Regra de emergência do "Manual de Sobrevivência em um Mundo Danmei": Implore a proteção do protagonista, caso se veja em perigo iminente. Somente o número um do universo pode mudar o seu destino, então se estiver em uma situação de alto risco, essa é a única vez em que deve procurar o protagonista.
Obs: Faça o possível para nunca usar essa regra de emergência.
O Pico de Jade possuía atualmente o líder mais jovem de toda a seita Montanha Celestial.
Habilidoso, inteligente e com uma percepção espiritual extraordinária, mesmo sendo filho do Imperador do País do Norte, e o primeiro na linha de sucessão ao trono, Wen ZhiLien havia sido escolhido como substituto pelo antigo líder, sem quaisquer objeções.
Claro que, para Jaerlysson isso não significava muita coisa, afinal, poderia contar facilmente umas cinquenta pessoas com essa mesma descrição das novels chinesas que costumava ler. Infelizmente para o enredo de "O Soberano dos Quatro Reinos", isso implicava no escolhido direto para ser o par romântico de Luo WuFeng. Aquele que os deuses abençoaram com toda a baboseira de parceiro destinado perfeito e blá-blá-blá.
Wen ZhiLien era tão perigoso quanto o próprio Luo WuFeng. Logo, o que era mais infeliz do que isso?
Esse homem ser justamente o seu mestre.
Jaerlysson não entendia bem esse pequeno detalhe. Qin LiWei não tinha importância nenhuma naquela história, sua vida e morte não afetava em nada os protagonistas, nem mesmo algum personagem secundário. Fato era, ser um discípulo principal do Pico de Jade parecia uma coisa completamente inútil.
Obviamente, essa coisa inútil era muito útil apenas para o desenrolar do seu destino cruel: sair em uma missão externa ao lado do protagonista, que naturalmente era o cara capaz de atrair os piores problemas daquele universo.
Tudo em prol de seu amadurecimento como pessoa e grande badass da história. Afinal, perder companheiros, passar por algumas derrotas e vencer alguns obstáculos, é o que torna um protagonista realmente dono da porra toda. Jaerlysson sendo o caralho de um personagem de apoio dispensável do jeito que era, seria o primeiro a perder a cabeça, apenas para que isso se torne realidade.
Observando o motivo de seus devaneios brincar com algumas pedras no chão e depois ser repreendido severamente por Mu Huan, mais e mais ele sentia que apelar para a regra de emergência era um erro.
Na teoria, aquilo era o certo a se fazer, com base em todas as novels chinesas que já leu em sua vida, era lógico que, implorar a proteção do protagonista, caso se veja em perigo iminente, era o único modo de continuar vivo. Porque o número um daquele universo poderia facilmente mudar o seu destino. O problema era que, na prática, não confiava nenhum pouco em Luo WuFeng para protegê-lo, o homem era simplesmente o pior herói de histórias de todos os tempos. Egoísta, idiota, egocêntrico, um maldito galinha que ficava com todos, mas não tinha coragem suficiente para assumir o seu parceiro destinado. Não havia desistido do "Soberano dos Quatro Reinos" por nada.
Talvez fosse mais certo confiar em São Judas Tadeu?
Espero que os cinco incensos que ascendi cheguem até ele, ah!
Jaerlysson fechou os olhos com força e juntou as mãos em prece, tentando visualizar em sua mente a imagem do santo como se lembrava que ele era lá no pequeno altar de orações da casa de sua mãe. Se a regra de emergência se mostrasse inútil como tanto pensava, essa seria sua tábua de salvação.
Mal não fazia ter fé e acreditar no impossível, não é?
Assim que terminou seu pedido mental, Jaerlysson abriu os olhos, surpreendo-se ao se deparar com o rosto de Luo WuFeng a apenas alguns centímetros de distância do seu. Os olhos escuros, afiados como o de uma fênix o encaravam com curiosidade, enquanto um sorriso de diversão se estampava em seus lábios.
