História Mas eu gosto - Capítulo seis

Minseok e Jongdae estavam fazendo o jantar naquele sábado, Jongdae avisou os pais que passaria a noite com Minseok, claro que não foi bem aceito e os pais reclamaram muito, mas não podiam fazer muita coisa já que o Kim já era adulto. Minseok ficou surpreso com a decisão do namorado e mesmo que não tenha sido ele quem deu a ideia, ficou feliz com esse passo do mais novo.

― Seok, eu estava pensando... ― Jongdae começou enquanto cortava os legumes para a salada ― Você acha que eu consigo ficar bem morando sozinho?

― Você tem vinte e cinco anos, amor, tenho certeza que sim ― disse mexendo na panela ― De fome você não morre ― brincou e o outro riu ― Você está querendo se mudar?

― Sim, eu gosto de morar com meus pais, mas... Eu não tenho privacidade, eu nem sempre posso sair com você ou sozinho porque eles falam ― disse ― Antes eu não pensava muito porque eu não namorava, então tudo bem, mas agora... Eu quero sair com você, sair sozinho também, e enquanto eu estou na casa deles preciso respeitar o horário deles.

― Você está crescendo ― fingiu choro e Jongdae bufou ― Mas você decide, amor, sua vida, suas vontades.

― Eu só fico pensativo sobre o que eles vão dizer, como vão reagir.

― Não vai ser muito bom, tanto porque estamos namorando e as pessoas vão comentar como também é algo estranho vindo de você o perfeitinho da família Kim ― brincou e Jongdae bateu no ombro do mais velho ― Desculpa amor, mas é muito legal brincar com isso.

― Espero que eles não comecem a fazer um show, porque às vezes minha mãe passa dos limites.

― Falando em limites, só podemos sair com o JongIn a tiracolo?

― Por alguns dias sim, as pessoas ficam fofocando.

― O que me irrita é; se eu quisesse e você também já teríamos fodido em qualquer lugar e ninguém saberia ― disse sem se importar e Jongdae suspirou ― Mas eles ficam enchendo a porra do saco.

― Palavrão, amor.

― Eles ficam enchendo o saco ― se corrigiu e Jongdae sorriu ― Ninguém soube que eu perdi a virgindade, e ainda falam de mim como se eu fosse santo por ser filho de um pastor.

― Como nunca descobriram, Seok? ― Jongdae perguntou colocando os legumes na vasilha ― Lembro daquele rapaz que descobriram e ele foi afastado das coisas de música, nunca mais o vi na igreja.

― Porque eu nunca falei ― riu e olhou para o namorado depois de desligar o fogo ― A maioria desses moleques são tão idiotas que depois de transar querem sair falando pra todos que fizeram sexo, sendo que se eles estão na frente de alguma coisa na igreja, fodeu, você vai ser desligado geral.

― Eu acho isso um pouco pesado, afastar porque fez sexo ― Jongdae assumiu ― Eu sou virgem porque quero, porque acho que há uma magia em realizar com o meu parceiro depois que casarmos... Mas isso de fazer antes do casamento e ser afastado das coisas da igreja como se fosse o maior pecado do mundo, é ruim, porque tira as pessoas do lugar, faz elas sentirem raiva.

― Eu não concordo também, isso também no caso de gravidez antes do casamento, as pessoas terem que ser afastadas e ficarem por meses recebendo um tipo de cursinho para não pecar de novo é uma coisa bem... ― suspirou ― Não vou dizer a palavra que quero. Cada um faz o que quer e ninguém precisa cagar regra ou dizer o que é certo nisso ou não.

― Já tá pronto? ― Jongdae perguntou e Minseok assentiu ― Vou arrumar a mesa.

Jongdae arrumou a mesa e Minseok trouxe as coisas colocando no meio da mesa, sentou ao lado do namorado.

― Você quer agradecer? ― Jongdae perguntou e Minseok assentiu fechando os olhos.

― Obrigado por este alimento, que nunca nos falte, e que tu supra a quem sente fome nesse momento. Amém.

― Seok... ― Jongdae disse depois da oração ― Sehun comentou que faz doação de comida aos moradores de rua quando tem um dinheiro a mais no estúdio... Como eu posso ajudar? ― Minseok sorriu ― Ou melhor, como os jovens lá da igreja podem ajudar?

― Chanyeol é o líder dos jovens?

― Ele ajuda.

― Falaremos com ele amanhã e daremos uma ideia.

[...]

JongIn acordou cedo e se arrumou antes que seus pais, disse que iria mais cedo à igreja porque havia marcado com os jovens, seus pais não fizeram muitas perguntas  e deixaram o garoto ir. Assim que JongIn virou a esquina viu Kyungsoo encostado em um muro.

