– Como assim se mudar de Nova York? – foi a primeira coisa que Isabelle disse assim que Magnus e Alexander contaram a novidade da nova decisão de vida.
– Queremos um recomeço em família. – explicou Magnus. – Não contamos ainda para as crianças.
– Vamos comprar uma casa antes. – completou Alec.
Maryse estava pensativa, enquanto Izzy ficava revoltada com a situação. Nunca havia imaginado o irmão indo embora e eles se separando.
Muita mudança estava acontecendo na vida de todos.
– Mãe? – chamou Alexander. – O que acha disso?
Maryse levantou o olhar e suspirou antes de responder.
– Acho que vocês tem todo o direito de seguir em frente. Criar uma nova vida, respirar novos ares. – disse a mais velha de todos ali.
– Respirar novos ares? – Isabelle disse, ainda não aceitando. – Mãe! Eles querem se mudar. Isso não… Nós não deveríamos nos separar agora. Agora que conseguimos paz, vamos nos dividir?
– Izzy, eu…
– Eu preciso de um tempo. – interrompeu o irmão e se levantou do sofá. – Clary está me esperando para ir a loja de bebês. Eu… – olhou para o irmão com tristeza no olhar. – Vejo vocês depois. Boa sorte!
A alfa, dizendo aquilo com tristeza, se retirou da casa da mãe e foi ao encontro da esposa que lhe esperava.
– Ela vai entender. – disse Maryse, os tranquilizando.
– Ela pareceu bem abalada com tudo isso. – observou Magnus, tenso por Alexander. Sentia a tristeza do amado.
– Ela nunca se imaginou tão longe de Alec. Cresceram e se defenderam juntos. É difícil, mas é a vida querido. – a ômega sorriu com ternura. – A vida sempre pode mudar a qualquer momento.
A ômega se dirigiu a cozinha de casa, deixando Alec e Magnus sozinhos.
– Reparou que sua mãe está muito mais feliz agora? – perguntou animado, mas ficando com o olhar triste ao ver que o namorado ainda olhava para a porta que a irmã havia acabado de sair.
– Ela irá entender, não é?
– É claro que vai, Alexander. – acariciou seu braço.
O alfa apenas assentiu com um sorriso pequeno no canto de seus lábios.
– Vamos. Jem está animado em ir conosco para Filadélfia. Porém, Will não está muito convencido de ir para lá. – disse o alfa, se levantando e pegando a mão de Magnus.
– Como assim? – perguntou confuso.
– Não sei. Mas parece que Will não gosta muito de lá.
– Talvez algum ex-namorado? – riram ao pensar em James com ciúmes se for verdade. – Vamos nos despedir de sua mãe antes de ir.
===
– Vamos? – chamou Jem. – Alec e Magnus estão esperando no carro.
– Vamos! – confirmou e se abaixou para beijar a bochecha do filho que brincava ao chão da sala. – Se comporte. Papai e eu já voltamos.
– Tá bom. – concordou o menino sem olhar para o pai.
– Tchau, meu amor. – disse Jem para Gabriel que sorriu e acenou ao mandar um beijo. – Até logo, mãe.
– Até querido. Espero que encontrem uma casa rápido. – disse a velha ômega feliz pelo filho.
– Também esperamos.
– Você espera. – bufou Will revirando os olhos.
James ignorou o comentário e saiu da casa, indo direto para o carro de Alec.
Eram quase duas horas de viagem de Nova York a Filadélfia.
Jem já estava com saudade de Gabriel e não escondia isso enquanto olhava as fotos do menino em seu celular.
– Amor, mal saímos de lá. – disse Will, rindo de James.
– Eu sei, mas… Ele acabou de chegar e já estamos longe dele de novo. – rebateu o ômega com um biquinho em seus lábios. – Olhe ele e Tyler, Magnus. – deu seu celular para Magnus.
– Lindos. – disse Magnus, já começando a sentir falta também. – Olha esse sorrisinho.
– Sim. Muito fofo. – disse James.
– Ótimo. Quanto sentimento. – zombou William e escutou Alec rir.
– Falando nos dois. – começou o alfa. – Vocês notaram no quanto eles estão… próximos? – perguntou a James e William.
O casal trocou um olhar.
– Bom… – começou Will. – Gabriel já nos contou algo.
– Como assim? – perguntou Magnus, preocupado.
– Tyler e ele não conseguem ficar longe. – explicou Jem.
– E isso já faz um tempo. – completou Will.
Magnus olhou para Alexander. Como não haviam notado antes? Ou notaram e apenas não deram a importância devida?
– Quando falamos sobre irmos embora, iríamos conversar com vocês também sobre isso. – disse James.
– Mas vocês também tiveram a ideia e nos convidaram antes. – disse Will.
