"Você, com suas palavras afiadas
E espadas e armas que você usa contra mim
Você me tirou dos meus pés de novo
Me fez sentir como se eu não fosse nada
Você, com sua voz como unhas em um quadro negro
Me desafiando quando eu estou ferida.
Você que está pegando no pé do mais fraco
Você pode me derrotar
Com apenas um simples golpe".
Taylor Swift
Era natal, mas Taylor não estava nem um pouco animada com isso, afinal, seria mais uma data importante sem o seu pai ao seu lado. E ela já não aguentava mais isso. Nem cantar ela queria mais, em especial, aquelas belas canções de natal, que a mesma tanto amava. Tudo parecia cinza e sem graça, e para completar era um natal sem neve, o calor era insuportável, e a mesma não gostava nem um pouco do calor, ela preferia o frio, já a antiga Taylor era o contrário, amava calor, e não era muito fã do frio. Tudo parecia diferente dos anos anteriores, quando Taylor tinha toda a sua família ao seu lado. Família essa que agora estava incompleta sem o seu pai em casa, e tudo por causa do trabalho dele, que ele sempre colocava a frente da própria família, ao ver da loira.
Taylor estava no seu quarto com uma foto sua com o seu pai e em mãos, ela só o queria em casa no natal, no ano novo e pelo resto das vidas deles. Só que, o emprego dele como miliciano, estava sempre em primeiro lugar, e a loira já não aguentava mais isso. Ela estava simplesmente não aguentava mais ser a segunda opção de todo mundo, até as suas amigas a estavam deixando de lado por causa dos seus namorados, em especial a Tori, que além de estar noiva de seu irmão Austin. E falando no Austin, Taylor sentia mais falta do seu irmão, agora estava noivo e seria pai, quase nem lhe dava mais atenção. Taylor estava tão distraída nos seus pensamentos, que nem percebeu quando sua mãe entrou no seu quarto, bastante preocupada com a mesma, e com razão, bem na realidade.
-Ainda chateada? -pergunta a mais velha, preocupada- Tenta não ficar assim, não é culpa do seu pai, ele tenta te dar o melhor e fazer o mesmo pelo seu irmão e por mim, minha querida. Tente entender isso, por favor. Por mim.
-Não me peça mais pra tentar entender isso, eu não aguento mais-diz Taylor com um fio de voz- Cansei de entender o Scott e os motivos dele, que quase sempre são mais importantes do que eu.
-Taylor -suspira- Taylor... Filha, por favor, o seu pai te ama. Acredite nisso.
-Ele não me ama coisa nenhuma! -Taylor diz com raiva- Pois se ele me amasse de verdade, ele estaria aqui comigo, com a gente, passando esse natal ao nosso lado, assim como em quase todos os anos! Mas ele não está aqui! Simplesmente não está, mamãe! Por que ele não está aqui? -ela começa a chorar e Andréa a abraça- Já não bastava não ter vindo no meu aniversário, até no natal ele deixou de vir, que saco! Eu odeio o trabalho do papai! E odeio tudo o que o afasta de nós, mamãe!
- Ah, minha filhinha -Ela suspira acariciando seus cabelos- Tente não desanimar, afinal tudo sempre acontece no natal, não se esqueça disso, Tay.
-Eu não acredito mais nisso -diz com uma voz chorosa, deitando sua cabeça no colo de sua mãe, enquanto abraçava a foto em que o seu pai a ensinava a andar a cavalo. Nessa foto Taylor tinha apenas sete anos- Eu não acredito mais na magia do natal, pelo menos, não mais como antes, mamãe, e tudo isso por culpa do Scott, e suas falsas promessas.
Depois da conversa que teve com a sua mãe, Taylor estava numa pequena praça que ficava perto da sua casa, ela queria ficar sozinha naquele momento. Mas tudo meio que mudou quando o Taylor apareceu bem na sua frente, com aquele sorriso de lado que ela tanto amava.
Ao ver sua loirinha meio triste e pra baixo, Lautner apenas a abraça, como se, com apenas um abraço, ele pudesse tirar todas as dores dele somente para passar para ele. Taylor chorava como uma criança com a cabeça apoiada no peito forte do seu moreno, com muitas saudades do seu pai, e da neve.
-Calma loirinha -diz ele-Calma que vai ficar tudo bem, confia em mim e me conta o que aconteceu.
-Não minta pra mim -ela soluça-Nada vai mudar, não vai ficar nada bem, e tudo por culpa do Scott.
