-Tudo bem com você? – Melody questiona sentando na cadeira atrás de Colfer.
-Tudo, tudo certo. – Ele respira fundo enquanto gira uma caneta entre os dedos.
-Você saiu sem sequer me esperar hoje, achei bem estranho. – Ela sussurra na orelha dele. – Tem certeza de que está tudo bem?
-Tenho, Mel. – O castanho suspira e só então desvia se olhar para porta.
O professor Darren entra e de longe já o encara, no entanto abaixa a cabeça na intenção de evitá-lo, sendo assim, ele segue em direção a sua mesa, largando a sua bolsa carteiro em cima da mesma.
-Ser ou não ser, esta é a questão. – Ele fala virando-se na direção de todos. – O que seria exatamente ser? Ser seria sermos o que somos? Ou ser seria exatamente não sermos o que somos? – Ele dá um passo a frente e todos ficam em silêncio. – Sei que todos aqui estamos acostumados a escutar este ditado e que estamos cansados da mesma resposta: Ser é aquilo que você é. Porém, eu lhes pergunto, somos exatamente o que queremos ser?
O moreno para de frente para todos os alunos e o silêncio permanece. Aos poucos ele desvia seu olhar para o castanho e continua a falar:
-As vezes temos um desejo, um desejo terrível, porém, ainda assim, um desejo. Mas esse nosso “ser” não nos dá passagem para que possamos seguir em frente com esse sentimento. – Ele desvia o olhar para o restante dos alunos. – Por exemplo, imaginem um homem que sente desejo em matar outro homem. – Ele diz e todos ficam assustados. – Isso é algo terrível, porém, qual culpa tem esse homem de sentir esse desejo? E ainda pior seria se esse homem fosse alguém do bem, alguém que aos olhos dos demais nunca cometeria esse erro. Ou seja, somos ou não somos aquilo que todos pensam sobre nós? Somos ou não somos aquilo que nós mesmos pensamos sobre nós?
O professor cruza os braços e respira fundo, desviando seu olhar novamente para Chris.
-Ser é algo difícil, porém ser é necessário. Ser é errado, ser é certo. Ser é sentir desejos… – Ele continua olhando nos olhos dele. – Mas ser, também é sentir medo. Ser, é ser ou não ser, ser é uma questão.
Darren respira fundo mais uma vez e todos os alunos parecem estar hipnotizados diante dele. Inclusive Colfer, que não desvia seu olhar dos dele um segundo sequer.
-Portanto, é com essa atividade que nós ocuparemos a nossa aula de hoje. – Ele fala e vê que a diretora bate na porta, o moreno faz um sinal de instante. – Quero que vocês me digam o que somos, o que vocês são e se de alguma maneira poderiam ser diferentes da realidade. – Ele se afasta caminhando em direção a porta. – Pensem lateralmente.
Os alunos começam a escrever no caderno e Darren abre a porta da sala, saindo por ela e vendo que a expressão da diretora não parece ser uma das melhores.
-Aconteceu algo? – O moreno pergunta.
-Professor… – Ela fala com uma voz de angustia. – O professor Jared faleceu.
Os olhos de Darren se arregalam e seus lábios se entreabrem. Ele leva as mãos a boca e parece chocado como nunca esteve em sua vida.
-Como? – Criss diz ainda em choque.
-Ele não resistiu, o seu coração parou neste início de manhã. – Ela fala olhando para baixo.
-Eu… eu sinto muito, muito mesmo. – Darren leva sua mão ao ombro dela. – Nós vamos…?
-Sim, temos que contá-los. – Ela diz respirando fundo.
O moreno apenas faz um gesto de cabeça e sendo assim, abre a porta para que ela passe, entrando em seguida na sala. Os alunos levantam suas cabeças na direção dos dois e um silêncio se estabelece no local.
-Bom dia. – Aretha fala.
-Bom dia. – Todos respondem.
-Alunos, nós temos um comunicado um pouco triste. – Darren diz. – Peço a compreensão e silêncio de todos.
Assim que o moreno termina suas últimas palavras, os alunos se entreolham curiosos. Chris por sua vez encara Darren de longe. Teriam descoberto sobre o beijo? Teriam demitido ele? Chris seria o culpado?
-Bom… – A diretora respira fundo. – É com muito pesar que eu lhes dou a notícia de que o professor Jared Campbell faleceu nesta manhã.
Automaticamente todos fazem barulhos com as bocas e levam suas mãos as mesmas.
-Eu sinto muito pela perda. – Ela diz abaixando a cabeça.
Todos continuam chocados com a notícia e um novo silêncio se estabelece no lugar.
