RECKLESS DESIRE
O que tinha acontecido? Draco estava na entrada vazia da sua casa, olhando para a porta da frente. Claro, ele estava bastante dopado e com dor, mas isso realmente não explicava sua confusão sobre o que acabara de acontecer. Era Hermione Granger e seus humores o deixavam louco. Um minuto ela estava com a mão sobre o peito dele toda calorosa e acolhedora e no outro ela estava empurrando seu filho para fora da porta toda irritada porque Astoria a tinha confundido com Natalie.
“Eu só não gosto de ser confundida com uma de suas mulheres. Eu gosto de pensar que pareço mais inteligente do que isso, porque de fato eu sou mais inteligente.”
O que ela quis dizer? Nenhuma das mulheres que ele saía pareciam estúpidas, mas elas realmente não podiam evitar se não fossem os lápis mais brilhantes na caixa. Algumas pessoas o acusavam de só namorar um certo tipo de mulher e isso era verdade. Ele gostava de mulheres profundas como poças, que se moviam rapidamente para o próximo namorado quando o relacionamento acabava. Ele não queria ver o tipo de dor nos olhos de uma mulher que tinha visto uma vez nos olhos de Hermione.
- Existe algo que eu possa fazer por você? - Astoria perguntou e Draco fechou os olhos. Ele odiava visitas que chegavam de surpresa sem avisar. Uma ligação de cortesia, que ele poderia então ignorar, era pedir muito?
- Não. - Draco respondeu antes de se virar e se dirigir para a sala para esperar Howie. Seu ombro de repente estava doendo para um caralho. Tirar a tala tinha sido um erro, mas ele pensou que tomaria um banho rápido e colocaria de volta. Draco pegou mais um comprimido anestésico e tomou enquanto cuidadosamente se sentava no sofá. Ele rangeu os dentes contra a dor e se recostou. - Eu não vou ser uma grande companhia, Tori. - Draco resmungou.
- Tudo bem. - Astoria falou se sentando ao lado dele. - Você quer algo para comer ou beber? - Ela perguntou e Draco olhou para ela. Astoria era genericamente bonita como todas modelos. Ela tinha o cabelo castanho claro, olhos castanhos claros e lábios vermelhos artificialmente inchados. Mas naquele momento, tudo que ele queria era que ela desaparecesse.
- Não. - Draco respondeu.
- Aquele menino era o seu filho? - Ela perguntou.
- Sim. - Draco respondeu monossilabicamente.
- Ele é muito bonito. - Astoria comentou.
- Obrigado. - Draco respondeu
- E quem era aquela mulher? - Astoria perguntou e Draco olhou para ela novamente com a sobrancelha erguida.
- Por favor, Astoria, você não é tão burra quanto finge ser. - Draco falou para a mulher que colocou a mão no peito se sentindo ofendida. - Você sabe muito bem que aquela era Hermione Granger. - Draco falou para ela.
- E o que Hermione Granger fazia com seu filho? - Astoria perguntou. - Ela é babá dele? - Astoria perguntou, rindo da própria piada.
- Ela é mãe dele. - Draco respondeu e uma sobrancelha perfeita levantou em sua testa cheia de procedimentos estéticos.
- Eu nunca teria imaginado isso. - Astoria comentou. A dor pulsava ao longo do ombro de Draco para baixo do braço. Ele inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos.
- Por quê? - Draco murmurou.
- Ela é… - Astoria começou e encolheu os ombros enquanto lutava com as palavras certas. - Comum, eu acho. - Ela falou por fim. Comum? Hermione Granger? Com seu cabelo volumoso, cheio de cachos, olhos castanhos profundos e uma boca rosa naturalmente carnuda? Sem falar nas curvas assassinas do seu corpo e seu cérebro de gênio. Hermione era tudo, menos comum, mas ele supôs que tinha pensado isso também em mais de uma ocasião. Mas havia aquelas outras ocasiões. Aqueles momentos em que ele não conseguia tirar os olhos dela. Não queria tirar os olhos dela. Como há poucos minutos atrás, de pé em seu banheiro sob o lustre brilhando em seu cabelo. Nas raras ocasiões em que ela não alternava entre quente e fria. Quando ela estava quente e mais quente. - Como, em nome de Salazar Sonserina, você foi ter um filho com Hermione Granger? - Astoria perguntou, mas ele não queria falar sobre Hermione. Ele não queria nem pensar nela e o que eles fizeram para ter um filho juntos. Por alguma razão, as perguntas de Caelum sobre como os bebês eram feitos, desencadearam memórias de sexo com Hermione. Sexo quente em um quarto de hotel, sexo fumegante e intenso contra uma parede, sexo molhado em um chuveiro e uma foda rápida em um banheiro de um bar. As melhores fodas da vida dele, mas ele preferia morrer a assumir esse fato. - Será que ela deu um golpe da barriga no tão esperto, Draco Malfoy? - Astoria perguntou rindo.
