- Não mãe, definitivamente não! - Ouvia os gritos de Mon-El ecoarem de seu quarto. Ele não parecia se importar se caso alguém passasse e escutasse. Estava lá dentro a um bom tempo com a mãe e o irmão. Eu não deveria escutar atrás da porta, mas como resistir depois de Adam me dizer que ele e Rhea teriam uma conversa definitiva com Mon-El a respeito do casamento? - Eu não vou me casar, eu nunca quis um compromisso assim!
- Querido vai ser uma aliança enorme para Daxam, ainda mais em uma época de guerras como essa - Rhea argumentou - pense em nosso reino, faça algo por nosso povo. Você é o segundo e último filho na linha de sucessão do trono, precisa estar bem casado.
- Exatamente, isso também deixaria ainda mais forte nossa aliança com Krypton Mon-El, juntos nossos três reinos seriam os maiores - Adam se pronunciou.
- Eu não me importo! - Gritou outra vez - Danem-se toda a política que o casamento envolveria, eu não sou uma mercadoria de troca, não vou me vender assim, perder minha liberdade, e me casar com uma mulher que não amo, eu nem conheço Lena, é a última vez que eu digo, desistam dessa ideia, ou eu mesmo estragarei tudo.
- Lena é uma chance enorme pra que você mude de vida, é linda, é doce, prendada, princesa de um reino repleto de riquesas, você nunca encontraria alguém melhor que ela, e algum dia terá que se casar Mon-El, não adianta adiar isso, não perca a chance filho - Rhea continuava a dizer.
- Eu não quero mãe, eu não vou ser feliz assim, minha felicidade não conta? - Perguntou em um tom de voz triste. Senti meu coração se apertar no peito, só desejava que tudo fosse mais simples pra nós.
- Nem tudo se trata de felicidade Mon-El, a meses atrás era eu tendo essa discussão com nossos pais, e tudo acabou sendo como eles disseram, Kara é uma boa pessoa, e vamos construir juntos uma vida - Adam tentou ajudar.
- Não compare você a mim! - Tive a impressão que Mon-El impurrou o irmão. Eu estava preocupada com os rumos daquela conversa - você é um canalha, um péssimo marido, é fácil me dizer que eu devo me casar quando trata sua esposa como bem entende, não liga para os sentimentos dela, e quando está fora do palácio age como se ainda fosse solteiro! - Atirou as palavras sobre o irmão e eu levei a mão a boca chocada - você sabia mãe? Adam até bateu na Kara uma vez, isso ele te contou? - Riu nervosamente - hipócrita, todos sabem que preferia não estar casado, eles só têm fechado os olhos diante de tudo que você faz, e aplaudido agora que você resolveu que é uma boa ideia ser um homem menos desprezível aceitando o casamento nos seus termos.
- Adam, por favor! Não vale a pena filho - Rhea pareceu o impedir a fazer algo. Provavelmente de partir para cima do irmão.
- Pode não parecer, mas estou tentando te ajudar seu inconsequente - Adam dizia em um tom de voz mais baixo - você não tem um pingo de responsabilidade Mon-El, vai chegar um momento em que vai deixar de ser engraçado essa sua alma livre, nosso pai vai tirar tudo que você tem, e nem mesmo a família vai lhe restar. Se é tão egoísta a ponto de não pensar em nosso reino, pense no seu futuro idiota - concluiu e eu ouvi os passos dele em direção a porta, corri e me escondi, voltando em seguida quando ele entrou no nosso quarto.
- Filho, escute seu irmão, e me escute - Rhea pedia carinhosamente - é para seu bem, ao menos tente, estamos tentando fazer tudo da forma fácil, porquê você sabe que se o seu pai interferir, isso não vai acabar bem, você já ultrapassou muitos limites, chega, por favor - pareceu encerrar e então foi a próxima que eu vi deixar o quarto.
