Bloom saiu do laboratório com bastante euforia. Em suas mãos, estavam um envelope que continha os resultados do exame químico feito em Sky na noite do delito, sabia que seria quase impossível o loiro cometer um crime estando dopado com aquele remédio forte. Suspirou de alívio. Sempre soube que ele nunca havia matado Philip, até porque, ele estava vivo e sinceramente, não queria descobrir qual era a maracutaia que envolvia a família de Diaspro nesse assunto. Só queria livrar Sky da prisão e da acusação e iria conseguir, finalmente. Depois de tanta luta!
-Cadê meu beijo de agradecimento?
-Vai para a merda, Andy! -Retrucou, colocando o documento na pasta. -E não ouse chamá-lo de gigolô. -Rosnou, arrumando a mexa ruiva que caiu de sua orelha, atrapalhando sua visão através das lentes do óculos.
-Fala sério, Bloom, você quase perdeu o emprego por causa daquele loiro. -Ele voltou a infernizar, fazendo a ruiva suspirar de irritação. -O caso dele é caótico, só o usaram nessa história toda, a amante dele o usou e você ainda passa pano para ele? Ele merece tudo o que aconteceu, ele é um Collins, Bloom. Ele…
-Cala a boca, Andy, sério. Você já pagou sua dívida e agora, eu vou indo, okay? -Pegou sua bolsa e saiu o mais rápido possível do local. Tomou cuidado para ver se ninguém estava a seguindo e pegou o carro para ir para a lancha do loiro.
Quando chegou no porto, Bloom quase saiu correndo do carro. Queria muito dar a notícia a ele, o mais rápido que conseguisse. Finalmente iria ter provas para a defesa de Sky estar forte no dia da audiência.
Mas teve uma surpresa quando chegou no barco. Diaspro estava lá dentro, vestida com aqueles vestidos justos de corte quadrado com zíper costurado na frente, pois ficava fácil para tirar. Havia conseguido um diagnóstico psiquiátrico de Diaspro que informava sobre seu transtorno compulsivo de sexo e pelo menos dois abortos haviam sido feitos nesse meio tempo. Diaspro não possuía filhos e no momento, se declarava viúva, mesmo Philip estando vivo.
-Atrapalho em algo? -Bloom era corajosa e não iria se por para baixo. Lançou um olhar de cobrança a Sky que fez uma careta.
-Não, eu já estava de saída. -A loira fez questão de arrumar a barra do vestido ao passar pela ruiva. O fato era que as Winx estavam cansadas dessas “dondocas” achando que podiam pisar nelas. Cansadas desses homens bobos. Cansadas de serem humilhadas por essa “gentinha” com poder.
-Me aguarde, Diaspro. -Sussurrou a advogada em tom ameaçador, cruzando os braços e fazendo expressão de deboche.
A loira soltou uma risada mínima e desafiadora, como se estivesse de divertindo e saiu da lancha.
-Eu posso explicar. -Disse Sky seriamente, se aproximando para tocar nos ombros finos da mulher, mas ela se esquivou.
-Achei que estávamos em um relacionamento monogâmico. -Comentou ainda irritada, talvez, estivesse magoada também. Poxa, já faziam quase um ano que começou a se envolver com o loiro e depois de tudo o que ela fez para ajudá-lo a se livrar das ciladas que o inseriam, ele ainda volta a se encontrar com justo aquela que se recusou a lhe estender a mão? Ou pior, lhe pois no centro dessa enrascada? Sky era idiota, por um acaso?
O homem suspirou e parecia muito sincero ao se defender.
-Me desculpe, mas ela veio para se desculpar. -Ele disse tentando se aproximar de novo, mas a ruiva se moveu para o outro lado do cômodo. Nesse momento, Sky entendeu que ela não queria contato no momento, então, ele iria lhe dar liberdade e privacidade.
Suspirou, se sentindo culpado.
-Se desculpar pelo o quê? -Indagou ríspida, ainda se sentindo chateada.
-Ela são sabia que Philip estava vivo.