- Agora não, Astoria. - Draco falou sem paciência. Ele estava com dor, drogado e os seus pensamentos sobre Hermione, sobre o passado e o presente, sobre o sexo e os seus humores volúveis eram tão atrapalhados e mais confusos do que nunca. Astoria abriu a boca para argumentar, mas a campainha tocou e o salvou da modelo. Provavelmente era Howie. Pelo menos ele pediu a Merlin que fosse Howie e não outra ex-namorada. Ele teve drama suficiente para um dia. - Você poderia verificar a porta para mim, por favor? - Draco pediu e a mulher lhe deu um olhar que dizia que ela não estava satisfeita, mas levantou a bunda magra fora do sofá e atendeu a porta. Quando ela voltou, Howie estava parado atrás dela e Draco poderia ter beijado o homem na cabeça careca.
- Por que você não está usando a sua tala? - Howie perguntou e Draco segurou o braço sobre o peito e se levantou.
- Eu estava indo tomar um banho. - Draco falou e Howie olhou para Astoria e franziu a testa.
- Que parte de “nenhuma atividade física” você não entendeu? - Howie perguntou e Draco riu. O homem teve uma ideia errada e culpou a mulher errada.
- Eu pensei que eu poderia lidar com isso. - Draco falou sorrindo.
- Todos vocês jogadores de quadribol pensam que são o escolhido. - Howie comentou e Draco fez uma careta quando pensou em Harry Potter. Mas o que Howie falou tinha um pouco de verdade. Eles passavam suas vidas batalhando noite após noite, e não paravam até quando acabavam na lista de feridos, quando percebiam que eles eram, na realidade, carne e osso. Que não eram invencíveis. Um fato que Draco estava ciente mais frequentemente quanto mais velho ele ficava.
Draco passou os próximos quatro dias sozinho em casa, descansando, recuperando e ficando louco enquanto sua equipe caía na estrada para uma rodada de seis jogos em duas semanas. Na segunda-feira seguinte, ele foi até o campo do Puddlemere United. Ele participou de um treino com vassoura com alguns dos outros caras deixados para trás enquanto a equipe pegava a estrada. Ele não podia fazer muita coisa com uma mão só, já que ele precisava guiar a vassoura. Ele não estava usando a tipoia no braço, mas ainda usava a tala. Ele aprendeu a lição do que aconteceria se ele tirasse ela por um longo período de tempo. Draco odiava ficar para trás. Ele ficou para trás antes, é claro. Havia oitenta e dois jogos na temporada regular e a maioria dos jogadores não jogava todos os jogos, por várias razões, mas ele odiava definhar na lista de feridos. Depois de uma semana, o ombro não doía tanto, mas ele ainda precisava de mais três semanas para voltar ao jogo. Ele pegou Caelum no jardim de infância e seu filho o apresentou ao seu professor e alguns de seus amiguinhos. Desfilando em volta dele, como se dissesse: "Olha, eu tenho um pai." Draco o levou para o campo e eles tiveram um estádio inteiro só para eles. Caelum não mostrou um monte de aptidão sobre sua vassoura. Era uma vassoura de treinamento para crianças e não subia mais que um metro e meio. Caelum era meio desgovernado, mas quando conseguia estabilizar a vassoura, ele não era ruim para uma criança que ainda ia fazer cinco anos de idade. Na quarta-feira, Draco malhou os membros inferiores na academia do clube, e quinta-feira, pediu a Hermione para levar Caelum ao estádio. Ele tinha dito a ela que Natalie estava fazendo um curso e não podia levá-lo. Que era uma espécie de mentira. Natalie estava fazendo um curso, apenas não às quintas-feiras. Ele não sabia por que tinha mentido, mas estava um pouco curioso para ver se ela realmente o levaria. Depois daquele dia em que ele estava todo dopado e queria falar sobre seus cupcakes, não tinha certeza se as coisas estavam de alguma forma de volta ao normal. Ou o que soava como algo normal para ele e Hermione. Ele providenciou para que alguém do escritório encontrasse com ela e Caelum e os levassem para o nível inferior.