Sentia meu coração palpitar pela vontade entrar e apenas abraçá-lo pelo tempo em que fosse suficiente para que se sentisse melhor, mas naquele momento eu era incapaz. A realidade me assustava. Eu sabia, Lena era o melhor para Mon-El, e talvez tudo o que eu pudia fazer de melhor por ele era me afastar e deixar que seguisse seu caminho. Mas como? Como? Se a gente se amava tanto. Como se aquele casamento poderia significar o fim de tudo para nós? O tipo de amor que eu oferecia a Mon-El era tão egoísta, eu estava o privando de ir em frente em algo que realmente poderia ser bom para ele. Eu sabia, ele achava sim Lena interessante, e talvez já tivesse aceitado se casar se não fosse por mim. Eu era a responsável por sua irredutibilidade a respeito de não se casar. E se no fim ele pagasse por isso?
Eu tinha medo, muito medo a respeito de tudo isso, e ainda me sentia mal por tudo que havia acontecido na noite anterior. Ainda sentia raiva e ciúmes pelo que Lena tinha me contado mais cedo, e uma confusão enorme pelas palavras de minha mãe, e além de tudo tinha o afastado de mim naquela manhã de forma fria. Mas só torcia por uma coisa: que ele não aceitasse aquilo, ao menos não ainda, eu não estava pronta, eu ainda não conseguiria me afastar, doeria muito abrir mão dele assim, eu iria precisar de tempo, só torcia que ele entendesse isso. Vê-lo dar início a um noivado agora acabaria comigo, tinha que haver outro jeito.
Respirei fundo e sequei as lágrimas dos olhos. Era melhor não ficar ali no corredor expondo minha tristeza. Não queria correr o risco de dar de cara com Lena por exemplo, ela me faria ouvir mais mil e uma coisas sobre Mon-El, e tudo que eu não queria era isso. Me encaminhei ao quarto e me surpreendi ao encontrar Adam na varanda pensativo. Ele nem mesmo me notou entrar, ou me viu me aproximar. O jardim abaixo dele parecia levar toda sua atenção. Não se parecia mais em nada com o Adam de mais cedo que surpreendentemente tagarelou durante todo o almoço em família. Até Rhea pareceu surpresa ao vê-lo tão familiarizado com todos.
- Adam! - Chamei sua atenção - tudo bem?
- Kara... - se virou para mim - ah claro, eu só estava aqui... - pareceu tentar elaborar uma desculpa que não o comprometesse.
- Pensando? - Sugeri - tudo bem pensar Adam, na verdade as pessoas fazem muito isso - falei de uma vez e me preparei para ouvir uma reprovação.
- É só... - respirou fundo - só me sinto sobrecarregado.
- Me parece familiar - falei em um sussurro e me encostei ao seu lado - por que? - Ousei perguntar.
- Você não entender... - me encarou desistindo do que falaria.
- Tente - dei de ombros - pode não parecer, mas nós mulheres também temos problemas sabia? E muitas vezes nos sentimos sobrecarregadas também - falei com uma certa ironia na voz e ele pareceu perceber.
- Desculpe - pediu arrependido - okay, eu posso tentar - suspirou.
- Comece - incentivei evitando o contato visual. Talvez assim ele se sentisse menos intimidado. Não fazia ideia do porquê estava insistindo naquilo, mas de repente me peguei realmente curiosa pelos motivos para que ele estivesse daquele jeito que eu nunca tinha visto antes, e também precisava por um segundo me esquecer dos meus problemas.
- Eu tenho me divertido aqui, eu sei que você não acredita muito nisso, mas eu tenho mesmo - riu - o passeio a cavalo, o treino, as refeições com sua família, e... você sabe, o tempo aqui, tem me dado momentos legais, por um tempo até pareceu que eu estava tendo férias da minha vida tediosa de futuro rei, mas... - balançou negativamente a cabeça - sempre que eu começo a aproveitar algo, e sinto a mínima tranquilidade, de repende sou bombardeado com as responsabilidades, ou algo que sai completamente fora dos planos - suspirou - eu adoro Daxam, eu amo o fato de que vou cuidar do meu reino um dia, mas as vezes eu só gostaria de não ter tanta pressão sobre mim, de não ter sempre a voz do meu pai em minha cabeça exigindo que eu seja responsável, que eu seja o melhor, e quer saber? Eu invejo quem tem isso, quem poderia desfrutar de uma viagem como essa sem mil e um assuntos políticos na cabeça - concluiu e me encarou parecendo surpreso por conseguir falar. Eu também estava, e entendia o que ele queria dizer, quantas vezes não foi Kal-El ali em seu lugar? Me dizendo o quanto era complicado ser tão cobrado o tempo todo. Era engraçado, eu nunca havia pensando que ele poderia se sentir assim - esquece o que eu falei, é bobagem um cara que tem um futuro brilhante pela frente reclamar por algo tão bobo. Eu só fiquei frustrado com a situação de Mon-El em meio a nossa viagem.
