Minha vida com certeza não era mais monótona. Minha rotina baseava-se em ir do laboratório até para casa e para casa até o laboratório. Sempre mantive tudo organizado desde o ensino médio e mantive isso na faculdade, mas agora não tenho nenhum tipo de plano. Minha melhor amiga ainda continuava sendo minha oposta que sempre fora animada e festiva, enquanto eu preferia passar o tempo com minha família, assistindo Netflix e alguns salgadinhos.
Apesar de confuso, sinto a necessidade de explicar nesse meu fim de história, que é o começo de muitas outras – meu nome é Caitlin Snow e estou na casa dos meus 28 anos de idade, cursei a prestigiosa faculdade de Central City de medicina. Minha pontualidade ainda me assustava, pela vida perfeita e bagunçada que eu vivia, quero dizer, eu estou quase casada e tenho uma filha. Desde que nos mudamos para cá, vejo a necessidade de mais organização, que eu mantive até a chegada de Barry Allen.
Já é final de tarde quando chego do laboratório. Barry não tinha exatamente turnos, ele ia quando precisávamos do velocista. Enquanto ele era apenas Barry Allen, trabalhava integralmente de pai.
— Hey. — Ele pronunciou assim que ouviu o barulho da porta e a viu entrar.
— Hey, onde está Maddie?
— Está dormindo.
— Conseguiu trocar a frauda dela?
— Finalmente. Ela só chama por você, toda hora.
Fui até seu quarto, onde ela se encontrava adormecida, mas que ao acariciá-la fora acordada.
— Mamãe? — Ela esfregava seus pequenos olhinhos, enquanto se levantava.
— Desculpe, eu te acordei. Deve estar cansada, papai brincou muito com você?
— Ele dormiu.
— Ele o quê?
— Dormiu.
Tal palavra fora suficiente, para mim pegar a criança no colo e ir em direção à cozinha, onde reinava o cheiro de algumas panquecas. Deixo-a em pé no chão e vou em direção de Barry.
— Você me entregou de novo, não é Maddie? — Ele e a encarou, com os olhos cerrados, fingindo estar bravo.
— Não pode mentir para mamãe, você vai acabar com gelo no seu pé de novo.
— Espera, você viu isso? — Encaro impactada para a pequena. — Barry, você sabia que ela viu isso? — Barry balança a cabeça negativamente, com a expressão tão surpresa quanto a minha.
— Eu também consigo fazer, mamãe! Quer ver? — Ela estende a mão e nós vamos desesperados até ela.
— Não! — Gritamos em uníssono e ela soltou uma leve risada.
Logo Kara, Felicity e Íris chegaram para as preparações e Barry é praticamente expulso de casa, mas logo Cisco, Oliver e Mon-El vieram buscá-lo para levá-lo em algum lugar que era desconhecido de minha parte. Felicity fica responsável pela Maddie, enquanto Íris e Kara cuidam de mim.
— Na verdade, eu acho que não precisam exagerar... Algo básico estará ótimo.
— Nem pensar. Falando nisso, vocês conseguiram falar com o pai de Barry? — Comentou Íris.
— Sim, ele na época do sequestro nem pude falar direito com ele. Depois de cinco anos, ele voltou para Central City e conseguimos jantar na semana passada.
— Então ele vai poder ir ao casório! — Eu assenti, sorrindo.
Assim que terminaram de me arrumar, alguém veio bater na porta do quarto. Ainda receosos de quem poderia ser, abrimos cuidadosamente e preparadas para uma possível defesa.
— Cait, eu... — Ouvimos a voz de Barry ecoar pelo ambiente, mas Kara usou sua força para impedí-lo de entrar. — Isso dói! — Ele batia sua mão na porta, enquanto a outra estava presa entre ela.
— Kara!
— Ele não pode te ver antes do casamento! Além disso, ele se cura rápido!
— Que isso menina? Não existe tal coisa. — Abri a porta e o levei para sala, onde passei uma pomada em seu ferimento. — Logo vai ser curado, então descanse um pouco. — Digo, levantando-me e indo para o quarto. Ele segurou levemente meu braço.
Você está linda hoje.
— Só hoje? — Sento-me novamente no sofá.
— Todo dia...
