If we could only have this life for one more day Se nós apenas pudéssemos ter essa vida por mais um dia
If we could only turn back time Se pudéssemos voltar no tempo
You know I'll be Você sabe que eu serei
Your life, your voice your reason to be Sua vida, sua voz, sua razão de ser
My love, my heart Meu amor, meu coração
Is breathing for this Está respirando por esse
Moment in time Momento, no tempo
I'll find the words to say Eu acharei as palavras pra dizer
Before you leave me today Antes que você me deixe hoje
Moments - One Direction.
Uma foto.
Mais outra, seguida de outra.
Comecei meu trabalho que o professor Charlie me pediu. Até agora só sei tirar as fotos e não escrever meus sentimentos sobre elas. Sobre Louis.
Louis... O modelo mais perfeito do mundo. Ele não sabe que eu estou tirando fotos dele, afinal está tão distraído com a bola que nem me notou encostada na árvore o observando.
Uma “embaixadinha”. Uma foto.
Um “chapéu”. Uma foto.
Tão lindo! Louis é tão lindo. Lindo quando sua franja balança enquanto ele faz a bola bater várias vezes em sua cabeça. Lindo quando levanta as calças vermelhas – coladas – maravilhosas. Lindo quando levanta a barra da camisa para secar o pouco de suor de sua testa, deixando a mostra sua barriga levemente definida. Lindo enquanto ri da própria idiotice. Lindo quando tem que amarrar várias vezes os vans para que não saiam de seus pés quando for chutar... Simplesmente lindo, simplesmente Louis.
Quando ele se cansou de treinar foi diretamente para a pequena montanha onde ele me confessou certas coisas. Ele simplesmente se jogou lá e fingiu que fazia anjos de neve na grama. Fui obrigada a rir e ir até lá.
Em passos silenciosos comecei a tirar fotos de Louis enquanto ele ria de si próprio, pois estava fazendo os anjos. Ele estava com os olhos fechados e o sorriso enorme e perfeito estampado no rosto. Capturei esse momento, o que me fez me odiar porque a câmera fez o seu “clique” e então Louis parou imediatamente.
— Alysson! — Ele exclamou, se sentando. Deu leves batidinhas na grama ao seu lado me mostrando que era para eu sentar ali. Fiz de bom grado o que ele pediu e logo seus braços estavam a minha volta. — O que está fazendo?
— Trabalho. — Disse enquanto via as fotos que tirei de Louis. Ele arqueou as sobrancelhas e riu de algumas fotos que tirei dele. Essa risada, eu poderia escutar ela todos os dias da minha vida.
— Trabalho? — Ele estava confuso, e porra, até assim ele é lindo. — Tirar fotos minhas?
— Pois é. — Dei de ombros. — O maldito professor Charlie nos mandou fazer um trabalho sobre a pessoa que mais amamos. E é claro, você. — Ele sorriu abertamente depositando um beijo em minha bochecha.
Nós rimos enquanto eu mostrava as fotos para ele, e eu corei várias vezes quando ele ficou elogiando minhas fotos. Eu sempre me achei boa em tirar fotografias, mas sempre dizia para Louis que me achava horrível só para ele me elogiar. Amo quando ele me elogia.
Em algum momento Louis encostou seu queixo em meu ombro e começou uma trilha de beijos ali me fazendo soltar risadas baixas. Ele mordeu levemente meu pescoço, mas o suficiente para ficar vermelho. Eu não aguentava mais.
Rapidamente coloquei minha câmera em qualquer lugar no gramado e me virei para ele. Fazia uma semana que não via Louis, quer dizer, eu vi, mas apenas na entrada e saída da faculdade já que ele estava ocupado de mais treinando e treinando, estudando e estudando.
Agarrei seu rosto com as mãos e rapidamente — e bruscamente — beijei seus lábios. Ele logo empurrava a língua contra a minha e seu cheiro era tão bom que eu estava praticamente desafiando a física enquanto o puxava para mais perto. Suas mãos desceram por minhas costas e foram até minhas coxas. Ele me puxou mais para si, fazendo com que eu me sentasse em seu colo.
Minhas mãos agarravam os seus cabelos com força de modo que fazia Louis soltar pequenos gemidos enquanto, devagar, ia descobrindo pontos por seu pescoço e nuca.
— Eu sinto tanto a sua falta. — Murmurou enquanto beijava meu maxilar.
— Somos dois. — Sussurrei e ele sorriu depositando beijos molhados por todo o meu rosto enquanto brincava com o colar de gatinho em meu pescoço que ele mesmo me deu.
Infelizmente Louis parou com os beijos e então me encarou profundamente. Seus olhos estavam cansados, mas incrivelmente lindos. Sem me segurar novamente voltei a beijá-lo sempre reforçando a ideia de que seu corpo é algo vicioso. Cada vez eu ficava mais ávida a achar pontos sensíveis dos quais o fazia estremecer ou simplesmente morder meus lábios com força.
Infelizmente ouvimos o sinal agudo e chato da faculdade. Hora de ir estudar.
Louis resmungou, assim como eu. Ele lentamente afrouxou seu aperto de minha cintura e me afastou lentamente.
— Precisamos ir... — Ele disse enquanto colocava alguns fios do meu cabelo atrás da orelha. Por que eu não tenho o poder de parar o tempo? — Infelizmente.
Bufei e o apertei fortemente em um abraço, inalando o cheiro forte da colônia masculina. Afastei-me novamente e me levantei, Louis fez o mesmo e logo ambos limpávamos nossas calças dos fiapos de grama.
Fiquei extremamente feliz quando Louis pegou minha câmera e me abraçou de lado enquanto tirava fotos de nós dois. Eu não gostava muito de aparecer nas fotos então escondia um pouco meu rosto na curva de seu pescoço. Louis riu quando passei a língua em seu pescoço e depois me mostrou a foto de como ficou. Seu sorriso radiante e eu estranha lambendo seu pescoço. Ótimo.
Louis delicadamente passou a câmera por meu pescoço e eu fiquei ainda mais feliz quando ele pegou minha mão e caminhamos pelo campus.
Recebíamos olhares de ambos os sexos, mas não me importava. Louis ria escandalosamente quando eu falava alguma besteira e as pessoas nos olhavam ainda mais intensamente devido às gargalhadas de Louis. Entendam, vadias, ninguém o faz rir como eu.
Nas próximas duas aulas eu fiquei pensando em Louis, em como ele era lindo e maravilhosamente perfeito, nas outras duas aulas e felizmente últimas, eu fiquei uma pilha de nervos. Por quê? Clube... De teatro.
Caminhei entre aquele tanto de gente que só sabia bater papo. Louis ainda não havia chegado, mas tudo bem, ele provavelmente devia estar terminando aqueles testes miseráveis que o professor os manda fazer. Vi pelos cantos dos olhos Mary sorrindo alegremente enquanto conversava com outras duas garotas. Ela tinha um sorriso bonito.
— Linda não? — Me virei rapidamente e vi Dylan com um rosto cansado. Ele suspirou e ficou encostado na parede ao meu lado. — Eu poderia ficar olhando para ela todos os dias. — Ele confessou.
Ela? Olhei na direção que ele olhava e fiquei pasma quando vi que seus olhos brilhavam enquanto fitavam Mary.
— Desde quando gosta dela? — Perguntei um pouco interessada. Dylan suspirou novamente umedecendo os lábios.
— Desde o colegial. — Disse simplesmente. Eu fiquei em silêncio, talvez ele não quisesse falar disso, mas ele soltou outro suspiro e continuou. — Ela sempre foi aquela garota que todos querem conversar, se tornar amigos, mas pra mim ela sempre será minha salvadora.
Eu ri, ele fez careta, mas também riu.
— Estou falando sério. Eu tinha um amor incrível por teatro, mas era muito inseguro e foi Mary que me ajudou a entrar na peça da escola. — A peste é boazinha? Essa é boa. — Ela me ajudou muito, mas quando viemos para a faculdade ano passado ela se distanciou aos poucos. Estava ocupada demais, cansada demais. — Dylan sorria enquanto dizia, e eu pude notar que ele e eu estávamos no mesmo barco. Apaixonados por alguém que ficou distante aos poucos. Mas diferente do Dylan eu namorava Louis, ele não namorava Mary.
— Sinto muito... — Murmurei e ele negou com a cabeça, sorrindo. Que garoto lindo, Mary é idiota por não gostar dele. — Você confessou a ela?
Ele negou exaltado, me fazendo arquear as sobrancelhas.
— Aí que está! Eu ainda sou um pouco inseguro em relação a ela. — Confessou. Seu rosto ficando cada vez mais triste. Então ele sorriu abertamente. — Eu estava prestes a desistir quando descobri que ela gostava do Brian, mas aí descobri sobre você e Louis.
Que? Eu e Louis? O que nós temos a ver com a história? Provavelmente devido a minha cara de espanto ele rapidamente começou a explicar.