- Não é bobo Adam, é humano, você não é só um futuro rei, é um jovem que infelizmente passou a vida toda se preparando para algo que claramente ainda vai demorar muito para acontecer. Tudo bem sentir falta da vida que você não tem, tudo bem não estar satisfeito, eu acredito que ninguém esteja completamente no fundo - afirmei sincera. Eu também me sentia da forma que citei, por motivos diferentes claro.
- Obrigada - ele disse sem delongas e me puxou de forma grotesca para um abraço. Eu estava sendo sufocada, mas ele parecia realmente aliviado.
- Não foi nada - eu disse ao fim do abraço pronta para me afastar.
- Mas e você? - Me impediu de ir - você não parece bem - me encarou - quer me falar o motivo? - Balancei negativamente a cabeça e suspirei.
- Você não entenderia - afirmei ao me afastar em seguida e resolvi deixar o quarto, ainda tinha muito o que pensar, ir parar ali não havia sido uma boa ideia.
(...)
Já fazia algum tempo que eu estava me escondendo de todos mais uma vez na biblioteca, dessa vez sozinha. Precisava de espaço para organizar meus pensamentos, ou enlouqueceria. Lá fora provavelmente sentiam minha falta, mas felizmente ninguém resolveu me procurar. Ao menos não até Mon-El adentrar a porta e vir em minha direção. Me levantei apressada e o abracei, eu precisava que ele entendesse que eu estava arrependida.
- Me desculpe por hoje, eu agi errado com você - não senti seus braços me envolverem como de costume então resolvi me afastar - e te magoei não foi? - Perguntei ao encará-lo - sabe que eu só estava confusa e temendo pelo que ouve.
- Isso não importa agora Kara - desviou o olhar.
- Claro que importa - insisti - eu te amo - segurei seu rosto entre as mãos - sei como isso tem sido difícil pra você - tirou minha mãos delicadamente do seu rosto.
- Não, não sabe não - afirmou em um tom de voz triste.
- Mon-El eu... - não deixou que eu continuasse.
- Eu só vim pedir algo - explicou - Lena vai convidar você e Adam para um jogo de cartas com a gente, pode dizer não? - Pediu.
- Por que quer que eu diga não? - Ri nervosamente confusa - não quer que eu veja vocês dois juntos? - Perguntei ao cruzar os braços - eu soube está bem? Soube o quanto tem em comum com Lena, o quanto se divertiram juntos, esse é o motivo para me querer longe? - Lá estava eu sendo levada pelo ciúme outra vez.
- Eu não deveria ter vindo - bufou frustrado - só te fiz um pedido, se não quer atendê-lo é um direito seu - afirmou se afastando.
- Mon-El! - Chamei irritada - Mon-El! - Repeti mas ele já havia deixado a biblioteca - inferno! - Joguei o um livro qualquer contra um vaso de flores e o vi cair se quebrando em vários pedaços em seguida. O que ele poderia querer esconder de mim? O que teria de mal em um jogo? Não atenderia seu pedido, se existia a mínima atração da parte dele por Lena, eu teria a prova disso hoje.
(...)
- Eu não entendo - Adam disse tomando mais um gole de vinho - por que estamos esperando para jogar respectivamente com o homem e a mulher que eu e você mais evitamos nesse mundo?
- A vida é injusta - afirmei indiferente, estava ocupada demais dividida entre meus pensamentos tristes, raivosos, culpados, e enciumados para dar ouvidos as questões de outra pessoa agora.
- Eles chegaram - disse e eu levantei meus olhos vendo Lena surgir agarrada ao braço de Mon-El rindo ao sussurrar algo em seu ouvido.
- Vadia oferecida - sussurrei incrédula.
- Disse algo? - Adam perguntou.
