História Magical Galaxy: quando todos os bias se juntam - Prólogo: bem-vindo à Magical Galaxy!

Catherine suspirou, arrumando uma mecha de seu cabelo marrom avermelhado. Estivera olhando para uma prancheta cheia de fotos de meninos coreanos há horas e não se sentia nem um pouco perto de diferenciar os sete.

“Paola, eu acho que isso não vai dar certo. Eu admito, gosto das músicas e as danças são fabulosas, mas preciso mesmo escolher um- um o quê mesmo?”

Sua amiga riu, nem um pouco ofendida ou exasperada. Paola era uma daquelas pessoas que não se deixava abater por nenhum tipo de drama e Catherine suspeitava que era por isso que elas tinham se dado tão bem logo no primeiro dia de faculdade. Prendendo de novo seu cabelo roxo acinzentado, Paola pegou o lápis na calçada e indicou no papel.

“Calma, Cathy. É só o seu primeiro mês como K-popper, você vai aprender a diferenciar não só esses meninos, mas todos os asiáticos com algum grau de sucesso, prometo. E sim, eu preciso que você tenha um bias – integrante favorito – em cada banda. Se não, que graça tem a gente surtar juntas com as músicas?”

Mais um suspiro e um revirar de olhos de Catherine que Paola ignorou na cara dura enquanto lhe explicava tudo de novo sobre quem era quem no grupo Infinite. Elas já estavam nisso há dois dias e Catherine não se sentia nem um pouco mais perto de diferenciar os meninos ou escolher um favorito.

“Paola...”

“Catherine.” A moça devolveu em um tom calmo, imune à manha da amiga.

“Eu acho que você me superestima.”

Paola só riu, voltando à explicação. Dessa vez, Catherine acompanhou, passando os olhos pelos nomes: SungGyu, WooHyun, L (sério isso? Uma letra?), SungYeol, DongWoo, Hoya e SungJong. Três meninos com o mesmo começo de nome – e Catherine nem iria entrar no mérito dos sobrenomes. Por tudo o que ela sabia, Kim SungGyu e Kim MyungSoo (o tal L – sério, quem escolhe uma letra como apelido? Será que esse também estava ligado a Death Notes?) poderiam ser irmãos. Frustrante.

A moça deveria ter suspirado de novo, pois Paola parou e se virou para ela. “Cathy, como você consegue decorar aqueles estilos de papel de parede florais todos iguais e não consegue focar em fisionomias?”

“Se pudéssemos usar esses boys como peças de decoração no nosso curso, eu com certeza saberia diferenciar todos.” Catherine resmungou, rabiscando no canto do caderno, onde fazia anotações pontuais sobre a banda. Ou será que ela só podia chamar coletivos de idols de grupo e falar banda era uma gafe? Senhor, era muita coisa.

Em vez da risada que Catherine estava esperando, Paola estalou os dedos, animada. “É isso, Catherine! Peças de decoração! Eu sei de um lugar onde podemos transformar esses meninos em decoração, aka. informações que seu cérebro vai saber guardar!”

“Estou ouvindo?”

Paola foi recolhendo as coisas das duas da calçada do parque enquanto se explicava. “Recentemente, foi lançado um game de realidade virtual chamado Magical Galaxy. Nele, podemos interagir com hologramas de praticamente todas as celebridades asiáticas – eles atualizam diariamente as imagens para sempre parecer real. É sensacional, eu jogo todo final de semana. Vem, vamos para a minha casa e eu te mostro.”

“Hã, eu não gosto muito desses jogos de realidade virtual que transportam a consciência, Paola. Sou meio... Conservadora e assustada.” Admitiu Catherine, insegura, mas pegando suas coisas da mão dela e as guardando na mochila.

“Fique tranquila, esse tem zero chances de ficar violento. Eu também não sou muito chegada em nenhum outro – eles me deixam tonta. Esse é bem tranquilo, eu prometo. E você sempre pode desistir no meio e eu não falo mais no assunto.” Essa era uma das coisas que Catherine mais gostava em Paola: se ela experimentasse e não gostasse, Paola sempre respeitaria sua opinião.

As duas foram caminhando para a casa de Paola e continuaram a conversa sobre Infinite. Catherine tinha gostado muito do som deles e das coreografias, então aceitou ver alguns vídeos quando chegaram. Dentre todos os meninos, um continuava lhe chamando a atenção.

“Paola, aquele ali...” Começou Catherine, consultando suas anotações e os cards de fotos de Paola, “é o L? O menino que parece um gato.”

“Todos eles são bonitos, Cathy. Seja mais específica.” Paola brincou, suspirando para o vídeo.

“Não, eu quis dizer literalmente. Olha esse sorriso dele – parece um gatinho. Tipo, gatinho miau, não elogio.” Esclareceu a outra, olhando mais fotos dele. Paola caiu na gargalhada.

“Nossa, eu nunca tinha reparado! Ele lembra mesmo um gato!”

“Ele vai ser meu bias do Infinite.”

Catherine ficou observando Paola piscar várias vezes em choque antes de dar um gritinho de felicidade e pular pelo quarto.

“Eu achei que você nunca ia se decidir! Yay!”

A moça negou com a cabeça, ignorando a amiga quicando ao seu lado. “Pronto, agora que eu escolhi, vamos ao jogo.”

Em poucos minutos, Paola ligou o sistema do jogo e elas se deitaram no chão em uma pilha de almofadas. Catherine respirou fundo e colocou os óculos de imersão, sentindo seu corpo ficando para trás enquanto o óculos a levava mais fundo dentro de seu consciente e, ao mesmo tempo, para um servidor mundial.

Quando ela piscou de novo, estava em uma recepção toda rosa com glitter. Catherine gostava muito de glitter e não tinha nada contra rosa, mas já achou que Magical Galaxy estava exagerando. Poucos segundos depois, Paola se materializou ao seu lado.

“Ok, é o seguinte: você precisa se registrar com essa secretária holográfica. A partir daí, o jogo cria uma sala escritório para você abrigar seus bias quando quiser falar com eles. A versão gratuita só nos deixa adicionar um bias por dia, então se você gostar, melhor comprar uma cópia pra você.” Instruiu Paola, empurrando Catherine de leve na direção da recepção.

“As coisas que eu não faço por mais ships gays na minha vida...” Resmungou Catherine, ficando cara a cara com o holograma da recepcionista.

Que comece Magical Galaxy, então.