-A todos que eram alunos do professor, nós vamos dar um dia de folga. – Ela prossegue. – Sei que muitos de vocês gostavam bastante dele e por isso precisam prestar seus lutos.
-Nós continuamos com a nossa atividade na próxima semana. – Darren os avisa. – Podem ir para suas casas.
Sendo assim, ainda um pouco abalados, todos eles saem de suas cadeiras e caminham para fora da sala. Chris por sua vez está triste, porém necessita falar com o professor e esclarecer o que aconteceu naquela noite e exatamente por isso ao invés de sair ele se aproxima do moreno.
-Darren… – Chris se aproxima dele.
-Agora não, Colfer. – Darren retruca seriamente e só então lhe dá as costas e sai, deixando o aluno para trás com uma expressão nada boa.
[…]
-A senhora gostaria de falar comigo? – Darren questiona fechando a porta.
Algumas horas se passaram e toda Universidade parece estar de luto pela perda do professor, tendo em vista que Campbell dá aulas neste lugar há quase 25 anos. Porém, a diretora depois de prestar seu luto, parece querer resolver logo o problema que agora está em aberto:
-Sim, se sente. – Aretha aponta para cadeira.
O professor se senta a frente dela e a diretora desvia seu olhar para ele.
-Sei que apenas contratamos você para que ficasse por uns dias, até que Campbell voltasse. Porém, nossos planos infelizmente mudaram. – Ela respira fundo e Darren a observa atentamente. – E é por isso que depois de nós do instituto discutirmos muito, chegamos a conclusão de que você parece ser ideal para ocupar o lugar do antigo professor.
-A senhora está querendo dizer que…
-Que se você aceitar, se tornará o novo professor de Filosofia da Universidade.
Darren fica em silêncio e apenas a encara nos olhos. De alguma forma ele fica nervoso, tendo em vista que apenas pensou que ficaria neste lugar por alguns dias ou quem sabe semanas, mas agora parece todos os seus planos mudarão.
-E então? – Ela o olha. – Aceita?
Darren continua a encarando, pensando em cada erro que cometeu desde o dia que conheceu Chris e pensando mais ainda que se aceitar esse cargo tudo não venha a piorar, afinal de contas, ele será fixo e em consequência conviverá com o castanho até o mesmo se formar.
-Professor? Você ainda não me deu uma resposta. – Aretha insiste.
-Sim, aceito. – Enfim ele responde. – Vai ser um prazer me tornar o novo professor fixo desta Universidade.
-Ótimo. – Ela sorri. – Então, agora me deixe só, preciso preparar a papelada.
-Certo. – Ele mexe a cabeça em concordância.
Darren se levante e suspira, caminhando até a saída. Ele anda pelo corredor enquanto enxuga o suor das mãos na calça jeans. Em sua cabeça se passam várias coisas, são tantas informações para serem processadas que ele começa a ficar um pouco aflito.
Ele beijou um aluno, ele continua sentindo desejos a respeito dele, continua querendo tocá-lo e agora mais que nunca isso será impossível. Quem sabe quando Campbell voltasse, mas ele não voltará e Darren agora terá que guardar todos esses desejos proibidos para si mesmo, afinal de contas ele precisa desse emprego e acima de tudo do dinheiro que receberá vindo dele.
Tudo isso continua vagando pela mente do moreno enquanto ele caminha pelo corredor e apenas o toque de seu celular quebra esse seu transe. O moreno retira seu aparelho do bolso e encara a tela, vendo assim algo que não gostaria e exatamente por isso, ele atende a chamada enquanto respira fundo.
-Eu já pedi para você não me ligar. – Darren diz irritado.
-Nós precisamos conversar, você sabe disso. – Uma voz masculina responde.
-Não, nós não precisamos conversar, Charlie. – O professor se irrita mais. – Eu já disse, acabou. Eu não quero mais voltar.
-Você sabe perfeitamente bem que me ama, sabe que sempre foi e será apaixonado por mim. – Charlie retruca. – E sabe mais ainda que além de namorados éramos melhores amigos, então apenas venha aqui em casa e converse comigo. Vamos esclarecer as coisas.
-Charlie… – Darren respira fundo.
-Eu não quero escutar um não como resposta. – Charlie retruca. – Próximo final de semana você vem me ver.