Ele quase deu um pulo para trás, tamanho o susto que levou com aquilo, mas conseguiu se controlar bem no último segundo, ciente do quão estranha tal reação poderia parecer para Luo WuFeng, e também para Mu Huan que estava ali com eles esperando pelo Ancião Zhang.
― Shixiong, você está muito perto. ― Jaerlysson tossiu de leve, dando um passo para o lado. ― Precisa da minha ajuda pra alguma coisa?
― Na verdade não, apenas achei curioso o que estava fazendo agora. ― Luo WuFeng respondeu ainda sorrindo. ― Shidi sempre faz coisas estranhas que as pessoas normalmente não fazem, inclusive, não tratar o seu irmão marcial como se deve.
Jaerlysson quase sentiu o seu coração parar diante daquelas palavras. Ele encarou o garoto à sua frente, e em seguida Mu Huan ― que parecia mais interessado em observar o sol nascendo por entre as montanhas ―, em busca de alguma explicação para o que estava acontecendo. Afinal, desde quando ele não tratava Luo WuFeng como merecia? Até o evitava para não correr riscos.
― Não entendo, eu fiz algo errado com o shixiong? ― Jaerlysson perguntou mordendo os lábios em nervosismo. Sua regra de emergência não daria certo mesmo, se o protagonista estivesse com raiva de si.
― Você fez… ― Luo WuFeng fez uma expressão carrancuda, então passou o braço por sobre os ombros de Qin LiWei. ― Como pode preferir a ajuda de outras pessoas e não a minha?
― Como?
― Shidi, você deve vir a mim sempre que precisar, porque sou "eu", o seu shixiong quem deve te proteger.
As palavras saíram lentas e numa entoação que fez Jaerlysson perceber na hora qual era o problema.
― Shixiong está falando do Fai-xiong? ― Ele quase gaguejou o nome do garoto que agora era o seu amigo. ― Shixiong não precisa se preocupar com isso, eu jamais pediria a ajuda dele antes da sua, eu juro!
Peço perdão por dizer isso, irmão Fai Tian, óbvio que eu prefiro você, mas agora eu preciso sobreviver.
― Mesmo? ― Luo WuFeng o puxou para mais perto.
― Sim.
Jaerlysson encarou os olhos escuros de Luo WuFeng, tentando demonstrar firmeza, mas falhou miseravelmente. Ao invés disso, ele se viu completamente perdido naquela imensidão profunda, tão parecida com duas lagoas de água fria. A sensação de se ver envolto o fez estremecer levemente, mas ao contrário do que imaginava, não pela frieza. Havia um calor suave que saía dele e o abraçava totalmente, o mantendo seguro, protegido.
Jamais tinha sentido algo assim.
Era tão confortável.
― Que bom, Qin LiWei, porque eu também juro que não vou deixar ninguém te machucar. ― Voltando a sorrir, Luo WuFeng se afastou. ― Você deveria considerar ser apenas o meu ajudante.
Oh!
Filho da puta, por um momento eu quase acreditei em você.
Jaerlysson que já estava a ponto de acreditar que havia uma esperança para aquele protagonista, viu esse breve instante se desfazer em pedacinhos bem na sua frente. Alguém tão esnobe e egoísta como Luo WuFeng não iria se preocupar com alguém como ele, apenas pela bondade de seu coração. Tudo o que o homem queria era um capacho, um fiel seguidor para obedecer as suas vontades em troca de proteção.
E não seria uma situação tão ruim, uma vez que o protagonista poderia, de fato, garantir a sua segurança e mudar o seu destino. Mas, Jaerlysson sabia que o preço a pagar seria alto demais, que além de possivelmente se tornar mais um na cama da pessoa a sua frente, ele também poderia se enjoar facilmente de um personagem que era apenas um extra insignificante naquela história.
Era um risco que não queria correr.
Mas que obviamente, teria que ignorar por enquanto.
Usando o seu melhor sorriso falso, Jaerlysson estava prestes a concordar com o pedido de Luo WuFeng, quando o Ancião Zhang chegou para encontrá-los. Não gostava muito do velho, mas poderia beijá-lo agora em agradecimento por tê-los atrapalhado quando ele mais precisava.