Ele estava meio chocado quando Hermione realmente apareceu por volta do meio-dia. Ela usava uma blusa de seda pérola que tinha as mangas compridas e uma saia de couro vinho que parecia super comportada, mas delineava sua bunda em formato de pêssego e não deixava nada para imaginação, além de um scarpin de salto altíssimo da mesma cor da saia. Caelum se sentou no banco da equipe e ela tirou o casaco antes de agachar na frente dele para ajudá-lo com o equipamento de quadribol. O cabelo dela caiu sobre seu ombro e rosto e ela o colocou atrás de uma orelha.
- Toc-toc, pai. - Caelum falou e Draco gemeu interiormente e levantou o olhar das coxas de Hermione.
- Quem é? - Draco perguntou.
- Mané. - Caelum respondeu com um sorriso.
- Mané quem? - Draco perguntou de volta.
- Mané possível que você não está me reconhecendo. - Caelum falou e Draco riu.
- Essa foi uma boa. - Draco falou para o filho.
- Eu sei. - Caelum falou e Hermione riu e olhou para cima, seus olhos castanhos capturando os dele por um breve momento antes de seu olhar retornar para o filho.
- Como você está se sentindo? - Hermione perguntou.
- Tudo bem se eu não exagerar. - Draco falou se sentando ao lado do filho e ajudando com as cotoveleiras.
Hermione colocou as caneleiras e olhou para Draco, sua cabeça loira se inclinava sobre Caelum enquanto ele trabalhava com uma mão. Ela deixou a livraria sob os comandos de Shiloh para que pudesse pegar o filho na escola. Depois que ela pegou Caelum na escola, o levou ao estádio do Puddlemere United. Os dois tinham sido atendidos por alguém de dentro da organização e se moveram através de um labirinto até o campo. No final, Draco estava parado perto da entrada do túnel esperando por eles. Ele usava moletom preto com o logotipo do time e parecia enorme ao lado da sua vassoura super rápida. Ele não estava com o equipamento ou a tipoia em seu braço e parecia quente e suado. Seu cabelo estava penteado a dedo como se tivesse feito exercício. Sozinho ou com uma de suas super modelos. Infelizmente, ela sabia sobre os treinos de Draco. Sabia que ele tinha a resistência e determinação de um atleta de elite. Hermione franziu a testa para seus pensamentos, porque era melhor não pensar na perfeição de Draco.
- Isso não é estar exagerando? - Hermione o questionou.
- Não. Não, a menos que Caelum se choque contra meu ombro e me derrube da vassoura. - Ele falou para Hermione e Caelum riu.
- Eu não vou te machucar, papai, eu prometo. - Caelum falou na hora que Hermione pegou uma joelheira para colocar nele. - Eu não preciso delas. - Caelum resmungou.
- Você não quer usá-las, mas você precisa. - Hermione falou firme.
- Você vai se acostumar a usar o seu equipamento. - Draco falou para o filho. - Seu capacete também, faz parte do jogo. - Draco disse enquanto lhe entregava a joelheira esquerda. - Minha mãe costumava me ajudar com o meu equipamento. - Draco contou ao filho.
- E seu pai também? - Caelum perguntou e Draco e Hermione se entreolharam.
- Ele não era um bom pai. - Draco falou para o filho. Parecia ele. Ele baixou o olhar, mas não antes de Hermione ver o pensamento claramente expresso em seus olhos. Ela tinha que dar algum crédito a Draco. Ultimamente, ele estava prestando muito mais atenção em Caelum. Ele estava tentando firmemente manter sua palavra ao seu filho. Se ela fosse uma mulher de apostas, ela teria apostado contra ele. Ela já teria apostado que ele voltaria para seus velhos hábitos. Então, novamente, tinha passado apenas um mês e meio desde a chegada do novo e melhorado Draco.