– Sim. Quando tivemos a certeza da ligação dos dois, já pensamos nisso, sobre nos mudar, mas ter vocês por perto. – explicou Magnus.
– Ficamos preocupados de vocês não aceitarem. – confessou Alexander. – Isso seria doloroso para Tyler e Gabriel.
– Sabemos disso. – confessou Will. – E é apenas por eles que estou aceitando ir até a Filadélfia ver casas. – revirou os olhos.
Magnus e Alexander riram, ainda mais quando James se irritou.
– Mas que inferno! O que você tem contra a Filadélfia? – questionou o ômega.
O alfa bufou e esfregou os cabelos.
– Nada demais. – disse.
James estreitou os seus olhos e se aproximou do companheiro.
– Seja o que for, eu vou descobrir. – sussurrou perto de seu rosto.
O casal da frente apenas riu dos dois.
===
– O que acha dessa cor? – perguntou Clary. – É vermelho, só que mais claro.
Isabelle estava terminando de pintar o desenho de pequenos ursinhos na parede. A pintura estava ótima, mesmo que seus pensamentos não estivessem ali.
– Amor? – pela terceira vez, a alfa ouviu a voz de Clary lhe chamar. – Está distante. – se sentou ao lado da alfa. – Está tudo bem? – acariciou seu rosto.
Isabelle suspirou.
– Alec e Magnus vão embora de Nova York. Vão ir e levar meus sobrinhos também. Vão abandonar a mim e a mamãe. Vão nos abandonar. – disse tudo de uma vez, rapidamente. – Mas não quero falar sobre isso, por favor.
Clarissa tentou processar tudo o que acabara de ouvir. Mas apenas concordou.
– Certo. – se levantou e foi em direção do berço cor de creme, já que não queria cores muito claras para o quarto do bebê, que decidiram não saber o sexo até o nascimento.
– Ficou chateada? – perguntou a alfa, se levantando também.
– Não, só… – olhou para Izzy. – Achei que estaria mais aqui, no quarto do nosso primeiro bebê. E não escondendo sentimentos, sem contar para mim, sua esposa.
A alfa suspirou e concordou. Amarrou seus longos cabelos enrolados e se aproximou da ômega.
– Você tem razão, cherry. – disse. – Eu deveria estar mais presente. – olhou em volta e sorriu. – Está ficando tudo muito bonito, não é?
A ruiva sorriu abertamente ao olhar também.
– Está sim. Olhe o que eu comprei ontem.
Mostrou às fraldas grandes e em várias cores.
– Quero que escrevam nelas o nome de cada pessoa importante na vida dela ou dele. – disse a ômega.
– Vamos fazer isso, meu amor. – beijou sua bochecha antes de lhe abraçar.
O celular de Izzy logo começou a tocar, fazendo as duas desfazerem o abraço.
– É a minha mãe. – disse antes de atender preocupada. – Mãe?
– Oi, querida. Está com a Clary arrumando o quarto ainda?
– Sim. Está quase tudo pronto.
Clary começou a arrumar o véu sobre o berço do neném.
– Posso ir aí? Às crianças querem te ver e sair um pouco.
Isabelle riu. Sabia que a mãe não os aguentaria sozinha por muito tempo.
– Pode sim. Depois podemos sair. O que acha? – perguntou para a mãe, mas esperava a confirmação da esposa lhe liberar.
– Certo. Podemos ir ao parque perto de sua casa.
– Ok, mãe. Estou te esperando.
Desligaram.
===
Sophie e Tyler logo correram em direção aos brinquedos, perto da areia.
– Apenas cuidado! – gritou a avó, preocupada.
– Eles cresceram mais desde que chegaram. Não acha? – disse Isabelle, olhando com ternura para os sobrinhos.
– Já se passou um bom tempo. Então sim, eles cresceram mesmo. – observavam às crianças. –Filha, você está bem?
A alfa suspirou.
– Pra ser sincera, não. – confessou. – A ideia do Alec ir, me incomoda. E muito. – começou a desabafar e Maryse apenas a ouvia. – Nunca estivemos separados, não tão distante né. Mas o Alec, ele sempre esteve aqui, ao meu lado. – seus olhos começaram a encher de lágrimas. – Não quero que ele vá. Não quero ficar sem a proteção dele e sem estar por perto pra quando ele precisar.
A alfa apenas parou de falar, depois de dizer tudo o que realmente sentia. Era doloroso. Principalmente ter que segurar o choro por estar em público.
– Sabe, eu também estou com medo. – disse a ômega. – Não quero um dos meus filhos longe. Mas, e se for o melhor para o Alec? Parou para pensar nisso?
