Em um mundo tão grande
As pessoas são deixadas sozinhas
Vou levar para você as coisas pesadas que você não puder carregar
Lovers - Naruto Shippuden Opening 9.
Louis Tomlinson.
Eu estava pronto para viajar, sério mesmo, eu adorava viajar, e principalmente para onde íamos. Bournemouth era linda, tinha uma certa praia, e era um clima quente e agradável, o que eu particularmente adorava. Simon gostava de coisas boas, e como a convenção seria em um dos hotéis perto da praia nós iríamos ficar hospedados em um com a vista maravilhosa. Sophie voltou com as rosas que eu pedi no dia anterior, ela não comentou nada sobre serem fora do comum, apenas me entregou, disse que Niall as queria do lado de fora, e logo depois subiu para o quarto, de onde não saiu a tarde toda. Era horrível saber que eu estava brigado com alguém que estava do meu teto, mas não tinha muito o que ser feito já que a culpa era toda dela.
Fechei minha mala que estava sobre a cama e suspirei vendo o relógio, estava sendo pontual o que era muito bom para mim.
– Pronto, Tomlinson? – Sophie disse aparecendo na porta do meu quarto.
Uma calça social larga, uma camisa preta, bem como era o estilo da Cavaunagh sem mudar nada. Ela não conseguia mudar alguma coisa nem dessa maneira, o que era desastroso.
– Estou. – Respondi enquanto Sophie assentia e descia as escadas comigo em seu encalço.
No fim da escada estavam duas malas. Certo, eu só precisava de uma, mas acho que Sophie tinha as duas, fora a bolsa que ela levava nos ombros.
– Vai conseguir viajar com armas? – Perguntei me lembrando de que não era tão fácil assim viajar com algo que pudesse matar alguém.
– Estou fazendo sua segurança, meus benefícios ao viajar são diferentes. – Sua resposta foi séria e direta.
Pegamos um táxi até o aeroporto, onde encontramos Simon e Zayn por lá. Zayn estava estranho comigo, como se eu tivesse feito algo estranho, e o magoado, mas se ele estivesse sabendo sobre mim e Sophie, já dava para saber o porquê de o clima estar tão pesado. Sobre ele e Sophie as coisas também não estavam muito boas, eu iria descobrir logo a causa de tudo aquilo, afinal, não dava muito tempo para Zayn vir reclamar como eu me aproximei muito da paixão dele. Nenhum de nós falou muito antes de entrar no avião, Simon deve ter percebido o clima pesado, e ficado na dele também. Droga, a situação era muito desconfortável. Simon havia comprado passagens na primeira classe o que não me surpreendeu nada, afinal ele podia bancar todo mundo. Sophie se sentou comigo enquanto Zayn se sentava com Simon do outro lado do avião.
– Está tudo bem entre você e o Malik? – Perguntei como quem não queria nada, mas claro que eu queria saber o que estava acontecendo.
– Minha relação com ele continua a mesma. – Ela tinha suspirado antes de responder, o que significava que não estava tão bem assim – Mas só continua a mesma para mim, já que ele quer mudar as coisas.
– Sempre soube. – Revelei com um sorriso vitorioso, ele havia levado um fora dela.
– Você não está melhor que ele Louis. – Sophie sabia estragar prazeres.
Fiquei o resto do voo calado, acho que falar com Sophie era algo um pouco perigoso, ainda bem que a cidade era próxima, o eu morreria com os olhares que ela me mandava de vez em quando. Eu não sentia remorso por nenhuma palavra que falei para Sophie naquela manhã maravilhosa, mas ela deveria sentir, ela não pode simplesmente dormir com um cara e acabar dessa maneira com o orgulho masculino dele. Acho que o maior problema, e a maior razão por eu estar tão puto da vida com ela, é porque não fui que a deixei sozinha na cama, e sim o contrário, isso me devastou.
[...]
Chegamos ao hotel um pouco depois do horário de almoço, mas Simon disse que iria pedir algo para que comêssemos no quarto.
– O quarto de vocês é o do lado. – Simon avisou a mim e a Sophie assim que paramos com ele na porta do dele – Ainda estão usando a desculpa de que são um casal? Porque vão ter que dormir como se fossem.