— Louis é famoso, de modo que você também é. — Não entendi e minha expressão deixou isso claro já que ele suspirou e continuou. — Desde o começo do ano eu ficava observando os rapazes mais interessantes para poder colocá-los aqui e fazer o papel do “cavaleiro”. Um dia eu ouvi Louis conversar com mais dois garotos, acho que Liam e Zayn, e também havia mais alunos não muito importantes. Uma garota viu o anel de namoro e perguntou quem era. Louis explicou poucas coisas, mas Liam e Zayn falaram de você, sobre seu amor por ele com tanto entusiasmo que eu pensei: Quem será essa garota maravilhosa? E então eles disseram que você provavelmente viria estudar aqui no segundo semestre e eu pensei: Essa garota será minha aliada.
Eu demorei um pouco para digerir aquelas palavras, mas depois sorri abertamente. Dylan era um amorzinho.
— Sabia que o real motivo para colocar Louis nesse clube foi por sua causa? — Eu fiquei pasma e ele assentiu. — Quando fui perguntar de você a ele, ele me disse que mesmo se eu implorasse para você participar do meu clube você iria negar por odiar atuar, mas aí me lembrei da historia e pensei: Se eu colocar Louis, ela virá atrás. E aqui está você! — Ele praticamente bateu palma de entusiasmo e eu ri brevemente.
Eu estava quase abrindo a boca para comentar quando uma garota loira de olhos grandes da cor azul apareceu com uma cara um pouco emburrada.
— Eu vou matar aquela menina. — Disse ela serrando os punhos e fuzilando Dylan, ele suspirou pesadamente e arrumou a postura. — Mary está passando dos limites, Dylan.
— O que ela fez? — Ele perguntou sem muita emoção talvez porque a garota queira matar a menina por quem ele é apaixonado.
— Nasceu! — Eu ri e a garota sorriu pra mim. Dylan suspirou novamente. — Apenas comece esse clube.
— Louis ainda não chegou. — Eu comentei olhando em volta, Dylan rapidamente se afastou dizendo que iria resolver algo, me deixando com a garota Loira.
— Louis? Louis Tomlinson? — Ela se aproximou e ficou ao meu lado onde Dylan estava segundos atrás. Assenti lentamente e ela sorriu. — Então você é a Alysson? Alysson Mackenzie? — Assenti novamente e ela estendeu a mão a qual eu apertei. — Giulia Comiotto, prazer.
Respondi “Prazer” sorrindo abertamente, era bom ter uma pessoa do sexo feminino falando comigo. Afinal sinto muita falta de Mad.
— Zayn fala muito bem de você.
—Você o conhece? — Ela assentiu rapidamente e me deu um leve tapinha no ombro.
— É claro, quem não conhece Zayn Malik? Nós fazemos artes juntos. — Ela explicou sorridente enquanto olhava para o teto, provavelmente lembrando-se de algo.
Eu iria comentar mais alguma coisa, porém a porta se abriu e revelou Louis Fuck Tomlinson. Ele estava extremamente sorridente quando entrou, seu cabelo totalmente desgrenhado. Ele acenou para algumas pessoas e caminhou até mim.
Eu nem pude dizer o quão lindo ele estava, pois minha boca estava ocupada em seus lábios. Ele comeu algo doce, bem doce.
Alguém limpou a garganta e infelizmente me separei de Louis e encarei a loira.
— Giulia, olá. — Disse Louis enquanto me abraçava de lado, ela sorriu e apenas acenou logo se retirando — Viraram amigas?
— Não sei... Ela parece legal. — Dei de ombros olhando para Dylan que estava em cima do palco e começou a dar batidinhas no microfone.
— Ela é. — Disse simplesmente prestando atenção também em Dylan.
O rapaz disse algumas coisas e depois chamou Mary e Louis para o palco. Eles cochicharam algo e Louis se retirou indo para o provável camarim nos fundos. Mary e Dylan cochicharam mais algumas coisas e logo Louis voltou com duas espadas e usando um tipo de roupa medieval. Ele parecia um príncipe de tão lindo. Rapidamente peguei minha câmera que estava dentro de minha bolsa e a arrumei para poder tirar as fotos.
Dylan disse algo do tipo que faria uma performance improvisada. E é claro que eu iria capturar todo o momento de Louis.
Mary se deitou no chão e Dylan foi para trás do palco. Louis se afastou um pouco e alguém gritou “Ação”.
Eu pensei que Louis iria ser um fracasso atuando, mas estava totalmente enganada.
Ele caminhou lentamente até o corpo de Mary e a abraçou desconfortavelmente. Seus dedos alisaram o rosto dela e sua expressão ficou séria. Meu Deus, Louis.
Lembrei-me quando o professor de física mandou Louis fazer um cálculo na lousa e ninguém imaginava que ele iria conseguir e então ele disse: Se eu me esforçar eu consigo.
Nunca mais duvidei de Louis depois daquilo, e agora também não.
Seu rosto se aproximou do de Mary que parecia estar morta, ele se aproximou ainda mais e quando eu pensei que ele fosse beijá-la, o Dylan apareceu apontando a espada para o rosto de Louis.
— Afaste-se dela. — Ele disse com a voz totalmente grossa, a qual me assustou. Louis riu, ele gargalhou na verdade. E Dylan suspirou jogando a espada no chão.
Eu tirei fotos dele rindo escandalosamente enquanto pegava sua espada e se levantava ainda rindo. Ele estava maravilhoso.
Mary se sentou e bufou.
— Desculpe... Eu... — Ele ainda ria e pude ver lagrimas nos cantos de seus olhos. E foi inevitável não rir. A sala inteira ria, pois a risada do Louis é algo maravilhoso. Dylan também riu, mas muito pouco.
Então eu comecei a bater palmas, todos pararam de rir e olharam pra mim. Eu batia palmas alegremente enquanto olhava para Louis.
Ele fez uma reverencia e então desceu do palco vindo até mim, enquanto ele caminhava eu tirei mais fotos.
— Por que bateu palmas? — Ele perguntou ainda risonho.
— Porque você foi maravilhoso, está maravilhoso, é maravilhoso. — Tirei mais uma foto e ele deu um passo para trás piscando várias vezes.
Ele sorriu abertamente e beijou minha bochecha. Dylan pediu para outro rapaz subir e eles fizeram a mesma coisa só que o rapaz, é claro, não riu como o Louis.
Dylan pediu para outros alunos subirem e, é claro, foi minha vez. Eu seria a garota desmaiada. Quando o rapaz que não faço ideia do nome se aproximou do meu rosto eu não aguentei e comecei a rir. Louis e eu fomos os únicos a rir. Dylan pediu para mim que levasse mais a sério e tentasse não rir, mas foi inevitável, sempre que eu ficava nervosa eu ria.
Lembro-me de vários momentos em que fiquei nervosa, todos praticamente envolvem Louis. Esses momentos foram embaraçosos, mas nunca quero me esquecer.
Lá estava eu, na minha primeira apresentação de teatro do primeiro ano. Era nosso trabalho de artes e era necessário fazermos uma peça de teatro. Todos fariam a mesma peça, a professora nos ordenou fazermos nossos próprios testes. Madison com seu jeito explosivo foi à irmã invejosa da camponesa e a camponesa com cara de pobre coitada fui eu. Niall foi o príncipe tudo de bom, Liam o conselheiro real, Zayn o bastardo do mal, Harry era meu irmão e Louis o camponês por quem minha personagem era apaixonada.
Quando a professora disse ação eu comecei a quase desmaiar.
Eu tentei fazer tudo certo e realmente deu certo. Corei de propósito quando Niall me beijou na bochecha, forcei lagrimas quando Madison me deu um tapa falso e Zayn me humilhou. Conversei calmamente com Liam. Abracei Harry e fingi soluços e risadas, mas quando minha cena com Louis chegou foi tudo um desastre.
Ambos odiávamos atuar, ambos iríamos estragar aquilo.
Quando o camponês — Louis — Correu até mim me implorando para não aceitar o pedido de casamento do príncipe eu ri, na verdade eu gargalhei. A cara de Louis era de quem se segurava para não rir.
Mas ele não se aguentou e até se apoiou em mim enquanto ria. A professora, é claro, nos deu o maior sermão e nos deu nota vermelha, mas quem se importa? Liam e Zayn apenas.
Madison se juntou a nós para rir e ficou se xingando dizendo que seu papel era ridículo. Que tipo de irmã tem inveja da outra por ser uma camponesa coitada que o príncipe sente interesse na hora que é rejeitado? Harry ficou dizendo que seu papel nem teve importância, Liam disse que éramos horríveis atuando, Zayn ficou quieto e Niall se sentia orgulhoso da boa atuação e de como ficou lindo vestido de príncipe, enquanto Louis e eu apenas riamos, nos sentávamos no palco e gargalhávamos.
É claro que pedimos desculpas ao público que também riu, mas o que poderíamos fazer?
