História Maldita Operação Cupido - Estúpido Carma

Lupita DeLuna

Se arrependimento matasse, eu já teria mandado ele matar o Jimin e o Hyungsik juntos. Esses dois seres infernais em forma de gente decidiram que seria uma ótima ideia me acordar com uma guerra de travesseiros. Sério, vocês sabem para que serve um travesseiro? PARA DORMIR, e não para bater em pessoas indefesas e adormecidas! Isso conta como agressão? Chamem meu advogado, porque eu vou processar esses dois.

Empurrei o Hyungsik para o lado e fui fazer minha higiene. Quando voltei, não havia sinal de nenhum dos dois, mas os gritos e risadas no andar de baixo deixavam claro que eles só tinham mudado a zona de lugar. Fui até a cozinha e encontrei minhas amigas, todas nos seus pijamas temáticos de unicórnio, panda e Pikachu. Hyungsik e Jimin eram os únicos homens ali, o que me fez sentir um pingo de gratidão..., mas só por um segundo. No instante seguinte, arrastei o Jimin para fora da cadeira em que ele estava dançando twerk. Pelo amor de G-Dragon, me ajuda a te ajudar, Jimin

— Vocês não param um segundo? — resmunguei, enquanto pegava meu café. Depois de um gole, virei para o Hyungsik, que sorria como se estivesse esperando um elogio. Semicerrei os olhos, desconfiada. — Isso tem veneno?

— Você é terrível — ele riu, negando com a cabeça.

— Foi o Hyungsik quem fez. Tem canela — comentou Robbie, saboreando seus sucrilhos.

Fiz minha melhor cara de deboche e voltei minha atenção para a xícara.

— O que faremos hoje? — perguntou Jimin, animado como um cachorrinho querendo passear. Suspirei. G-Dragon me perdoe, mas eu vou precisar juntar esse ser com o Jeon.

— Você vai trabalhar com a Anica e a Sierra — afirmei, vendo a cara de choque do Jimin. Dei de ombros, sem um pingo de remorso. — Hyungsik, preciso falar com você.

Ele apenas assentiu, e subimos para o quarto. Fechei a porta com cuidado, porque a última coisa que eu queria era o Jimin escutando nossa conversa.

— Preciso de um favor — disse firme, enquanto ele franzia o cenho. — Convencer o Seojoon a assumir o lugar do Jungkook hoje.

— O que você está tramando? — perguntou Hyungsik, curioso.

— Precisamos dar um jeito naqueles dois, quanto antes melhor.

— E o que eu ganho com isso?

— Claro que você quer algo em troca — revirei os olhos, lançando-lhe um olhar de puro sarcasmo. — O que você quer?

— Um beijo — respondeu ele, e eu franzi o cenho. — Quando você me beijou dias atrás, me senti vivo. Só uma vez, por favor.

Suspirei, mas assenti. Me aproximei e dei um selinho demorado nos lábios dele.

— Isso não é um beijo — ele reclamou.

— Claro que é — retruquei, sentindo suas mãos ainda em minha cintura, a proximidade me deixando ansiosa.

— Não, não é — disse ele, apertando meu corpo contra o dele, enquanto segurava meu rosto firme. — Isso é um beijo.

Ele me puxou com força, me beijando com tanta luxúria que minhas pernas bambearam. A nossa língua se enroscava e eu suspirava, totalmente rendida. Que desgraçado. Quando finalmente me afastei, estava ofegante e tonta. Sério, eu podia desmaiar ali mesmo.

— Lupi? — Hyungsik chamou, confuso, mas eu só suspirei. Não estava me sentindo nada bem, acho que ia mesmo desmaiar.

Abri os olhos e, sem entender muito bem, fechei-os de novo. Eu estava deitada na minha cama, o fajuto doutor Kim me examinando, e todo mundo ao meu redor parecia assustado.

— O que aconteceu? — perguntei, ainda de olhos fechados, passando a mão na testa suada.

— Você desmaiou — Namjoon disse, eu podia o ouvir aferindo minha pressão. — Graças a Afrodite, você está bem. Mas esses são os efeitos da flecha, sabe? Agora está começando a funcionar.

— Funcionar o quê? — perguntei, abrindo os olhos e encarando os castanhos do Kim.

— O sentimento de vocês — ele explicou, e eu franzi o cenho, procurando por alguém específico entre os rostos ao meu redor. Mas ele não estava ali.

— Você está bem? — Anica perguntou, meio temerosa. Apenas assenti, pensativa.

— Hyungsik está lá embaixo — Jimin se aproximou. — Ele acha que você vai ficar com raiva dele, então não quis subir. Tem medo de piorar as coisas.

Assenti em silêncio, enquanto minhas amigas avisavam que iam trabalhar e saíam do quarto. Namjoon e Jimin ficaram mais um pouco, garantindo que eu estava bem. Pude ver a culpa nos olhos do Jimin. Provavelmente, ele se sentia o pior cupido do mundo. Bem, ele era, mas eu não queria piorar a situação, então fiquei quieta, apenas olhando a chuva lá fora. Quando os dois foram embora, Hyungsik apareceu na porta do quarto, meio hesitante.

— Acho que seu plano foi por água abaixo hoje — comentou ele. Sorri brevemente e assenti.

— Tudo bem, eu tento amanhã — dei de ombros e bati ao meu lado na cama, vendo-o se aproximar, ainda receoso. — Não se sinta culpado, Hyun. Eu não tenho raiva de você. Toda mágoa que eu tinha se dissipou, como névoa.

— Ainda me sinto culpado. Pedi um beijo e acabei gerando efeitos que não podia prever — ele balançou a cabeça e continuou de pé. Eu o puxei pela mão, fazendo-o sentar ao meu lado.

— Quero outro — declarei firme, e ele me olhou, confuso.

— Outro beijo?

— Por favor — fiz meu melhor biquinho de cachorrinho abandonado.

Ele riu e negou, mas logo se inclinou e tomou meus lábios novamente. Suspirei profundamente, agarrando a gola da camisa dele para garantir que ele não se afastasse. Era tudo que eu precisava, tudo que eu queria. Eu odeio o carma por nos fazer sofrer tanto. Mas, se tudo isso servir para que fiquemos juntos, aceito de bom grado. Eu nunca deixei de amá-lo. As circunstâncias da vida nos fizeram sofrer, mas agora que tudo se resolveu, não será mais o Park Jimin meu cupido; eu serei a cupida dele.

Hyungsik me olhou e sorriu, finalmente se deitando ao meu lado e me aconchegando. Ficamos ali por um bom tempo, até eu finalmente adormecer. Seja lá o que o futuro nos reserva, que venha com toda a magia que tiver.