– A poltrona vai servir para mim. – Sophie respondeu pegando o cartão das mãos de Simon e abrindo a porta.
O quarto era grande, tinha uma cama de casal em um canto e do outro lado tinha uma mesa de cristal, as cadeiras douradas e toda essa coisa mais chique. Não sou muito fã disso, afinal de contas não tem porque usar coisas tão chiques se no fim tudo acaba, inclusive as coisas chiques.
– Pode ficar com a cama se quiser. – Eu disse recebendo as malas dos ajudantes do hotel e as colocando em um lado do quarto – Eu não me importo de ficar com a poltrona.
Havia uma poltrona perto da janela, e a janela tinha uma vista maravilhosa, apesar de não ser tão confortável dormir na poltrona se eu pudesse acordar e ter aquela vista para a praia eu não reclamaria, de verdade.
– Vou precisar te observar enquanto dorme, então prefiro que durma na cama. – Foi tudo o que ela falou.
Sophie pegou suas malas e as colocou em cima da cama, uma das malas era preta e de rodinhas, mas a outra era de alça, e sem dúvidas para coisas pequenas que ela iria precisar nos dois dias que ficaríamos ali. Minha surpresa foi quando ela abriu a mala pequena tirando de lá, um arsenal de armas. Revirei os olhos vendo que eu poderia ser morto em qualquer ocasião, e eu realmente não iria querer aquilo.
– Vou pedir algo para comer, você quer o que? – Perguntei indo até o telefone que ficava no criado-mudo do lado da cama, e tirando o mesmo do gancho.
– Eu vou descer e vasculhar o prédio, ver o que está certo e o que está errado, posso aproveitar para comer algo se eu quiser. – Ela retirou uma pistola da bolsa verificando se estava carregada e logo depois a colocou na cintura – E você não vai sair do quarto.
– Agora eu sou obrigado a ficar preso aqui? – Eu não esperava aquilo – A convenção começa em uma hora.
– Em uma hora você chama o serviço de quarto, come, e eu volto para cá, nos arrumamos e vamos para lá, acredite, eu sou mais rápida do que aparento. – Observei seu caminhar até a porta.
Eu ia responder, mas ela saiu antes, eu tinha que fazer alguma coisa quanto ao nosso relacionamento, aquilo não estava acabando só com ela, mas comigo também, porque mesmo que ela não admita, ainda quer falar comigo abertamente. Pedi algo para comer no quarto, enquanto esperava ela voltar, não sabia ao certo o que podia acontecer caso nós dois fossemos realmente dormir no mesmo quarto, mas Sophie parecia decidida em deixar nossa noite para trás, então eu faria o mesmo.
– Voltei. – Ela anunciou entrando no quarto com um terno bege em mãos – Comprei isso para você na loja.
– Algum motivo especial? – A situação foi bastante estranha na verdade, ela mal estava falando comigo.
– Você tem uma convenção em vinte minutos. – Sua expressão era séria – Preciso me sentar na mesa com você, Simon e Zayn, como acompanhante se é que me entende, e se vai me acompanhar espero que esteja ao meu gosto.
– Agora eu preciso seguir os seus gostos? – Grande novidade.
– Sim. – Ela disse com um sorriso – Agora deixe que eu me arrume, por favor.
Pena que quem trabalhava com armas era ela, não eu. Me aprontei colocando o terno bege que Sophie havia me trago, claro que eu combinei com uma calça da mesma cor, sorte a de Sophie eu ter uma dessas na mala ou faria ela engolir o terno bege. Depois de pronto faltavam três minutos para a convenção começar, e Sophie ainda estava trancada no banheiro se aprontando. Eu bateria na porta se tivesse um contrato dizendo que eu não morreria depois, mas não precisei fazer isso, porque ela saiu de lá, maravilhosamente linda, e gostosa. O vestido tinha a cor muito parecida com o meu terno, e agora sim eu tinha entendido o porquê da vontade dela de que eu o usasse.
– Então era por isso que queria que eu colocasse o terno? – Perguntei ficando de pé enquanto ela pegava a bolsa carteira em cima da mesa.
– Claro que sim, achou que era por que? – Sua sobrancelha parecia que ia fugir de seu rosto, da maneira que ela arqueou, só podia ser isso – Não era para ficar bonito, era apenas para parecer que somos um casal, pelo menos isso tem que parecer.
