isso sozinha. É como Ártemis diz: 'se quer um trabalho bem feito, faça você mesmo'.
-Eu já escutei isso e não foi Ártemis que disse!
-É o que ela diz pra mim e pras outras caçadoras... - Ela se calou e revirou os olhos. - Finge que não ouviu isso.
Caçadoras? O que isso quer dizer?, pensei.
-Não se preocupe, já tenho coisas demais para me preocupar.
-Ótimo. - Olhei o relógio.
-Droga, estou atrasada! - Peguei as coisas e enfiei na minha mochila. - Preciso trabalhar.
-Ah, só mais uma coisa. - Thalia falou enquanto remexia na mochila. Bati o pé agitada, tínhamos nos encontrado na praça perto da OE antes do meu horário pra eu não me atrasar, e foi exatamente isso que aconteceu. Ela tirou da mochila uma caixa igual uma caixa de celular e estendeu pra mim. - Aí dentro tem um aparelho bem pequeno, do tamanho de um fone, de rastreamento, se você conectar ele ao seu celular vai saber onde esse aparelho está, seria bom que você colocasse ele nas coisas de Luke para acompanharmos os passos dele.
-Tudo bem, acho que posso fazer isso. - Ela assentiu. - Obrigada.
-Que isso... - Ela piscou pra mim e me deu as costas, saiu andando como se nada tivesse acontecido.
Enquanto ia até a empresa eu fiz o que ela mandou sobre conectar ao celular, pela primeira vez depois muitos anos eu estava usando o Bluetooth do celular, quase tinha me esquecido de como funcionava.
Assim que conectei no meu celular recebei uma notificação e quando apertei apareceu um mapa da cidade, o pontinho estava andando na mesma direção para qual eu estava indo.
Muito eficiente.
Coloquei o nome de Luke na notificação e guardei meu celular no bolso.
Assim que adentrei a OE esbarrei com Beckendorf que saía apressado.
-Desculpa, Annie. Bom dia! - Sorri de volta e observei a caixa na mão dele.
-O que é isso?
-Os arquivos que não queimaram - Ele baixou a voz. - da sala secreta. Luke pediu para que eu deixasse no carro dele, ele quer levar pra casa pra dar uma olhada pessoalmente.
-No carro dele? - Perguntei sem conseguir conter o sorriso que se formava no meu rosto, o que fez Beckendorf me olhar desconfiado. - Preciso que me faça um favor!
-Annabeth... - Peguei o aparelho de dentro da caixa e mostrei pra ele, tomando cuidado para ninguém ver. - Onde conseguiu isso? Ainda nem foi lançado pelo meu pai e por Leo...
-Seu pai? Ah, Hefesto, claro, não quero saber. - Balancei a cabeça. - Thalia me deu, preciso que esconda isso no carro de Luke.
-Pensei que estivesse com o Percy! Por que está querendo vigiar o seu ex? - Ele falou e eu revirei os olhos.
-E estou com o Percy! Eu não posso te explicar agora, mas isso é pelo bem da empresa e eu preciso que mantenha segredo absoluto sobre o assunto! - Ele me olhou desconfiado. - Por favor, você sabe que eu não pediria isso se não fosse importante.
-Você vai mesmo me contar? - Ele perguntou e eu assenti. - Tudo bem.
-Obrigada. - Coloquei o aparelho na mão dele. - Espera aí, Leo criou isso com o pai de vocês?
-Na verdade, eu e ele criamos juntos porque estávamos sempre perdendo o dragão robô que meu pai fez pra mim e que Leo, infelizmente, se apossou. Hefesto gostou da ideia e estão fabricando em massa para ser vendido.
-Incrível! - Falei e ele deu de ombros. - E por que você trabalha aqui e não com eles?
-Porque Silena não quer ir embora para New York até o casamento, ela disse que tem que ficar aqui. E eu não vou sem ela.
-Que estranho. - Ele assentiu. - Novamente, muito obrigada e eu prometo te contar a verdade depois!
-Tudo bem. Tchau, Annie.
-Tchau.
Fui na direção do elevador e Chris me lançou um sorriso vazio quando adentrei o mesmo.
-Bom dia. - Murmurei e ele apertou o botão do quinto andar.
-Bom dia. - Ele murmurou mais baixo do que eu e eu o olhei com o cenho franzido. A aparência dele estava péssima como se tivesse passado a noite toda acordado... e chorando.