Bloom soltou uma risada sarcástica e se perguntou como Sky poderia ser tão ingênuo? Ele tinha passado anos na cadeia e estava mais velho. Um homem de vinte e seis anos, pelo amor de Deus!
-Ela não sabia? -Sua voz transbordava sarcasmo e o loiro passou a ficar na esquiva.
-Ela me disse que não e parecia sincera.
-Diaspro sabia muito bem o que estava fazendo, Sky. -Afirmou, assumindo um olhar sério e raivoso. Aff, seu namorado era muito tonto!
-Como você tem certeza disso?
Bloom olhou para o lado, suspirou e entregou documentos que não poderia entregar. Mas, já estava sendo bem antiética se envolvendo com seu cliente gato.
-O que…significa isso? -Ele perguntou, enquanto lia o documento com cuidado e bastante curiosidade. Bloom, desviou a atenção da imagem bela do namorado e tentou se concentrar no que estava fazendo. Era boba por amá-lo e por conta disso, talvez, ele tenha se tornado um homem muito mais bonito aos seus olhos. A forma que ele movia os braços, o seu olhar azul cintilante parecia duas lindas safiras com um brilho acolhedor bem chamativo no centro delas, sua voz lhe acalmava. O sorriso cativante e a forma que ele passava a mão na franja do cabelo eram perfeitos, ela só faltava suspirar quando ele fazia aquele movimento.
Mas o olhar decepcionado dele, lhe quebrava no momento.
-Diaspro te dopou naquele dia. -Falou com calma. -Encontraram uma substância misturado ao álcool que você ingeriu naquela noite. -Você não se lembra de nada, não é?
A ruiva se aproximou mais do loiro que se encontrava mais uma vez triste pelo o que aconteceu. Parece que todos daquela festa queriam que ele se fudesse! Principalmente Diaspro, que estava a minutos atrás lhe oferencendo ajuda e lhe dizendo que era totalmente inocente nessa história da morte do próprio marido.
Lançou seu olhar a Bloom. Parece que sua namorada era a única pessoa que poderia confiar nesse caso, além de seus amigos.
-Eu me lembro de ter beijado Diaspro, e ambos o casal que estava conosco naquele grupo de orgia, mas não cheguei aos finalmente com nenhum. -Confessou o loiro. -E eu nem queria! Seria minha primeira vez com homem e eu não sinto prazer dessa forma. -Falou, olhando nos olhos da ruiva parada em sua frente. Esta, no entanto, assumiu uma posição muito empática diante de Sky. -Depois, eu acordei no barco com a blusa e minhas mãos manchados de sangue. Liguei para Brandon, pois eu não estava entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo e foi quando eu fui preso em flagrante por matar e queimar o corpo de Philip Bonato.
-Eu sei, eu acredito em você. -Ela disse com tom de voz baixo.
-Você é incrível, sabia? -Ele emboçou um sorriso apaixonado, fazendo a ruiva entrar em transe e fazer o mesmo gesto, enquanto suas bochechas ficavam avermelhadas.
-Eu só fiz o meu trabalho…
-Eu falo sério, você está livrando muito Especialista de enrascada. -Ele falou com a voz aveludada, posando suas mãos grandes na cintura da advogada. -E eu sou muito grato…
Bloom levou as mãos ao peito do loiro e não desviou o olhar das safiras cintilante. Admirou os traços do homem que lembrava um lindo príncipe daqueles livros de contos de fadas. -Não precisa agradecer. -Ela disse. -Eu só preciso organizar um bom argumento para a sua audiência, enquanto isso, eu quero que você passe despercebido. Por favor, Sky, eu preciso que você não faça nenhuma loucura.
-Mas eu não faço loucura nenhuma.
Bloom fez uma careta sarcástica. -Você é todo corajoso, não se esqueça.
-Impulsivo também, mas não se preocupe, eu fazer o que você falou. -Ele respondeu, dando um sorriso de canto. -Até eu ver que preciso agir.
-Sky! -Repreendeu, lhe dando um tapa fraco no ombro.