– Claro. – disse, mas não com total certeza. – Eu quero pensar. Quero enxergar que isso vai ser bom para ele e a família dele.
– A vida é cheia de mudanças, Izzy. Temos que aprender a aceitá-las.
A alfa soltou o ar que tanto prendia e pensou um pouco, vendo os sobrinhos rirem. Seria difícil ficar longe deles, já que se apegou a eles. Seria difícil ficar longe do irmão, que tanto esteve ao seu lado. Mas teria que aceitar.
– Crianças, venham aqui com a tia! – gritou para Sophie e Tyler.
– O que foi, tia Izzy? – perguntou Tyler, já que o mesmo tinha ganho a corrida até às duas mulheres.
– Me dêem um abraço bem gostoso, cheio de beijos. – às crianças riram, mas assim fizeram. Foi um momento de ternura aos olhos de Maryse, que ria do jeito dos três.
– Por que está chorando, tia? – perguntou Sophie ao ver uma lágrima rolar pela bochecha da alfa.
– Porque a titia está muito feliz em ter vocês como sobrinhos. – se declarou. – Sou muito sortuda.
– Também sou feliz, tia. – brincou Tyler, sorrindo. Isabelle lhe deu um beijo apertado.
– Eu vou sentir saudade de vocês, quando forem embora. Mas vou visitar sempre que eu puder, ok?
Às crianças concordaram e foram atacadas novamente por aquela tia grudenta que tanto amavam.
Maryse estava orgulhosa da filha, mais uma vez.
===
Depois de cinco dias, Magnus, Alexander, James e William estão de volta. Com tudo decidido.
Alexander deixou Jem e Will em sua casa, e aproveitou para ver Gabriel.
Logo após foram para casa de Maryse buscar Sophie e Tyler que estavam ficando com a avó.
– Escolheram a casa, certo? – perguntou a ômega, empolgada.
– Sim, escolhemos. – respondeu Alec. – Magnus tirou muitas fotos.
– Aqui. – chamou Maryse para ver as fotos.
A frente da casa era em dois tons de marrom, um escuro e outro mais claro. Várias janelas em tons escuros.
– Dois andares e um sótão? – perguntou Maryse e Magnus afirmou.
– E tem um porão também. – completou Alexander.
– Que linda. – disse com os olhos brilhando. – Quantos quartos? – perguntou.
– Quatro quartos. – respondeu Magnus. – A sala de jantar é perfeita. Tem uma mesa linda separando a cozinha dela. O piso é encantador, muito brilhante, em tons de cinza esfumaçado, eu acho.
– Muito perfeita. – continuou a passar às fotos. – E essa casa?
– Ah, essa é a que Jem e Will escolheram. – respondeu Magnus.
– Fica duas ruas abaixo da nossa. – adicionou Alec.
Maryse continuou a olhar a casa do outro casal. A casa era em um tom acinzentado e branco. Havia uma escada levando até a porta.
– Dois andares também. Mas ela é bem menor. – disse Magnus.
– James não queria uma casa grande, diferente do Will que queria uma igual uma mansão. – Alec riu. – Tem dois quartos, uma sala bem pequena e uma cozinha.
– Eu amei a decoração da sala. É bem clarinho todos os móveis. A nossa já é mais escuro.
– Mas é lindo também. – disse Maryse, olhando a sala de Magnus. – E depois de um tempo você pode mudar.
– Sim, mas vai demorar ainda. – Magnus sorriu.
– A hora que você quiser, amor. – disse Alexander.
Magnus sorriu para o companheiro.
Estavam tão felizes, mas no momento, cansados.
– Mãe, já que as crianças estão tirando um cochilo, Magnus e eu vamos tirar um também. – avisou Alec.
– Claro, querido. Seu quarto está limpo. Podem ir se deitar.
Sendo assim, o casal subiu até o quarto do alfa e ali dormiram até anoitecer.
===
Alexander descia as escadas quando sentiu aquele cheiro delicioso de comida caseira que sua mãe sempre fazia.
Amava olha-lá cozinhando, fazendo aquilo que ela amava muito.
– Mãe.
– Oh, Alec. – tomou um leve susto. – Onde está Magnus?
– Foi ver se as crianças estão bem.
– Elas brincaram muito esses últimos dias. Principalmente com a Izzy. Estão bem cansadas. – explicou Maryse.
– E como ela está? – perguntou receoso. – Ela me mandou uma mensagem, dizendo que estava tudo bem por ela eu me mudar. E não disse mais nada.
– Ela está bem. – respondeu. – Conversei muito com ela e consegui convencê-la de que era o melhor para vocês.
– Obrigado, mãe. – agradeceu com um sorriso. – E eu quero mais uma ajuda. – disse e olhou para a escada, por onde Magnus poderia descer.