-Tudo bem?
-Clarisse terminou comigo. - Ele suspirou e deixou os ombros cair. - Disse que tenho trabalhado demais, mas o que eu posso fazer se Luke precisa de mim?
-Eu não sabia que eram tão próximos.
-Pensamos de forma parecida sobre alguns assuntos. - Franzi o cenho.
-Sobre que assuntos? - Vi que ele não gostou da pergunta, pigarreei olhando para o painel que marcava o 3° andar. - Espero que dê tudo certo entre você e a Clarisse.
Ele acenou com a cabeça e as portas do elevador se abriram, não tinha percebido que estava me sentindo sufocada até eu sair de dentro dele.
Calipso estava agitada remexendo na mesa dela e eu franzi o cenho.
-Bom dia, o que foi? - Ela me lançou um olhar de repreensão.
-Está atrasada!
-Eu sei, desculpe. - Ela franziu o cenho e bufou.
-O senhor Jackson está na sala do senhor Castellan. - Ela informou enquanto eu deixava minha mochila em cima da mesa.
-Fazendo...?
-Eu não sou adivinha, mas ele ta com aquela mulher bonita do outro dia. - Levantei uma das sobrancelhas notando o tom sarcástico dela.
-Que bom pra ele, não é?! - Falei não caindo na provocação dela.
O telefone dela tocou e ela revirou os olhos antes de atender.
-O senhor Castellan liga a cada 3 minutos pra saber se você chegou... - Ela murmurou antes de levar o telefone ao ouvido. - Senhor... Sim... Tudo bem. - Ela me deu um sorriso forçado. - Ele quer que a gente vá até a sala dele.
Deixei ela andar na frente e respirei fundo, se eu tiver certa e Luke tiver alguma coisa a ver com o que rolou no parque aquático, eu quero enrolar minhas mãos ao redor do pescoço dele e esganá-lo sozinha.
Onde ele está com a cabeça de fazer algo do tipo? Pior, trabalhando pra um super criminoso.
Quando adentrei a sala, os olhares recaíram sobre mim já que eu estava andando sem pressa aparente, e provavelmente estava com a expressão mais dura do que concreto, desconfio disso porque meu maxilar começou a doer por causa da força que eu estava colocando ao ranger os dentes.
-Finalmente! - Luke falou animado demais para o meu gosto. - Pensei que tinha se perdido no caminho para o prédio da empresa.
-Seria meu sonho! - Respondi com um falso ar sonhador.
Meus olhos recaíram sobre Percy que me observava atentamente. Eu tinha visto ele no dia anterior, e mesmo que quisesse ficar com ele precisava ir pra casa conversar com o meu pai, tinha medo de que ele achasse que eu estava com tanta raiva ao ponto de abandoná-lo e ter um treco, não sabia se infarto psicológico poderia matar, de fato, uma pessoa.
Percy não estava nada formal, vestia uma calça jeans e uma blusa azul escura com uma jaqueta de couro por cima, os fios negros bagunçados dava a ele um ar de adolescente rebelde mesmo que ele já não fosse mais um. Estava lindo, como sempre.
Ele deu um sorriso de lado quando me pegou o analisando e levantou a sobrancelha em provocação, segurei o sorriso e desviei o olhar para a mulher ao lado dele.
Ela estava com uma calça preta colada que, aparentemente, era cós alta, vestia uma blusa branca que na frente estava por dentro da calça e exibia um cinto com o símbolo da Chanel, vestia um blazer branco um pouco maior do que a blusa e seus fios escuros estavam presos em um rabo de cavalo.
Ela me analisou do mesmo jeito que eu a analisava.
-Cheguei! - Chris colocou a cabeça para dentro da sala primeiro e depois o corpo. - Perdão pelo atraso, estava esperando o meu substituto ficar no elevador.
-Se não tivessem demitido Argos, ele teria dado um jeito ao invés de ficar esperando. - Percy murmurou como se fosse algo casual que fazia parte da conversa enquanto caminhava pela sala.
-O que estamos fazendo aqui? - Perguntei indo direto ao ponto e Luke sorriu, ele tinha uma cicatriz no rosto e antigamente isso não me incomodava, mas agora toda vez que ele sorria eu tinha a sensação de que a cicatriz deixava o rosto dele sinistro.