Outra vez foi quando Louis disse que queria me mostrar um lugar importante que ele nunca levou ninguém. Eu fiquei extremamente nervosa e sem saber o porquê.
Louis me levou para um local abandonado não muito distante da nossa escola, só tivemos que andar por 20 minutos. Eu fiquei assustada quando ele entrou no prédio abandonado, mas ele me pediu para confiar nele e eu confiei.
Era no final do primeiro ano, o clima era gostoso e mesmo tendo conhecido Louis naquele mesmo ano eu confiava nele mais do que em qualquer outra pessoa.
Ele subiu umas escadas íngremes e então estávamos no ultimo andar do lugar, ele pediu para que eu fechasse os olhos e assim eu fiz. Quando ele me deu permissão para abri-los eu quase gritei de emoção.
Não havia nada ali, mas ao mesmo tempo havia tudo.
O cômodo era fechado, as paredes estavam apenas com o concreto e a parede de frente pra mim ainda não fora terminada, ou seja, era possível ver tudo de onde eu estava. Caminhei lentamente e parei alguns centímetros longe da beirada. Eram cinco andares então teria que tomar cuidado. Olhei para o céu e sorri quando vi as estrelas perfeitamente alinhadas. Havia um telescópio velho perto de mim, e Louis sorriu enquanto olhava para as estrelas com as mãos enterradas nos bolsos.
— Você é a única pessoa que trouxe aqui. — Ele sussurrou como se contasse um segredo. — Não conte a ninguém.
Eu o assegurei afirmando com a cabeça e ele sorriu.
— Gostou? – Assenti novamente. — Que bom, pois eu te trouxe aqui por um propósito.
Eu fiquei nervosa, que propósito? Meu corpo começou a tremer levemente e Louis apenas se focou nas estrelas.
— Você é oficialmente minha Melhor Amiga.
Um silêncio esquisito se fez presente e a única coisa que consegui fazer foi rir.
— Alysson? — Ele me encarou encabulado e eu ri nervosamente.
— Eu pensei que já éramos melhores amigos. — Confessei envergonhada e ele deu um leve tapa em meu ombro.
— Eu só queria tornar oficial, tive a estranha sensação de que se chamasse você de melhor amiga você acharia estranho. — Eu neguei várias vezes com a cabeça e ele sorriu me puxando até o telescópio. — Olhe.
E assim eu fiz, olhei pelo telescópio e minha visão ficou meio esquisita, pois havia bastante pó. Louis deu um limpadinha e então me ordenou que olhasse novamente.
E lá eu pude ver uma linda e grande estrela, ela brilhava mais que todas as outras.
— Isso é tudo que podemos ver por esse telescópio, afinal ele está velho e a lente está toda arranhada. — Louis suspirou olhando para as estrelas. Eu me afastei do telescópio e então o abracei fortemente.
— Obrigada. — Disse e ele sorriu logo se soltando e voltando a olhar as estrelas.
Naquele momento eu tive a certeza de que Louis era importante pra mim assim como eu era pra ele, mas nunca passou pela minha cabeça que minha importância pra ele poderia acabar.
— Alysson? — Pisquei algumas vezes vendo a expressão confusa de Dylan. — Está tudo bem? Você parece que se desligou.
Assenti e ele estendeu a mão para que eu levantasse. Assim feito ele anunciou que a aula havia acabado e poderíamos ir para a casa.
Passei a tarde inteira com Louis, felizmente. Nós assistíamos a um filme e até teve uma guerra de pipoca, minha mãe não ligou muito. Estávamos jogando vídeo game quando ela veio até meu quarto.
— Olá queridos. — Ela se sentou na cama enquanto Louis e eu estávamos sentados no tapete de meu quarto. Eu estava quase matando o Louis, mas o desgraçado conseguiu me matar.
— Da próxima vez, Aly. — Ele riu orgulhoso logo colocando outra partida. Bufei irritada jogando o controle no tapete. Era a vigésima vez que eu perdia.
— Louis, querido. Você deveria deixar Alysson ganhar, afinal ela é sua namorada, seja cavaleiro. — Ela disse com a voz doce mexendo nos meus cabelos, fazendo talvez uma trança.
— Mãe! — A repreendi. — Eu sou boa o suficiente para ganhar do Louis. Pedir para que ele perca por mim é ridículo.
Ela deu uma risadinha e logo eu já ia matando o Louis no mortal kombat. Mas o infeliz foi lá e deu o ataque especial. Perdi novamente.
— Querida, tenho noticias. — Minha mãe disse retirando o controle da minha mão e o colocando na cama, ao seu lado. Eu me virei para encará-la e Louis também. — Sua irmã irá se mudar.
Amém!
— Sério? — Me levantei rapidamente quase gritando. Finalmente aquela peste iria sair. — Pra onde ela vai?
— Ela vai morar em um apartamento com o Matheus. Ambos começaram a trabalhar e conseguiram dinheiro suficiente para morarem juntos. Estou orgulhosa dela e não quero que demore muito pra você e Louis morarem juntos. — Ela disse em um entusiasmo tão grande que eu me joguei na cama com o sorriso rasgando meu rosto. Louis parou de prestar atenção e voltou a jogar sozinho.
— Morar junto com Louis? Mãe, só tenho dezoito anos. — A ideia de ser responsável, cuidar de uma casa era horrível. Por mim eu viveria com meus pais até morrer.
— Dezenove! Logo você fará dezenove. Daqui um mês. — Ela sorriu batendo palminhas e eu suspirei. — Seu pai não gostou da ideia, e também eu ficaria triste em não ver mais o Louis vindo aqui em casa, portanto ainda é cedo para isso, talvez daqui dois anos quem sabe...
— Mãe... Mas e o quarto de Alice, vai fazer o que com ele? — Olhei para o teto, se minha mãe me desse ele eu poderia fazer tantas coisas.
— Como você entrou na faculdade de fotografia, eu pensei em deixar você fazer seu “atelier” no quarto dela, para colocar suas fotos e- Eu não a deixei terminar, pois pulei em seu colo a abraçando fortemente. Gritei vários obrigados e quase chorei de emoção. Minha mãe puxou Louis e logo nós três estávamos agarrados.
No dia seguinte eu conversei com Alice e até a ajudei a arrumar suas coisas. Ela, é claro, sacou que eu queria aquele quarto. Diferente do meu, o quarto de Alice tinha uma bela sacada e ainda era um pouco mais espaçoso.
No outro final de semana Louis me ajudou a pintar o quarto dela. Já que para expor minhas fotos seria necessário o quarto ser totalmente branco e ele na verdade era amarelinho claro e com papeis de paredes florais. Toda essa coisa fru-fru de garotinha, mesmo que minha irmã tenha vinte e dois anos.
Foi uma desgraça. Harry se juntou a nós já que fomos buscá-lo, pois precisávamos de ajuda. Mas o que deveria acontecer? Pintarmos tudo certinho e de forma responsável. Mas o que aconteceu? Uma meleca.
O chão ficou com pingos de tinta, a janela de vidro da saca ficou com manchas. A parede foi a pior, Harry e Louis não sabiam pintar então eles pintavam de cima a baixo e de direita à esquerda. Aqueles burros não aprenderam na primeira serie que quando você começa a pintar de um jeito tem que terminar daquele jeito.
Em algum momento caiu tinta nos cachos do Harry, ele ficou tão puto que jogou um balde inteiro de tinta em mim e Louis. Só de graça, Louis e eu o agarramos e o empurramos contra a parede. Foi meio estranho, pois começamos a nos esfregar. Foi quando nós caímos no chão de tanto rir e ficamos olhando para a parede que ainda não havíamos pintado que Harry teve uma ideia brilhante.
Ele ultimamente tem tido várias ideias brilhantes. Peguei minha câmera e arrumei no tripé para tirar foto.
Harry jogou tinta em Louis e em mim e nós dois jogamos tinta nele pra depois encostarmo-nos à parede. Louis a minha direita e Harry a minha esquerda. Nós demos as mãos, quer dizer, eu dei a mão para Louis e para Harry enquanto as suas outras mãos fizeram um joia com o dedão e então o flash nos cegou. Foi difícil sair, pois a tinta grudou nosso corpo na parede. E quando fomos ver nosso trabalho lá estava o formato de nosso corpo com tinta. Era engraçado, pois o corpo de Harry era incrivelmente grande perto do de Louis e do meu.
Minha mãe teve quase um infarto quando viu o chão do quarto e o nosso estado. Nós fomos obrigados a tomar banho de mangueira enquanto esfregávamos o corpo com um negócio de cheiro forte, mas que retirou a tinta facilmente. Infelizmente a tinta não saia da roupa então minha mãe teve que jogar fora minha camiseta velha e meus shorts de dormir. Não me importei, muito menos Harry e Louis.
Como o cheiro da tinta era forte e meu quarto ficava ao lado do quarto de Alice minha mãe me deixou dormir na casa de Harry junto com Louis. Nós conectamos o notebook do Hazz na “TV Smarth” dele e então ligamos o Skype e ficamos três horas conversando com Madison e Niall.
