História Mademoseille Minatozaki - Satzu - Beach

Dia de folga, algo raro para Sana, ainda mais quando caia no mesmo dia que as folgas de Tzuyu e da faculdade, por isso, aproveitaram o dia livre para saírem da loucura de Paris e irem até uma praia. 

Estava um clima gostoso, o sol e calor ajudaram naquela decisão, e faziam Tzuyu lembrar porque tinha se apaixonado por Sana, sua mulher usava um vestido soltinho por cima de um biquíni, os cabelos castanhos amarrados e jogados pelos ombros e o rosto sério e concentrado na estrada coberto por um óculos de sol.

Linda.

- Mi vida, estou sentindo você me encarar, quer dizer algo? Podemos voltar para casa se quiser. - Ali estava o outro motivo, o jeito que Sana era sempre atenciosa consigo, estavam no carro há duas horas, tinham planejado aquilo por dias, mas mesmo assim, se ela pedisse, Minatozaki daria meia volta e a levaria de volta para casa e passariam o dia na piscina tomando drinks que a japonesa faria. 

- Não. Eu estou bem, só estava observando o seu rosto, mademoiselle. Você é linda.

- Ah… - Um tanto desconcertada pelo elogio avulso, Sana fingiu olhar para o GPS tentando pensar em algo, mas seu cérebro parecia ter dado um nó. - Obrigada, amor… 

- Eu adoro quando consigo te deixar envergonhada assim, suas bochechinhas vermelhas ficam tão fofas. - Um beijo demorado foi deixado na bochecha de Sana, que, mesmo que fingisse que não, tinha um sorrisinho nos lábios. 

- Olha, já estamos no litoral. - Para tentar tirar a atenção da namorada de seu constrangimento, Sana apontou para o horizonte onde já podia ser visto o azul intenso do mar. 

Era lindo, claro, mas nada conseguia atrair mais a atenção de Tzuyu do que aquela mulher linda do seu lado, principalmente quando ela abriu a janela para sentir a brisa marítima em seu rosto o que fez os cabelos longos voarem e o cheiro da maresia se misturar com o perfume sofisticado de rosas que Sana usava. 

Eu estou no céu? 

É isso que vemos quando morremos e chegamos no paraíso?

Enquanto sua namorada ainda estava em seus devaneios sobre sua beleza, Sana entrava com o carro na praia, a qual, ainda estava vazia por terem saído de casa bem cedo, a japonesa demorou um pouco para achar um lugar perfeito, mas finalmente conseguiu quando encontrou um local onde facilmente conseguiria usar o carregador do estacionamento - mesmo que, talvez, precisasse colocar uma extensão e o adaptador. 

Revirou os olhos ao pensar nisso, perrengues de ter um carro elétrico. 

Tinham realmente demorado muito para preparar aquilo, tanto que, dormiriam ali, por isso, assim que achou um ponto onde poderia deixar o carro, Minatozaki destrancou o porta malas e pulou do carro para começar a arrumar a parte traseira onde colocaria o parasol e o colchão que ficava no porta malas exatamente por isso, afinal, mesmo que não tivessem muito tempo, sempre que tinham folgas ou férias, viajavam. 

- Amor, você pode encher o colchão enquanto instalo o para sol? - Sana pediu já com o objeto em mãos, e a versão concentrada da Minatozaki talvez fosse uma das favoritas de Tzuyu. 

- Ah… sim! Claro, sim, sim. 

Quando finalmente acabaram de arrumar as coisas - inclusive prender a toalha de praia perto do carro -, Minatozaki se jogou de costas no porta malas de seu carro com a desculpa de estar testando o colchão, mas para falar a verdade, estava apenas aproveitando com preguiça o pouco do sol quentinho que entrava pelas janelas, com certeza algo que ela amava. 

- Não vai entrar no mar, senhora? - Um tanto curiosa, Tzuyu perguntou enquanto já arrancava o próprio vestido e procurava pelo protetor solar, havia sido ideia de Sana ir para a praia e ela não aproveitaria? 

- Em alguns minutos você me acorda, gatinha? O sol está tão gostosinho… só preciso tirar um cochilo, então dou um mergulho com você, sim? 

