SPECTACULAR LOSS OF CONTROL
Hermione estava na cozinha e ergueu uma taça de vinho tinto para os lábios. Várias emoções agitavam e colidiam em seu estômago. Choque e vergonha lutavam pelo primeiro lugar, mas mais do que tudo, ela estava envergonhada por sua total falta de controle. Ela esperava esse tipo de comportamento vergonhoso de Draco. Draco era... Draco. Ela não rolava no chão fazendo sexo. Não nos dias de hoje, pelo menos. E não com Draco, pelo amor de Merlin! Na parte de trás da casa ela ouviu a descarga e a porta do banheiro sendo aberta. Ela olhou para baixo para se certificar que seu roupão atoalhado estava firmemente amarrado em volta da cintura. Depois que Draco pegou suas roupas e se retirou para o banheiro, ela pegou sua própria roupa e correu pra cima. Ela colocou um roupão e lutou muito contra a vontade de trancar a porta e se esconder debaixo das cobertas pesadas até que ela descobrisse o que fazer. Ou até que Draco fosse embora. O que viesse primeiro. Infelizmente, essa não era uma opção. Ela era adulta e tinha que lidar com a situação como tal. Draco entrou na cozinha sem camisa, uma escada de músculos rígidos saindo do cós da calça jeans. Ele pegou a garrafa de vinho e olhou para o rótulo.
- Eu geralmente sou um cara de cerveja amanteigada. - Draco comentou antes de se aproximar do armário e pegar uma taça para ele. - Mas eu vou te salvar da vergonha de beber sozinha. - Ele disse e Hermione desejou que ele a salvasse da vergonha de enfiar a mão dentro das calças dele. Hermione esvaziou a taça e segurou na direção de Draco para uma reposição. Ele baixou a cabeça e seus olhos azuis acinzentados olhavam para ela fixamente. - Você está com raiva sobre o que eu disse? - Draco perguntou e Hermione balançou a cabeça. Ela não tinha ouvido nada além do fluxo de sangue deixando seu cérebro e sua própria voz gritando o seu nome. Graças a Merlin, Caelum não tinha acordado.
- O que você disse? - Hermione perguntou.
- Se você não se lembra, esqueça. - Draco falou acenando com a mão. Ele parecia um pouco aliviado e encheu sua taça. - Se você não está com raiva, porque seu rosto está todo vermelho? - Draco perguntou e Hermione colocou a mão em seu rosto quente.
- O vinho. - Hermione disse erguendo a taça.
- O vinho faz você franzir a testa? - Draco perguntou antes de derramar o Cabernet em sua própria taça. - Você quer que eu peça desculpas? - Draco perguntou e Hermione bufou. Um pedido de desculpas de Draco seria tão inesperado que ela poderia apenas desmaiar.
- Não. Eu não estou com raiva. - Hermione falou baixo.
- Então o que você tem? - Draco perguntou, colocando a garrafa sobre o balcão e tomando um gole.
- Principalmente, estou envergonhada pela minha espetacular perda de controle. - Hermione resmungou e Draco abaixou a taça e sorriu.
- Foi espetacular. - Draco concordou. Ela balançou a cabeça e lutou contra a vontade de bater nele.
- Você sabe quantas vezes eu disse a mim mesma que você era a última pessoa na face da terra que um dia eu iria fazer sexo? - Hermione perguntou emburrada.
- Eu estou supondo que algumas. - Draco disse.
- Mais do que algumas. - Hermione falou. - Você sabe quantas vezes eu disse a mim mesma que eu nunca faria sexo com você de novo mesmo se isso significasse salvar a minha própria vida? - Hermione perguntou antes de tomar um gole do vinho. - Apenas um mês atrás, se me fosse dada a escolha entre fazer sexo com você e lutar uma outra guerra, eu escolheria a guerra. - Hermione falou.
- Sim, eu acho que você mencionou algo parecido algumas vezes nos últimos cinco anos. - Draco murmurou e então abriu os braços. - E ainda assim você me escolheu e ao sexo espetacular. - Ele disse com um largo sorriso.
- Eu quis dizer que a minha perda de controle foi espetacular. - Hermione o corrigiu.
- O sexo foi espetacular também. - Draco falou. Ele levantou um dedo de sua taça e apontou para ela. - Você gozou duas vezes. - Ele a lembrou e Hermione deu de ombros e virou o rosto antes de seu rosto pegar fogo.
- Fazia um tempo. - Hermione falou baixo.
- Quanto tempo? - Draco perguntou curioso.