-A senhorita Reyna quer conversar com vocês duas. - A morena olhou para Luke com desdém nítido.
-Eu te falei ontem que posso falar por mim mesma, muito obrigada. - Segurei o sorriso enquanto via a expressão dele endurecer. - A investigação, que eu realmente espero que o senhor Castellan tenha explicado isso para vocês, começará oficialmente daqui a uma semana, mas eu tenho um interesse especial nas duas e por isso decidi vim hoje pra ter uma conversa privada e descobrir o que vocês duas sabem. - Ela falou a última frase olhando diretamente na minha direção. - Alguma objeção? Eu não sou policial, mas sou advogada e gosto de conversar com pessoas que provavelmente saibam de algo antes de envolver uma pessoa que veste uniforme e tem distintivo no meio.
-Por mim. - Dei de ombros e ela assentiu, depois olhou para Calipso.
-Nenhum problema.
-Ótimo, - Ela se virou para Luke. - onde posso conversar com elas em privado e tranquilamente? Essa sala parece ter tudo o que eu preciso.
-Não! - Todos os olhares recaíram sobre Luke quando ele negou a sala, e então ele pigarreou. - A sala de reuniões é mais reservada do que a minha. Não há formas de descobrirem o que está sendo falado lá dentro.
Olhei para Reyna que estava ponderando tentando chamar a atenção dela, e de alguma forma consegui. Balancei a cabeça negando a informação de Luke, a sala de reuniões tem câmera e mesmo que nunca gravem os áudios, tem como programar pra fazer isso.
-Tudo bem, ela está arrumada? - Franzi o cenho em pânico, acho que ela não entendeu o meu aviso.
-Eu preciso resolver uma coisas fora da empresa, Chris irá resolver as coisas na sala de reuniões e virá informar quando ela estiver pronta. - Luke lançou um olhar significativo para Chris que acenou com a cabeça, quando voltei meus olhos para a advogada ela estava observando os dois.
-Ótimo, esperaremos aqui. - Ela disse decidida.
-Muito bem, tenham um bom dia. - Luke falou saindo e Chris o seguiu como se fosse o cachorrinho dele.
Na sala sobrou eu, Calipso, Percy e Reyna, os quatro em silêncio. Reyna estudava cada um de nós atentamente, a expressão completamente neutra me deixando frustrada por não conseguir lê-la, por fim ela suspirou e tirou um tablet da maleta que ela carregava.
-Senhorita...? - Ela olhou para Calipso.
-Ogigy. - Olhei para ela assustada, não sabia o sobrenome dela e agora entendi porque ela nunca usava. Assim que falou suas bochechas coraram. - Mas prefiro apenas Calipso.
-Claro. Senhorita Calipso, pode imprimir isso aqui pra mim, por favor? - Ela mostrou algo no tablet, suas palavras não pareciam um pedido e sim uma ordem.
-Claro. - Calipso suspirou pegando o tablet e olhando para mim, eu sabia como ela odiava ter que fazer isso já que aquela deveria ser a minha tarefa.
-Quatro cópias, por favor. E a senhorita será a primeira com quem irei conversar. - Calipso assentiu saindo da sala rapidamente, me deixando com Percy e a advogada. Percy estava examinando a mesa de bebidas, alheio ao que estava rolando na sala.
-Esse cara bebe muito. - Ele murmurou e me encarou, asssenti bufando.
-Senhor Jackson, lembro que me disse que precisava ir ao banheiro. - Reyna falou e Percy franziu o cenho.
-Não disse não. - Ele respondeu confuso e eu segurei a vontade de rir, ele não tinha percebido que era a deixa pra ela ficar sozinha comigo.
-Ah, eu tenho certeza de que disse sim.
-E eu tenho certeza de que se eu quisesse ir, eu saberia. - Reyna bufou revirando os olhos e me pediu ajuda com o olhar.
-Percy, vá ao banheiro. - Ele me olhou confuso e eu levantei a sobrancelha para ele.
-Por que eu não posso ficar? - Ele protestou e eu respirei fundo.
-Você é advogado ou policial? Não, então vai dar um passeio por aí. - Ele revirou os olhos e eu sorri, antes que ele passasse por mim apertei o braço dele e pisquei. - Vai dar tudo certo.
Assim que ele saiu e fechou a porta, Reyna se sentou.