Com o tossir do mais velho, os três logo entraram em formação para saudá-lo.
O homem ― cuja barba branca era maior do que a de Dumbledore ―, apenas os encarou de cima a baixo, antes de entregar um pergaminho nas mãos de Mu Huan.
― Vocês devem chegar à Vila Peônia em três dias e encontrar o Ancião Ye. ― Ele explicou. ― As informações da missão estão neste pergaminho que os entreguei. Sigam à risca e sejam obedientes ao seu shishu.
O Ancião Zhang os encarou um pouco mais, certamente não muito convicto da decisão de mandá-los sozinhos naquela tarefa tão importante. Jaerlysson quase podia ver a falta de confiança estampada naqueles olhos de água.
― Vamos, irei acompanhá-los até os portões da seita.
Mas isso não importava de nada para si, na verdade, ele concordava totalmente com esse pensamento.
Recebendo uma confirmação de cabeça por parte deles, logo o Ancião Zhang se pôs a andar na frente.
Percebendo que poderia usar aquela situação a seu favor, Jaerlysson se colocou ao lado do mais velho, acompanhado-o estrategicamente para fugir de uma possível intervenção de Luo WuFeng.
O garoto até tentou impedi-lo de seguir com o mestre, mas foi devidamente detido por Mu Huan.
― O que você está planejando com tudo isso? ― Ele perguntou, incomodado demais para deixar o assunto para outra hora. ― Com ciúmes do Fai Tian e ainda fazendo essa proposta ridícula?
Mu Huan não entendia muito o que Luo WuFeng pretendia, afinal. Toda aquela conversa sobre dar uma chance a Qin LiWei, apenas para inferiorizar o garoto daquele jeito?
― Em minha defesa, óbvio que vou ter ciúmes do Fai Tian, claramente há uma diferença de tratamento aqui. ― Luo WuFeng deu de ombros, medindo suas palavras para não acabar dizendo algo que não deveria na frente do Ancião Zhang. ― E quanto a minha proposta, o que há de errado com ela? Se o shidi aceitar ser o meu ajudante, eu posso cuidar dele e protegê-lo.
― Você realmente não usa o seu cérebro para pensar.
Um olhar de pura incredulidade estava estampado no rosto de Mu Huan, e ele teve que contar mentalmente até três para manter o autocontrole, e não repreendê-lo na frente de um mestre. Não importava o quanto tinha receio a respeito de Qin LiWei, ainda assim, jamais o desrespeitaria desta maneira.
― Tem noção do quão humilhante é para um discípulo principal ser chamado para ser o ajudante de outro discípulo? ― Ele continuou. ― Não importa se Qin LiWei não possui boas habilidades, se ele foi escolhido pelo nosso Shizun, significava que ele é talentoso de alguma forma.
― Eu nunca disse que ele não é talentoso, mas obviamente eu sou mais forte do que ele, então porque seria humilhante... ― Luo WuFeng tentou se justificar, mas se deteve ao notar a expressão fechada que seu shixiong lhe lançava.
― E você ainda pergunta porque ele prefere o Fai Tian. ― Mu Huan despejou com um suspiro cansado.
― Isso faz algum sentido?
― Ele não se oferece para protegê-lo como se ele fosse uma dama indefesa.
― Oh! É isso que parece?
Diante daquelas palavras, algo finalmente pareceu surtir efeito em Luo WuFeng, que, de modo pouco sutil, deu um tapa em sua própria testa.
― Entendeu agora?
― Como eu deveria fazer então? Essa é a única forma que eu encontrei de mantê-lo seguro.
Mu Huan quase riu ao escutar aquilo, seu irmão era mesmo uma pessoa muito simples. Havia uma questão ali que poderia ser resolvida sem a necessidade de nada disso: o simples fato de Qin LiWei ser o shidi deles, já o tornava automaticamente protegido por eles. Independente de seus pensamentos e opiniões, como o irmão mais velho e primeiro discípulo, era seu dever proteger os irmãos mais novos.
― Você é o shixiong dele, idiota, só o proteja e ponto.