Eu sentia uma grande saudade deles e pelo jeito eles também sentiam bastante falta nossa. Convidamos Liam e Zayn para se juntar a nós, mas infelizmente eles não puderam vir.
Quando estávamos deitados já prontos para dormir, Louis cochichou algo pra mim que me deixou em puro êxtase.
— Nunca irei me divertir tanto com alguém como me divirto com você. — Falou tão baixo se assegurando de que mesmo que Harry não dormisse não escutasse. — Me promete uma coisa?
Assenti. Não era necessário prometer nada para Louis eu faria qualquer coisa por ele.
— Mesmo quando eu estiver de mau humor, quando não quiser ninguém por perto, quando quiser matar alguém, me prometa que sorrirá e me fará rir. — Ele disse tão sério que eu fiquei meio perdida.
— O que está querendo dizer, Lou? — Levei minhas mãos lentamente para seu braço e tracei um caminho até seu rosto. Ele fechou os olhos em deleite quando fiz carinho em sua bochecha, soltando um suspiro cansado.
— Agora a faculdade ficará mais pesada, também haverá as provas e o campeonato. Provavelmente eu ficarei estressado e caso eu for mal com você, por favor, me perdoe e sorria, só basta o seu sorriso para me acalmar. — Eu quase chorei com suas palavras, inclinei meu rosto e depositei um selinho. Algo calmo e puro. Minhas intenções não eram físicas, não queria algo intenso, eu queria mostrar meu amor e gratidão por Louis então o beijei sem língua para não ficar algo obsceno.
— Não preciso prometer, Louis. — Eu o assegurei e ele me apertou mais contra seu corpo. — Eu farei você sorrir mesmo quando você estiver sem dentes.
Ele riu e Hazz se moveu do outro lado então Louis foi obrigado a se conter.
— Alysson... — Voltei a olhá-lo enquanto acariciava seus cabelos macios e com cheiro de chocolate. — Eu te amo.
Morri, ressuscitei e morri de novo.
— Eu te amo mais. — Eu o selei novamente e ele sorriu contra o beijo. Encostei minha cabeça contra seu corpo e o agarrei tão forte de forma como se ele pudesse permanecer ali para sempre.
— Talvez o “eu te amo mais” seja o nosso “sempre”. — Ele debochou e eu ri negando. O final deles — Hazel e Augustus — não é feliz, e eu quero meu final com o Louis feliz então nada de “’eu te amo mais’ ser o nosso ‘sempre’”.
Depois de dois dias, quando finalmente o cheiro forte de tinta saiu, Louis e Harry foram comigo revelar várias fotos e logo nós estávamos as colocando na parede. Eu fiz um formato de coração com as fotos minhas e de Louis dando a entender as fotos românticas. Ao lado fiz um formato de duas pessoas de mão dadas com fotos minhas e dos meninos dando a informar as fotos de amizade. Harry também é um amante de fotografias e ele até revelou suas fotos e veio colocar em meu quarto. Ele tinha fotos de Niall e Louis pequenos então adorei ter fotos deles como crianças, Madison me passou algumas fotos por whatsapp e eu também as revelei. Em poucos dias meu quarto inteiro estava cheio de fotos.
Cada momento em certa parte do quarto. Tem o momento formatura que ficou na parede ao lado da porta. Todas as fotos da formatura em formato de um grande chapéu de formando. Teve o “momento criança” que ficou ao lado esquerdo do “momento de formatura”, fotos minhas e deles quando criança. “Momento adolescência”, “momento loucuras”, “momentos românticos”, “momento família” e por aí vai. Eu tirei foto do quarto pronto e mandei para Madison e, é claro, a revelei e coloquei em um quadro em cima da minha cômoda.
Estava tão perfeito.
As únicas fotos que não revelei e coloquei no quarto foram as que usarei para o trabalho sobre Louis. Estou tão orgulhosa de mim mesma.
E lá virou meu cantinho pessoal. Madison tinha a pequena praça perto da casa de sua irmã em Paris, Niall a geladeira, Liam a sua biblioteca, Zayn o seu quartinho com desenhos expostos, Harry o seu laboratório fotográfico, Louis tinha o prédio abandonado e a pequena montanha na faculdade, e eu, bem, eu tinha esse quarto só pra mim. Diferente deles que tinham seu pequeno cantinho pessoal eu tinha um pequeno cantinho com coisas pessoais. Casa pedacinho de cada um deles. O canto pessoal deles se transformou no meu canto pessoal.
Minha mãe pediu para deixar alguma parte do quarto sem fotografias, pois meu aniversario seria amanhã. Eu não pedi nenhuma festa e mamãe disse que não faria, afinal Madison e Niall não iam poder vir.
Eu pensei em Louis quando acordei e não recebi nenhuma mensagem dele me desejando feliz aniversário. Me lembrei de quando Madison fez aquela festa pra mim quando nem era meu aniversario e Louis apareceu apenas depois. Soltaram fogos e ele me beijou.
Foi de todos o melhor “aniversário” que eu poderia receber.
Minha mãe fez um grande almoço no jardim, já que disse que a noite nós iríamos à casa de vovó. Os meninos vieram, menos Louis. Até Madison e Niall “vieram”, eles ficaram no notebook através do Skype. Perguntei a eles sobre o paradeiro de Louis e eles negaram saber. Quando eles foram embora eu tive vontade de chorar. Corri para o meu lugar favorito da casa e quase gritei de susto quando vi uma silhueta conhecida olhando as fotos que formavam um grande coração.
— Louis! — Pulei em suas costas e ele quase caiu. Comecei a depositar vários beijos em seu pescoço e ele foi caminhando de costas de forma com que minhas costas batessem de leve contra a parede. Ele se virou e rapidamente colocou as mãos em minha bunda de forma com que eu levasse minhas pernas e as entrelaçassem em sua cintura. Ele veio, ele finalmente veio.
Eu passei meus braços por seu pescoço e o abracei fortemente.
— Isso é por não ter vindo mais cedo. — dei um chupão forte em seu pescoço o que o fez gemer. — Isso é por ter quase me feito chorar. — Outro chupão no outro lado do pescoço. — E isso é por me fazer me preocupar com você. — Finquei minhas unhas em seu ombro e mordi seu lábio com força.
Louis apertou ainda mais minha bunda. Meus dedos foram direto para a barra de sua camiseta, mas ele me parou me colocando de volta no chão.
— Calma Aly, tem um propósito que justifique eu não ter vindo antes. — Disse calmamente enquanto colocava uma mecha do meu cabelo para trás. — Coloque uma roupa quente, vamos sair.
Rapidamente eu corri para meu quarto e coloquei um casaco de moletom e meus coturnos. Agarrei a mão de Louis e desci as escadas para a sala. Minha mãe sorriu e me entregou minha câmera pedindo para tirar fotos do momento para colocar no quarto depois que revelarmos.
O carro de Louis estava bem limpo, ele lavou recentemente. Uma música calma tocava na radio e eu cantarolava baixinho. Fiquei surpresa quando Louis parou o carro em frente ao parque central de Londres. Ele ficava aberto até 23h00minh da noite. Enquanto ele estacionava eu conseguia ver pessoas ainda no parque.
Ele pegou uma mochila no porta-malas e então pegou minha mão. Caminhamos em silêncio pelo parque até que Louis parou em frente à pista de patinação. Ninguém patinava, afinal a maioria estava indo embora, pois já era um pouco tarde.
Louis abriu a mochila e tirou de lá dois pares de patins, me entregou um que eu aceitei de bom grado. Os coloquei e fui para a pista, ele disse que logo voltaria então eu esperei. Enquanto patinava de um lado para o outro olhando fixamente para meus pés houve uma iluminação desconhecida por mim. Quando levantei o olhar quase caí devido ao modo que parei bruscamente de patinar.
Lindo!
As árvores estavam enfeitadas com luzes brancas, provavelmente já estavam arrumadas para a chegada do natal que não demoraria muito mais. Estava tudo tão perfeito, as luzes das árvores, o clima... Tudo.
Levei um susto quando Louis me abraçou por trás e encostou seu queixo em meu ombro.
— Gostou? — Assenti, sorrindo. — Eles só iriam ligá-las quando faltasse um mês para o natal, mas nada que o dinheiro não faça. — Ele riu e eu apenas revirei os olhos.
— Não precisava fazer isso por mim. — Me virei para ele e levei minhas mãos cobertas por luvas brancas até seu rosto.
— Claro que precisava. — Ele sorriu e pegou em minha mão. — Vamos patinar.
Patinamos por bastante tempo até nossos pés não aguentarem mais. Brincamos de pega-pega com os patins, dançamos, fingimos uma luta, o que nos fez rir tanto que meu estomago e bochechas doíam.
Quando saímos quase chorei de emoção assim que vi uma toalha posta na grama com uma cestinha em cima.
Ele se sentou e eu fiz o mesmo.
