SHE'S NOT GOING ANYWHERE
Hermione abriu a porta e se dirigiu para sala quando Caelum contava a sua última piada toc-toc. Draco gargalhava parecendo que era hilariante. Não era. Caelum estava sentado ao lado de Draco no sofá, seu casaco jogado sobre a mesa. Pai e filho estavam próximos enquanto pairavam sobre o saco de doces que estava entre eles.
- Belo olho roxo. - Draco elogiou a maquiagem que Hermione fez no filho.
- É como o seu… Na última temporada. - Caelum falou.
- Eu não tenho uma cicatriz no meu rosto. - Draco retrucou e olhou para Hermione.
- Eu sei. - Ela respondeu. - Você, no entanto, provavelmente terá. - Ela falou enquanto tirava o casaco e se movia para sala de jantar. - Não vá comer todos esses doces, senão você vai passar mal. - Hermione falou para o filho, mas ele fingiu não ouvi-la.
- Você pode ter um Kit-Kat, Papai. - Caelum falou para o pai.
- Eu gosto de kit-kat… Tem o mesmo gosto de sapos de chocolate. - Draco falou. - Mas minha mãe não deixava eu comer muitos, para não estragar meus dentes. - Draco contou.
- Vovó Cissa? - Caelum perguntou e Draco assentiu.
- Ela ia te amar muito. - Draco falou para o filho. Hermione pendurou o casaco em uma cadeira e voltou para a sala de estar. Ela estava acostumada a ter um homem em casa. Harry e Rony estavam lá o tempo todo, mas Draco trouxe uma energia diferente com ele. Não era tão agressiva ou defensiva, como no passado, mas não era totalmente confortável. Era demais. Muita testosterona irradiando de seu sofá e enchendo a sala. - É melhor você me dar esses Kit-kats para que seus dentes não apodreçam. - Draco falou para o filho, enquanto bisbilhotava a sacola. - Talvez alguns dos M&Ms também. - Draco comentou. - Pode haver alguns verdes lá e eu sei o quanto você odeia qualquer coisa que te lembre legumes. - Draco falou para o filho.
- Você pode pegar todos eles. - Caelum falou para agradá-lo. Draco olhou para Hermione, depois voltou os olhos para o saco.
- Obrigado, mas eu… - Draco começou, então sua cabeça girou e ele olhou para ela como se ela tivesse de repente se transformado no próprio Voldemort. Suas sobrancelhas se ergueram em sua testa e os cantos de seus olhos azuis comprimiram. Hermione olhou para trás e não viu nada, depois voltou o olhar para ele.
- O quê? - Hermione perguntou, sem entender porque ele estava olhando para ela daquele jeito.
- Porque você está vestindo isso? - Draco falou apontando para a camisa dela.
- O quadribol é o nosso tema de Halloween deste ano. - Hermione falou olhando para a camisa que usava.
- É a camisa da seleção da Bulgária. - Draco falou e sua voz era calma. Mortal.
- Qual o problema? - Hermione perguntou. - Eu gosto das cores. - Ela falou para ele.
- É ridícula. - Draco falou para ela.
- Olha a boca. - Hermione falou e ergueu a sobrancelha, apontando com a cabeça para o filho deles.
- Você não escolhe um time por causa das cores. - Draco falou e franziu o cenho, apontando um dedo acusador para ela. - Você está usando o número do Krum. - Draco a acusou.
- Sim! - Hermione falou tranquilamente. - Ele me deu essa camisa e está autografada. - Ela falou estufando o peito. Viktor tinha enviado a blusa como um presente para ela há alguns anos atrás.
- Por Merlin, Hermione! - Draco falou frustrado. - O bastardo apenas me deu um soco no último jogo a troco de nada. - Draco reclamou e Hermione revirou os olhos porque duvidava muito que tenha sido a troco de nada.
- Eu disse a ela, papai. - Caelum falou, entrando no assunto e Hermione suspirou.
- Disse a mim o quê? - Hermione perguntou ao filho.
- Para usar o número do meu pai, como eu. - Caelum falou e Hermione bufou. Isso jamais iria acontecer.