-O que tem na sala de reuniões? - Ela perguntou sem rodeios.
-Câmeras. Duas no total. - Ela assentiu sem demonstrar surpresa. - Quando tem reunião, os áudios ficam desligados mas agora mudaram o chefe de segurança, não tenho mais tanta certeza assim.
-Você não confia neles, - Ela falou como se tivesse fazendo um mapa mental sobre mim. - no senhor Castellan e no senhor Rodriguez, digo. Eles não vão ceder essa sala para nós duas, e eu sei que sabe de algo a mais.
-Se fizer perguntas demais na sala de reuniões, vou ter que mentir. - Ela me olhou com um brilho irritado nos olhos. - Mas - Ela semicerrou os olhos conforme eu falava. -, ninguém nunca disse que duas amigas não podem conversar em um almoço.
Reyna se levantou e ficou cara a cara comigo, e então seus lábios se abriram em um sorriso.
-Gostei de você! - Ela falou e eu dei de ombros. - Almoço amanhã? - Ela me deu um cartão dela. - Me mande uma mensagem para marcarmos direito.
-Claro.
Assim que enfiei o cartão no meu sutiã, no momento é o lugar mais seguro, Percy adentrou a sala.
-A sala de reuniões está pronta! - Reyna piscou para mim e saiu andando, passando direto pelo moreno. - Ela me dá medo, às vezes!
-Eu achei ela bem simpática.
-Você também me dá medo às vezes! - Soltei uma risada baixa e ele se aproximou com cautela. - Você não me disse o que aconteceu entre você e seu pai ontem...
-Ah - Ele franziu o cenho enquanto eu levantava os ombros e desviava o olhar. -, ele estava com medo de eu ficar com raiva dele.
-Mas você estava com raiva dele.
-Eu estava com raiva de todo mundo, só que isso é entre eu e Atena, ela não merece que minha raiva pela pessoa dela seja divida com outra pessoa.
-Você vai perdoá-la? - Ele tocou minha mão e eu suspirei.
-Podemos não falar disso? Pelo menos não agora e definitivamente não aqui. - Abri os braços indicando a sala e ele assentiu, ainda me olhando com curiosidade. - Posso... - Respirei fundo. - Posso te fazer uma pergunta?
Ele me lançou um sorriso brincalhão.
-Isso já é uma pergunta. - Dei um tapa no braço dele. - Ai! Seu tapa dói, já te falaram?
-Então para de ser idiota! - Resmunguei cruzando os braços, e ele segurou a risada.
-Tudo bem, sabidinha. - Ele descruzou meus braços e fez com que eu os rodeasse no tronco dele, o abraçando. Encostei a cabeça no ombro dele, por sorte ele era só alguns centímetros mais alto que eu. - O que quer saber?
-Pode me falar sobre o seu avô? - Senti a respiração dele ficar pesada, me afastei para olhá-lo, mas mantive minhas mãos na cintura dele. - O que foi?
-É... engraçado você perguntar porque ele apareceu algumas semanas atrás... - Ele franziu o cenho como se tivesse confuso e eu senti minhas pernas tremerem.
-Você quer dizer que ele... ele está vivo? - Perguntei em choque e ele fez que sim. - Mas... como?
-Eu não sei, só sei que ele apareceu pra mim do nada querendo recuperar o tempo perdido entre neto e avô, meu tio Zeus viu ele e ficou furioso como se pudesse matá-lo com um olhar.
-Seu tio não gosta do próprio pai?
-Foi estranho. Ninguém nunca fala sobre a relação deles, e eu achava que o meu avô estivesse morto, sabe? Mas ele apareceu pra mim e parecia um mendigo maltrapilho, disse que meu pai e meus tios o tinham afastado dos netos e que foram eles quem deixaram ele daquele jeito. - Ele suspirou balançando a cabeça. - Depois nunca mais voltou, eu tinha até me esquecido disso... por que ta perguntando sobre o meu avô?
-Não sei, - Forcei um sorriso. - foi só um pensamento que veio do nada.
-Tudo bem. - Ele murmurou me olhando desconfiado, me aproximei dele e fiquei na ponta dos pés fazendo um bico, assim que percebeu que aquele era um pedido óbvio para que ele me desse um beijo, ele o fez sem pensar duas vezes.
E por um momento eu esqueci de todos os outros problemas que nos cercavam.
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