-Não vou fazer nada imprudente. -Ele avisou, soltando uma risada. -Juro.
-Espero…-Murmurou, antes de ser beijada e mimada com fontes de prazer propostas pelo namorado.
—-
-O que está acontecendo? -Flora perguntou às colegas de trabalho, assim que percebeu o comportamento esquisito, emitido por elas durante o almoço. Suas amigas estavam caladas e se olhavam pelo conto dos olhos, indicando algo através da linguagem corporal.
-Nada, Flora. -Respondeu Digit de forma suspeita, se endireitando na poltrona onde se encontrava sentada.
-Nada? À semanas vocês estão agindo estranhamente. -Acusou. Aquilo não era nada bom, por conta do seu período menstrual, seu humor não estava equilibrado como sempre. Estava emotiva e raivosa. Tudo bem que, depois que Helia terminou consigo, ela estava mais chorona sim, porém, naquele dia, tudo estava lhe incomodando. Até o fato das pessoas respirarem o seu ar.
-Ah, você percebeu?
-Chatta! -Todas gritaram, punindo a loira com o tom de voz.
-Elas não queriam te contar para não te deixar mais chateada, mas quer saber? Eu não aguento mais segurar. -Confessou a loira, para desespero de todas que estavam presentes na mesa do almoço.
-Chatta, por favor! -Pediu Amore com sua voz doce, tentando por algum juízo na cabeça da amiga tagarela.
-Me conta, agora, Chatta! -Flora já estava irritada e impaciente pois queria saber o que estava acontecendo, de uma vez por todas!
-O Helia. -Tomou fôlego, assistindo Flora ficar pálida e engolir em seco. -Ele está se encontrando com Krystal quase todos os dias, às cinco da tarde no escritório dela, pronto, falei!
-Helia e a Krystal!? -Exclamou indignada. O que significava aquilo? Como Helia conhecia sua chefe? Ela poderia ter ido no Fonte Vermelha algum dia de show ou…o site dos Especialistas. É claro! Mas sua chefe sabia que era seu namorado, como ela pode? Se bem que lembrava a forma que ela o olhava, sempre analisando seu porte físico com aquela cara maliciosa, sempre o elogiando descaradamente.
Como foi burra! E Helia? Aquele filho de uma…espera. Franziu o cenho, ignorando sua amigas chamando sua atenção. Levou a unha aos dentes de forma inconsciente. Helia só poderia estar sendo…chantageado…
“Tem sempre alguém tentando se aproveitar de nós, como se fôssemos prostitutos.” Lembrou-se das palavras do mestiço durante as conversas maduras que tinham.
Se aproveitar. Era isso? Ela estava o ameaçando? Quanta audácia daquela petulante. Mas, ela iria ver! Estava cansada de tanta humilhação e iria tirar isso a limpo, por mais que isso lhe doa, ela iria interromper a festinha daquela bruxa de cabelos róseos e rosto angelical.
Flora esperou impacientemente e muito concentrada até as quatro e quarenta da tarde e se moveu com preço para o andar de sua chefe, iria os pegar no flagra e ninguém irá lhe parar.
-Flora, por favor não faz nada, você vai ser demitida! -Insistiu Lockette, tentando parar a amiga no meio do corredor, mas o temperamento da morena naquele dia, estava difícil de domar.
-Não me importo, Lockette! -Quase gritou, arrancando o crachá com sua identificação do pescoço e largando em cima da mesinha. -Ela vai pagar caro por tanto abuso e assédio moral.
-Meu Deus, faz alguma coisa, Tune! -Pediu Lockette desesperada, mas uma vez, tentando convencer a amiga de não ir.
-Oras, deixa ela ir! -Exclamou a platinada voltando a lixar a unha, sua voz transbordava desdém. -Flora está certa, dona Krystal merece um corretivo.
A mocinha suspirou e parou onde estava. -Então vai, Flora. -Incentivou. -Só não bate nela dentro da empresa.