- Uma vez o seu avô comprou uma vassoura para todo o time da Sonserina, apenas para que seu pai pudesse jogar. - Hermione contou rindo.
- Ei… Eu entrei porque era bom. - Draco falou para Hermione que apenas deu de ombros rindo. - Eu sou melhor que o Weasley. - Draco resmungou.
- Não é uma competição, querido. - Hermione falou sem perceber e mesmo assim Draco se derreteu por dentro. Hermione prendeu a segunda joelheira e com a mão boa, ele colocou o capacete na cabeça do filho, em seguida lhe entregou a vassoura.
- Hoje não está ventando, então não tem o risco de você cair. - Draco assegurou o filho.
- Bom. - Caelum falou, parecendo aliviado quando os dois seguiram para o centro do campo. - Eu não gosto de cair o tempo todo, doi meu bumbum. - Caelum falou
- Será que não falamos sobre o uso da palavra “bumbum”? - Draco perguntou a ele.
- Sim. - Caelum falou subindo na vassoura.
- O que ficou decidido? - Draco perguntou.
- Que a mamãe é uma menina e ela não é tão inteligente quanto os meninos. - Caelum falou e Hermione ergueu o olhar quando Draco virou a cabeça para olhar para ela.
- Eu não me lembro de ter dito isso. - Draco falou e a culpa refletia em todo o seu rosto. Hermione arqueou uma sobrancelha e tentou não rir. - A mamãe é a pessoa mais inteligente que conheço. - Draco falou para o filho.
- Você é um péssimo mentiroso. - Hermione falou e Draco riu, enquanto os dois lentamente voavam ao redor do campo. Ele deixou Caelum a meio caminho entre a linha de centro e os aros que foram magicamente baixados, então Draco jogava uma pequena goles para ele que voava devagarinho em direção aos aros e tentava arremessar. Mesmo com todo o seu equipamento de quadribol, Caelum parecia muito pequeno ao lado de seu pai.
- Você poderia me trazer essas outras goles? - Draco perguntou, apontando para o banco atrás dela. Hermione pegou o saco cheio de pequenas goles e tão cuidadosamente quanto possível ela caminhou pelo gramado em seus saltos que afundavam um pouco a cada passo e cuidadosamente se aproximou do filho. Quando estava próxima dos dois, o salto dela agarrou em algo e ela tropeçou para frente. Ela colocou os braços para os lados para o equilíbrio. - Epa. - Draco falou agarrando a cintura dela com a mão boa. - Agora eu sei de onde Caelum adquiriu seu equilíbrio. - Draco comentou.
- Eu posso me equilibrar. - Hermione falou, olhando para cima, para os olhos azuis de Draco. - Só que a grama está molhada e meu salto está afundando. - Hermione explicou. Ela se virou para dar alguns passos, mas Draco a segurou apertado.
- Sobe aqui que eu te deixo na beirada do campo. - Draco falou acenando para sua vassoura.
- Eu não quero correr o risco de te derrubar da vassoura. - Hermione falou. Draco soltou a mão dela e deixou cair o braço direito de seu lado.
- Você não é grande o suficiente para me derrubar. - Draco falou e Hermione com a ajuda dele sentou de lado na vassoura. Draco a puxou para si e as costas de Hermione encostaram no peito dele enquanto seu braço machucado rodeava a cintura dela. Um calor fluiu a aquecendo da cabeça aos pés. Testosterona quente, infiltrava em sua pele e uma memória espontânea de sua pele quente e suada pressionada contra a dela duplicou seu pulso. A memória era calor puramente físico e se espalhou por seu braço e peito.
- Nossa, você está muito quente. - Hermione deixou escapar e Draco riu.
- Obrigado. - Draco falou.
- Não foi um elogio, Draco. - Hermione falou.
- Pra mim foi, por isso eu vou retribuir. - Ele falou no ouvido dela. - Você está muito gostosa com essa saia. - Draco sussurrou. - Sua bunda tá tão linda nela que dá vontade de morder. - Draco falou e Hermione riu, mas ela não ia cair nesse papinho. De novo.
- Quando eu disse que estava quente, eu estava falando sobre a temperatura. - Hermione falou.
- Sim. Eu sei. - Draco falou e Hermione olhou para além do contorno duro de sua mandíbula perfeita e em seus olhos azuis.
- Está congelando aqui fora. - Hermione reclamou.
