Acordei sentindo uma leve dor de cabeça, me levantei e tomei um banho rápido, vestindo apenas uma calça de moletom num tom azul bem escuro e calcei meus chinelos. Ao descer até minha sala de estar, me surpreendi ao ver tudo completamente arrumado, não havia um vaso sequer fora do lugar e se eu não tivesse participadoda festa ontem, não diria que ocorreu uma aqui.
As empregadas caminhavam de um lado para o outro, terminando de arrumar os outros cômodos da casa que haviam sido desorganizados durante a festa, ao me verem elas me cumprimentaram brevemente com acenos e sorrisos singelos.
-Hey! A moça que dormiu aqui esta noite ainda está aqui? – perguntei a uma das empregadas, curioso para saber da anã.
-Sim senhor, deseja que eu vá acordá-la?
-Não será necessário, apenas quero que peça para alguém comprar um bolo de chocolate com recheio para o café, quero o maior que tiver e não me importo com o preço. Temos uma visita que aprecia doces em demasiado. – sorri ao lembrar-me do quanto Cry Baby gosta de doces. A mulher apenas assentiu e fora fazer o que pedi.
Não tenho nada marcado antes das 15:00, então decidi aproveitar o tempo que ainda me resta para checar minhas mensagens e malhar um pouco. Tomei um remédio para dor-de-cabeça, fui para minha academia particular no andar de cima e malhei durante uns 40 minutos, enquanto ouvia música. Quando me dei por satisfeito, saí da sala repleta de equipamentos e fui até meu quarto tomar outro banho e, em seguida, comer alguma coisa.
Estava caminhando pelo extenso corredor, rumo a cozinha, quando vi Melanie saindo do quarto. Sua expressão estava sonolenta e seus cabelos estavam presos em uma trança lateral, vestindo uma camisa branca minha que lhe cobria até os joelhos.
Qualquer um poderia confundi-la facilmente com uma criancinha desarrumada.
-Vejo que a anãzinha já está acordada. – sorri debochada ao vê-la se assustar e caminhei até a mesma. – Dormiu bem, anã?
-Mais do pensei que conseguiria, obrigado por me abrigar aqui. – sorriu e caminhou até as escadas.
-Você poderia me agradecer me dando mais um beijo, eu não me importaria. – a puxei pelo braço com uma das mãos e levei a outra até sua cintura, ela manteve a expressão sonolenta e me afastou voltando a caminhar.
"Mesmo no meio de várias pessoas
Eu percebo você
Você sabe oh você sabe
Eu fico animado imediatamente"
-Não comece com as suas gracinhas. – revirou os olhos. – Não me sinto apita para aturá-las antes de ao menos comer alguma coisa.
-Sendo assim CryBaby, deixe-me te levar até a cozinha, tenho uma surpresinha para você.
-Deveria me preocupar com isso? – arqueou uma das sobrancelhas e cruzou os braços.
-Por enquanto pode ficar tranquila. – dei um riso nasal e apertei sua bochecha recebendo um tapa da anãzinha.
Ambos fomos até a cozinha ainda alfinetando um ao outro com provocações, ao chegarmos, Melanie sorriu abertamente ao ver o enorme bolo de chocolate decorado com morangos e chantilly, além das raspinhas de chocolate na parte de cima.
"Não tem como eu perder você
(vamos lá)
Quando eu fico perto de você
Se eu ver um sorriso tímido
Você sabe uh uh uh você sabe
Você será minha"
-Espero que tenha gostado, pedi para comprarem especialmente para você. Sei que gosta de doces. – a puxei pela cintura, virando-a para ficar de frente para mim e a coloquei sobre a mesa sem nenhuma dificuldade.
Melanie apoiou ambas as mãos sobre a mesa e sorriu minimamente quando fiquei entre suas pernas e a puxei pela cintura, aproximei meu rosto do seu no intuito de unir nossos lábios e bufei quando a mesma virou o rosto e roubou um dos morangos do bolo o comendo e ignorando totalmente minha presença.