— Você me disse que não era nada romântico, imagina se fosse. — Sorri abertamente enquanto levava um pedaço de torta para a boca.
— Minha mãe que teve a ideia. — Ele deu de ombros.
Depois de comermos eu fiquei entre as pernas de Louis e comecei a tirar fotos de nós dois.
Não preciso de mais detalhes pra dizer que a noite foi perfeita.
Eu nem tinha me recuperado do meu aniversário e veio o dia em que Louis e eu faríamos um ano de namoro.
Meu Deus! Eu não acredito!
Quase caí dura quando Louis me levou até o prédio abandonado. O mesmo prédio que ele me chamou pela primeira vez de melhor amiga.
Confesso que deixei lágrimas caírem quando entrei naquele local. Estava tão perfeito. Louis é tão perfeito.
Havia uma caixa um pouco alta no centro do cômodo, ela estava coberta por uma toalha e em cima havia dois pratos e duas taças.
O chão estava coberto por um pano longo vermelho e havia dois travesseiros em cima desse pano assim como um cobertor.
E o céu totalmente iluminado pelas estrelas, à lua estava tão grande que eu fui obrigada a tirar uma foto dela. O telescópio ainda estava lá, porém mais velho.
Eu não conseguia dizer nenhuma palavra, apenas soluçar de emoção. Louis se sentou no pequeno tijolo ao lado da caixa e eu fiz o mesmo de frente pra ele. Não sei da onde saiu Harry com algo em mãos. Ele sorriu pra mim e colocou dois pedaços de pizza em meu prato e dois pedaços no prato de Louis e depois encheu minha taça com vinho e a taça de Louis também. Colocou a garrafa no canto e beijou minha testa.
— Boa noite. — Ele cochichou e deu uma risada, pegou as chaves e então se retirou.
— Ele me ajudou. — Louis confessou. — Espero que goste, quis comer pizza igual quando lhe pedi em namoro.
Seu sorriso era tão lindo que tirei uma foto rapidamente.
— Obrigada Louis, está perfeito. — Beberiquei meu vinho e fiz careta. Não sou fã de bebida alcoólica, mas tudo bem. — Eu te amo.
— Eu te amo mais. — Ele disse antes de começar a comer.
Nós conversamos enquanto comíamos, e eu notava o quanto Louis era perfeito. Cada mínimo detalhe de seu corpo e de sua personalidade. O sorriso não saiu do meu rosto por nenhum momento.
Quando terminamos nós fomos até o telescópio e ficou ainda mais difícil ver a estrela, porém ela ainda estava lá, brilhante e maravilhosa.
Louis estava simplesmente lindo. Seus olhos ficavam mais que perfeitos enquanto ele observava a lua. Não me aguentei e o agarrei, devorando seus lábios.
Louis é tudo. Absolutamente tudo.
Ele me puxou para si de uma forma tão brutal e ao mesmo tempo tão sexy e tentadora que o que passou pela minha cabeça nos próximos segundos não fariam importância.
Eu iria focar somente em Louis e naquele momento. Eu o beijei com tanta intensidade que não me importei quando Louis praticamente me jogou no tecido macio vermelho.
Ele veio pra cima de mim e eu o voltei a beijar. Nossas línguas praticamente fazendo um combate. Sua boca tinha gosto de vinho e eu nunca desejei tanto o vinho como naquele momento.
Retirei rapidamente o moletom de Louis junto com sua camiseta de baixo e logo o seu peitoral foi arranhado por minhas unhas. Eu iria fazer sexo com Louis em um prédio abandonado. Há qualquer momento algum desconhecido poderia aparecer e nos ver, mas quem se importa?
Louis nem pediu permissão e logo retirou meu casaco e minha blusa. Nossos corpos estavam tão quentes que nem sentíamos frio. Tive dificuldades em tirar as calças de Louis então ele teve que parar de me beijar para retirá-las. Eu ri quando ele tentou retirar minha calça com a boca, o que não obteve sucesso. Ele usou as mãos então, e me apertou com tanta força que ficou a marca de seus dedos vermelhos em minha coxa.
Não satisfeito com minha sanidade, Louis começou a depositar beijos desde minhas coxas até meu ombro. Ele deu um leve chupão em meu pescoço murmurando “vingança” o que me fez rir e tirar risadas dele. Suas mãos descobriam cada mínimo detalhe do meu corpo, ele apreciava minhas curvas com suas mãos macias e eu apreciava suas costas e seu abdômen. Ele riu quando eu apertei sua bunda por baixo da sua cueca Box.
Estremeci quando Louis passou as mãos pelo fecho do meu sutiã.
— Louis... — Murmurei baixinho e ele apenas soltou um “hum” em resposta enquanto beijava meu pescoço e apertava minhas coxas. — Você... Hum... Trouxe...
— Preservativo? — Ele parou para me olhar e riu da minha cara vermelha. Foi aí que eu me apaixonei novamente por Louis, se é que é possível. A luz da lua nos rodeava e os olhos de Louis ficaram muito mais azuis. Um azul oceano magnífico e, puta que pariu! Era como se eu visse o mar em seus olhos e devido à luz que batiam neles fazia um pontinho claro no meio do azul e então parecia que ele tinha a própria lua refletida no mar no lugar dos olhos.
Magnífico.
Suspirei apaixonada e ele riu novamente. Louis se afastou minimamente de mim e eu, constrangida, olhei para a direita vendo a lua no céu.
Sabe aquela sensação de que nada poderia ser melhor que aquilo que você sente? Era isso o que eu sentia, nada poderia ser melhor do que o que sentia por Louis. Nada seria mais intenso e profundo do que meu amor por Louis. Nada seria mais bonito e maravilhoso que Louis. Nada poderia significar mais que meu amor por ele.
— Alysson... — Ele sussurrou baixinho alisando fracamente minha bochecha, como se qualquer erro no toque fosse me quebrar. Virei meu rosto para o dele e não encontrei o sorriso perfeito, e sim sua feição séria e extremamente sexy. — Tem certeza?
E lá estava o Louis preocupado comigo, eu sentia a sua excitação no meio das minhas pernas, mas ele não iria se satisfizer enquanto eu não me sentisse bem.
Ele é perfeito demais.
— Eu te amo, Louis. — Eu beijei seus lábios, tentando sucumbir todo os sentimentos que habitavam dentro de mim com apenas aquele toque — Eu te amo mais que a mim mesma.
O que aconteceu depois não foi rápido demais, na verdade foi lento demais. Maravilhoso demais.
Já disse que Louis é perfeito em tudo?
Ele não parou de me beijar em nenhum momento, até que eu estivesse confortável. Não doía mais, longe disso. Era bom, muito bom. Ter Louis tão próximo de mim, tão íntimo, me fazia a garota mais feliz do mundo.
As costas de Louis provavelmente estavam ardendo devido as minhas unhas, e eu devia estar com vários chupões no pescoço e marcas nas coxas. As nossas respirações, os gemidos, os beijos, as caricias... Era tudo tão perfeito, tão “Alouisson”.
Quando Louis se afastou novamente eu estava grudenta devido ao suor, meu corpo tremia e eu mal conseguia respirar de tanto prazer que sentia.
Quando era mais nova eu achava isso nojento, e mesmo se casasse eu me recusaria a ter relações sexuais. Mas agora eu estou aqui toda esquisita após sexo em um prédio abandonado. Que evolução, Alysson.
Eu me aconcheguei em Louis quando ele finalmente voltou. Ele nos cobriu com o cobertor e eu pude finalmente agradecer novamente pela noite.
— Obrigada. — Sussurrei fracamente sendo tomada pelo cansaço.
— Por ter te deixado roxa ou por ter te fodido? — Ele riu devido a minha cara de espanto. Dei um tapa forte em seu peito e ele gargalhou. — Tá, desculpa.
— Você é muito idiota. — Murmurei deixando uma risada escapar.
— Mas você gosta.
— Eu amo. — Beijei onde havia dado um tapa e ele suspirou. — Obrigada por tudo.
— Eu que agradeço. — E então caímos no sono sendo iluminados pela lua.
Eu escondi os chupões de meus pais, mas nada passou despercebido pela Madison no Skype. Ela pediu todos os detalhes enquanto acariciava Niall que comia pipoca e ria da nossa conversa.
— Quando você volta? — Perguntei depois de rirmos das suas piadinhas sobre minha noite com Louis.
— Em breve. Estamos esperando o marido de minha irmã voltar de viagem. Ela está bem melhor agora. — Niall estava quase dormindo enquanto a mão de Mad alisava seu cabelo loiro. Eu pude ver a raiz castanha dele e seu cabelo estava maior do que da última vez. Os cabelos de Mad estavam mais curtos, eles caíam levemente em seu ombro. Estava linda como sempre.
Nós nos despedimos e então eu pude ir dormir.
Eu faltei na faculdade dois dias seguidos, até os chupões de Louis estarem mais fracos. Ele pegou pesado, mas eu sabia que suas costas teriam vergões.