- Não está tão frio. - Retrucou Draco quando a deixou à beira do campo. - Você quer ir para o lounge onde é mais quente? - Draco perguntou e Hermione olhou para onde Caelum estava em sua vassoura atirando algumas goles. Então, sem razão aparente, a vassoura se inclinou para frente e ele caiu sobre ela.
- Eu vou assistir você e Caelum. - Hermione falou se sentando no banco e colocando o casaco do filho em volta de suas pernas nuas.
- Aguente firme. - Draco falou e se dirigiu para baixo do túnel e ela observou Caelum ficar de joelhos.
- Você está bem? - Ela gritou para o filho. Ele acenou com a cabeça, o capacete deslocado sobre sua cabeça quando ele conseguiu montar a vassoura novamente. Em retrospecto, ela deveria ter se trocado antes de levar Caelum para praticar. Trocar por calças e botas, mas sua cabeça estava cheia com tantas coisas de última hora que tinha pra fazer antes do quinquagésimo aniversário de casamento do Sr. e Sra. Weasley. Cinquenta anos. Ela cruzou os braços sobre o peito e encolheu os ombros contra o frio. Seus pais chegariam lá também, agora ela… Bem, seu casamento nem sequer contava como um casamento de verdade, se ela não tivesse ficado grávida nunca teria se aproximado de Draco novamente. O fato de que havia pessoas lá fora comemorando 50 anos a fez pensar que era possível, apesar de seu lado mais cínico.
- Levante-se. - Draco falou, parando na frente dela e bloqueando sua visão de Caelum. Sob o braço bom, ele entregou um cobertor azul e amarelo, bordado com a insígnia do clube. Ela se levantou e ele enrolou o cobertor sobre os ombros. O casaco de Caelum caiu e cobriu seus pés enquanto ele puxou o cobertor sob o queixo. - Tem certeza que você vai estar quente o suficiente? - Draco perguntou e Hermione assentiu com a cabeça e as costas dos seus dedos colidiram o queixo dela.
- Você está movendo seu braço. - Hermione o alertou.
- Eu posso mover meu braço. - Disse Draco enquanto olhava nos olhos dela. - Apenas não o meu ombro. - Ele falou.
- Estou pronto, papai. - Caelum o chamou.
- Já vou, amigo. - Draco falou e seu polegar roçou o queixo de Hermione. - Você se lembra do outro dia, quando estávamos no meu banheiro falando sobre seu cheiro de muffin? - Draco perguntou e Hermione riu.
- Você quer dizer cupcakes? - Hermione o corrigiu e Draco sorriu.
- Eu pensei que nós conversávamos sobre o seu muffin. - Draco falou pensativo.
- Você estava dopado. - Hermione falou, tentando não rir. - Eram cupcakes. - Ela falou com convicção. - De qualquer forma, qual é o seu objetivo? - Hermione perguntou quando Draco passou o polegar pelos lábios dela.
- Malfoy, o que você está fazendo com essa pobre mulher? - Uma voz masculina interrompeu. Hermione virou para olhar para o belíssimo homem em pé no túnel. Surpreso o dono do time parou seus passos. - Hermione Granger? - O homem perguntou se aproximando. Hermione já tinha ouvido falar dele, mas nunca tinha o conhecido pessoalmente. Benjamin Williams era reconhecidamente lindo, com seus cabelos castanhos brilhantes que aparentemente ele mantinha longo o suficiente para ser despenteado pelo vento e os olhos em um tom de verde raro e hipnotizante. Ele era um pouco mais velho que ela, provavelmente se aproximando dos quarenta anos.
- Prazer. - Disse Hermione estendendo a mão e sorrindo educadamente, rezando para que ela não estivesse corando como uma adolescente.
- Prazer, Benjamin Williams, mas pode me chamar de Ben. - Ele falou pegando a mão de Hermione e colocando um beijo sobre os dedos delicados dela. - Eu sou um grande fã. - Falou Benjamin e as narinas de Draco se dilataram. Incomodado, Draco pigarreou para chamar a atenção do homem que olhou de um para o outro. - Evidentemente, você conhece o Malfoy. - Comentou Benjamin sorrindo, sem perceber o incômodo de Draco. - Vocês estudaram em Hogwarts na mesma época, não é? - Benjamin perguntou e Draco puxou Hermione para ele.