-Você é tão previsível que chega a ser engraçado Justin. – ela murmurou enquanto sugava o dedo indicador sujo de chantilly.
-O que quer dizer? – aumentei o aperto em sua cintura e ofeguei ao sentir nossas intimidades se chocarem.
-Você é o típico homem fútil e narcisista que pensa que pode ter o que quiser pelo simples fato de ser rico e ter uma boa aparência. Não vá achando que estou caindo de amores por você por causa de um simples beijo. – riu em deboche e chutou minha coxa.
"Garota eu posso fazer você se sentir viva (Mais uma vez)
Depois que eu encontrei você
(Ninguém)
Ninguém além de você
(Me chama atenção)
A única que vejo é
(Você você você)
Baby não"
-Não pode estar falando sério...
-Justin! – me virei no mesmo instante e arregalei os olhos ao ver Nicola parada na porta da cozinha.
-Nicola, bom dia. – Melanie murmurou simpática, saindo da mesa e sentando-se na cadeira, agindo de forma natural e totalmente alheia a toda aquela atmosfera pesada da cozinha.
-Justin, o que significa isso? Ela está usando uma camisa sua, vocês dormiram juntos?! – perguntou cerrando os punhos.
-Claro que não! – eu e Melanie gritamos juntos, me virei para a morena e sorri ao ver sua expressão incrédula.
-Eu sou uma idiota mesmo! – gritou saindo a passos duros da cozinha, sem olhar para trás nem ao menos uma vez.
Eu a puxei pelo pulso e virei seu corpo contra o meu fazendo-a me olhar nos olhos.
-Já te dissemos que não aconteceu nada do que você pensa, para que o escândalo?- perguntei irritado com o nervosismo sem fundamento da loira.
-Não seja cínico, é obvio que você me traiu com aquela garota!
-Nicola, eu não queria te magoar, mas nós não temos nada sério. Se eu estava ou não fazendo algo com Melanie não é assim tão importante, nós dois somos pessoas solteiras, livres para fazer o que quiserm... – não fui capaz de terminar minha fala já que a loira deu-me um tapa fortíssimo no rosto.
-Não que vê-lo nunca mais, seu grande idiota. – arrumou sua bolsa no ombro e deixou minha casa.
Eu permaneci estático, com a mão sobre a minha bochecha e meus olhos arregalados. Não acredito que aquela garota se atreveu a me dar um tapa por algo que não aconteceu, as mulheres são mesmo umas loucas.
Voltei para a cozinha onde Melanie comia o bolo despreocupadamente, como se nada tivesse acontecido e me sentei ao lado dela, também me servindo do bolo.
-Acho que você acabou de destruir meu possível futuro relacionamento. – dei uma garfada generosa no bolo e encarei a menor que continuou a comer tranquilamente.
-Eu não fiz nada, você é o culpado ficar o tempo todo, como se fosse o lobo atrás da Chapeuzinho vermelho.
-Bem, Chapeuzinho, este lobo adoraria se você ficasse em sua casa por mais um pouco. Acho que temos alguns assuntos pendentes para discutir.
-Esses assuntos terão de esperar então, estou ocupadíssima hoje e não pretendo faltar com meu compromisso por sua culpa.
Eu vou caçar você
"Doce garota oh doce garota oh baby
Seja minha garota seja minha garota ma baby
Doce garota oh doce garota oh baby
Seja minha garota seja minha garota minha baby"
Vamos lá Melanie, não precisa bancar a difícil, eu sei que você me deseja da mesma forma que eu te desejo. – a morena nada respondeu, apenas revirou os olhos e levantou-se sem me dirigir a palavra, ignorando-me e repelindo qualquer toque meu.
Ela voltou para seu quarto e trocou-se numa velocidade absurda, saindo de minha casa e ignorando-me por completo,como se eu não fosse nada.
-Você vai mesmo me ignorar e ir embora? – perguntei ao vê-la ligando para um táxi.