-Scott? -franze o cenho-Ah sim, seu pai, mas o que tem ele, loirinha?
-Ele não vem para o natal -Lautner já sabia da surpresa, mas não disse nada. Na verdade todos sabiam, menos a Taylor, a mais interessada- E ele prometeu que viria, mas faltou com a sua palavra, igual fez no meu aniversário desse ano, Lobinho. E eu meio que já tô cansada disso tudo, e isso meio que faz um tempo.
-Ele deve ter os seus motivos para não vir, loirinha -a loira se afasta dele com uma cara de brava, seu nariz e suas bochechas estavam coradas e a sua maquiagem um pouco borrada- O que foi agora, hein Loirinha? Por que simplesmente se afastou de mim? Será que eu posso saber?
-Você está defendendo o Scott, igual o Ratinho de laboratório e a minha mãe. Mas que surpresa -ironiza e revira os seus olhos- Todos sempre defendem o Scott, mas ninguém fica do meu lado, nem mesmo o meu próprio namorado.
-Agora você está sendo injusta comigo loirinha -o moreno estava meio bravo com ela, mas não muito-Eu sempre estive do seu lado. Estou do seu lado agora. E nunca vou te abandonar, e eu achei que você soubesse disso.
-Perdão, me desculpe mesmo Lobinho, é que, eu sinto falta do meu... Do Scott, e essa saudade que eu sinto dele fica bem maior fica bem maior no natal -ela suspira e engole em seco- Eu só queria uma coisa de natal, Lobinho, o meu pai aqui comigo para sempre.
-Não desanime, afinal, é justamente no natal que os milagres mais bonitos acontecem e os desejos mais profundos do coração se tornam realidade, Loirinha.
-Duvido que o meu desejo se realize, pois não acredito mais na magia do natal, estou velha demais pra isso. Eu acho.
-Se você se diz velha, imagino que eu seja o Matusalém -diz a fazendo ri r- Olha só, eu te fiz rir, já ganhei o meu dia hoje.
-Obrigada -o abraça de novo-Obrigada por sempre me fazer rir, até mesmo nos dias mais difíceis.
-Esse é o meu trabalho, a minha vocação, loirinha -sorri meio de lado, mostrando uma de suas covinhas, a deixando encantada- Pois fazer a minha garota rir é a melhor coisa do mundo, amo o seu sorriso, Tay, ele brilha com a intensidade de um bilhão de sóis, iluminando tudo e todos. Ele é mágico, e me encanta muito, Loirinha. E sabe por quê? Porquê eu te amo. Eu te amo de verdade Tay, e isso é pra sempre.
-Também amo o seu sorriso, Lautner. E sim, eu também amo você, muito mesmo. As vezes até demais.
Os dois começam a se encarar em silêncio, e então se beijam apaixonadamente, como se só existissem eles dois no mundo.
Algumas horas mais tarde...
Mais uma vez no seu quarto, Taylor andava de um lado para o outro, muito irritada, pois sua mãe havia contratado um Papai Noel falso para dar uma animada na casa. Como se o Austin e ela fossem apenas crianças, e pior ela havia feito os biscoitos favoritos do pai dela para ele, o com gotas de chocolate, o que para a loira era quase um ultraje. Vendo que sua irmã estava mais do que irritada, Austin vai até o quarto dela, já sabendo que ela não vai tratar ele bem. Algo que acontecia com bastante frequência nos últimos meses, principalmente por causa da nova Taylor, que para o loiro não passava de uma versão mais chata de sua irmã, e isso em todos os sentidos da palavra. Mas ele não dizia nada, para não magoar mais ainda a sua irmã.
-O que quer aqui Ratinho de laboratório? -ela estava séria- Eu não tô nos meus melhores dias.
-Novidade -ironiza- Todos os dias você tá desse jeito, de mal com o mundo, e na boa, isso não é nada legal.
-Vê se me erra e não me enche o saco.
-A mamãe contratou esse Papai Noel falso por sua causa -começa ele- Então para de bancar a garota mimada e mal agradecida e aparece na sala hoje a noite pra ver esse tal Papai Noel.
-Eu não vou descer -se senta na cama com os braços cruzados na frente do peito, de cara emburrada-Tenho quinze anos de idade, e não cinco.