- Hermione é a minha ex-esposa. - Draco falou e Hermione olhou para ele. Ex-esposa? Normalmente ele a apresentava como “a mãe de Caelum”. As sobrancelhas escuras de Benjamin subiram na testa.
- Ex-esposa… - Repetiu Benjamim. Hermione estava acostumada com a reação. Ela claramente não era o tipo de mulher de Draco. - Isso significa que não é atual. - Benjamin falou sorrindo para Hermione que sorriu de volta, se controlando para não suspirar diante do homem.
- Você precisa de alguma coisa? - Draco perguntou, levemente irritado. - Achei que você estivesse ocupado hoje. - Draco falou, querendo despachar rapidamente seu chefe da vista de Hermione.
- Só vendo fitas de perspectivas. - Benjamin respondeu.
- Alguém parece promissor? - Draco perguntou todo indiferente como se ele simplesmente não tivesse profundamente enciumado.
- Um garoto da Rússia e um estudante do terceiro ano de Hogwarts. - Disse Benjamin.
- Você está olhando novatos? - Perguntou Draco surpreso.
- Sim! Já estamos com muitos velhos, como você. - O homem falou brincando.
- Papai! - Caelum gritou.
- Eu estou indo. - Draco respondeu.
- Foi um prazer conhecê-la pessoalmente, Srta. Granger. - Benjamin falou, focando toda a sua atenção em Hermione. - Volte sempre que quiser. - Ele falou e Hermione assentiu sorrindo. - E eu vou fazer uma visita na sua livraria. - Ele avisou a ela.
- Será um prazer recebê-lo. - Hermione falou com sinceridade. Benjamin permaneceu olhando para Hermione por alguns segundos antes de se virar para Draco que jogava punhais com seus olhos para o homem.
- Se você ver Wood por aí, diga que eu estou procurando por ele. - Benjamin falou então ele foi embora, o som de seus sapatos silenciados pelo gramado.
- Você acha que está quente o suficiente agora? - Draco perguntou e Hermione acenou com a cabeça. Quando Draco chegou ao lado do filho, ela se inclinou e pegou o casaco. Os dois ficaram jogando a goles de um lado para o outro e tentando acertar os aros. Ela observou a maneira como Draco fez uma pausa para tocar a cabeça e as costas de seu filho e pacientemente o ajudava quando ele desequilibrava. Os dois voavam lado a lado. Draco fazia parecer fácil, suave, enquanto Caelum lutava oscilando e quase caindo a cada centímetro do caminho. Draco disse alguma coisa, sua voz baixa misturada com tons infantis de Caelum. Os dois riram e seu coração se encheu um pouco mais no peito.
O cobertor caiu dos ombros de Hermione e reuniu em sua cintura quando ela procurou em sua bolsa pelo seu celular. Ela puxou o seu telefone antes do seu coração também comprimir. Antes que ela ficasse toda chorosa com a visão. Ela leu seus e-mails, enviou mensagens de texto para Shiloh e trouxe o calendário em seu telefone. Na sexta-feira após o dia de Ação de Graças, ela e Caelum sairiam em uma mini férias. Eles precisavam sair na manhã de sexta-feira cedo, mas o feriado de Ação de Graças era de Draco este ano. Normalmente, se fosse feriado de Draco e se ele estivesse na cidade, o que era raro, ele mantinha Caelum durante a noite. Ela precisava falar com ele sobre isso e esperava que ele deixasse Caelum voltar para casa naquela noite para que pudessem sair ao amanhecer.
- Hermione? - Perguntou uma voz e Hermione olhou em volta vendo Olívio Wood se aproximar. - Você está esperando alguém? - Olivio perguntou puxando ela para um abraço que Hermione retribuiu alegremente. Olívio era um adolescente muito charmoso que tinha se transformado em um homem lindo.
- Estou esperando meu filho. - Hermione falou e apontou para o campo onde Caelum estava agora na vassoura com Draco.
- Você é a mãe de Caelum? - Olívio perguntou surpreso.
- Sim. - Hermione confirmou.
- Eu não sabia. - Olívio murmurou.
- Poucas pessoas sabem e preferimos assim. - Hermione falou para o colega. - Sabemos como as fofocas giram em torno dos nossos nomes e queremos manter nosso filho protegido dessa situação até que ele seja um pouco maior. - Hermione explicou.