E no dia que eu fui eu passei antes na padaria de Harry como de costume e ele notou afinal ele sabia que algo teria acontecido. Ele fez várias gracinhas já que Louis não estava comigo.
Na saída da faculdade Zayn e Liam se aproximaram do carro de Lou. Giulia vinha conversando com ambos, mas depois se afastou e foi para outro lado.
— Vamos? — Perguntou Zayn depois de depositar um beijo em minha testa.
— Para...? — Perguntei. Liam e Zayn se entreolharam e Louis suspirou.
— Droga, eu me esqueci de te falar. — Ele murmurou bravo consigo mesmo. — Eu vou com eles comprar algumas coisas para a festa.
— Que festa? — Cruzei os braços arqueando uma sobrancelha, Zayn e Liam recuaram um passo e fingiram prestar atenção em outra coisa.
— As Atividades Extracurriculares de esporte vão dar uma festa, pois logo vão começar os campeonatos, nós aceitamos participar, então vamos comprar algumas coisas necessárias. — Ele explicou calmamente passando as pontas dos dedos em meus braços expostos e depois indo para meu rosto. — A festa será domingo, mas não se preocupe, eu vou passar o sábado inteiro com você. Eu prometi, não?
Assenti tentando digerir tudo aquilo. Eu odiava quando Louis ia a festas, mas Liam e Zayn também iriam então... Tudo bem.
— Quer vir junto? — Ele perguntou e eu assenti, logo pegando meu celular e discando o número da minha mãe para avisar.
Eu queria passar o máximo de tempo junto com Louis, afinal o campeonato iria começar e ele iria se afastar para treinar.
Eu quase o impedi de levar as garrafas de bebida alcoólica, mas ele disse que não era pra ele e sim para os outros. Quase quis matar Zayn quando ele cochichou com Louis que iria rolar maconha. Eu o fiz prometer que não deixaria Louis se aproximar disso e Zayn confirmou que não o deixaria chegar perto, mas Louis não podia me prometer nada.
O triste é que apenas pessoas que iriam participar do campeonato podiam ir à festa, ou seja, nada de Alysson. Mesmo que eu faça patinação infelizmente eu não posso participar, pois eu rejeitei a proposta de competir.
Quando Louis chegou em minha casa no sábado dizendo que me ajudaria a tentar começar a parte escrita de meu trabalho eu fiquei até animada. Mas é claro que quando ele chegou minha mãe implorou para passar um tempo com ele, ela fez um doce para nós e pediu ajuda de Louis para fazer. Só acho que vou perder meu namorado para minha própria mãe.
À tarde comemos aquela guloseima no antigo quarto de Alice que agora estava completamente cheio de fotos. Nós olhávamos algumas fotos em especiais. Todas as fotos que tirei de Louis que usaria em seu trabalho foram colocadas no chão espalhadas. Minha mãe com seu jeito criativo havia feito uma caixa bordada para que eu pudesse guardas as fotos. Nós escolhemos as melhores e então as guardamos na caixa, enquanto algumas que eram repetidas ou devido ao flash ficaram estranhas foram guardadas em outra caixa para depois serem colocadas na parede.
Naquela noite Louis dormiu junto comigo no colchão do antigo quarto de Alice, adormecemos enquanto olhávamos deslumbrados para as milhares fotografias.
Eu nunca imaginei que aquela fosse nossa última noite.
No outro dia quando acordei eu me senti mal, realmente mal. Liguei para Louis umas três vezes e ele atendeu e disse que estava tudo bem.
À noite eu liguei para ele novamente e me assustei quando escutei um barulho alto no fundo.
— Lou? — Perguntei me sentando na cama.
“Alysson? Alô?”
Eu mal podia escutá-lo devido à música alta que emitia no fundo da ligação.
— Lou! Onde você está? — Praticamente gritei.
“Só um minuto”
Ele gritou de volta e então lentamente o som da música foi diminuindo.
“Alysson, amor? O que foi?”
Ele estava preocupado, mas eu estava mais ainda.
— Onde você está? — Me levantei e comecei a caminhar pelo meu quarto.
“Na festa, eu lhe avisei” — Era verdade. Suspirei angustiada.
— Por favor, venha embora. — Eu pedi e ele suspirou irritado.
“Aly, eu paguei para entrar, gastei dinheiro para comprar as coisas, não posso simplesmente ir embora.”
— Louis! Por favor! — Implorei e ele bufou.
“O que foi, droga?”
— Eu estou preocupada, caralho! — Eu berrei, felizmente minha mãe havia ido à casa da minha avó junto com meu pai então eu poderia gritar a vontade.
Eu pude escutar seu suspiro e minha vontade era chorar.
“Se eu for embora, você irá se sentir melhor?”
— Sim! E por favor, traga Liam e Zayn. — Pedi e ele não respondeu. — Louis!
“Eu assenti, eu vou levá-los” – A música voltou a ficar alta e eu suspirei aliviada.
— Eu te amo. — voltei a me sentar. — Me promete que quando me ver, a primeira coisa a fazer será me beijar.
“Prometo” — E então a ligação foi encerrada.
Eu não consegui dormir naquela noite, aquela sensação me engolia aos poucos.
Quando acordei na manhã seguinte eu pensei em não ir para a faculdade, mas depois quis ir para poder ver Louis e no final resolvi não ir mesmo, pois Louis deveria estar cansado e talvez estivesse faltado.
Eu passei o dia inteiro na cama esperando alguma ligação de Louis, mas não recebi nada. À noite, já bastante angustiada, eu resolvi descer para a sala, mas me arrependi no momento em que ouvi minha mãe conversando no telefone.
— Acho melhor não dizer nada ainda. — A voz de minha mãe estava estranha, e meu pai estava ao seu lado lhe reconfortando.
Me pergunto de que...
— Querida, se não dissermos será pior, ela ficará ainda mais preocupada. — Disse meu pai enquanto passava as mãos nas costas de minha mãe.
— O que devo fazer, Jay? — Ela perguntou se sentando no sofá.
Jay? Espera... A mãe de Louis... Não
Não tenha pensamentos precipitados, Alysson. Desci mais dois degraus lentamente.
— Eu vou tentar acalmá-la, mas creio que ela não ficará bem, afinal Louis sofreu... — Minha mãe soltou um soluço no mesmo momento em que eu levei minhas mãos até a boca em pavor.
— Sofreu? — Engoli em seco. — Sofreu? — Meus pais me olharam com olhos arregalados. — Não é sobre Louis, é? — Meus olhos se encheram de lagrimas quando minha mãe assentiu lentamente.
Não! Por favor, não.
— O que houve? — Perguntei tentando manter a calma. Eles não me responderam. — O que houve?! – Gritei me segurando na parede.
— Louis, Zayn e Liam sofreram um acidente ontem quando voltavam de uma festa. — Meu pai disse lentamente, como se aquilo fosse melhorar algo.
A única coisa que passou pela minha cabeça foi correr para o hospital e assim eu fiz. Eu corri pelas ruas desertas de Londres, eu corria o mais rápido que podia enquanto as lagrimas manchavam minha visão e me atrapalhavam. O vento era forte e rapidamente tirava as lagrimas que caiam de meus olhos e molhavam meu rosto. Quase fui atropelada três vezes, mas isso não importava. Eu corri tanto que meus pés doíam de uma forma inigualável e quando finalmente avistei o hospital eu suspirei aliviada, afinal não aguentava nem mais um passo.
— Por favor. — Tentei recuperar a respiração enquanto a recepcionista me olhava preocupa. — Lou... is...Tom...
Eu mal conseguia falar e respirar. Meu coração doía tanto e minha cabeça latejava.
— A senhorita está bem? — Ela disse se aproximando de mim e colocando as mãos em meus ombros.
— Louis... Tomlinson. — Eu disse me encostando à parede e tentando ao máximo me controlar.
Rapidamente a moça voltou para a recepção e mexeu no computador.
— Ele está internado no quarto 155, não é autorizado...
Eu não esperei ela responder, apenas saí correndo novamente entre os corredores. Todos me olhavam assustados enquanto berrava por Louis em todos os corredores. Nada! Absolutamente nada.
E então eu o vi. Quarto 354. Lá estava ele deitado naquela cama, ligado a aparelhos, sua cabeça estava enfaixada assim como seu abdômen e a perna direita. Eu não conseguia ver direito, as lagrimas tamparam minha visão, mas pude ver dona Jay segurar firme a mão do filho.
“Me prometa”
Coloquei minha mão tremula sobre o vidro e então sussurrei.
— Eu prometo que vou ficar ao seu lado. — Eu não aguentava mais e quando ouvi gritos histéricos da minha mãe eu pude finalmente cair de joelhos naquele azulejo branco e gelado.
Minha cabeça latejava enquanto escutava passos se aproximarem. Minha cabeça foi levantada do chão e então eu pude ver o rosto de dona Jay totalmente inchado assim como seus olhos vermelhos. Ela sorriu de forma gentil pra mim, mas eu podia ver a tristeza em seus olhos.