E antes mesmo que Darren possa respondê-lo, seu ex desliga a chamada. O professor respira fundo novamente e guarda seu celular, caminhando enfim até sua sala para que possa pegar sua bolsa e seus livros, porém assim que entra nela se depara com algo:
-Ser ou não ser, está é a questão. – Chris fala, sentado em uma das cadeiras. O professor se assusta e desvia seu olhar para ele. – Hoje um professor me fez uma pergunta, questionou-me se eu era o que realmente aparento ser. E as vezes, na verdade, na maior parte do tempo, não sou. Eu tento viver em busca de uma felicidade, mas tudo parece ser tão superficial, eu vou em busca de amigos, mas as vezes me lembro que nem sempre todos serão eternos, eu vou em busca de amor, mas percebo que sou só mais um garoto que nunca vai encontrar isso, pelo menos não um que seja correspondido…
-Colfer… – Darren tenta impedi-lo, mas o mesmo continua.
-Esse meu ser, é o que sou de verdade, é a minha parte de dentro a parte que eu escondo de todos diariamente. – Ele se levanta da cadeira, trazendo consigo a folha que lê. – E foi então que a partir da aula de hoje eu descobri que na verdade, existem dois de mim, aquele que mente e aquele que quer algo. Porém, o que poderia me dar forças para eu conseguir esse algo?
Ele anda na direção do professor que apenas o observa atentamente.
-São tantas perguntas com tão inúmeras respostas não respondidas. E eu só queria saber apenas de duas coisas: Quem eu sou? – Ele para na frente de Darren. – E quem você é?
-Chris… – O moreno responde um pouco incomodado.
-Não é difícil responder a isso, ou é? Eu tenho curiosidade desde o primeiro dia que entrou nesta Universidade, afinal de contas quem você é?
-Eu sou seu professor de Filosofia, Colfer. – Darren retruca. – O seu novo e fixo professor de Filosofia. – Ele complementa e Chris o encara confuso. – E exatamente por isso que devemos manter o respeito e a distância. Nos damos bem, é claro, mas o que tivemos naquela noite foi um erro gravíssimo. E agora mais que nunca preciso ter cautela com o que faço.
-Mas aquele beijo foi real, eu senti exatamente o que você disse naquela noite. Eu senti a minha barriga embrulhar, minha respiração falhar, meu corpo trêmulo. E eu sei que você sentiu o mesmo. – Chris começa a ficar um pouco irritado. – Aquele não foi apenas um beijo como outros beijos.
-Mas foi um beijo, Colfer. E isso não pode acontecer. – Darren respira fundo e vira-se pegando a bolsa. – Preciso tratar você como o resto dos alunos.
-Era só o que me faltava. – Chris se irrita. – Eu sou um idiota mesmo. Se nem mesmo um dos alunos me quer, quanto mais um professor iria me querer?
-Aquele foi um momento de fraqueza, eu estava emotivo pela música, você estava ali bem próximo a mim e nós parecíamos tão íntimos. – Darren pega os livros. – E eu também terminei um relacionamento a pouco tempo…
-Com um homem ou com uma mulher? – Chris o interrompe. – Porque nas nossas conversas você se esqueceu de mencionar que era gay.
-Você também não mencionou isso, ou mencionou? – Darren vira-se para ele. – Eu tive que descobrir da pior forma ao quase pegar você fazendo sexo com aquele animal em forma de gente.
-As pessoas cometem erros, ok? – Chris o encara raivoso. – E talvez ter pensado que poderia ter algo a mais com você foi outro erro para a minha lista enorme.
-Engraçado, eu pareço ser um erro para muitas pessoas. – Darren o encara em raiva.
-Seu namorado terminou tudo, não foi? – Chris contradiz o encarando nos olhos. – Terminou tudo porque descobriu o erro que você é. Fica pagando de bom homem, de sábio, de charmoso, mas, na verdade, deve ser um grande erro!
-Eu que acabei com ele, ok? – Darren aumenta o tom. – Eu acabei!
-E eu posso saber o motivo? Porque do jeito que você é deve ter sido algo bem idiota, um motivo bobo qualquer.
-Eu acabei com ele porque nós não gostávamos das mesmas coisas e porque ele não era o amor que eu esperava ter para o resto da minha vida. – O professor aproxima-se do rosto dele.
-Uau! Que fofo! – Chris debocha o encarando bem próximo. – E como alguém feito você vai querer encontrar o amor se sequer permite-se descobrir outras pessoas? Talvez o seu “ser” seja esse, seja um ser infantil por trás de toda essa maturidade!
-Talvez você tenha descoberto o meu “ser”, parabéns! – Darren diz em ironia enquanto observa os lábios dele. – Quer pontos na média por isso?
-Não. – Chris olha os lábios dele. – Eu quero outra coisa.