-Pois você está agindo agora como se tivesse cinco anos de idade, não quinze, Taylor. Na boa Porquinha -recomeça ele, menos sério- Faça isso pela mamãe, por ela. A mamãe já fez tanto pela gente, não custa nada a gente fazer isso por ela. Eu também não gostei da ideia de ter um Papai Noel falso em casa, mas estou aceitando isso pela mamãe, Tay, afinal ela merece isso e muito mais, você não acha?
-Chantagista.
-Você vai descer lá pra sala daqui a pouco, Porquinha?
-Eu vou pensar nisso.
-Okay, Tay.
Mais a noite...
Taylor não estava nem um pouco feliz na sala com o Austin, a Tori, o Austin, sua mãe e o falso Papai Noel, ela se sentia triste demais para comemorar o natal. E estava tão distraída, que nem percebeu que de fato estava debaixo daquela roupa vermelha de papai Noel e da peruca branca e barba falsa de mesma cor. Nisso chegou o momento de se sentar no colo do Papai Noel, e todos decidiram que seria melhor a Taylor fazer isso. Assim ela faria o seu pedido de natal. Relutantemente Taylor acabou aceitando se sentar no colo do Papai Noel falso, mas com uma cara de poucos amigos, e de braços cruzados.
-Uma menina tão linda não deveria ser tão séria -Scott estava disfarçando a sua voz, e também estava imitando a risada do papai Noel- Mas por que está tão séria, minha jovem?
-Isso não é da sua conta -diz isso na cara dura, sem saber que se tratava do seu pai- E na boa, já sei que você não passa de um ator contratado pela minha mãe. E que Papai Noel não existe, assim como os milagres de Natal.
-Mas quanta amargura em uma menina tão jovem -diz se sentindo culpado, mas continuando com a farsa- Por que tanta raiva do mundo?
-Já te disse que isso não é da sua conta, afinal você não está sendo pago para me fazer esse tipo de pergunta, seja lá você quem for, tá legal?
-Taylor! -exclama Andréa- Não trate o Papai Noel assim, senão pode acabar sem o seu presente de natal.
-Eu não ligo, o único presente de natal que eu quero, duvido que esse falso Papai Noel possa me dar.
-Me diga qual é -Scott pede, ainda interpretando o seu papel como papai Noel- Vai ver eu possa te dar esse presente de natal.
-Se isso fizer todos me deixarem em paz, está bem -sai de cima do colo do Papai Noel falso, ficando de costas para o mesmo- Eu queria o meu pai aqui.
-Pois considere o seu desejo de natal realizado, Anjinha do papai-usa a sua voz mesmo, e quando Taylor se virou, ele já estava sem o seu disfarce de papai Noel- Sentiu saudades?
-Papai! -vai até ele e o abraça com lágrimas nos olhos -Ah papai -sua voz estava chorosa- Você armou tudo isso com todos eles, não foi?
-Sim, eu queria te fazer uma surpresa, minha anjinha -se desvencilia e repara no novo visual dela- Mas o que você fez nos seus cabelos? Essa não é você. Não se parece em nada com a minha anjinha. Nem você gosta desse visual, por que fez isso consigo mesma, Taylor?
-Por favor papai não me critique, só me ame e me aceite como sou agora -pede chorando muito- Eu só quero te abraçar e te escutar dizer que me ama todos os dias, papai, nada mais, será que isso é pedir muito?
-Não, Anjinha do papai. Não é -ele a abraça ainda mais- Feliz natal. Te amo.
-Feliz natal, papai. Eu também te amo.
Eles logo começam a cantar noite feliz, e os demais os acompanham, com Tori e Austin ao piano. E do nada começou a nevar, como num verdadeiro milagre de natal.
Depois da música, Austin começou a tocar uma valsa bem suave com a ajuda da Tori, e então, Scott conduziu Taylor para o centro da sala logo após Lautner e Andréa tirarem os móveis daquele lugar.
-Estou realizando o meu sonho-Taylor diz com voz chorosa- Minha valsa dos quinze anos com você papai. Mesmo que não seja exatamente no dia do meu aniversário.
-Para dançar com você não precisa ser o seu aniversário, anjinha do papai -sorri- Basta me pedir para dançar com você. Posso não ser o melhor dançarino do mundo, mas te amo mais que tudo e faria qualquer coisa para te ver sorrir.
-Só de você estar aqui comigo, já me faz sorrir papai.
E eles continuam a valsar, enquanto Andréa filmava tudo, e nevava lá fora, pela magia do amor e do natal.
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