-Sim, agora volte para sua casa e vá amolecer uma de suas amigas.
-Quer saber, acho que é melhor mesmo gastar meu tempo com alguém interessante. –caminhei de volta a minha casa e dei uma última olhada na morena que continuava a fitar o nada e me ignorar.
Maldita anã.
"Eu olho para você sem dizer uma palavra
Você se sente assim também
Você sabe uh uhuh você sabe
Você me quer também
Ooh
Aceite isso agora
Babe você é minha (vamos lá)"
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Dois meses, já faz malditos dois meses que não voltei a ter qualquer tipo de contato mais íntimo com a Cry Baby. Eu tentei me aproximar dela de todas as formas possíveis, desde as mais sutis até as mais explícitas. No entanto ela não parece ter o mínimo interesse em mim.
-Eu não acredito que você continua correndo atrás dela, têm tantas outras meninas muito mais bonitas e interessantes. A garota não quer nada com você Justin, se continuar a encher tanto o saco dela, ela provavelmente vai acabar processando você por assédio sexual. – Josh riu debochado.
Ambos estamos no estúdio de gravação do mais velho, trabalhando em um novo single que pretendo lançar. Agradeci aos céus quando Scooter alegou que não poderia vir hoje por ter um compromisso com um dos outros artista que agencia, dessa forma eu posso conversar com Josh sem ninguém para atrapalhar.
-Eu não vou desistir, ela me provocou Josh e se tem algo que não suporto é ser provocado. Sem contar que não estou sendo invasivo.
-Olha, me corrija se estiver errado, mas encher a garota de piadinhas de duplo sentido e tentar beijá-la sempre que estão sozinhos me parece bastante invasivo. – riu debochado e deu um gole no energético, me encarando sugestivamente em seguida.
-Cala a boca, ela pode até bancar a difícil agora, mas tenho certeza de que logo ela acaba cedendo.
-O que te faz ter tanta certeza de ela vai ceder? Ela não me pareceu nem um pouquinho interessada em nenhuma das vezes em que a vi.
-Josh, que motivos ela teria para me recusar, nós dois somos jovens, desimpedidos... Sem contar que uma garota tão estranha como aquela não deve ter homens como eu a mercê dela, eu deveria receber um prêmio por dar essa oportunidade a ela. – sorri malicioso e roubei a latinha de Josh, dando uma golada generosa antes de devolvê-la ao mais velho.
Josh passou a mão pela barba rala e negou com a cabeça, antes de voltar a trabalhar na produção da música.
-Olha, cara, você realmente é um grande convencido, não me admira que a baixinha evite ao máximo ficar perto de você. Eu acho que você devia parar de ser um cuzão chato e deixar a menina em paz, antes que ela e o Scooter façam picadinho de você. – arqueou as sobrancelhas.
-Por que ao invés de falar um monte de merda, você não me dá um conselho realmente decente. Ela é apenas uma garota, não deve dar tanto trabalho assim agradá-la. – realmente, não deveria estar dando tanto trabalho, principalmente uma tão estranha e sem qualquer tipo de atributos físicos como Melanie.
-Já que é assim, você poderia fazer aquelas bostas clichês que as garotas costumam curtir, tipo comprar flores, joias ou então um caminhão de doces, já que ela gosta tanto de açúcar. Agora para de me encher a porra do saco que eu não estou afim de ouvir a sua ladainha sobre aquela menina pela milésima vez.
Ri soprado e me sentei ao lado do mais velho o ajudando na edição da música.
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Com meu orgulho mais aflorado do que nunca e uma voz interior gritando para que dê meia volta e não faça o que estou prestes a fazer, adentrei uma joalheria junto a meus dois seguranças e coloquei meus óculos escuros.