― Nossa, eu adoraria um pouco de suavidade. ― Luo WuFeng fez bico.
Aos olhos de Mu Huan, tudo parecia muito simples, mas a realidade era bem mais complicada. Ser o shidi deles não impediu Qin LiWei de ser morto em sua primeira vida, no final das contas. Tudo o que queria era que o garoto desistisse de ser um discípulo principal do Pico de Jade. Em contrapartida, também sabia que o que estava pedindo era muito, que realmente era algo humilhante.
Se ser ajudante fosse ruim demais para seu irmão jurado, ele teria que pensar em outra coisa para resolver aquilo, e o mais rápido possível.
― Seja suave com Qin LiWei primeiro. ― Mu Huan ignorou a manha dele. ― Peça desculpas adequadamente.
― Não precisa dizer, eu já entendi o meu erro, vou me desculpar.
Luo WuFeng garantiu, enquanto olhava na direção onde Qin LiWei se encontrava, caminhando de modo tranquilo ao lado do Ancião Zhang. Uma aura pura e inocente o rodeava, um garoto cheio de sonhos, almejando apenas um futuro próspero e brilhante à sua frente.
Completamente alheio a todos os problemas que estavam por vir.
Malditas sejam as histórias xianxia!
Jaerlysson se perguntava mentalmente porque raios ele não foi enviado para um danmei moderno, com carros confortáveis e aviões para se fazer longas viagens.
Setenta e duas horas para se locomover de uma cidade à outra, usando uma carruagem ― totalmente ultrapassada ―, isso não era um atentado à maciez da sua bunda?
Apenas um dia inteiro dessa conta tinha se passado e ele já queria morrer, tamanho o cansaço mental e físico de seu corpo. E o julguem quem quiser, era um homem acostumado com travesseiros macios e banhos super quentes de chuveiro, aquela vida definitivamente não era para ele.
A única coisa boa que poderia tirar de tudo aquilo era que, Luo WuFeng parecia bastante concentrado naquela missão, e também igualmente cansado para procurá-lo outra vez com aquela proposta ridícula sobre ele ser seu ajudante. Enquanto isso pudesse distraí-lo, era uma vantagem para si, Jaerlysson precisava e rápido encontrar uma desculpa para se livrar dessa situação.
Não queria ser capacho de protagonista, até porque, seus planos eram outros.
Ele iria se tornar um fazendeiro!
Encontrar um pedaço de terra fértil próximo a um rio de águas cristalinas e cheio de peixes. Plantar melancias, tangerinas, quem sabe até ter sua própria horta com legumes e ervas medicinais. Sua casinha seria de madeira e obviamente teria duas varandas bonitas, uma para ver o sol nascer e outra para ver ele se pôr…
Uma linda imagem mental se formava em sua cabeça, quando um leve toque em seu ombro o trouxe de volta a triste realidade em que ele ainda era um escravo daquele maldito roteiro.
― Shidi irá dividir um quarto comigo, enquanto Luo WuFeng ficará com o outro, tudo bem? ― A voz de Mu Huan soou próxima de seu ouvido. ― Infelizmente, só restam esses dois quartos disponíveis nesta pousada.
Oh porra!
Jaerlysson, que até então pensava que assim que encontrassem um lugar para passar a noite, cada um deles teria o seu próprio quarto, ficou um tanto quanto frustrado ao ouvir essa informação. Mais ainda, depois da doce vida futura que tinha fantasiado em seus pensamentos agora a pouco. Entretanto, apesar disso, aquilo não era de todo ruim se o seu parceiro fosse Mu Huan. Desde que não tenha que ficar no mesmo ambiente fechado que Luo WuFeng, já era o suficiente.
― Está tudo bem para mim, shixiong. Podemos dividir um quarto. ― Ele respondeu.
Quase que ao mesmo tempo em que Luo WuFeng perguntou.
― Por que não vamos para outra pousada então?
― O dono desta aqui disse que não faz diferença, todas estão lotadas. Parece que está tendo um festival na cidade e isso atraiu muitos turistas. ― Mu Huan explicou.
