Após eu e Melanie almoçarmos, eu me ofereci para levá-la ao seu apartamento. Passamos toda a viagem até seu edifício em silêncio, ela conversava no telefone com algumas pessoas para confirmar seus compromissos me impossibilitando de iniciar uma conversa com ela.
Quando finalmente chegamos, a morena desligou o celular e voltou sua atenção para mim, dando um sorriso breve.
-Bem, é aqui que eu finalmente me despeço de você, Alphabeth Boy. Não vou mentir, estou bem feliz em me livrar da sua presença, visto que hoje foi um dia bem esquisito. – riu brevemente, sendo acompanhada por mim.
-Foi mesmo, mas eu sei que você amou passar todo esse tempo comigo. – me virei para a menor e levei uma de minhas mãos para a lateral de seu rosto. – Eu sei que você é louquinha por mim.
A morena revirou os orbes castanhos e retirou minha mão de seu rosto, acabei rindo de sua reação.
-Você realmente não consegue ficar mais de uma hora sem falar gracinhas, talvez seja por isso que eu te odeie tanto. – seu tom de voz soara baixo e ela aproximou ainda mais seu rosto do meu, voltei a tocar a lateral de seu rosto acariciando a bochecha da mais nova que sorriu minimamente, inclinando o rosto em direção a minha mão. Me aproveitei de sua proximidade para passar meu polegar sobre seu lábio inferior, enquanto o encaro com desejo. – O que é essa coisa esquisita que está acontecendo entre a gente?
“Gosto dos seus lábios
Estou viajando
Você é tóxica
Estou derretendo
Com o gosto do veneno, estou no paraíso
Estou viciado em você
Você não sabe que você é tóxica”
-A que exatamente está se referindo? – tentei beijá-la, mas fui bruscamente repelido pela morena.
-Isso tudo, os beijos, as provocações estúpidas, toda essa tensão sexual... Que merda ‘tá acontecendo? – afastou-se abruptamente de mim, me encarando com uma expressão engraçada.
-Nós somos quase amigos que se beijam as vezes, não tem nada de errado nisso. Pelo contrário, nós dois saímos nos divertindo. – a esquisitinha riu divertida com minha fala e colocou uma das mãos em meu ombro.
-Não seja tão convencido, eu não vejo nada de divertido em manter qualquer tipo de relação com você. Você é complicado demais e muito irritadinho.
-Não me importo de tentar ser menos irritadinho se você souber me recompensar apropriadamente. – mordi meu lábio inferior e a fitei com malicia, recebendo uma risada infantil como resposta.
-Acho melhor eu ir embora enquanto suas gracinhas estão suportáveis, não quero discutir com você agora. – ergueu o braço até a porta do carro fazendo menção de abri-la, mas mal pode encostar sobre a mesma já que eu consegui segurar seu braço rapidamente, o puxando com certa afobação e unindo nossos corpos.
Melanie me encarou com a expressão surpresa e tentou soltar seu braço do aperto de meus dedos, mas isso apenas colaborou para que eu a agarrar com mais força, a fazendo ofegar levemente.
-Não estou falando gracinhas, eu te desejo, CryBaby, mais do que gosto de admitir. Vocês não faz ideia do quanto eu quero te agarrar agora, bem aqui nesse carro.
“Baby, você não vê?
Eu estou chamando
Uma garota como você
Devia ter um aviso
É perigoso
Eu estou me deixando levar”
-Você não está falando sério, só está abalado por conta do que aconteceu com Selena e agora está em busca de algo que possa distraí-lo por alguns instantes. Se quiser um brinquedinho, procure alguém que esteja disposto a fazer este papel para você, eu não estou interessada. – sua expressão séria junto ao tom de voz suave me fez soltar seu braço e a encarar surpreso.
-Não quero te usar para me esquecer de nada, porque você tem sempre que complicar tudo?! – perguntei aborrecido.
-Eu não precisaria se você não me desse motivo o tempo inteiro. Quando eu acho que avançamos um pouco, você me mostra que continua o mesmo egocêntrico pervertido de sempre, já disse várias vezes que não vou deixar você me usar e me descartar como sei que quer fazer.