- Eu conheci Caelum há algumas semanas após um jogo. - Olivio contou. Seu olhar leu rapidamente o rosto dela. - Você é diferente do que eu teria imaginado uma ex-esposa de Draco Malfoy. - Olívio disse para ela.
- Não tenho lábios grandes e peitos maiores? - Hermione brincou.
- Não. - Olívio falou colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. - Você é mais bonita e muito mais inteligente. - Olívio falou e Hermione riu.
- Tá bom. - Hermione falou.
- Sério. Até agora, eu pensava que Draco tinha um gosto horrível para mulheres, mas pelo visto não, e ele escolheu a dedo a mãe do filho dele. - Olívio falou e era uma mentira escandalosa, o que fez Hermione rir ainda mais. Ela colocou a mão no ombro dele e lhe deu um pequeno empurrão como se ele fosse Harry.
- Obrigada pela massagem no ego. - Hermione falou no momento que Draco parou próximo aos dois. Ele estava sério e seu olhar azul gelado focado em Olívio.
- O chefe está procurando você, imbecil. - Draco falou para Olívio.
- Estou indo. - Falou Olivio. - Foi um prazer te rever, Hermione. - Ele falou e Hermione assentiu com um sorriso.
- Igualmente. - Ela respondeu e se virou para o filho que estava ao lado de Draco. - Podemos ir? - Ela perguntou e Caelum assentiu. Não muito tempo depois os dois partiram e Draco também foi pra casa.
Ele entrou na sala de estar em direção às enormes janelas e olhou para o lago. Pensando no interesse que ele viu refletido nos olhos do Ben, enquanto olhava para Hermione. Depois ele pensou no momento que viu Hermione rir com Olívio, tocar ele, relaxada e fácil, então algo dentro dele havia se partido. Partiu em dois e ele tinha chamado Olívio de imbecil. Não que ele tivesse qualquer escrúpulo em insultar outro homem. Nem mesmo os homens que ele gostava. E ele gostava de Olívio, mas normalmente sabia o porquê estava insultando o outro cara. “Você certamente pode entreter qualquer mulher que você gosta aqui”, Hermione tinha dito a ele no outro dia. “Assim como eu posso entreter quem eu gosto na minha casa.” Até aquele dia ele nunca tinha pensado sobre ela se divertindo com alguém. Em sua casa ou em qualquer outro lugar. Provavelmente porque Caelum nunca havia mencionado qualquer outro homem, somente o Potter e o Weasley. Então, ele simplesmente assumiu que nunca houve alguém em sua vida. Ele nunca se perguntou se ela tinha um namorado, um amigo com benefícios ou apenas uma transa ocasional.
Ele estava se perguntando sobre isso agora e se perguntava por que ele estava desconfortável com o pensamento dela com alguém. Ele gostaria de dizer a si mesmo que era porque não queria seu filho exposto a namorados aleatórios. Que o Potter e o Weasley já eram muito na vida de seu filho. Não havia mais do que isso. Talvez ele simplesmente não gostasse da ideia de alguém dormindo na cama dela, apertado contra sua pele lisa, em uma casa que ele tecnicamente comprou, mas ele duvidava que ela tivesse usado o dinheiro da pensão para comprar a casa. Não, não havia mais do que isso. Ele não se importava com o dinheiro que deu a ela para sustentar Caelum. Ele não poderia dizer o mesmo sobre alguém apertando contra sua pele, apesar de tudo. Mas de todos os homens do planeta ele seria o último que deveria ter algum problema com quem ela se apertasse contra. Ele sabia disso, mas isso não o impediu de pensar sobre ela ultimamente. Muito. Hermione e aqueles dias na Escócia, continuavam deslizando em sua memória como um sonho que não poderia acabar. Como um sonho quente, nebuloso, cheio de desejo imprudente e necessidade. Talvez fosse porque ele estava passando mais tempo com Caelum e a via com mais frequência. Talvez porque ele estava geralmente na estrada e nos últimos dias ele tinha muito tempo em suas mãos e estava pensando em colocar as mãos sobre ela. Talvez porque ele não colocou as mãos em alguém por um tempo. Talvez ele estivesse entediado. Fosse o que fosse, talvez fosse a hora de descobrir isso.
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