Talvez Josh esteja certo sobre essa coisa de presentear, bem, ao menos eu espero que ele esteja, porque estou prestes a gastar uma nota preta com aquela maldita garotinha bizarra. Nunca fui muito de presentear, para falar a verdade, as únicas mulheres que presenteei foram minha mãe e Selena, mas vale a pena passar por cima de meu orgulho se for para ver aquela anã engolir cada palavrinha do que tinha me dito na cozinha. Minha “arrogância” como ela mesma diz, não me permite levar um fora daquela magnitude de alguém tão inferior quanto a de cabelos coloridos.
-Senhor Bieber, olá, que bom que chegou. – uma das funcionárias do local cumprimentou-me simpática.
Já vim a essa mesma joalheria outras vezes para comprar presentes para minha mãe, pode se considerar que sou um frequentador assíduo. Esta joalheria possui joias variadas para todos os tipos de gosto e diferente da maioria, não tem um monte de frescuragem e atendentes que te avaliam de cima a baixo analisando se vale a pena ou não perder tempo te atendendo.
-Têm algo em mente? Temos uma coleção nova de colares com esmeraldas que são maravilhosos.
-Na verdade eu vim atrás de algo para uma garota, mas estou completamente desesperado, ela é diferente demais das outras garotas e eu não sei o que fazer para agradá-la. Quando digo diferente, é diferente mesmo, não uma daquelas garotas que vestem blusa vulgares e pensam ser os seres humanos mais especiais e raros do mundo, estou falando de uma garota realmente diferente, tão diferente que chega a ser esquisita. – disse caminhando pelo cômodo e observando todos os colares a mostra nos manequins.
-Bem, pode me dar mais alguns detalhes sobre a garota? Dessa forma poderei ser mais útil em sua procura pela joia. – assenti e pedi a ela que continuasse. – O senhor sabe o que a agradaria mais, colares, anéis, pulseira...?
-Bem, não sei ao certo, ela é tão esquisita. – baguncei minha franja, tentando pensar em algo que possa ser do agrado da esquisitinha. – Mas acho que ela ficaria boa usando gargantilha, adoraria vê-la usando uma gargantilha. – acabei não conseguindo prender um sorriso malicioso ao imaginar Melanie usando nada mais que uma gargantilha enquanto a estoco violentamente. Ah... Eu com certeza adoraria vê-la assim um dia
-Bom, temos várias gargantilhas aqui, uma mais linda que a outra. Garanto que alguma irá ser do agrado da tal “mocinha estranha”.
-Quero alguma com temática de doces e outra num estilo mais sofisticado, com safiras de preferência, ela gosta de azul. – a moça assentiu e deu as outras atendentes instruções do que procurar, detalhando o que havia pedido as outras moças.
Devo ter perdido por volta de meia hora olhando gargantilhas e mais gargantilhas, meu orgulho gritando para que simplesmente escolhesse qualquer uma e deixasse de bancar o boboca por uma anãzinha qualquer que gosta de bancar a difícil.
No fim, acabei por comprar duas gargantilhas, uma com uma fina tira de couro preto e o pingente prata em forma de duas cerejas unidas, as cerejas feitas com pedras de rubi e a pequena folha de esmeralda, a outra era feita de prata, com detalhes parecidos com ramos de árvores em espirais, entrelaçando-se até uma enorme safira de oito quilates. Uma jóia tão bonita que dá pena de dá-la a alguém tão bizarra como aquela anã, mas acho que vale a pena se for para fazê-la engolir sua arrogância.
-Irá mesmo levá-las? – perguntou dando um enorme sorriso, talvez imaginando a gorda comissão que vai ganhar com a venda.
-Sim, coloque-as em caixas de veludo escuro separadas. Quero presentear Cry Baby o quanto antes. – meu tom acabou por sair ríspido demais, tamanha é a minha raiva por ter perdido quase uma hora de meu tempo livre escolhendo gargantilhas caríssimas para uma esquisitinha.
-Sim senhor, obrigada pela compra. – sorriu simpática e entregou-me uma sacola prateada com o emblema da loja. Eu apenas fiz um aceno com minha cabeça e fui até a entrada da joalheria para poder pagar pelas gargantilhas.
