Byakuya preparou seu famoso lamen especial para o almoço, durante a refeição os três conversaram um pouco sobre suas vidas. Senku contou ao pai sobre seus estudos, e como se tornou professor na universidade em que se formou. Ishigami Byakuya está muito orgulhoso do filho. O mais velho reparou na admiração presente no olhar de Gen, notando que ele também sente muito orgulho de Senku.
— Como vocês se conheceram? — o astronauta perguntou, sem conseguir conter sua curiosidade em relação àquele assunto.
— Há cinco anos atrás o Tsukasa foi convidado para ir a um programa de auditório, quando ele começou a fazer muito sucesso por estar ganhando muitas lutas consecutivas. Como ele estava muito nervoso eu fui obrigado a ir junto — Senku explicou enquanto coloca os pratos na pia, recordando-se com clareza daquele dia, lembrando-se o quanto Tsukasa o perturbou até que ele concordasse em ir. — Gen era um dos apresentadores do programa, ele coordenava as brincadeiras com a plateia se eu não me engano, então quando tudo terminou nós nos encontramos no camarim porque ele queria um autógrafo do Tsukasa para presentear uma amiga.
— Eu queria só um autógrafo e acabei conhecendo o amor da minha vida — Gen disse e suspirou, sem sentir um pingo de vergonha de dizer aquilo na frente do sogro.
Quando se conheceram, Senku não deu muita atenção a Gen de imediato. É claro que o cientista reparou na beleza do apresentador, e foi cativado pelo seu sorriso, porém não demonstrou nenhum interesse a princípio. Asagiri tomou a iniciativa de pedir o número de telefone de Ishigami Senku antes de sair do camarim e Shishio Tsukasa ficou muito chocado ao ver seu amigo de infância passar o número para o apresentador.
— Não foi fácil me aproximar do Senku-chan, mas não sou o tipo de pessoa que desiste fácil — Gen continuou, sentindo muito orgulho de si mesmo, sorrindo para o cientista de olhos vermelhos. — E com certeza todo o esforço valeu a pena.
— Depois de um tempo nós começamos a namorar e estamos juntos até hoje — Senku simplificou o máximo possível, com as bochechas rosadas, querendo evitar que o marido fale mais alguma coisa constrangedora na frente do seu pai. — Por favor, venha me ajudar a lavar a louça, senhor apresentador.
— Claro, Senku-chan — Gen respondeu rindo baixo, divertindo-se com a reação do marido.
Byakuya não conseguiu conter sua risada alta, achando divertida a relação dos dois. Ele está mais tranquilo agora que sabe que Gen é uma boa pessoa, e que ele realmente se dá bem com seu filho. Afinal, Byakuya sabe melhor do que ninguém o quão difícil Senku pode ser. O astronauta de cabelos brancos está achando muito fofo a forma que seu filho se comporta ao lado do esposo, deixando-o com muita vontade de fotografar aquele momento.
[...]
Senku fez um tour pela casa com Asagiri Gen, mostrando todos os cômodos exceto o quarto do pai. Agora eles estão no antigo quarto de Senku, que está tão vazio que o cientista começou a se perguntar o que o pai fará com aquele cômodo futuramente.
— Esse quarto tem uma boa vista para o parque — Asagiri disse ao apoiar as mãos na borda da varanda, prestando atenção nas casas ao redor, ficando fascinado pelo quintal da casa ao lado. — Essa é realmente uma ótima vizinhança.
— Você gostaria de morar em uma casa parecida no futuro? — Ishigami perguntou, notando o interesse do marido.
— Quem sabe…
— Passei muito tempo aqui durante a minha adolescência — Senku falou em um tom de voz baixo, um tanto melancólico, andando de um lado para o outro na pequena varanda. — Sempre gostei de observar as estrelas, então quando o Byakuya me deu um telescópio de presente, a única coisa que eu queria fazer durante a noite era observar o céu estrelado.
Gen sorriu e respirou fundo, deixando o ar gélido preencher seus pulmões. A visita a casa do sogro está sendo muito proveitosa, afinal Senku dificilmente fala de si mesmo daquela forma. Senku guiou o marido para dentro do quarto mais uma vez, e Gen se sentou em sua antiga cama.
"É bom estar em um lugar com tantas memórias boas guardadas" Asagiri pensou, encarando o teto.