E só então sem pensar duas vezes, o moreno derruba seus livros e o agarra pela nuca, trazendo os lábios deles aos seus. Eles se beijam, ferozmente e com gosto, suas línguas se entrelaçam e suas bocas se abrem em sintonia. O moreno troca de lugar com ele, fazendo com que o corpo do castanho encoste na mesa e após isso seja erguido para que sente na mesma.
As mãos do moreno apertam com força a nuca dele enquanto suas bocas dançam juntas. Colfer o puxa com força, fazendo com que o corpo do mesmo entre no meio de suas pernas abertas. Seus olhos se reviram enquanto a língua do professor brinca com a sua. Chris apertas as costas dele com força, seus órgãos excitados se encostam e a respiração de Darren começa a falhar.
Aos poucos o professor arrasta suas mãos da nuca dele, descendo devagar pelo peito. Suas línguas continuam dançando juntas e ambos já estão sem respirar e exatamente por isso o aluno afasta os lábios em busca de ar, ele encosta sua cabeça no ombro dele, ao mesmo tempo que Darren arrasta suas mãos em direção a calça dele, começando a abrir o botão.
-Darren… – Colfer diz parando a mão dele.
-Desculpe. – Criss volta a beijá-lo.
Eles se beijam mais uma vez e o moreno tira as mãos deste local, voltando a colocá-las na nuca dele enquanto suas bocas se abrem juntas.
-Acho… – Darren respira fundo, afastando os lábios. – Acho melhor pararmos por aqui, estou um pouco animadinho e eu não vou conseguir me segurar.
-Tudo bem. – Chris dá uma risada. – Vejo você amanhã?
-Com certeza. – Darren continua respirando pela boca aberta.
Chris sorri e, por fim, dá uma bicada nos lábios dele, saindo de cima da mesa em seguida. O castanho caminha até a porta e o professor observa ele, passando a mão pelo suor de sua testa. Ele ainda respira fundo, tentando não só se acalmar como também acalmar seu pênis ainda ereto. E enfim depois de muito respirar, ele se agacha e recolhe os livros caídos, juntando todos e finalmente saindo da sala.
[…]
Chris abre a porta de seu quarto, suspirando tão alto que faz com que Noah que antes lia um Cartoon agora o encarasse.
-Deixe-me adivinhar, ou você transou ou tirou nota máxima em algum trabalho.
– Noah comenta. – E eu fico com a segunda opção.
-Nenhum das duas… – Chris sorri para ele. – Quer dizer, uma desses quase foi, mas ainda não.
-Tirou nota média em algum trabalho? – Noah sugere.
-Não, seu idiota. Quase transei. – Chris corre na direção dele. – Foram só beijos, mas foi algo tão… – Ele suspira novamente. – Incrível.
-Já vi que vou ter que roubar 1 litro de Whisky para lhe aturar hoje a noite. – Ele fecha o Cartoon. – Vamos, me conte.
-Precisamos do trio reunido. – Chris diz indo até a porta.
-Não chame a Mel. – Noah suplica.
-Vocês precisam parar com isso! – Colfer dá uma risada. – Já volto.
E só então o castanho corre pelo corredor, indo o mais rápido que consegue até o outro lado do alojamento e quando enfim ele chega na porta do quarto de Melody, simplesmente a abre.
-MEL! – Ele grita.
E só então arregala os olhos, pois ela está deitada na cama e o seu lençol que antes cobria seu corpo simplesmente é erguido, saindo assim de debaixo um rapaz que provavelmente estava fazendo sexo oral nela.
-Chris! – Ela grita.
-Quem é esse? – O rapaz pergunta.
-Meu amigo. – Ela responde puxando o lençol para o corpo.
Ela se levanta e o rapaz fica com a sua nudez amostra enquanto se senta, ao mesmo tempo que Colfer continua com os olhos arregalados.
-O que você quer? – Ela sussurra. – Eu estou um pouco ocupada.
-Estou vendo. – Chris diz desviando o olhar dela para o pênis do garoto. – Bastante ocupada por sinal.
-Pois é, e você me interrompeu. – Ela o repreende.
-Eu apenas ia chamar você para conversamos, mas pode terminar com o que estava fazendo. – Ele diz dando um passo para trás. – Foi um prazer! – Ele cumprimenta o rapaz.
-O prazer foi meu! – Ele responde da cama.
E só então, Melody revira os olhos e fecha a porta na cara dele. Chris respira fundo e dá meia volta direto para o seu quarto.
-Chamou ela? – Noah pergunta assim que ele entra.
-Ela estava… – Chris fecha a porta. – Estudando.
-Você acha que estou fazendo mal em evitá-la?
-Não, de jeito nenhum, até faz bem em evitar ela, eu também deveria ter evitado agora, mas… – Chris dá uma risada nervosa.