– Mas já parece que somos um casal, brigamos depois do sexo. – A provoquei.
– Ainda bem que só parece. – Seu sorriso maldoso era como um tiro na minha direção – Quer descer ou ficar aqui apanhando com palavras?
Não respondi, o silêncio era a melhor resposta para aquela pergunta. Peguei seu braço o enrolando no meu e decidindo ir até meu lugar na convenção que acontecia em um auditório no térreo do hotel. Haviam vários homens lá, jovens e alguns mais velhos, o que mais me irritou foi ver como eles olhavam Sophie, ela era boa demais para estar naquele lugar.
– Meu Deus Sophie. – Zayn parecia que ia babar daquela maneira – Você está maravilhosa.
– Já sabe onde sentaremos? – Ela ignorou totalmente o elogio dele, acho que entre mim e o Malik eu não sabia quem estava pior sobre os olhos de Sophie.
– C–claro. – Ele gaguejou ao falar com ela, e eu tive que segurar o riso – Simon já está sentado.
– Vamos nos juntar a ele então. – Ela praticamente meu puxou para que eu fosse com ela até a mesa onde Simon estava.
O clima estava bom, do lado de fora porque do lado de dentro Zayn parecia querer comer Sophie com os olhos, e isso me dava certo incomodo, mas ela estava totalmente a parte dessa situação. Um cara velho subiu no palco e isso me indicou que a convenção realmente iria começar. Eu tinha vontade de dormir, mas com Sophie do meu lado isso dormir tinha virado uma tarefa diferente. Um cara do outro lado do salão não parava de olhar para ela, olhares do qual ela correspondia as vezes com sorrisos de lado que eu tinha certeza que ela só mandava para homens.
– O que está fazendo? – Perguntei em seu ouvido, baixinho para que ninguém percebesse.
– Flertando. – Sua boca se mexeu tão devagar que eu quis encostar a minha na dela, e tirar aquele batom vermelho de seus lábios.
– Pensei que fossemos um casal. – Minha voz saiu mais indignada do que o normal.
– Pensou errado Tomlinson.
Sophie se levantou pegando uma taça de champanhe com o garçom que passava, e foi se sentar ao lado do rapaz com quem ela estava flertando. Ela cruzou a perna direta por cima da esquerda rindo ao falar com o rapaz do lado dela, queria saber por que aquilo me deu tanto ódio e raiva.
– Acho que você perdeu Louis. – Zayn disse ao meu lado, o tom de provocação era percebível.
– Pelo menos eu toquei no prêmio Malik. – O encarei e logo depois virei meu rosto para frente, prestando atenção no que quer que a pessoa em cima do palco estivesse falando.
Simon ao nosso lado não dizia nada, ele na verdade não parecia ver nada, sem dúvidas a palestra era mais animada para ele do que para nós, que obviamente só estávamos ali como acompanhantes. E alguns como brinquedos/vítimas, como eu. Olhei pela janela vendo que o céu estava escurecendo do lado de fora, e logo depois observei Sophie, que agora estava com a cadeira mais próxima do rapaz com quem ela tinha ido conversar. Eu precisava tirar o meu pensamento daquilo.
– E para finalizar, – olhei o senhor em cima do palco – convido vocês para a pequena confraternização que haverá no salão a vossa direita. Como anfitrião gostaria de dizer que vocês devem beber todo o champanhe que estou oferecendo, mas isso depende de vocês. Tenham uma ótima noite, e obrigado.
O senhor desceu do palco sobre palmas de todos ali presentes, e logo depois as pessoas começaram a se levantar tomando o rumo da festa. Sophie enlaçou seu braço no do acompanhante fajuto que ela arrumou, e tomou o mesmo rumo que eu, Simon e Zayn. Depois que entramos no salão perdi a minha guarda-costas de vista, e eu realmente não queria saber o que ela estava fazendo.
– Você parece aborrecido. – Ouvi uma voz dócil soou ao meu lado e quando me virei, vi uma mulher maravilhosa.
Eu estava triste ou magoado por causa de Sophie? Porque acabei de achar uma maneira de não ficar mais, tão triste assim.
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