Senku se sentou ao seu lado, passando o braço em volta da cintura do marido. Eles permaneceram em silêncio durante alguns segundos, depois decidiram retornar para a sala de estar onde Ishigami Byakuya os esperava.
[...]
— Senku, você pode comprar umas coisas no mercado para mim? — Byakuya pediu depois de servir chá para ele e o genro.
— Agora? — Senku indagou, franzindo a testa, desconfiado.
— Sim! Esqueci de comprar algumas coisas, e seria de grande ajuda se meu único e amado filho pudesse fazer esse favor para mim — o astronauta insistiu, vendo o filho revirar os olhos pois sabe que o pai tem segundas e terceiras intenções por trás daquele pedido.
— Ok — Senku bebeu o chá de uma vez e se levantou, pegando a lista de compras da mão do pai e seu casaco. — Você se importa de ficar aqui, Gen? Eu volto logo.
— Tudo bem, sem problemas — Asagiri disse tranquilamente, enquanto toma seu chá. — O chá está ótimo, sogro.
— Quer mais um pouco? — Byakuya ofereceu e Gen esticou sua caneca na direção do mais velho com um sorriso em seus lábios.
Senku deu uma última olhada para os dois antes de sair, tentando compreender como os dois ficaram tão próximos. Ele está feliz que seu pai gostou de Gen, porém tem medo do que pode resultar dessa cumplicidade toda. No momento em que Senku saiu, Byakuya olhou para os lados e retirou um álbum de fotos enorme debaixo da mesa de centro da sala, colocando-o à frente de Asagiri Gen.
— Aposto que o Senku ficará um pouco irritado quando souber, mas não tem problema — Byakuya sussurrou, abrindo o álbum que o genro possa ver o conteúdo. — Ele era uma criança tão fofa, não acha?
Os olhos de Gen brilharam ao ver as fotos. Ele não pensou que teria a oportunidade de ver as fotos de infância de Senku logo em sua primeira visita ao sogro, agora ele tem certeza que Byakuya gostou dele e o aprovou como marido do filho.
— O Senku era um bebê muito desconfiado, fazia cara feia pra tudo — Byakuya disse rindo, mostrando as primeiras fotos que tirou de Senku depois de adotá-lo. — Ele sempre foi a minha maior alegria, doeu muito ter que deixá-lo sozinho para seguir o meu sonho de ser astronauta.
Gen tocou o álbum com delicadeza, como se estivesse com medo de danificá-lo. Ele admira muito o astronauta, não pela sua profissão, mas por ele ter criado Senku sozinho e apesar de todas as dificuldades sempre fez o filho se sentir amado. Byakuya nunca deixou nada faltar para o filho, fez todos os sacrifícios possíveis para permitir que ele pudesse seguir sua paixão por ciências. Quando chegou o seu momento, Senku o incentivou de todas as formas possíveis para que o pai corresse atrás do seu sonho.
— Cuide bem do meu garoto, Gen — Byakuya pediu, tocando o ombro do apresentador. — Esse álbum é um presente meu para você, coloquei nele as cópias das minhas fotos favoritas, espero que seja do seu agrado.
— Muito obrigado, sogro! Eu amei — Asagiri disse com um sorriso enorme no rosto. — Pode ficar tranquilo, eu vou cuidar muito bem do Senku-chan, da mesma forma que ele cuida de mim desde que começamos uma vida juntos.
Aquela resposta deixou Byakuya satisfeito, ele não tem dúvida alguma dos sentimentos de Gen. Asagiri se levantou e foi até a entrada da casa, pegando um pacote de dentro da sua mochila. Ele retornou para junto do sogro e estendeu o pacote em sua direção.
— E esse é um presente meu para você, eu só estava esperando o melhor momento para entregá-lo.
— O que é? — Byakuya perguntou, ansioso, enquanto abre o pacote vermelho.
— São fotos… parece que nós dois pensamos parecido, não é? Só que essas são fotos do nosso casamento, e também tem um pequeno vídeo da cerimônia que foi gravado pela minha melhor amiga — Asagiri explicou calmamente. — Nós nos casamos apenas no civil, não fizemos uma festa nem nada, mesmo assim eu imaginei que você iria gostar de poder ver...
Byakuya começou a chorar e abraçou Gen com força, agradecendo-o em meio aos soluços. Aquilo era justamente o que ele mais queria: poder ver o casamento do filho. É claro que não é a mesma coisa que estar presente no dia, mas pelo menos agora ele poderá saber como foi e pode se sentir parte disso também.
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