- Claro que não - sorri largamente vendo eles se aproximarem - oi, adoramos o convite, não foi Adam? - O encarei esperando uma confirmação.
- Foi?! - Confirmou nitidamente confuso com minhas ações.
- Boa tarde - disseram e tomaram os lugares a nossa frente na pequena mesa que ficava próxima ao jardim. Tínhamos uma bela vista do céu de fim de tarde pouco iluminado.
- Sabe que vocês fazem um casal bonito? - Lena nos encarou - são fofos não são Mon-El? - Ele engoliu seco evitando nos olhar.
- Claro - assentiu forçando uma risada.
- Vocês também fazem um belo par - Adam elogiou - fariam belas crianças, e quem sabe elas colocariam juízo na cabeça do Mon-El - pareceu não perceber a crítica que fez, Lena acabou rindo encarando como brincadeira e nós três nos forçamos a acompanhá-la.
- Esse é um bom tópico, você gosta de crianças Mon-El? - Ela perguntou ao se virar para ele.
- Sim, se elas não forem minhas - fiquei tão surpresa quanto Lena ouvindo aquilo - não me imagino sendo pai - afirmou e ela parece um pouco decepcionada.
- Você diz isso agora, depois que se casar muda de ideia - Adam disse ao encará-lo com um olhar reprovador distribuindo as cartas igualmente para todos nós.
- Não duvido disso, é nítido como o casamento muda as pessoas - disse ironico e sentimos o clima pesar um pouco.
- Podemos começar o jogo? Estou ansiosa - pedi tentando trazer o mínimo de discontração para aquele ambiente.
- Claro, vamos ver se você e Adam superam Mon-El e eu - Lena disse animada.
- Ainda se lembra do que eu ensinei Mon-El? - Adam riu ao perguntar - ele sempre perdia nos jogos de cartas com nossos pais, até que eu passei uns truques a ele - contou para Lena e eu.
- A infância de vocês deve ter sido ótima eu suponho - Lena fez sua primeira jogada - em uma família tão pequena deve sobrar amor - ambos se encararam sem saber quem mentiria - Mon-El por exemplo é um doce, toda a família é assim Kara?
- Claro, eu não poderia ter sido mais bem recebida - forcei um sorriso ao afirmar e fiz minha jogada também.
- Não está mentindo está? - Cerrou os olhos se escorando em Mon-El com a desculpa de ver suas cartas e continuando ali, ele nem se moveu para afastá-la - vocês só estão me falando bem da família de vocês e de Daxam, não me enganem.
- Eu não mentiria pra você - Mon-El garantiu ao servir uma taça de vinho e entregá-la. Eu poderia bater nele com aquele objeto até que aquele metal precioso se amassasse, somente pelo ódio que sentia - não se preocupe.
- Eu fico mais aliviada - afirmou em um sussurro perto de seu rosto. O que será que tio Lionel diria ao vê-la agir assim? Aquele comportamento não caia bem do ponto de vista dele, a uma moça solteira.
- Nos conte sobre a infância de vocês duas, eu aposto que Lena tem coisas a falar sobre Kara - Adam sugeriu e eu o encarei irritada - desculpa, eu só estava curioso - sussurrou.
- Esse sim é um bom tópico - Mon-El incentivou - vocês cresceram juntas não foi? Devem saber tudo uma sobre a outra, nos contem.
- Ah claro - Lena pareceu empolgada - eu vou contar sobre como Kara era desastrada. Uma vez ela sujou de suco o vestido de uma noiva num casamento que fomos.
- Uma completa verdade, foi depois de você me empurrar - afirmei ao encará-la.
- Você era mesmo tão má Lena? - Mon-El perguntou com um sorriso interessado no rosto.
- Talvez eu ainda seja um pouco - piscou sugestiva - mas sobre isso sabem que é brincadeira da Kara, claro que foi sem querer - tratou de se retratar nos minutos seguintes com uma história falsa.
Seguimos com o jogo e graças a minha concentração quase nula Adam e eu perdemos quatro vezes. Sentia um nó na garganta, precisava me afastar daqueles dois ou surtaria. Não aguentava mais assistir aquilo de perto. Nem me importava se não tinha chegado a uma conclusão, só queria que a voz de Lena fugisse de meu alcance logo.