-Pare de ficar vendo coisas que não existem, Melanie! Como caralhos você consegue ser sempre tão irritante?
-Eu te pergunto o mesmo, seu estúpido! – socou meu peito, parecendo ter posto toda a sua força no ato, mas não surtindo muito efeito em mim. Sua força não é algo muito notável aparentemente. – Não posso ser gentil com você ou até mesmo tentar te ajudar sem que você distorça minhas ações e pense que eu quero dar pra você!
Esbravejou sem pausa, parecendo levemente ofegante ao final de sua frase. Por um minuto eu quase me permiti rir da fala da anãzinha, mas preferi controlar tal vontade para evitar deixa-la – ainda mais – irritada comigo.
-Não sei mais o que fazer pra apagar essa imagem ruim que você tem de mim, eu te comprei presentes, caros, aluguei um parque inteiro por você e juro estar tentando ser o mais cortês possível, o que mais você quer? Um dos meus pulmões?! – perguntei já livre de paciência. – Você é a virgem mais esquisita, maluca e histérica que já conheci na vida, não o que caralho me atrai tanto em você!
-E você é o homem mais babaca que eu já tive o desprazer de conhecer... Espera, atraído?
Sorri irônico e voltei a me aproximar da anãzinha, tocando sua cintura e depositando um forte aperto na mesma – dessa vez sem ser afastado.
-Não vou tentar te enganar e fazer um discurso apaixonado sobre o quanto te amo, mas não nego que me sinto atraído por você, e não minto quando digo que você jamais seria uma distraçãozinha barata para mim.
A morena engoliu em seco e pareceu pensar por uns instantes, dando um longo suspiro e mexendo em uma mecha de cabelo.
-Sabe, ficar com você apenas por diversão não me parece tão ruim se eu parar pra pensar bem no assunto. – murmurou me encarando.
-Como?! – perguntei surpreso.
-Exato, a gente dá uns amassos, sem nenhum compromisso ou cobrança, apenas diversão. Não parece assim tão ruim.
-Caralho Melanie, não brinca comigo assim. – murmurei arregalando os olhos.
“Não tem escapatória
Não posso esperar
Eu preciso ser atingido
Baby, me dê isso
Você é perigosa
Eu estou amando isso”
Ela riu e sentou-se em meu colo com as pernas uma de cada lado do meu corpo, dando um selinho em meus lábios sorrindo maliciosa.
-Caralho... – sussurrei tocando suas coxas desnudas e as apertando.
-Por que não me dá uma prévia de como seria ter uma amizade colorida com você? Assim eu posso decidir se te dou uma chance ou não. – tocou meus cabelos e uniu seus lábios aos meus.
Permaneci imóvel durante alguns instantes devido a surpresa com toda essa – maravilhosa – situação, mas logo recobrei os sentindo e devolvi o beijo com ainda mais intensidade. Melanie passou a puxar meus cabelos de leve e depositar mordidinhas em meu lábio inferior.
-Hum... Algum repórter enxerido pode acabar nos fotografando... – ela disse ainda me beijando.
-Não se preocupe, o vidro do carro é especial. Nós podemos brincar a vontade. – dei um tapa estalado em sua bunda.
-Eu iria amar continuar, mas tenho que ir agora. – descolou nossos lábios por completo e saiu de cima de mim.
-Porra, não faz isso comigo Melanie. Aqui dentro ‘tá tão bom, não estraga o momento.
-Já me atrasei demais, não posso faltar meus compromissos. Prometo continuar outro dia, Alphabet Boy. – deu um selinho em mim e saiu do carro rapidamente.
“outro dia”
Ao que parece eu a anã teremos outros momentos do tipo.
(...)
Por incrível que pareça, Braun não discutiu comigo como pensei que aconteceria após meu surto contra o paparazzi de merda, pelo contrário, Scooter se mostrou bastante condescendente comigo e disse que aquele merda mereceu a surra que havia dado nele.
Uma enxurrada de notícias saiu sobre o acontecido e vários outros paparazzis voltaram a fazer suposições imbecis sobre Selena e eu. Embora tenho ficado irritado com o acontecimento, fui tranquilizado por Selena que disse não dar a mínima para todas as fofocas e que o mais importante para ela é focar em seu tratamento.