Se isso não funcionar, acho que sou capaz de arrancar os dentinhos separados daquela anã com as gargantilhas.
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-Novamente você por aqui seu moleque? – o porteiro do prédio onde Melanie mora perguntou visivelmente infeliz com minha visita.
-Velhote, não vim até aqui para gastar meu tempo com você, ok? Apenas avise a Melanie que estou aqui e não me enche. – disse já impaciente com aquele velhote ranzinza.
-É impressionante o quanto você é arrogante e prepotente, saiba que você ser um cantorzinho famoso não te faz melhor do que ninguém e não lhe dá o direito de...
-Não me importo com a sua opinião, seu velho irritante, apenas vá chamá-la e pare de me aborrecer- coloquei minhas mãos dentro dos bolsos de minha calça e dei um longo suspiro, minha paciência curta já chegando ao limite.
-Eu odeio tanto você... – ele murmurou pegando o telefone e discando para o apartamento da esquisitinha.
-E então, posso subir agora?- perguntei apoiando meu braço sobre o balcão da recepção do condomínio.
O velhote revirou os olhos e assentiu, mandando-me ir logo já que estava totalmente enojado de ter que encarar minha cara. Eu ri e caminhei até o elevador, fazendo um coraçãozinho com as mãos para provocar o velhote que franziu o cenho e murmurou um palavrão.
Apertei o botão do andar da anã e ao chegar fui até o bendito apartamento 74 já tão conhecido por mim. Não nego que estou me sentido um pouco excitado – não no sentindo sexual, antes que me entendam errado – apenas estou animado e curioso para ver como Melanie reagirá ao ver as jóias que comprei para ela.
Bati sobre a porta impaciente e sorri de lado quando Melanie finalmente abriu a porta, usando apenas um conjunto de short de cintura alta e um top de alças finas, ambos em xadrez de branco e azul, os cabelos soltos e ondulados, um batom carmesim nos lábios e as sobrancelhas pintadas de verde.
-Pode parar de me olhar assim? Parece que quer me devorar. – ela pediu sem me fitar, encarando o corredor vazio.
-Talvez minha vontade seja realmente fazer isso. – sorri malicioso e dei uma breve risada ao vê-la fazer uma careta enojada e sussurrar um “eca”.
-Diga logo o que quer aqui, ou a sua intensão é apenas me amolar e esgotar minha paciência? – cruzou os braços e apoiou-se sobre a porta.
Adentrei seu apartamento sem esperar qualquer convite e me sentei sobre o sofá, ela apenas murmurou um “folgado” e se sentou ao meu lado, me encarando com curiosidade.
-Te trouxe um presentinho Cry Baby, espero que goste. Levei muito tempo as escolhendo. – entreguei a sacola prateada para Melanie que a fitou curiosa e a abriu, tirando de lá as caixas de veludo.
Depositou-as sobre a mesa e abriu uma de cada vez, arregalando os olhos ao ver as jóias reluzentes. Eu sorri e me sentei ao seu lado, ela dedilhou as gargantilhas sem abandonar a expressão de assombro e pegou a caixa que continha a gargantilha de prata.
-O que pretende me dando isso Justin, me comprar? – perguntou arqueando uma das sobrancelhas pintadas.
-Isso é jeito de se reagir a um presente, Melanie? Eu não fiquei quase uma hora escolhendo essas jóias caríssimas ‘pra você ficar me acusando apenas por coisas que eu não fiz. – murmurei desacreditado, mesmo que essa verdadeiramente seja minha real intenção.
-Hey! Se acalma nervosinho, é que eu já estou tão acostumada com você sendo um ogro machista, que sempre fico com um pé atrás quando se trata de você. – colocou a gargantilha prateada sobre a mesa e voltou seu olhar para mim.
-E então, você gostou? – sorri galante e apoiei meu braço sobre o sofá, fitando os olhos castanhos com intensidade.