-O quê? – Noah questiona confuso.
-Nada, não é nada. – Chris dá outra risada. – Apenas deixe as coisas aconteceram, se vocês forem ficar juntos, irão… só não, crie muitas esperanças. Você sabe como a Melody é.
-Você tem razão, não há pressa. – Ele respira fundo, parecendo ficar um pouco triste. – E o que você ia me contar?
Chris o observa e vê que a expressão de seu melhor amigo mudou completamente. Noah sempre foi um garoto pé no chão, engraçado e esperto, porém desde que começou a gostar de Mel algumas coisas veem mudando nele.
-Sabe… – Chris cruza os braços enquanto observa que ele parece estar bem triste. – Não importa, realmente não importa. Por que não fazemos algo? Quer jogar alguma coisa?
-Sério? – Ele sorri.
-Sim, vamos jogar. – Chris diz caminhando até o velho Playstation deles.
Noah dá mais um sorriso e isso faz o castanho ficar feliz por saber que mesmo explodindo de felicidade, ele deve ajudar o seu melhor amigo a sair dessa tristeza escondida que faz questão de continuar no corpo dele. E exatamente por isso, os dois se sentam no pequeno sofá que há no quarto e começam a jogar um dos jogos, como sempre fazem quando um deles está triste e em consequência a isso os beijos acabam se tornando segredos que provavelmente não serão revelados nem tão cedo a ninguém.
[…]
-Vamos, se sentem! – Darren avisa enquanto todos entram na sala.
Todos os alunos entram e mesmo com a maior barulheira aos poucos vão se sentando em seus lugares.
-Chris! – O professor o chama assim que o vê entrando. Colfer se afasta de Mel e aos poucos caminha na direção dele.
-Me chamou? – Colfer se aproxima curioso.
-Você está lindo hoje. – Darren sussurra.
Rapidamente o rosto de Chris cora. Ele fica completamente vermelho e sem reação.
-Só isso mesmo, pode se sentar. – Darren dá um sorriso e uma piscadela com o olho.
Chris ainda o olha nos olhos e só então com um sorriso ele abaixa o rosto e vira-se de costas, indo em direção ao seu lugar. Colfer se senta e apoia a mão no queixo, apenas observando de longe o professor que continua a observá-lo, fazendo de tudo para não sorrir e parecer um bobo perante os alunos.
E só então depois de muito ambos trocarem olhares, o moreno se desencosta da sua mesa e dá um passo a frente.
-Bom… antes de começarmos a nossa aula eu gostaria comunicá-los que agora sou o novo professor fixo de Filosofia. – Darren fala e alguns parecem se animar. – Ou seja, vocês me verão ainda por bastante tempo nesse Campus.
Todos dão uma risada e Chris tenta conter sua felicidade enquanto ainda o olha.
-Mas voltando a nossa aula… e então? – Darren fala encarando os alunos. – Afinal de contas o que seria “ser”? Seria poupar sua felicidade pelos outros? Ou seria ser compreensivo? Ser é ou não é? É estar feliz e triste? É sentir vontade de gritar, mas ficar calado? É ser interior ou exterior? Ser é comemorar quando algo de bom acontece, mas, ao mesmo tempo, ficar triste quando todos ao seu redor não estão felizes? Ser é tentar ajudar aqueles que ama? É tentar solucionar até os seus problemas que não são seus? – Ele desvia seu olhar para o castanho. – Ser é gostar e ao mesmo tempo se sentir culpado gostando? Mas mesmo assim encarar de frente e se arriscar? Ou seja, ser é se jogar de cabeça e apenas esperar pelo que estar por vir? Ou ser é simplesmente, ser?
E ele sorri e desvia o olhar para os outros alunos. Darren sabe que tudo isso que está prestes a fazer é proibido, sabe que pode ser demitido ou quem sabe até denunciado por assédio, porém, sabe também que não ficava feliz assim há meses e por isso quer se arriscar.
Talvez ele tenha encontrado o seu novo “ser” sendo o mesmo a adrenalina de fazer algo jamais passado por sua cabeça. Talvez Chris o mude, talvez o deixe feliz, talvez Chris seja o “ser” que ele tanto merece desde que terminou seu antigo relacionamento. Darren não sabe ao certo, porém, ele sabe que dessa vez vai se arriscar e em consequência não vê a hora de chamá-lo para um encontro e juntar seus lábios mais uma vez com os dele, buscando assim em si mesmo o seu novo ser.
-Ser ou não ser, está é e sempre será a questão. – Ele finaliza sorrindo para Chris.
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