— É um dia diferente. — Dizemos em uníssono e ele me puxa para um beijo.
— Eu te amo, Caitlin Snow.
— Eu te amo, Barry Allen.
(...)
Eu nunca pensei que casaria cedo, já que meus estudos sempre foram minha prioridade e cogitei que no futuro meu trabalho seria, mas hoje o que tenho de realmente mais importante, é a minha família. Uma família que é bagunçada, que passa por dificuldades, possui medos, mas acima de tudo é uma família que tem amor e no final, sempre acabamos entre sorrisos. Assim eu espero.
Estava sentada esperando que alguma das meninas me avisasse sobre a hora em que poderia entrar, até receber uma visita inesperada.
— Caitlin? — Ela apareceu com um pequeno bouquet de rosas vermelhas.
— Mãe? O que está fazendo aqui?
— Não posso vir ao casamento da minha filha? Eu recebi um convite. — Ela se sentou ao meu lado.
— Não é isso... Eu só pensei que você... — Minha fala cessou-se.
— Que eu não viria? — Ela segurou minhas mãos e me entregou as flores. Soltou um suspiro antes de sua próxima fala. — Eu sei que não fui uma mãe presente desde que seu pai se foi e até agora não fui uma avó também, mas eu nunca deixei de te amar, Caitlin. Durante o tempo em que vivi com seu pai e com você, eu fui extremamente feliz. Se eu não mudar agora, nada irá ser diferente. Tentarei ser uma avó presente para minha neta e uma mãe para você. Tenho certeza de que Barry a fará muito feliz... Ele é um excelente homem. — Ela deu leve empurrão e arqueou a sobrancelhas, soltei uma leve risada.
— Obrigada, mãe. Eu nunca te odiei... Eu só queria que você fosse mais presente. Achei que Maddie poderia te mudar, quando a visse.
— Nada pode me mudar, Caitlin, mas me esforçarei para ser melhor para vocês. Agora: as meninas pediram para que eu te chamasse. Chegou a sua vez de formar a sua família e eu tenho certeza de irá se sair muito bem nisso.
— Eu te amo, mãe.
— Eu também te amo, Caitlin.
Decidimos nos casar ao ar livre. Um lindo salão com um excelente jardim, nada poderia ser melhor do que proclamar em um lugar que era semelhante ao nosso amor – natural. O caminho no tapete vermelho parecia longo, assim como meu caminho foi até ele nesse tempo todo, mas eu iria chegar. Respiro fundo e começo a caminhar em sua direção. Ele sorri e ajeita sua posição, parecendo nervoso.
Madison lentamente caminha à minha frente, enquanto jogava algumas pétalas de rosas no caminho. E finalmente, ali estou – o altar.
— Eu, Barry Allen, recebo a ti, Caitlin Snow, como minha legitima esposa, prometo ser fiel, amar-te, respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida até que a morte nos separe.
— Eu, Caitlin Snow, recebo a ti, Barry Allen, como meu legitimo marido, prometo ser fiel, amar-te, respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida até que a morte nos separe.
— Pode beijar a noiva. — Barry lentamente se aproximou, mas coloquei a mão na sua boca.
— Você pode guardar segredo? — Sussurrei no ouvido de Barry e ele me encarou confuso. — Mas é, o que te faz tão confiável que não irá contar para ninguém? — Ele sorriu, lembrando-se da segunda vez que nos vimos.
— Eu não faço esse tipo. — Ele continuou.
— O segredo é... Estou grávida, Barry.
— Você o quê?
— Estou grávida.
— Meu santo deus! Eu vou ser pai... Tipo de novo?
— Sim. Charlie está vindo.
— É um menino?
— Digamos que... Caitlin me deu uns pequenos spoilers. — Ele sorriu e me abraçou. — Então... Parceiros? — Estendo a mão e ele a segura.
— Parceiros. — Ele me puxa, fazendo com que nos fechássemos em um beijo.
A conclusão que cheguei naquele dia foi que ao juntar cada erro que pensei ter cometido em minha vida, gerou o maior acerto deles – viver. E se, algum dia, alguém me dizer que na verdade isso realmente foi um erro, irei dizer: ''Sim. Mas se viver é um erro, com certeza, é o mais amável deles.''
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