“Eu só consigo se tiver você”
“Você me tem, Lou. Sempre vai ter, é uma promessa”.
“Não faça promessas que são impossíveis de cumprir”.
“Não é impossível, e mesmo se fosse eu iria cumprir”.
— Eu vou cumprir...
Eu só queria que Louis ficasse bem, eu só queria poder vê-lo, mas isso não seria possível no momento já que minha visão apagou lentamente.
Quando abri meus olhos minha cabeça não doía, o que eu achei estranho. Olhei ao redor e vi apenas branco. Deduzi que estava no hospital... Louis!
— Louis... – Tentei gritar, mas minha voz saiu mais baixa que o normal. Olhei ao redor e vi através da janela do quarto minha mãe acompanhada com meu pai conversando com o pai de Louis.
Eu tentei chamá-los, mas eles não me ouviram. Foi quando Mark disse algo e minha mãe levou as mãos até a boca logo se aconchegando a meu pai.
Aquilo bastou.
Eu juntei forças inimagináveis e arranquei aqueles negócios chatos de meus braços e me levantei. Fiquei um pouco tonta, mas não era momento pra isso. Meus pais finalmente me notaram quando eu abri a porta daquele quarto maldito.
— Louis... — Eu disse com a voz seca. Grunhi quando minha mãe me abraçou. Não queria abraço, queria Louis.
— Querida, que bom que acordou, faz dias que você está desmaiada. — Ela me informou beijando todo o meu rosto. Só Louis pode fazer isso. — Querida, você precisa descansar.
— Louis. — Forcei novamente a voz e meu pai se aproximou negando. — Eu quero ver o Louis.
Meu tom de voz finalmente saiu alto e mamãe recuou. Atrai alguns olhares, mas pouco me ofendi com isso.
— Louis... Por favor. — Eu dei um passo para fora, porém meu pai me segurou. — Eu preciso vê-lo.
— Ainda não, meu anjo. — Meu pai me abraçou fortemente e eu pude finalmente soltar lagrimas de dor e pavor ao mesmo tempo. — Está tudo bem, Aly, Louis está bem, assim como Zayn e Liam, eles só precisam descansar assim como você, por favor, querida, volte a dormir e quando acordar levaremos você até o Louis.
— Por favor. — Implorei, mas meu pai negou novamente. Eu fugi de seus braços e corri novamente por aqueles corredores, mas enfermeiros me pararam. — Louis!
— Tire suas mãos de minha filha! — Escutei a voz grossa de meu pai, mas continuei a me debater. Foi estranho quando me acalmei rapidamente. — O que fizeram? O que merda injetaram nela?
— Calmante, senhor, é inaceitável esse comportamento nessa ala. — Disse alguém que eu não me importei em saber.
— Filho da Puta! Ela é só uma criança, levem essas drogas para lá. — Ele ordenou e passos se distanciaram. — Vai ficar tudo bem, meu anjo, eu vou cuidar de você.
Eu simplesmente fui levantada sem nenhum esforço e fui levada pelo colo de meu pai de volta para meu quarto, mas eu não queria voltar. Eu tentei de todas as formas me agitar e sair do colo quente e gostoso de meu pai, mas nenhum músculo se moveu.
Ele me colocou na cama e depositou um beijo em minha testa.
— Eu vou cuidar de você. — Ele assegurou e se retirou junto com minha mãe. Louis precisa de mais ajuda do que eu. E mesmo que meu pai me ajudasse de todas as formas possíveis nada seria o suficiente quanto abraçar Louis. Eu precisava vê-lo, quis me levantar, mas não consegui, em vez disso adormeci.
Ouvi murmúrios próximos a mim e então abri os olhos, meus pais não estavam mais com as mesmas roupas e eles conversavam novamente com alguém, mas dessa vez era a própria dona Jay.
— Louis... — Falei, minha garganta ardia e eu necessitava de água. Rapidamente minha mãe adivinhou e me deu um copo com água, me ajudando a beber.
— Calma, querida. — Ela secou os cantinhos da minha boca e então me ajeitou na cama de forma que eu ficasse sentada.
— Louis. — Disse novamente e dona Jay suspirou. Ela veio hesitante até mim e pegou em minha mão.
— Posso falar com ela em particular? — Se dirigiu aos meus pais e eles assentiram, depositando um beijinho na minha testa e então saindo e fechando a porta. — Alysson... Só quero que escute.
Eu afirmei lentamente com a cabeça. Dona Jay mais do que ninguém sabia como eu amava o seu filho.
— No dia da festa onde Louis, Zayn e Liam estavam houve um acidente. Eu não sei ao certo, mas Liam se recuperou e me disse o que realmente aconteceu. — Assenti para que ela continuasse. Ela tentava sorrir para me acalmar, mas nem ela conseguia se manter calma — Liam disse que Louis havia recebido uma ligação sua e que depois voltou para levá-los embora.
Eu assenti, era a pura verdade.
— E quando eles estavam saindo com o carro um desgraçado de caminhão bateu na traseira e fez com que o carro de Louis batesse contra a parede, e infelizmente Louis estava sem o cinto. — Seus olhos foram preenchidos por lagrimas. Dor, ela sentia dor e eu sentia culpa.
— Dona Jay... A culpa é minha — Eu disse ela negou freneticamente com a cabeça e eu forcei novamente a voz. — Eu pedi para que ele viesse embora, se ele tivesse ficado o caminhão...
— Não, querida. — Ela apertou mais minha mão e se aproximou. — Você estava preocupada, e poderia ser qualquer outro carro, outros alunos. A culpa não é sua! — Ela me assegurou.
— Louis... Ele está bem? — Perguntei e a mãe dele sorriu pra mim assentindo, finalmente eu pude suspirar aliviada e sorrir.
— Ele está estável, só precisa acordar. Mas talvez ele tenha alguns probleminhas na cabeça devido à batida contra o vidro, mas o médico precisa fazer exames depois que ele acordar.
— Obrigada, dona Jay... Seria inapropriado se eu pudesse vê-lo? — Ela negou.
— Eu levo você. — Ela me ajudou a sair da cama e me levar até a porta, mal pude abri-la e logo minha mãe saltou na minha frente.
— Aonde vai? — Dona Jay respondeu por mim e mamãe negou com a cabeça. — Nem pensar, descanse.
— Eu já descansei! — Gritei e ela recuou. — Quanto tempo? Quanto tempo?
— Uma semana... — Papei respondeu. Uma semana? Faz uma semana que apareci aqui e Louis ainda não acordou. Eu me odeio.
— Não se preocupe, eu vou acompanhá-la. — Dona Jay assegurou e em seguida começou a me levar pelos corredores. Nós andávamos devagar, e eu sentia meu corpo tremer. Alguns enfermeiros e médicos que passavam por ali sorriam para ela e eu sentia o esforço que ela fazia para retribuir o sorriso.
Depois de passar por vários corredores e entrar em um elevador, finalmente eu pude ver o quarto de Louis. No corredor havia alguns bancos e lá estavam todas as irmãs de Louis.
Dayse e Phoebe assim que me viram vieram correndo até mim.
— Alysson! — Elas agarraram minhas pernas e eu abaixei para abraçá-las. — O Lou...
— Meninas, a Alysson precisa vê-lo agora, depois vocês conversam com ela. — Ela me puxou para cima e me guiou até dentro do quarto.
Obrigada dona Jay, eu não iria saber responder nada.
E quando estava trancada no quarto apenas com Louis e a mãe dele eu corri até ele e praticamente pulei na cama.
Escutei e porta ser aberta e fechada. Sozinha.
— Louis, eu sinto muito, meu amor! — As lagrimas caíam e molhavam o rosto dele. Havia um corte em seu lábio e um arranhão ao lado do olho direito, e do outro lado havia um esparadrapo. Eu não podia ver seus cabelos, afinal estavam escondidos por baixo das bandagens e da faixa. A pele dele estava tão pálida e gelada que eu fui obrigada a pegar mais um cobertor e cobri-lo.
Beijei suas bochechas várias vezes tentando passar a temperatura quente do meu corpo para o seu. Aquele barulhinho irritante da maquina ao lado. Peguei com dificuldade a sua mão já que no dedo indicador estava com um negócio estranho.
— Eu vou cumprir, Louis, nunca vou sair do seu lado. — Sussurrei em seu ouvido e beijei novamente a sua testa. — Então, por favor, não saia do meu.
As lagrimas não cessaram e só molhavam mais e mais o rosto de Louis, eu sequei com a manga de minha camisa, mas não adiantou muito.
Eu preciso de você, Louis, mais do que qualquer coisa.
O abracei fortemente e pela primeira vez ele não devolveu o abraço. Que merda eu estou falando? É impossível para ele devolver meu abraço.
— Eu te amo. — Murmurei. — Fica comigo, eu vou ficar com você. Não vou sair.