- Não se preocupe com isso. - Hermione falou rapidamente. Draco colocou os dedos quentes em sua bochecha e virou seu rosto na direção dele.
- Há alguns meses? - Draco insistiu.
- Deixe isso pra lá, Malfoy. - Hermione falou afastando o rosto da mão dele e tomando mais um gole do vinho. Talvez se ela ficasse bêbada o suficiente, ela achasse que a coisa toda era engraçada. Porém, provavelmente não havia bebida suficiente no mundo para isso.
- Um ano? - Draco chutou. Pelo seu silêncio suas sobrancelhas se ergueram em sua testa. - Um ano e meio? - Ele tentou novamente.
- Eu sou uma mãe. - Hermione o lembrou. - Eu trabalho e cuido de Caelum e quando tenho tempo sem ele eu corro para fazer uma massagem. - Hermione falou.
- Uma massagem não é um substituto para um bom sexo. - Draco falou para ela.
- Depende da qualidade da massagem. - Hermione retrucou. - Algumas pessoas são boas nisso, outras simplesmente não podem obter os pontos corretos. - Hermione comentou.
- Discordo. - Draco falou rindo. - Quanto tempo desde que alguém esfregou seus pontos corretos? - Draco perguntou.
- Um tempo realmente longo. - Hermione falou e se moveu para a sala e disse por cima do ombro. - Eu tenho um filho. Seu filho. Lembra-se? - Hermione perguntou e Draco acompanhou e ficou ao lado dela na frente das janelas. Ondas batiam um pouco além da grama e ela sentia mais do que via ele levantar a taça aos lábios. - Parece que a tempestade está diminuindo. - Hermione comentou.
- Dois anos? - Draco perguntou e Hermione revirou os olhos.
- Estamos de volta a isso? - Ela perguntou frustrada.
- Nós nunca deixamos porque você não respondeu. - Draco falou e um raio atingiu mais longe na distância, mas a chuva ainda caía.
- Mais de cinco anos, menos de seis anos. - Hermione murmurou. Levou alguns momentos para fazer a matemática. Em um segundo ele descobriu e engasgou com o vinho.
- Isso tem que ser besteira. - Draco falou surpreso. - Ninguém pode aguentar tanto. - Draco falou com sabedoria de bar.
- Por quê? Por que é tão difícil para você acreditar? - Hermione perguntou e levantou os dedos para contar as razões. - Eu estive grávida durante nove meses, coberta do vômito de um bebê durante um ano inteiro, depois disso trabalhando sem quase nenhum sono. - Hermione enumerou. - Eu estava morta de cansada durante os três primeiros anos da vida de Caelum e a última coisa que eu queria era outra pessoa na minha vida exigindo meu tempo. - Hermione falou para ele. - Ser uma mãe que trabalha é muito difícil. - Hermione declarou.
- Você não teve relações sexuais em quase seis anos? - Draco perguntou chocado. Fora tudo o que ela tinha acabado de dizer, ele estava preso nos anos reais. - Merlin! Não é de admirar que você seja tão má. - Draco falou.
- Eu não sou má. - Hermione falou, erguendo a taça para mais um gole e a manga de seu roupão roçou o braço nu de Draco. - É muito difícil para você acreditar que uma pessoa pode passar muito tempo sem sexo porque você provavelmente nunca ficou sem sexo durante seis dias. - Hermione resmungou.
- Tem sido muito mais de seis dias. - Draco falou. - Às vezes eu estou na estrada por duas semanas. - Ele disse e Hermione soltou um suspiro.
- Grande coisa. - Hermione falou.
- Mas eu posso te dizer uma coisa. - Draco continuou. - Se eu ficasse sem sexo por seis anos eu estaria cego agora. - Ele falou sério. - Então onde eu estaria? - Ele perguntou. - Eu sou um jogador de quadribol, não poderia jogar quadribol se eu fosse cego. Poderia? - Draco perguntou e Hermione se perguntou se ele acreditava em sua própria lógica distorcida. Infelizmente sim.
- Nas raras noites em que não trabalho e você está com Caelum, o que eu devo fazer? - Hermione perguntou retoricamente. - Ir para algum bar e pegar um cara aleatório? - Hermione o questionou. Recentemente ela não teve a mesma conversa com Shiloh e Harry?
- Algumas mulheres fazem isso. - Draco respondeu e a voz dele era um murmúrio na escuridão. De repente ele sentiu uma pontada de desconforto na conversa.