– Ajuda com o que? – perguntou vendo o filho com uma ação suspeita.
– Quero pedir Magnus em casamento. Quero escolher uma aliança amanhã. Poderia me ajudar? – disse tudo com um belo sorriso em seu rosto.
– Alec, filho… – Maryse não tinha palavras. – Isso é ótimo. – fez a volta apenas para abraçar o filho. – É claro que eu posso te ajudar. Vamos logo cedo escolher uma perfeita.
– Certo.
===
Às seis e meia da manhã Alexander já estava em pé, esperando sua mãe descer silenciosamente para não acordar ninguém, principalmente Magnus.
– Pronto? – perguntou Maryse.
Alexander confirmou e foram até o carro do alfa.
Alec já havia preparado tudo. Já sabia a loja que iria, o anel perfeito que compraria. Já estava tudo planejado, até mesmo o dia de pedir Magnus em casamento. E estava torcendo para que tudo desse certo.
Quando chegaram ao local, Alexander já pediu à vendedora o anel de sua escolha. A beta já sabia exatamente qual era o anel e fora buscar para o alfa, que se encantou ainda mais por ele quando o viu.
– Combina muito com Magnus. – comentou Maryse ao se aproximar e ver melhor o anel prateado e contornado com ouro, e em cima, continha vinte pequenas pedras de diamante branco. – Ele vai amar.
Alexander sorriu já o imaginando com o anel em seu dedo ao lhe dizer sim.
===
Quando Magnus acordou sentiu falta do alfa, mas também sentia que o mesmo estava bem, mesmo nem querendo puxar a ligação de ambos. A marca ainda estava muito forte e nova, não conseguia controlar.
Alcançou seu celular e notou duas chamadas perdidas.
– Catarina… – sussurrou. A dias não falava com a amiga.
Retornou a chamada no mesmo instante.
– Bom dia, dorminhoco. – disse ela ao atender, junto com seu sorriso contagiante.
– Bom dia. Que saudade que estava de você. – disse Magnus, se ajeitando na cama ao sentir um leve desconforto em seu abdômen.
– Ainda estou com saudades. Quando vem para Medan? – questionou.
Magnus ficou triste.
– Ainda não sei. Estamos passando por alguns problemas e agora… uma mudança.
– Mudança? – questionou confusa.
– Sim. Alexander e eu decidimos nos mudar para Filadélfia. – sorriu e Catarina notou sua felicidade. – Estamos tentando recomeçar depois de tudo.
– Nossa, Magnus. Fico feliz em saber disso. Às crianças devem estar amando a cada dia mais a presença de Alec, não é? Ou os dois pais juntinhos… – disse com certa malícia em sua voz.
Magnus ficou tímido e riu.
– Cat, eu e ele… – parou por um momento, ao sentir o estômago se revirar e uma vontade de vomitar subir até sua garganta. – Deus!
Foi tudo o que disse antes de sair correndo em direção ao banheiro.
– Magnus? – Catarina o chamava.
Depois de jogar tudo dentro do vaso sanitário e conseguir finalmente lavar sua boca, Magnus voltou para o quarto e viu que Catarina continuava na chamada.
– Cat, eu acho que algo não me fez bem. Acabei de vomitar um pouco da comida de ontem e muita água.
Catarina suspirou do outro lado.
– E lá vamos nós de novo.
===
– Pare de dizer isso. – pediu Simon, mais uma vez naquele dia. – Já faz semanas que tomei essa decisão.
– Mas não por querer. – disse Jordan, se sentindo mal por não conseguir acreditar na decisão de Simon. – Você está agindo por medo ou impulso e eu…
– Agora chega! – gritou Simon, se sentindo magoado com as palavras de Jordan. – Você não sabe o que diz.
– Simon… – o alfa se aproximou. – Me desculpe.
– Então, pare de dizer isso. – pediu. – Jace mandou aquela carta, me ameaçou. Mas o fato de eu aceitar morar em Medan com você, não tem nada haver com ele.
Jordan suspirou e finalmente abraçou o ômega.
– Prometo não falar mais. – disse. – Apenas não consigo acreditar que você queira ir comigo.
– Eu entendo. – respondeu e aconchegou seu rosto ao peito do alfa. – Mas eu quero sim. Sei que estamos a pouco tempo juntos, mas eu confio em você. – olhou nos olhos do alfa. – E gosto muito de você.
Jordan sorriu e beijou os lábios de Simon.
Os dois olharam para as malas já prontas em cima da cama.
Simon não tinha muito que levar e Jordan já tinha todas as suas coisas em sua casa, em Medan.
– Vamos nos despedir do pessoal e vamos para Medan. – afirmou Jordan, com um sorriso animado, sendo seguido por Simon.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.