- Eu gosto desta camisa. - Hermione falou para o filho. Draco se recostou no sofá e abriu um pacote de M&Ms, colocando alguns em sua boca. Ele a observou enquanto mastigava.
- Krum é uma pequena menina chorona. - Draco falou para ela e Hermione apenas encolheu os ombros.
- Ele é bonitinho. - Hermione argumentou. - E um ótimo amigo. - Hermione falou.
- Você está falando sério? - Draco perguntou, parecendo um pouco irritado. O que ela admitiu a divertiu um pouco
- Sim. - Hermione concordou. - Eu sempre o achei bonito, por isso aceitei ir com ele ao Baile de Inverno. - Hermione o lembrou. - Sem falar que ele sempre foi um amor comigo. - Hermione falou.
- Claro que ele foi. - Draco resmungou. - Que tal a mãe do meu filho mostrar um pouco de apoio e não vestir uma camisa da seleção da Bulgária? - Draco resmungou e ele parecia sério. Então ela começou a rir. - O que é tão engraçado? - Draco perguntou com as mãos nos quadris.
- Você! - Hermione respondeu e continuou a rir. Ela não podia se controlar. - Você é ridículo. - Hermione falou e Caelum engasgou como se ela tivesse cometido blasfêmia.
- Retire isso. - Draco falou apontando para a camisa que ela usava, como se ele pudesse entrar na casa dela e lhe dar ordens. Isso não iria acontecer.
- Não mesmo. - Hermione falou. Draco se levantou do sofá e deu a volta na mesa de centro.
- Você não vai retirar? - Draco perguntou e Hermione balançou a cabeça e estreitou os olhos, dando um passo para trás.
- Não. - Hermione falou erguendo o queixo.
- Então você não me deixa outra escolha. - Draco falou se aproximando dela. - Eu vou ter que retirá-la de você. - Draco falou se elevando sobre ela. Os cantos de seus lábios tremeram como se ele estivesse brincando, mas seus olhos estavam focados em como atingir o objetivo.
- Você não pode. - Hermione falou dando outro passo para trás.
- Sim, eu posso, eu já tirei outras vezes, lembra? - Draco perguntou baixinho e Hermione arregalou os olhos.
- Isso não é algo para se gabar. - Hermione falou para ele.
- Não estou me gabando, só constatando um fato. - Draco falou antes de levantar três dedos e depois baixou-os um de cada vez. Hermione não esperou o dedo final antes de girar nos calcanhares e correr. A mão dele sobre as costas de sua camisa a deteve e ela bateu com as costas contra a parede dura de seu peito. - Venha me ajudar, filho. - Draco gritou e envolveu um grande braço ao redor da cintura de Hermione logo abaixo dos seios.
- Não, filho! - Hermione gritou, mas o pequeno traidor correu para a cozinha e olhou para seu pai.
- O que você quer que eu faça? - Caelum perguntou ao pai.
- Segure a camisa de baixo para que não saia com a camisa do nojento do Krum. - Draco o orientou.
- Não! Ele não é nojento! - Hermione protestou através de uma risada. - Caelum, vá para a cama! Eu ordeno isso. - Hermione falou para o filho, tentando soar séria.
- De jeito nenhum. - Caelum falou antes de suas pequenas mãos segurarem a parte inferior da camisa quente de manga comprida que ela usava por baixo do uniforme.
- Eu sou sua mãe. - Hermione falou. - Você deveria estar do meu lado. - Ela falou para o filho.
- Nós podemos fazer isso de forma fácil. - Disse Draco sobre o topo de sua cabeça. - Ou podemos fazer da forma difícil. - Draco falou pra ela. - Você escolhe. - Ele disse. Hermione se contorceu, tentando sair de seus braços, mas era inútil.
- Eu estou mantendo minha camisa da Bulgária. - Hermione falou. - Foi um presente. - Hermione disse para Draco. Superada em músculos, a camisa foi tirada por cima da sua cabeça. Por um breve segundo ele pegou seu rabo de cavalo, em seguida, ela se encontrou em um cabo-de-guerra com seu filho. - Solte. - Hermione grunhiu para o filho.