- Bem, eu não sou como algumas mulheres e apesar do que você pode pensar de mim dada a forma como ficamos juntos durante aquele fatídico fim de semana, eu nunca fui aquela mulher. - Hermione falou.
- Eu nunca pensei que você fosse. - Draco falou rapidamente e Hermione bufou.
- Você me fez fazer um teste de paternidade. - Hermione o lembrou. Draco abriu a boca para se defender, mas Hermione levantou uma mão para detê-lo. - Eu entendo porque você fez isso. - Hermione falou. Draco não era apenas um jogador de quadribol, ele também era um herdeiro de bilhões. - Na época, fiquei com raiva, mas eu entendi. - Hermione falou para ele.
- Mesmo assim, eu conheço você mais da metade da minha vida, eu nunca devia ter deixado chegar a esse ponto. - Draco falou, se mostrando verdadeiramente arrependido. - Na época ainda eram os advogados dos meus pais que me orientavam e eu estava muito perdido para lutar contra as decisões deles. - Draco explicou. - Eu devia ter sido mais incisivo, porque eu nunca quis esse teste em primeiro lugar. - Draco falou sério.
- Isso não importa. - Hermione falou para ele. - Meu ponto é que a última vez que eu saí para beber e fiquei com um cara, ele não era exatamente certo para mim. - Hermione falou e Draco abaixou a cabeça.
- Sim. - Draco murmurou. - Eu estava errado por um bom tempo. - Draco falou. - Mas nós temos Caelum. - Draco falou com um sorriso tímido. - Eu não tenho sido o melhor pai do mundo, mas eu amo meu filho mais que tudo. - Draco falou com sinceridade e Hermione balançou a cabeça.
- Na viagem de duas horas para cá esta noite você pensou em ligar? - Hermione perguntou, mudando o rumo da conversa.
- Claro, mas você teria me dito para não vir. - Draco falou.
- Você está certo. - Hermione disse a ele. - Você não pode apenas se convidar em nossas férias porque quer ver Caelum, como no Halloween e Ação de Graças. - Hermione disse a ele.
- Não se trata apenas do Caelum, Hermione. - Draco falou e Hermione olhou por cima do ombro para ele. Observando-o atentamente entre as sombras de seu perfil.
- Então, do que se trata? - Hermione perguntou sem entender.
- Eu ainda estou tentando descobrir isso. - Draco falou e se virou para ela, apoiando um ombro nu no vidro. - Eu acho que pode ter algo a ver com negócios inacabados entre nós dois. - Draco falou olhando para ela.
- Todo o 'negócio' que tínhamos acabou há muito tempo. - Hermione disse resoluta. Draco passou a mão pelo rosto dela, e empurrou seu cabelo atrás da orelha.
- Na primeira noite que te vi, naquela festa a fantasia, você me fez lembrar do tempo em que eu tinha oito ou nove anos e meus pais me levaram para umas férias no sul da França. - Draco contou. Seu olhar se moveu sobre o rosto dela e cabelo. - Era de noite e estávamos em uma linda casa de campo, eu olhei para fora e vi brilhantes luzes piscando na escuridão. - Draco disse. - Minha mãe me disse que eram vaga-lumes e eu fiquei tão intrigado. - Draco disse, lembrando da memória com um sorriso. - Eu corri atrás deles, tentando pegar um. - Draco disse e Hermione tentou ignorar o toque de seus dedos em seu pescoço.
- Você acabou de me comparar a uma mosca? - Hermione perguntou com a sobrancelha erguida.
- Eu te comparei com uma luz brilhante e intrigante que eu queria pegar e segurar em minhas mãos. - Draco falou e quando ele dizia coisas assim, lembrava exatamente como e porque ela se apaixonou por ele tão facilmente há seis anos. Se ela não o conhecesse por completo poderia estar em perigo de se apaixonar novamente.
- Eu não vou fazer sexo com você de novo, Draco. - Hermione falou e Draco sorriu e baixou a mão para o seu lado.
- Okay. - Ele falou. Claramente ele não acreditava nela, o mais sensato a se fazer seria mandá-lo para casa. Ou fazê-lo ir atrás de um quarto de hotel. Mas ela apenas apontou para o sofá.
- Transfigure em uma cama e fique a vontade. - Hermione falou e esperou que ele fosse discutir. Jogasse charme. Que a beijasse até que cedesse e compartilhasse sua cama. Em vez disso, ele sorriu como se tivesse terminado seu objetivo.
- Vejo você pela manhã. - Draco falou se jogando no sofá.
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