- O jantar vai ser servido - avisou um servo ao se aproximar.
- Obrigada - eu disse e ele se retirou. Ótimo momento.
- Podemos fazer isso mais vezes - Lena sugeriu.
- Quando quiser - Adam disse interessado. Ele tinha acabado por rir muito de tudo que Lena dizia assim como o irmão. Era o que me faltava, os dois se divertindo as custas do meu sofrimento.
- Vamos? - Mon-El estendeu o braço e Lena segurou outra vez o seguindo para dentro. Vi ela sussurrar algo em seu ouvido e ele sorriu - você será muito bem vinda - consegui ouvir ele dizer antes que sumissem. Lena seria bem vinda aonde? O que estavam combinando?
(...)
Após o jantar todos acabamos ficando um bom tempo conversando na sala de jantar. Obviamente eu não estava com muita cabeça para aquilo, mas estar perto da minha família era sempre ótimo, não perderia a chance. Já era tarde quando minha mãe foi a primeira a se retirar, afirmando estar cansada. Logo depois tio Lionel fez o mesmo, e Lena o seguiu. Os restantes pareciam empolgados ainda pelo assunto, mas mesmo assim logo Mon-El tratou de ir com a mãe também. Fiquei com meu pai, Adam e Kal-El conversando por mais um tempo até que chegaram a um assunto nada interessante e decidi me retirar também.
Me despedi e Adam disse que logo iria também. Subi em direção ao meu quarto sem pressa, tomada por pensamentos sobre aquele dia e fui surpreendida por Lena andando pelo corredor parecendo cuidadosa para não ser notada. Estava com seus trajes para dormir, mas não parecia nada interessada nisso, seu quarto nem ficava por perto, o que queria ali?
Me afastei para que ela não me notasse e a vi bater na porta de Mon-El sutilmente. Entendi finalmente que talvez o "você será muito bem vinda" de mais cedo poderia se referir a isso. Como ela tinha coragem? Não era possível que se prestaria a esse papel desesperado para conquistá-lo. E Mon-El? Ele não poderia estar realmente esperando por ela poderia? Céus eu só torcia para que ele não abrisse aquela porta. Tudo menos isso.
- Não me decepcione assim por favor - pedi em um sussurro ao fechar o olhos tentando não surtar - não abra a porta, não abra, não abra, não... - tomei coragem para abrir os olhos e tudo que vi foi Lena agarrar Mon-El e a porta ser fechada em seguida. Era real, todo o interesse que ele havia negado ter por ela existia, ele havia mentido pra mim.
Levei a mão a boca tentando segurar meu choro, mas claro que não conseguiria, eu era um completa idiota em tudo que se referia a ele, mais do que nunca, era óbvio que eu choraria. Corri para o quarto para não correr o risco de ser pega naquele estado por ali. Somente por imaginar o que poderia estar acontecendo naquele quarto sentia nojo, e um ódio sem igual. Aquele era mesmo o Mon-El que havia me feito juras de amor na manhã daquele dia? Ou o que havia arriscado sua vida por mim na noite anterior? Por que eu estava surpresa? Por que eu estava triste? Não era óbvio que Lena sempre vencia? Não era óbvio que Mon-El nunca havia sido meu? Não era óbvio o final de tudo aquilo?
- Kara? O que foi? - Adam surgiu de repente se aproximando preocupado - qual o problema? - Me ofereceu seus braços e eu me apressei em abraçá-lo, só precisava do mínimo de conforto possível - alguém te fez alguma coisa?
- Não - respondi com uma voz de choro.
- Me diz o que houve - segurou meu rosto e secou minhas lágrimas - me deixa te ajudar - pediu.
- Eu deixo - assenti acabando com o espaço entre nossos lábios e dando início a um beijo que pareceu surpreendê-lo. O puxei em minha direção a caminho da cama e antes de alcançá-la ele me pegou no colo.
- Eu só quero que saiba que... - hesitou por um segundo em falar. O encarei ainda sentindo as lágrimas descerem por meu rosto.
- Tudo bem, não precisa dizer nada - afirmei voltando a beijá-lo.
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