A morena esboçou um sorriso pela primeira vez naquele dia e docemente, acenou para as amigas trazendo tranquilidade para as mesmas paradas na saída da porta.
-Vai com tudo, Neguinha. -Disse Chatta sorridente, fazendo Flora rir mas ao mesmo tempo, querer chorar por se lembrar do ex-namorado.
Pois, ainda o amava muito. Embora, três meses terem se passado desde a última vez que o viu em sua casa. Engoliu em seco deixando a raiva lhe dominar novamente, virou-se e seguiu até o elevador, determinada.
Quando estava chegando na sala, a secretaria de sua chefe não lhe deixou entrar e acabou perdendo uns vinte minutos discutindo com a estagiária. Quando abriu a porta da sala de Krystal, a encontrou arrumada e sentada em sua mesa fingindo estar concentrada na tela do seu computador.
Estava decepcionada por não pega-lós durante o ato, mas não iria dar para trás.
-Ao que devo a honra, senhorita? -Indagou com deboche, levantando uma sobrancelha rosa. -Sinceramente, Florzinha, sua falta de educação me intriga…
-Eu vim aqui para exigir que pare de chantagear meu namorado!
Flora acompanhou a feição angelical de sua chefe mudar em segundos para uma expressão de arrogância e desprezo, então, se pois satisfeita. Finalmente, dona Krystal iria se revelar. Ela soltou uma risada sarcástica e os pelos de Flora se arrepiaram com a raiva que estava sentindo se autentificar.
-Acha mesmo que ele está sendo chantageado? -Ergueu uma sobrancelha.
-Eu não duvido que ele esteja sendo, eu conheço Helia e conheço a senhora. Eu sei o que anda fazendo com ele! Você anda se aproveitando da situação dos amigos dele para obrigá-lo a fazer um serviço de prostituto. Você é tão baixa, dona Krystal!
A rosada se surpreendeu com a esperteza de sua funcionária, no entanto, não demonstrou remorso.
-Você não é para ser dele e ele não vai ser seu! -Ela afirmou convicta se levantando da poltrona do seu escritório. -Uma mulherzinha de família negra, latina, sei lá! -Parou em frente da morena, exibindo sua altura superior e seu porte de mulher elegante. -Olha para você e olha para o homão que ele é, não tem nada a ver! Pena que ele não vê isso, é caído de amores por você, sua negrinha nojenta e intrometida. -Cuspiu as palavras com nojo e sentiu uma ardência em sua face. -Você me esbofeteou, sua desgraçada?
Flora se encontrava irada com aquilo. Como ela tinha coragem de lhe insultar?
-E lhe estapeio novamente! -Gritou, chamando a atenção de funcionários curiosos que se espremiam para ver tudo o que ocorria pela janela. -Como a senhora tem coragem de fazer do meu namorado, o seu brinquedo? -Questionou, sem recuar. -Não ouse tocar mais nele, sem ele querer, ou eu faço pior do que fiz hoje. E não se engane, dona Krystal, eu sou baixinha mas meus braços tem força o suficiente para lhe dar uma bela surra. Se quer me atingir, venha a mim, não mecha com meu namorado!
-Está despedida, sua idiota.
-Eu já me demiti! -Gritou, dando-lhe as costas, fazendo seus cabelos cheios voarem com a brutalidade de seus movimentos.
Krystal estava possessa e indignada ao mesmo tempo. Sua mãe não iria gostar daquele barraco, até porque, foi ela quem contratou Flora. O pior é que naquele dia em especial, Helia não fez nada consigo e ainda lhe disse que ele só “subia” porque se imaginava nos braços daquela mulherzinha preta que ele diz que ama.
Não, o pior mesmo foi ter ouvido ele pronunciar o nome dela enquanto ela chegava no “finalmente”. Esfregou o próprio rosto onde Flora havia batido, não ardia, porém estava com a arrogância destruída e ela definitivamente, detestava aquilo.
Flora voltou para a sua sala rapidamente, sentindo as lágrimas descerem por suas bochechas, mas não era de tristeza, ela chorava por alívio. Finalmente, estava pronta para se livrar de Dona Krystal e não seria mais pisada e diminuída por ela.