- Segure...ela...pai. - Caelum conseguiu falar entre gargalhadas selvagens e grunhidos de esforço. Com ambos os braços ao redor dela, Draco a abraçou ainda mais apertado.
- Leve-a e esconda em algum lugar. - Draco falou para o filho.
- Você está em apuros. - Hermione alertou o filho. - Sem mais desenhos animados para você. - Ela o ameaçou. Em resposta, Caelum puxou com tanta força que seu rosto ficou vermelho. Hermione esticou a perna, tentando manter Caelum afastado, mas ele conseguiu arrancar a camisa da mãe. Ele caiu no chão da cozinha, em seguida decolou.
- Não solte ela até que eu esconda, papai. - Caelum falou sumindo da vista deles.
- Ela não vai a lugar nenhum. - Prometeu Draco. Seus braços se apertaram ainda mais e de repente ela se tornou muito consciente dele pressionado contra suas costas e sua bunda. Hermione se deu conta de estar envolta por um homem como um pesado cobertor da onde fluíam ondas de calor. Ela se acalmou quando o calor dele escoou através de seus poros. Dois de seus dedos acariciavam sua cintura nua onde sua camiseta tinha levantado. Além dos seus amigos homens, seus familiares ou um aperto de mão ocasional, o último homem que a havia tocado intimamente era o homem que a tocava no momento. Sim, ela sentiu o calor e a pura masculinidade de Draco, assim como todos aqueles anos atrás. O que ela não sentiu desta vez foi o salto em seu pulso.
- Você pode me soltar agora. - Hermione falou baixo.
- Você terminou, Caelum? - Draco perguntou. Ele deu uma olhada da porta até o topo da cabeça de Hermione. O rabo de cavalo bagunçado dela fez cócegas no seu rosto. Fazia um longo tempo desde que ele tinha estado tão perto de uma mulher que estava totalmente vestida. Especialmente essa mulher. Ele meio que esperava uma cotovelada no estômago e uma cabeçada no queixo.
- Ainda não, papai. - Caelum gritou de volta. Hermione que estava na ponta dos pés, deslizou para baixo do corpo de Draco. O atrito lento acendeu um fogo em Draco e queimou de seu estômago para sua virilha. Seus dedos automaticamente pressionaram na pele nua dela. Ele não podia se conter. Simplesmente aconteceu e um profundo gemido pesado vibrou no seu peito. O tipo de som que só significava uma coisa e ele implorou em silêncio a Salazar Sonserina que ela não tivesse percebido.
- Eu preciso de um pouco de água. - Hermione falou, virando o rosto para olhar para Draco. - Quer um pouco de água fria? - Hermione perguntou. Eles estavam tão pertos que Draco conseguia ver as linhas douradas entre o castanho dos olhos de Hermione. Como se ela estivesse em frente a uma lareira e tivesse refletindo o fogo. Era uma cor quente, como seu wiskey favorito.
- Não. - Draco respondeu mecanicamente. Ele soltou as mãos da cintura de Hermione e virou as costas para ela. Seu wiskey favorito? De onde ele tirou isso? Ele gostava mesmo era de cerveja amanteigada. Sim. Ele precisava de um pouco de água fria. Ele precisava da água para despejar em sua virilha. Draco se moveu para a sala e pegou o casaco no sofá. - Eu tenho que ir. - Draco falou, antes que ele fizesse algo totalmente insano, como iniciar ter pensamentos sexuais com a mãe de seu filho. Sobre Hermione Granger, ninguém menos. A mulher que o odiava e o confundia mais do que qualquer outra mulher no planeta. - Caelum. - Draco gritou quando deslizou em seu casaco de lã que felizmente cobria a promessa do início de uma ereção muito perceptível.
- Sim, papai? - Caelum perguntou, voltando pelo corredor de mãos vazias. - Você já está indo embora agora? - Ele perguntou ao pai tristemente.
- Eu tive uma semana longa. - Draco falou e era verdade, mas não era a razão pela qual ele tinha que ir. - Eu ligarei para você na segunda-feira depois do treino e talvez possamos ir ao The Canonbury Tavern. - Draco sugeriu.