Por um momento, Jaerlysson pensou que Luo WuFeng iria reclamar da divisão de quartos, pedindo para que ficassem juntos, e quase suspirou aliviado ao ver que este não era o caso.
Contudo, não podia simplesmente ignorar a estranheza que era o comportamento dele. Realmente não iria fazer birra passando na sua cara que ele preferia mais o Mu Huan?
Luo WuFeng parecia sério demais para o seu gosto, fazendo-o se questionar se era somente cansaço, ou se não havia outra coisa que estava deixando o protagonista preocupado. E consequentemente, se algo deixava aquele homem preocupado, obviamente também o deixaria preocupado. Afinal, a pessoa que mais corria risco de vida era ele, não?
― Se este é o caso, faremos como disse. ― Luo WuFeng aceitou. Em seguida, seu olhar se fixou em Qin LiWei. ― Shidi, você pode subir primeiro, eu e o irmão Mu Huan vamos comprar comida.
Ah não, está de sacanagem comigo, número um deste mundo? Vai mesmo me excluir na hora mais importante?
― Não posso ir com vocês? ― Jaerlysson resolveu juntar toda a sua coragem para fazer aquele pedido. Se algo estava acontecendo, ele queria saber.
― Shidi não disse antes que estava cansado? Não é necessário tantas pessoas para comprar comida. ― Luo WuFeng revidou. ― Mas se realmente quiser ir, o shixiong fica e você vem comigo, tudo bem?
A pergunta muito sugestiva era óbvia demais para Jaerlysson, até porque, manipulador era o nome do meio daquele homem. Mesmo que ele fosse atrás de Luo WuFeng, não teria informações dele, estava sendo excluído propositalmente. E já que esse era o caso, de nada adiantaria insistir naquele pedido.
― Acho melhor eu ficar. ― Ele disse rápido. ― Me ofereci porque queria ajudar, mas se não é necessário, eu fico.
Forçando um bocejo alto, Jaerlysson não esperou pela resposta dos dois garotos, simplesmente pegou as chaves do quarto sobre o balcão e saiu em disparada em direção às escadas que levavam aos quartos. Ele não olhou para trás e nem para mais nada, subindo os degraus de dois em dois até se ver finalmente no segundo andar daquela pousada.
Somente então se atreveu a observar melhor ao redor.
O lugar era bastante simples, paredes de madeira e algum outro material que ele não reconhecia, enquanto o chão também feito de madeira, fazia um irritante barulho de “crek” a cada passo seu. Havia velas e lanternas dispostas pelo corredor, mas era tão parca a iluminação que não conseguia enxergar um palmo à sua frente, e por um momento, Jaerlysson sentiu como se estivesse em uma casa mal assombrada.
Porra, eu deveria ter ido com o Luo WuFeng ao invés de ficar sozinho nesse lugar.
Até então, só frequentou lugares consideravelmente abastados, o que não o deixou tão pilhado pela falta de luz elétrica naquela época. Entretanto, aquela pousada toda simples e mal iluminada o fez recordar o quanto o mundo moderno lhe fazia falta. Se fosse atacado naquele lugar agora, ele nem teria a chance de ver de onde, como e quem o atacou.
O pensamento o fez sentir um arrepio subindo por toda sua espinha.
Definitivamente observar o local não era mais uma boa ideia.
Olhando com certa dificuldade o número do quarto marcado nas chaves que pegou na recepção, Jaerlysson correu para lá, abrindo a porta e se trancado dentro, novamente sem nem olhar para trás.
A claridade do ambiente lhe deu boas vindas, e ele se sentiu muito melhor por finalmente conseguir enxergar a própria mão com perfeição.
― Oh, pelo menos aqui é bem iluminado.
― Claro, jovem mestre, fiz questão de acender todas as velas para recepcioná-lo.
Uma voz grave soou dentro do cômodo de repente e Jaerlysson quase sentiu seu coração sair pela boca no instante em que se virou em direção a janela e viu aquele homem sentado no parapeito.
― É de seu agrado? ― Ele continuou.
Ao mesmo tempo em que duas palavras passavam por sua cabeça:
Estou fudido.
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