Com a maior cara de pau eu subi na sua cama, bem mais confortável que a minha, e me deitei ao seu lado.
— Eu vou ficar. — Beijei levemente sua bochecha e o mantive aquecido junto a mim.
Eu não consegui dormir, eu só fiquei ali beijando sua bochecha a cada dez segundos e acariciando sua mão.
Depois de um tempo — infelizmente — dona Jay apareceu e disse que tinha alguém que gostaria de falar comigo. Eu não queria sair, mas dona Jay disse que era proibido permanecer ali sem ser mãe ou pai dele.
Eu sou a namorada!
Quase chorando eu me retirei, de cabeça baixa.
Seja quem for eu vou matar por ter me tirado do lado de Louis.
— Hey molequinha — Eu poderia quebrar meu pescoço com a força que o levantei para olhar para frente. Os cabelos ruivos, porém curtos, a pele pálida e o corpo delicado para uma garota com a personalidade como a dela. Lá estava ela, de braços abertos pra mim.
— Mad! — Deveríamos fazer silencio, mas eu não me importei, corri até ela e a agarrei. Ela voltou, Madison está aqui. — Mad... Eu
— Alysson, senti tanto a sua falta. — Minhas lagrimas molhavam seu ombro enquanto as lagrimas dela molhavam o meu.
— Madison, eu senti tanto medo. — Solucei, e ela fez o mesmo. Eu sempre soube que atrás da garota durona ela era totalmente frágil. — O Louis... A culpa é minha, se eu não tivesse pedido para ele vir embora. — Eu a encarei, seu rosto estava tão cansado, talvez porque ela passou horas dentro de um avião.
— Alysson! A culpa não é sua. — Ela me abraçou novamente. — Pare de se culpar. Eu conversei com Liam e Zayn, eles estão bem e me disseram tudo, a culpa não é sua.
Ela voltou a me encarar e depositou um pequeno beijo na minha testa.
— Como você está? — Ela pegou na minha mão e sorriu. — Não me diga “bem”. Eu sei que não está.
— Estou dilacerada. — Ela riu de forma triste. — Eu me senti tão mal no dia, Mad, e eu fiquei ligando pra ele o dia inteiro, quando não aguentei mais o mandei vir embora. E aí... — Eu não consegui terminar, pois comecei a soluçar de novo, mas Madison me abraçou bem mais forte.
— Ele está bem, só devemos esperar ele acordar e saber o que acontece. Queria poder fazer mais, dizer mais, mas não posso. — Ela sussurrou e voltou a me olhar.
— Só por você estar aqui eu me sinto melhor. — Ela sorriu. Olhei por cima de seu ombro e pude ver Niall. Ele sorriu pra mim e veio me abraçar. — Nialler.
— Está tudo bem, não vamos sair daqui. — Ele estava mais cheinho. Provavelmente devido à comida francesa. Ele sorriu pra mim e beijou minha testa.
— Cadê Liam e Zayn? — Olhei pra ambos e eles apontaram para o refeitório. Nós caminhamos até lá, Madison abraçada em mim e Niall a nossa frente.
— Alysson! – Eles se levantaram e vieram rapidamente me abraçar. Eu pude ver o rosto de Liam arranhado e ele veio até mim mancando. Zayn tinha o braço enfaixado, provavelmente havia quebrado. Eles me abraçaram fortemente e eu me segurei para não chorar.
— Como vocês estão? — Perguntei olhando cada um nos olhos, eles sorriram fracamente.
— Nós estávamos de cinto então não foi grave, mas estávamos na traseira. — Liam explicou. Assenti e ele beijou minha testa e minha bochecha. — Louis estava tão preocupado com você.
Não...
— Ele disse “Vamos embora, Alysson não se sente bem”. Nós pedimos para ficar, mas ele insistiu. — Zayn continuou enquanto pegava em minha mão.
— Droga. — Murmurei.
— Não diga que é sua culpa, não é! — Liam me abraçou novamente. — O culpado é o desgraçado do cara, ele estava bêbado, machucaria alguém a qualquer momento.
Assenti e ele sorriu.
Olhei para a mesa e lá estava Sophia sentada sorrindo olhando pra mim, eu sorri de volta.
Observei mais o refeitório e não encontrei o que queria.
— O que foi? — Perguntou Madisson.
— Harry. — Eu sussurrei e ela arregalou os olhos. Provavelmente ela não sabia disso já que olhou para Liam e Zayn.
— Ele está distraindo as irmãs do Louis, foram no pequeno parquinho aqui do hospital. — Sophia disse calmamente e eu assenti.
— Quero vê-lo. — Sem dizer mais nada eu saí de lá, eles me seguiram, mas felizmente não me impediram.
Quando senti a brisa gelada de Londres me invadir assim que pus os pés para fora eu quis voltar, mas essa vontade foi embora assim que botei os olhos em Harry. Ele segurava nos braços a Phoebe enquanto balançava Dayse.
Lottie e Fizz apenas observavam caladas.
— Hazz — Disse baixinho me aproximando. Niall rapidamente pegou Phoebe no colo e Madison começou a empurrar Dayse.
— Você acordou! — Ele veio até mim com o sorriso enorme no rosto e eu pude ver as maravilhosas covinhas. — Finalmente!
— Hazz — Eu deixei uma lagrima cair quando ele me abraçou tão forte e me tirou do chão.
— Está tudo bem, Aly. — Ele sussurrou, enquanto se afastava. Minhas pernas estavam em volta de sua cintura então foi fácil para ele se locomover. Vi os outros se afastarem enquanto Harry caminhava. Ele parou e, sem me tirar de seu colo, se sentou.
Distraí minhas mãos que tremiam levemente nos cachos de Harry.
Ele limpou uma lagrima que caia e sorriu para mim.
— Vai ficar tudo bem, quando ele acordar faça o que ele pediu. — Fiquei sem entender e Harry sorriu novamente. — Eu escutei quando vocês dormiram lá em casa.
— O que especificamente?
— “Sorria e me faça rir”. — Eu até iria rir do Harry afinando a voz para fingir ser Louis, mas eu chorei. Chorei igual a uma criança enquanto Harry me abraçava mais forte. — Quando ele acordar apenas sorria e o faça rir, tudo ficará bem.
Eu sorri quando Harry limpou novamente minhas lagrimas.
Depois daquilo Harry, eu e os meninos, e até mesmo Madison, passávamos a maior parte do tempo no hospital, tentando distrair as irmãs do Louis, mas especificamente distrair nós mesmo. Sem Louis não conseguíamos rir, sem Louis não conseguíamos achar graça em nada.
Passou três dias e nada de Louis acordar. Minha mãe me forçou a ir à faculdade, Liam e Zayn ainda estavam de atestado. Dylan me perguntou o que houve e eu tive que dar satisfações e entregar o bilhete que dona Jay escreveu pedindo para não retirar Louis do clube mesmo que ele demore a se recuperar. Dylan me abraçou e ficou praticamente o dia inteiro comigo, Giulia ficou me perguntando sobre Zayn, talvez eles sejam mais que amigos. Os “amigos” de Louis me perguntaram sobre ele e eu não dei satisfações, só disse que ele ficou doente.
Depois da faculdade eu ia direto para o hospital, ficava sentada na poltrona ao lado de sua cama. Eu cantava, contava o que aconteceu comigo no dia, lia para as irmãs dele que ficavam deitadas ao seu lado, pegava comida no refeitório e trazia para dona Jay, levava as irmãs de Louis para a escola... Eu fiz isso durante uma semana e meia até receber a noticia de que ele havia acordado.
Nunca fiquei tão feliz.
Eu corri o mais rápido que pude, Madison havia me ligado assim que pisei para fora da faculdade. Corri sem esperar o ônibus para ir ao hospital. De novo eu quase fui atropelada, mas a felicidade é maior que a dor então eu corri sorrindo e praticamente gritando.
Quando cheguei ao hospital fui direto ao quarto de Louis e comecei a chorar quando o vi. Todos estavam dentro do quarto de Louis. Ele estava sentado e parecia totalmente confuso, seus olhos piscavam várias vezes enquanto ele olhava para todos lá dentro. Ele apertou a mão da mãe dele e sorriu. Meu Deus, como eu sentia falta desse sorriso.
— Louis! — Gritei assim que entrei no quarto e o agarrei em um forte abraço, minhas lagrimas molhavam sua camiseta e depois de dias eu chorava de felicidade. — Louis, meu amor, eu senti tanta a sua falta!
O encarei e ele tinha a expressão ainda mais confusa. Eu beijei sua testa e voltei a abraçá-lo. E mesmo acordado ele não retribuiu o abraço.
— Lou? — Me distanciei o encarando. O azul de seus olhos não tinha mais aquele brilho, estava fraco e isso fez com que meu coração se despedaçasse. — Boo Bear?
Engoli em seco quando ele afastou sua mão da minha lentamente.
— Desculpe, mas quem é você?
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