- Podemos jogar golfe? - Caelum perguntou. - O vovô me ensinou a jogar e eu sou muito bom. - Caelum falou para o pai. Hermione saiu da cozinha, o cabelo cheio de cachos simplesmente uma bagunça, a camisa preta de mangas compridas que abraçava seu corpo como uma segunda pele e um copo de água na mão.
- Você vai ter que me ensinar porque eu não sei jogar golfe direito. - Draco falou para o filho, ele desviou os olhos de Hermione e olhou para os botões de seu casaco.
- Eu tenho uma reunião após o almoço. - Hermione falou. - Então, ele estará com os meus pais na segunda-feira depois da escola. - Hermione falou para Draco.
- Mandarei Natalie buscá-lo. - Draco disse a ela. Observando-a através da sala enquanto ela encostava um ombro contra o batente da porta da sala de jantar. Havia algo diferente nela naquela noite. Ela era mais suave. Mais acessível, mas não era isto. Ele tinha notado isso há algumas semanas atrás, quando ela estava na parte inferior de suas escadas olhando para ele.
- Sabe quem quer fazer uma tarde de autógrafos na livraria? - Hermione perguntou a ele.
- Quem? - Draco perguntou curioso.
- Pansy Parkinson. - Hermione respondeu e Draco balançou a cabeça em entendimento.
- Eu fiquei sabendo que ela virou escritora quando se mudou para América após a guerra. - Draco comentou.
- Ela é bem famosa. - Hermione falou. - Ela escreve livros de fantasia para jovens adultos. - Hermione contou.
- E ela está voltando para Londres? - Draco perguntou.
- Parece que sim. - Hermione respondeu. - Ela está noiva de um nascido-trouxa e pretende se casar aqui ao invés de nos Estados Unidos. - Hermione falou quando Draco fez um gesto para o filho dar-lhe um abraço de despedida.
- Não consigo imaginar isso. - Draco falou para Hermione que apenas deu de ombros.
- Ninguém consegue imaginar que temos um filho juntos também, no entanto aqui está ele. - Hermione falou apontando para o próprio filho. Draco sabiamente não falou mais nada. Ele deu a Caelum um grande abraço e não se deu conta até que estava trancado em sua caminhonete a caminho de casa do que havia de diferente em Hermione.
Nada.
Draco continuou dirigindo para casa, as luzes da cidade deslizando como um borrão através de seu pára-brisa enquanto ele pensava sobre Hermione e seus profundos olhos castanhos. Não havia nada em seus olhos quando ela olhou para ele. Nenhum ressentimento, nem ódio. Sem paixão ou raiva. Bom. Nada era muito mais preferível que a raiva que ele tinha visto em seus olhos por tantos anos. Não era? Ele provocou a raiva. Merecia parte disto, mas ninguém nunca o tinha odiado como Hermione. Nem sequer jogadores de quadribol que ele tinha arremessado de suas vassouras. Viver com o ódio de Hermione sempre foi um fato lamentável de sua vida. Um que tinha feito o seu relacionamento com Caelum difícil. Mas e agora? Ele simplesmente não poderia vê-los como amigos. Primeiro, ele não tinha amigas mulheres e segundo, havia muito rancor e bagagem. Tinham sido dois combatentes que lutavam por muito tempo. Aguardavam. Prontos para lutar. Exceto naquela noite. Ela estava relaxada, ele deixou a guarda baixa e por alguns breves momentos as coisas tinham sido fáceis. Talvez demasiado fácil. Ouvir seu riso o lembrou da menina que ela tinha sido há muito tempo. A única com quem ele tinha brincado, rido e feito amor o dia todo. Havia muito sobre esse tempo na Escócia que ele não se lembrava, mas havia o suficiente que ele lembrava. O suficiente para torcer sua cabeça e o encher de culpa e confusão. Ela era a mãe de seu filho. A última mulher no planeta que ele queria que o odiasse, mas apesar de tudo ele queria que ela sentisse pelo menos alguma coisa.
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