- Tudo bem. - Trocaram um beijo demorado e gostoso, onde Minatozaki acariciava lentamente o rosto de sua namorada. - Eu vou passar um protetor em você, tudo bem? Só para você não queimar seu rostinho dormindo. 

- Obrigada… - Claro que Sana estava com sono, tinha passado a madrugada acordada arrumando as bolsas delas como a grande perfeccionista que era. Mas mesmo a grande sonolência não a impediu de se sentar e ajudar Tzuyu a passar o creme em suas costas, e claro, aproveitar para deixar um beijo na pele bronzeada dela. - Me acorda em uns quarenta minutos, tudo bem? Vai dar tempo de eu descansar um pouco e ainda aproveitar com você.. 

- Sim, senhora. Bons sonhos, minha linda. 

- Vá se divertir, amore mío. - Mais um beijo, então Tzuyu foi liberada para fechar o porta malas, pegar a prancha presa no teto do carro e correr para o mar. 

Estava com saudade daquilo. 

***

Como foi prometido, exatamente quarenta minutos depois, Tzuyu deixava sua prancha na areia perto da toalha de praia para abrir o porta malas do carro e encontrar Sana em um sono gostoso que deixava seu rosto com uma expressão angelical. 

Linda. 

Para falar a verdade, estava até aliviada que tinha passado o tempo do cochilo de sua mulher, porque já estava ficando completamente desconfortável com olhares de um cara que não parava de a encarar, fosse quando estava na areia recuperando o ar, fosse surfando. 

- Amor, ei… - Depois de se secar - e vestir a saída de praia - engatinhou até estar sentada do lado de Sana, se sentia até culpada por ter que acordar sua namorada, ela parecia estar em um sonho bom, tinha até mesmo um sorrisinho pequeno nos lábios. - Vida, vamos, acorde, por favor, eu não quero ficar com pena de te acordar e acabar te deixando aí dormindo um pouco mais. 

- Oi, vida. Bom dia… - Sorriu preguiçosa, com certeza a imagem dos raios de sol batendo na pele bronzeada de Chou era uma cena belíssima. - Nossa… com certeza eu morri e fui para o céu. 

- Você consegue me deixar tímida quando flerta até mesmo com essa carinha de preguiça. Bom dia, meu amor. - Os cabelos longos e molhados caíram no rosto de Sana quando Tzuyu se inclinou para beijar ela, as cócegas pelos fios e a água salgada molhando seu rosto fez a Minatozaki rir, era tão bom estar ali com ela, daquele jeito leve, gostoso. - Você vai para o mar comigo? 

- Quer surfar comigo? - Os olhos de Sana brilharam, mas tinha um motivo, tinha pedido Tzuyu em namoro assim, em um pôr do sol, com as duas sentadas em suas pranchas observando o horizonte, e, sem conseguir conter seus sentimentos dentro do peito, a japonesa simplesmente fez o pedido, e quando chegaram na cidade, nem trocaram de roupa ou tomaram um banho para tirar o sal do corpo, Sana arrastou Chou para uma joalheria e a mandou escolher uma aliança. 

- Quero. Você vem? 

- Sempre, eu vou com você para onde quer que você queira, mi amor. Eu sou sua da mesma forma que você é minha, lembra? - Um beijo leve foi deixado nos dedos de Tzuyu que apenas sorriu emocionada, não sabia como lidar com declarações que Sana lhe fazia do nada. 

- Eu amo você, mon amour. - Com os lábios ainda próximos aos de Minatozaki, a taiwanesa não conseguiu conter o sorriso completamente bobo. 

- Eu também amo você, ma vie. - Passaram alguns segundos trocando alguns beijos com Sana ainda deitada, não se importavam que alguém olhasse para dentro do carro visse elas daquele jeito, para falar a verdade, gostavam demonstrar o amor que sentiam, até mesmo em público. 

Após finalmente jogar a preguiça para fora, Sana trancou o carro e deixou o anel, o qual era uma das chaves do Tesla dentro de uma das bolsas e finalmente seguiu a namorada para dentro da água, Minatozaki se arrepiou por inteiro quando a água fria tocou o corpo quente pelo sol, a água estava tão gelada que Sana tremia da cabeça aos pés enquanto as ondas batiam em seu corpo.