-Ah, Flora, eu estou tão triste por você ter que ir embora! -Exclamou a ruiva de cabelos longos. -Isso não é nada romântico.
Amore estava ocupada em supervisão com o superior do laboratório e por isso, não estava presente quando resolveu ir na sala da chefe. A mesma havia soltado em uma das conversas ser romanticamente apaixonada pelo mesmo e acreditava que eles estavam na reunião, mas não para falar sobre o trabalho.
-Nós ainda vamos no restaurante vegetariano. -Respondeu docemente, mas a verdade é que não sabia se seu incentivo procedia, afinal, evitava almoçar lá para não encontrar o ex-namorado.
Sim, era uma covarde e não tinha um pingo de coragem dentro de si para encara-lo.
-Eu não queria que você fosse. -Confessou Chatta, pegando nos ombros da morena e a abraçando.
-Mas é necessário. -Consolou Flora e a loira murmurou um fraco: eu sei. -Tchau, meninas. -Agarrou a caixa com seus pertences e as enfiou no banco do passageiro de seu Honda. -Foi um prazer trabalhar com vocês.
-Igualmente! -Responderam as pixies em coro e Flora sorriu ao deixar a empresa, onde trabalhou desde quando se formou na faculdade. Mas estava na hora de desvincular, para o bem de todos eles!
Principalmente, para o bem dela.
Entrou em seu carro e partiu para casa. Teria que procurar outro emprego imediatamente!
—-
Eles estavam parabenizando a ruiva e comemorando com Sky. Depois de tanto sofrimento, Bloom conseguiu as provas para inocenta-lo do assassinato que o loiro não cometeu. Foi quase um milagre.
-Finalmente, eu nem acredito que acabou. -Comentou Timmy com um sorriso radiante no rosto. O ruivo havia definitivamente parado com o uso do óculos. Então, seus olhos cor de mel se destacavam de uma forma bem evidente e chamativa. Timmy era o que mais trabalhava para as senhoras com mais idade que amavam um rosto mais jovem e o rapaz aproveitava o Lap dance particular, pois pagavam muito bem por essa dança especial.
-Na verdade, não acabou. -Lembrou Bloom, fazendo os Especialistas revirarem os olhos. -Ainda temos a audiência.
-Será que não podemos ser felizes um segundo? -Indagou Riven, dessa vez, sem ingerir álcool.
-Falou quem vai casar com a princesa da máfia e viverá em perigo constante por pelo menos, oitenta e cinco por cento de seu dia. -Acusou Timmy.
-E isso daria quanto? -Questionou Sky, lançando as safiras cintilantes para o amigo ruivo.
-Vinte horas e quatro minutos.
-Nerd! -Acusou Riven, recebendo um dedo do meio em troca.
-Sempre fui, Lobo Mal. -O ruivo sentou em cima do balcão. -Brandon convocou nossa presença aqui no bar, mas até agora, nem ele, nem Nabu e nem Helia apareceram. -Informou.
-Alguma coisa aconteceu. -Disse Riven seriamente, lançando o olhar para o palco vazio onde se apresentavam. -E eu não vou me casar com a Musa.
-Sabe que a máfia japonesa não aceita namoricos com estrangeiros.
-Está sabendo demais, criança. -O moreno engrossou a voz em um ar ameaçador e deu um sorriso ladino malicioso.
-Você quem está sabendo de menos. -Timmy assumiu a mesma posição que o mais velho.
-É você quem vai casar!
-Engano seu, Riven. -Ele rebateu. -Eu e Tecna não queremos.
-Oras, como assim, Grasso?
-Do mesmo jeito que você está fazendo, Santoro. -Cruzou os braços, desafiando o amigo.
-Já chega, eles chegaram! -Sky impacientemente, indicou com a cabeça a porta sendo aberta e os três homens entrarem com expressões sérias.
-O que houve? -Riven foi direto ao ponto, sem dar tempo para alguém raciocinar ou analisar a situação.