Quanto a mim e Melanie, bem, acho que não poderíamos estar melhor. Mesmo com nossas agendas apertadas por conta dos shows e entrevistas, sempre arrumamos um tempinho para nos agarrarmos em algum canto disponível, aproveitando ao máximo nosso momento juntos.
Nosso envolvimento mais íntimo tem nos deixado cada vez mais próximos e Josh – que sabe de toda essa maluquice que tem rolado entre eu e Melanie – não para de fazer piadinhas idiotas sobra mim e Melanie, afirmando que falta muito pouco para que fique completamente caidinho por ela. Não nego que até gosto do jeitinho esquisito dela e morro de tesão por aquela anã, mas ficar caidinho por alguém é algo que está completamente fora de meus planos.
Por falar na anã, nós dois estamos no mesmo evento de música. Nossas apresentações irão acontecer em horários distintos, mas Braun já nos fez tirar inúmeras fotos juntos e postar em nossas redes sociais.
Ainda tenho um tempo antes de minha apresentação, então decidi dar uma passadinha no camarim de Melanie e provoca-la um pouco antes de chegar minha hora de ir ao palco.
Caminhei pelos corredores durante alguns minutos antes de finalmente encontrar a porta com o nome de Melanie escrito em uma plaquinha branca, dei duas batidinhas sobre a porta e ao ouvi-la murmurar um “pode entrar”, girei a maçaneta e adentrei seu camarim fazendo o mínimo de barulho possível e trancando a porta, assim eu garanto que ninguém irá nos incomodar.
Não me surpreendi ao vê-la assistindo, bastante concentrada, algo em seu celular. Ela nem ao menos se deu ao trabalho de se virar para mim, apenas continuou com sua atenção voltada ao aparelho, ignorando minha presença.
-Nunca vou entender essa sua mania de ficar assistindo desenhos estranhos, antes das suas apresentações. – disse num tom debochado, me aproximando da morena e tocando os cabelos descoloridos presos em uma trança complexa.
-É como um ritual, sempre assisto a filmes do Tim Burton ou algum desenho antigo antes de um show, me ajuda a ficar calma. – se virou para mim e deu um sorrisinho. – O que traz ao meu camarim?
-Bem, digamos que estou me sentindo nervoso e vim aqui te pedir um beijinho de boa sorte. – toquei os lábios tingidos de vermelho e passei meu polegar lentamente sobre o mesmo, mordendo meu lábio inferior quando a menor me encarou e entreabriu os lábios.
“Muito alto
Não consigo descer
Perdendo minha cabeça
Girando pra lá e pra cá
Você me sente agora?”
A morena retirou minha mão de seus lábios e sorriu, balançando negativamente a cabeça e se levantando, dando-me a visão completa de sua roupa, um simples macaquinho azul-claro com desenhos de rostinhos de bebês, com alças finas e um sapatinho rosado com lacinhos. O macacão é um pouco curto e fica justo no corpo da morena, acentuando suas curvas suaves. Resumindo, ela está gostosa ‘pra caralho.
-Sinto muito informar, mas seu beijinho de boa sorte não vai rolar. – deu um risinho irônico e caminhou até a frente do enorme espelho no meio do camarim, arrumando sua roupa.
Caminhei até a baixinha e coloquei ambas as mãos nas laterais de sua cintura, a apertando e aproximando o corpo da morena do meu. Inclinei meu rosto para baixo e comecei a distribuir beijos sobre seu pescoço, sorrindo ao observar a pele se arrepiando com meu toque.
-Alguém pode acabar entrando... – ela sussurrou inclinando o pescoço para o lado e me dando livre acesso para meus beijos e sucções leves.
-Já tranquei a porta. – afastei os lábios de seu pescoço e mordi o lóbulo de sua orelha. Melanie riu e virou-se, me encarando com um sorriso de lado e passando os braços por meu pescoço.
-Se bagunçar o meu cabelo eu vou te bater. – ela disse me empurrando até a enorme penteadeira branca do lugar e me beijando de forma afoita.