- Está fria, não é? - Tzuyu mordeu o lábio inferior para não rir, mas por dentro sentia dó de sua namorada, deveria ter deixado ela no colchão. 

- Eu não imaginava que estava tanto! Olha o sol que está fazendo! 

- Você é manhosa demais. - A taiwanesa não conseguia deixar o sorriso sumir de seus lábios, e mesmo quando Sana começou a resmungar, Chou apenas guiou a prancha para mais perto da que a namorada estava sentada e a beijou segurando o rosto dela. - Quando voltarmos para terra, prometo que te esquento. 

- Céus! Obrigada! É por isso que eu te amo!

***

Após algumas ondas, quedas das pranchas e alguns caldos, o casal finalmente retornou à areia, rindo como duas bestas quando se jogaram nas toalhas de praia, estavam um tanto cansadas, mas valia a pena. Sana apenas se levantou para destravar o carro e pegar sua carteira para pedir alguma coisa para ela e Tzuyu beberem, além de claro, o almoço, afinal, não tinham comido nada o dia inteiro, enquanto isso, Chou foi até uma das duchas tirar o sal do corpo, e, após se lavar, voltou para a toalha onde começou a desembaraçar seus cabelos pensando no trabalho que teria para fazer o mesmo com a Minatozaki que tinha os fios bem mais finos que os seus. Quem olhava as duas, ou principalmente, quem olhava Sana no trabalho, não imaginava a manhosa e dramática de mão cheia que ela era, inclusive, o show que a japonesa fazia quando seus cabelos tinham nós e Tzuyu ia limpar. 

Quando estava prestes a terminar seu trabalho, o mesmo homem que tinha passado boa parte do dia a olhando - que, inclusive Sana notou e começou sobre - se aproximou de onde estava sentada, tinha o peito inflado e parecia completamente confiante, Tzuyu riu revirando os olhos, já até imaginava onde aquilo estava indo. 

- Boa tarde. Sabe… eu passei o dia inteiro te observando, e só agora tomei coragem para vir falar com você. 

- Se passou tanto tempo assim me olhando, sabe que eu tenho namorada. 

- É… mas eu não vejo ela aqui. Uma mulher tão linda como você não deveria ser deixada sozinha, se estivesse comigo, eu seria como um gavião, não tiraria os olhos de você. - Pelo amor, que papinho… 

- Olha… 

- Você não me vê porque estou atrás de você. - A voz geralmente gentil de Sana, agora estava firme e duro, algo que só acontecia quando ela estava realmente brava. - Agora, se me der licença, a minha mulher está com sede. - Com toda certeza, o que assustou o homem não foi a voz ou o físico de Sana - que realmente era bom, afinal, era uma mulher relativamente alta e com músculos por adorar frequentar academia e aulas de defesa pessoal -, com certeza foi o olhar sério dela. - Anda. Fora. - Grunhiu uma última vez, Tzuyu tinha certeza que se olhar matasse ele já estaria carbonizado em sua frente. 

Pisando duro, Minatozaki deixou o que tinha comprado no porta copos do colchão para pegar a mesinha dobrável, e finalmente serviu ela e Tzuyu. 

- Sabe… - Para acalmar a namorada, Chou deixou baixinhos leves no pescoço alheio, que, começava a pegar mais melanina pelo sol. - Eu não sei se acho aquela cena engraçada ou sexy. Você afugentando aquele homem foi incrível, mas você estava tão lindinha com as bebidas equilibradas na bandeja em uma mão e nossa comida na outra.

- Eu estava cogitando jogar a bandeja na testa dele. - Sana ainda estava um pouco bicuda, mas ainda assim, soltou uma risada leve. - Mas deve ter sido mesmo, a cara dele foi impagável. Eu só não gosto que mexam com o que é meu. 

- Exatamente, eu sou sua. E vou adorar mostrar isso para você hoje a noite. - Em um tom baixo que sabia enlouquecer sua mulher, Tzuyu sussurrou ao pé do ouvido dela, mas logo voltou para seu lugar. - Agora, vem aqui para eu desembaraçar seus cabelos. 

- Quebrou totalmente o clima! Insuportável!