-Trouxemos janta. -Anunciou Helia com a voz bem mais séria que o comum e depositou as sacolas em cima da mesa do bar.
-O que houve? -Questionou novamente, observando Brandon se locomover até o sofá e se jogar de forma dramática, praticamente se deitando. Sua feição demonstrava tristeza e parecia que havia caído em um precipício sem fim.
Ele fungou e tomou fôlego, levando os olhos vermelhos ao amigo. -Stella perdeu o bebê.
-Ah, minha nossa…-Comentou o homem, engolindo em seco. Passou a mão tatuada nos cabelos escuros e pensou no que poderia dizer no momento, mas a verdade é que não poderia dizer nada a não ser lamentar.
-Eu sinto muito, Brandon. -Sky se aproximou do amigo e nesse momento, houve muita demonstração de afeto e de apoio emocional por parte do grupo.
—-
Brandon havia dado folga de uma semana ao grupo por conta do luto, passou todos esses dias dando apoio a loira e ambos pareciam bem abalados com o ocorrido, mas se consolavam e se apoiavam durante todo esse tempo. Os Especialistas continuaram se vendo, dessa vez, na academia do centro da cidade e as vezes, iam ao bar beber juntos. Helia continuava magro e estava se esforçando para ganhar peso novamente, precisava ficar grande e um pouco mais musculoso do que estava para quanto o Fonte avermelha voltar a abrir.
-Como está Stella? -Indagou o mestiço, enquanto levantava peso com o braço direito.
-Ela está melhor. -O moreno se limitou a responder e suspirou, bebendo bastante água. -Tenho um trabalho para todos nós.
-Tem certeza? -Questionou Sky.
-Sim. -Respondeu distraidamente. -Vamos reabrir o Fonte Vermelha com a festa das executivas.
-Elas contrataram novamente?
-Não somente isso, elas vão pagar muito mais, só que…-Levantou o olhar castanho para seus amigos que pararam de se exercitar para lhe observar. -Vamos tirar tudo.
-Qual é, pensei que Especialistas não ficavam pelados. -Confessou o ruivo.
-E não ficamos. -Respondeu o moreno. -Não vamos ficar cem por cento nus. -Ele declarou. -Vamos tampar com o chapéu de executivo.
-Vamos tampar, assim que tirarmos?
-Exato, Helia. -Sorriu de lado, recebendo um “menos mau” de Timmy. -A associação das executivas vão estar na primeira fileira, porque a festa é delas, elas quem nos contrataram.
-Sua esposa vai estar dentre elas? -Questionou Nabu. Este, era o mais preocupado com a saúde emocional do moreno e de certa forma, da loira também.
-Ela sempre está. -Sorriu confiante. Havia casado no cartório com Stella bem discretamente após a morte de sua filha que, infelizmente, não veio ao mundo e estava muito feliz por isso. Ambos resolveram trabalhar em dupla para construírem uma família novamente e superarem o luto pela filha, porém dessa vez, de forma bem planejada.
Teve que usar várias táticas para convencer a loira de não ir confrontar seu irmão gêmeo na cadeia, até porque, Roger havia sido solto nessa semana e acreditava que ele não iria seguir uma vida honesta. Seu irmão não tinha jeito e sua mãe passava a mão na cabeça do mesmo.
-Vou ser sincero. -Riven chamou a atenção, deixando os pesos em cima da barra de ferro. -Eu vou adorar mostrar minha bunda tatuada.
Arrancou risadas dos outros. O dinheiro que ganhariam, iria ser muito bem vindo e tudo que eles teriam que fazer era tirarem a roupa e dançarem só com o chapéu social cobrindo a parte íntima.
——
Helia olhou o relógio no pulso e suspirou. Timmy havia lhe dito que iria trancar sua matrícula rapidamente na secretaria da faculdade, mas a verdade é que ele estava demorando. Haviam se encontrado quando saiu do restaurante vegetariano e decidiram irem juntos ao ensaio, após passarem na universidade para o mesmo resolver os assuntos burocráticos da instituição sobre sua matrícula. Estava sentado em uma das poltronas de madeira ao lado de fora do prédio educacional e a roupa preta que vestia, dava a sensação de que o outono estava mais quente.