Agarrei as coxas da menor e as apertei, erguendo-a sem o menor esforço e me virando para poder apoiá-la sobre o móvel, Melanie abriu as pernas e as enlaçou em minha cintura, me aproximando mais de seu corpo. Nosso ósculo se tornou ainda mais intenso, com nossas línguas pressionando-se uma contra a outra de forma veloz e erótica, nos separamos após algum tempo e nos encaramos, ambos sorrindo de forma maliciosa.
“Gosto dos seus lábios
Estou viajando
Você é tóxica
Estou derretendo
Com o gosto do veneno, estou no paraíso
Estou viciado em você
Você não sabe que você é tóxica”
-Sorte o suficiente ‘pra você? – ela perguntou apoiando as mãos sobre a penteadeira e deslizando a coxa em meu quadril.
-Acho que preciso de um pouco mais de sorte. – mordi seu lábio inferior e depositei minhas mãos em suas nádegas, dando um aperto forte em ambas e sorrindo ao ver Melanie ofegar. – Você ‘tá tão gostosa assim...
A morena sorriu maliciosa e abriu ainda mais as pernas, me posicionei melhor entre suas pernas esticada e simulei uma estocada contra seu sexo coberto, sentindo meu membro já semi desperto passar a fisgar.
“Está ficando tarde
Para desistir de você
Eu tomei um gole
Do copo do demônio
Lentamente, está tomando conta de mim”
Voltei a unir nossos lábios e a apertar com brusquidão a bunda da anãzinha, adentrando minhas mãos em sua roupa para poder sentir sua pele morna em contato com meus dedos. Como a morena não mostrou nenhuma objeção, subi um pouco sua roupa, despindo sua bundinha gostosa e dando apertões e tapas bruscos sobre a mesma.
-Melanie, Justin está aí? Não o encontro em lugar algum. – Braun murmurou dando algumas batidas na porta, interrompendo por completo o momento incrível que estávamos tendo.
Melanie me empurrou de forma abrupta, completamente assustada e eu bufei, frustrado por ser interrompido de algo tão maravilhoso.
-Ele está aí?! – perguntou novamente.
-Sim, e-eu já vou abrir... – a morena levantou-se e arrumou as alças do macaquinho e a parte de trás, voltando a tampar as nádegas acobreadas – acabando ainda mais com minha felicidade momentânea – e dirigiu-se apressadamente até a porta, abrindo a mesma e cumprimentando Braun de forma quase inaudível.
-Eu sinceramente não quero saber o que vocês estavam fazendo aqui, só vim avisar que daqui a poucos minutos é a sua vez de entrar, Justin. Eu estou indo embora, tenho um compromisso importante com minha esposa e não posso me atrasar, tente não fazer nenhuma besteira. – apontou para mim, com uma de suas carrancas tão bem conhecidas por mim.
O moreno se despediu de nós e saiu da sala, me deixando novamente a sós com Melanie, que ainda parece desconcertada por ter sido surpreendida em um momento tão íntimo. Sorri malicioso e me aproximei da baixinha circundando sua cintura e a aproximando de meu corpo.
-O que acha de continuar de onde paramos? – perguntei sugestivo, descendo minha mão de encontro a sua nádega, depositando um aperto brusco na mesma.
Melanie suspirou e virou-se para mim, colocando ambas as mãos em meus ombros e sorrindo de lado.
-É uma oferta interessante, mas você tem uma apresentação daqui a poucos minutos e eu tenho que terminar de me arrumar para a minha. Então sai logo daqui e para de me distrair.
A segurei pela cintura e antes que Melanie pudesse me impedir, colei nossos lábios em um beijo calmo e rápido.
-Agora sim eu posso ir embora. – depositei uma mordida em seu lábio inferior e soltei sua cintura.
-Boa sorte na sua apresentação, seu pervertido. – me abraçou por trás e mordeu minhas costas antes de correr até a porta e trancar a mesma bem na minha cara.
Tenho que me lembrar de ensinar bons modos a essa anã na próxima.
“Sim, eu amo o que você faz
Você não sabe que você é tóxica
Gosto dos seus lábios
Estou viajando
Você é tóxica”
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