-Elas são lindas, mas eu não costumo usar joias e ainda não entendi o motivo de ter me comprado gargantilhas tão caras. Espero que não tenha nenhuma segunda intenção por trás desse presente, do contrário, eu não vou aceitar.
-Juro que não quero te comprar ou coisa parecida, eu só quero me desculpar pelos últimos meses, sei que tenho sido invasivo e até meio “maníaco” com você. Eu só queria que você me desse uma oportunidade de provar que não sou assim tão ruim quanto pareço. – tentei soar o mais sincero possível, não é totalmente mentira o que disse a ela, eu não sou assim tão ruim e adoraria mostrar a ela.
-Por que eu deveria confiar em você, para fazer comigo o que fez a Bárbara e a Nicola? Não sou uma menininha leviana que vai se deixar levar pelos seus encantos, Alphabet Boy, me dar joias caras não me fará cair de amores por você. – a morena cruzou os braços e apoiou ambas as pernas sobre a mesa branca.
Levei meu olhar as suas coxas tatuadas e tive uma vontade imensa de apertá-las e mordê-las, vontade essa que infelizmente não posso satisfazer no momento.
"Isso é louco
Estou tendo uma visão oh meu Jesus
Sim, bom dia
Tão sexy mesmo com os cabelos despenteados
Então baby não"
-Já disse que não quero te comprar Cry Baby, tudo o que peço é que ao menos aceite sair comigo. – o riso escandaloso da anã fez-se presente na sala e ela me encarou como se tivesse acabado de contar a maior das piadas, desmanchando o sorriso ao notar minha carranca.
-Você não pode estar falando sério Justin, há alguns meses você vivia dizendo o quanto era estranha e repulsiva, agora está me dando gargantilhas caras e pedindo ‘pra sair comigo, isso não faz o menor sentido.
-Bem, digamos que não te veja mais como uma garota repulsiva ou uma aberração. Tudo o que eu te peço é um encontro, só um encontro, se você quiser eu não te aborreço mais depois disso e juro continuar sendo apenas seu amigo midiático, te prometo que será uma experiência divertida.
Ela deu um longo suspiro e passou a fitar as gargantilhas com o olhar perdido, permaneceu assim durante alguns segundos, até virar-se para mim.
-Apenas um encontro, você terá apenas duas horas, não vamos para nenhum lugar que esteja lotado de gente e não ouse tentar tocar em mim, ou eu vou embora e cancelo o contrato. O maior prejudicado vai ser você mesmo.
-Caralho, você é uma garota bastante difícil de convencer, mas eu aceito. – sorri.
-Ótimo, me envia uma mensagem com a hora depois e sai logo do meu apartamento. Preciso terminar de escrever as músicas para meu novo álbum e não quero mais olhar pra sua cara. – ela deu tapinhas em meu ombro e me mandou sair.
-Cruzes, eu já vou indo, que falta de hospitalidade. Só me deixa fazer uma coisa antes.
Sem dar a ela tempo de responder, a puxei pela cintura e beijei seus lábios com volúpia, sorrindo em meio ao beijo quando a mesma abraçou meu pescoço e levou a mão a meus cabelos. Antes que pudesse aprofundar ainda mais nosso ósculo, ela me empurrou e deu um forte tapa em meu ombro.
-O que eu avisei sobre não tocar em mim? – outro tapa foi desferido em meu ombro.
-Foi apenas um beijinho inocente, não precisa ficar irritadinha. Eu tenho que ir, até logo anãzinha.
-Já vai tarde, seu idiota. – revirou os olhos
Roubei um breve selar da morena e corri antes que ela arremessa-se uma almofada em mim. Eu saí sorridente do apartamento da mais nova, nunca pensei que conquistar uma garota pudesse ser tão trabalhoso assim, ainda mais uma tão esquisita quanto essa, mas talvez valha a pena todo esse esforço.
"Doce garota oh doce garota oh baby
Seja minha garota seja minha garota ma baby
Doce garota oh doce garota oh baby
Seja minha garota seja minha garota ma baby"
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