Levou a mão na gola de sua camiseta e balançou para lhe dar uma sensação de frescor. Então, seus olhos puxados capturaram uma figura baixinha caminhando, virando a esquina do prédio de modelo grego. Vestia roupa branca e jaleco branco por cima, vinha conversando com os universitários que lhe acompanhavam e pareciam ser seus alunos.
Sem perceber, sorriu ao observá-la. Flora passou em sua frente e parou, lhe lançando um olhar surpreso e envergonhado por encontrá-lo ali. Os jovens perceberam que a morena lhe conhecia e pareciam íntimos, então, rapidamente, se despediram com a intenção de os deixar sozinhos. Até porque, a morena parecia não ter cabeça para mais nada a não ser o homem em sua frente.
-Oi Helia, à quanto tempo. -Ela saudou docemente, sentindo a brisa de fim de tarde bagunçar seus cabelos castanhos claros.
-Oi Flora. -Sorriu de forma misteriosa, se levantando de onde estava. -Você está tão bonita. -Elogiou, recebendo um corado e um pequeno sorriso em troca.
-Obrigada, mas você que é lindo. -Ela comentou, o observando se aproximar mais de si. -Como você passou esse tempo?
“Com saudades.” Quis responder, mas não podia avançar o limite, não sujo daquela forma. Ela merecia alguém melhor!
-Tive alguns problemas, mas está tudo bem e você, está trabalhando aqui?
-Sim. -Ela respondeu. -Eu sou professora de botânica laboratorial da faculdade de Magix.
-Parabéns, você é incrível mesmo. -Ele elogiou e a morena se aproximou, ficando menos de trinta centímetros do corpo de seu ex-namorado.
-Você que é incrível. -Foi sincera e todo aquele amor veio com força novamente, acelerando seu coração e bambeando suas pernas por só de estar na presença do mestiço. Levou a mão ao ombro do homem e deslizou pelo braço, antes de recolhe-la de volta. -Você perdeu peso? Está bem mesmo?
-Sim, eu perdi um pouco de peso. Mas não se preocupa, está tudo bem. -A vontade de beijar-lá era tão forte, que suas mãos formigavam para não pegar na cintura da mesma e trazer para si. -De verdade. -Seu olhar foi para os lábios de Flora e a forma como eles se movimentavam eram hipnotizantes, os olhos então.
“Por que ela tem que ser tão perfeita?” Se puniu interiormente. Não podia fazer a morena infeliz de novo. Não podia!
Flora ergueu as mãos e ia levando ao rosto de Helia, quando de repente.
-Helia, já acabei, vamos? -Perguntou Timmy, arregalando os olhos claros ao notar a posição romântica e a química do casal. -Ih, foi mal!
A morena pigarreou e se afastou do mestiço rapidamente se recompondo, abaixou um pouco a cabeça para esconder o rubor forte que cominava seu rosto. -Tudo bem, Timmy?
A morena suspirou de vergonha e se encolheu mais por puro nervosismo. Poxa, se o ruivo não tivesse chego, iria beijar o homem que amava depois de tanto tempo sem vê-lo.
-Oi Flora, está trabalhando aqui agora?
-Sim.
-Ainda bem que não está mais no Centro de Pesquisa. -O ruivo confessou. -Tecna me falou que sua chefe sugava a sua alma. -Comentou entusiasmado.
Helia tentou disfarçar seu desconforto, mas a vontade de matar Timmy era grande. Poderia ser muito inteligente, mas o ruivo era sem noção, as vezes.
Acompanharam Flora até o lado de fora, da faculdade com o ruivo tagarelando. Depois, a morena seguiu por um caminho diferente, deixando Helia com o olhar vidrado no caminho que ela tomou. Pensando em como ele e Flora possuíam vidas diferentes e deveriam seguir caminhos diferentes.
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