O mais novo saiu correndo e quase pulou no colo do mais velho, Kyungsoo riu deixando um beijo na testa de JongIn.

― Oi meu anjo, dormiu bem? ― perguntou e JongIn assentiu ― Temos quantas horas até você ir à igreja?

― Hm... ― olhou no relógio de pulso ― Duas horas.

― Quer ir lá pro meu apartamento? ― perguntou e o mais novo assentiu ― Já tomou café?

― Só um pouquinho, guardei um espaço pra comer com você ― disse e Kyungsoo riu. Estavam andando até o apartamento de Kyungsoo que não era muito longe ― Soo, vai ter uma programação em uma outra igreja e eu vou tocar violino já que eu estou aprendendo, você gostaria de ir?

― Claro, é só me dizer o dia e o horário ― falou ―Eu vou para onde você pedir, meu anjo, ainda mais se for para te ver tocar.

― Eu ainda estou aprendendo, Soo ― sorriu ― Acho que o Minseok vai com o Dae, aí você pode ir com eles.

― Ok.

―Soo... Eu q- ― JongIn se afastou do mais velho quando viu alguém conhecido da igreja, sorriu pequeno e a pessoa acenou e ficou observando ― Ah que droga.

― Entre na lojinha de doces, finja que está indo para lá, eu vou pro apartamento, dê a volta e vá para a igreja, a gente se vê mais tarde, meu anjo ― Kyungsoo disse e apressou seus passos.

― Mas... ― JongIn se encolheu e foi até a lojinha de doces, se sentiu observado e sabia que era a pessoa da igreja, comprou um doce e voltou o caminho que tinha feito com Kyungsoo. O mais velho já tinha sumido ― Bom dia irmão ― disse quando o conhecido se aproximou ― Vai ao culto agora?

― Sim, decidi sair mais cedo para ajudar os músicos ― comentou ― E você, rapaz?

― Eu vim comprar um doce e iria direto para a igreja ― explicou.

― Vi você com aquele rapaz...

― Ele estava perguntando sobre o horário dos cultos ― mentiu.

― Ah sim ― sorriu ― Que bom.

― É...

O domingo de JongIn foi totalmente estragado.

[...]

― O que seu irmão tem? ― Minseok perguntou ao namorado. JongIn estava sentado do outro lado de Jongdae, calado durante todo o culto, o que não era normal, ele sempre estava escrevendo em papeizinhos e dando ao casal ou soltando piadinhas.

― Eu não sei ― Jongdae disse baixinho e escreveu em seu caderno e mostrou ao irmão.

JongIn pegou o caderno e a caneta escrevendo, quando terminou  entregou ao irmão em seguida, Jongdae suspirou ao ler e mostrou a Minseok.

‘’Eu ia passar a manhã com o Kyungsoo, mas me viram e o Kyungsoo teve que ir embora e eu tive que voltar. Eu só queria passar um tempo com ele sem que alguém visse ou comentasse. Eu gosto dele, Dae, quero ficar um tempinho juntinho dele’’ e pôs uma carinha triste no final.

― Me dá aqui, bebê ― Minseok disse baixinho pegando o caderno. Escreveu que iria conseguir um jeito de fazer eles passarem a tarde juntos ― Pega.

― Você é o melhor cunhado do mundo ― JongIn disse quase deitando no colo de Jongdae quando leu o que o Kim havia escrito ― O que vai fazer?

― Se aquieta, JongIn ― Jongdae pediu sem graça olhando para algumas pessoas que viraram quando ouviram o mais novo falar alto ― Estamos no culto.

― Ah é mesmo ― se ajeitou no banco.

Quando o culto acabou, JongIn parecia um cachorrinho atrás de Jongdae e Minseok, o mais velho riu e se aproximaram dos pais de Jongdae.

― Bom dia ― sorriu aos mais velhos ― Eu e Jongdae gostaríamos de almoçar juntos e passear também.

― Podem ir, mas com o JongIn junto ― A mãe de Jongdae disse.

― Claro que sim, só estava avisando. ― Minseok falou.

Conversaram um pouco até saírem da igreja. JongIn ficou confuso seguindo o casal.

― Minseok, eu não entendi ― JongIn murmurou.

― Eu vou te deixar na casa do Kyungsoo agora e vou levar o Jongdae pra minha casa que fica perto da casa dele, você passa a tarde com seu namoradinho  e eu com o meu ― brincou. JongIn gritou e o abraçou ― Pra que tudo isso, JongIn?

― Obrigado obrigado ― disse se afastando do cunhado ― Não sei quando iria conseguir ver o Soo de novo sozinho.

― Mas cuidado, hein ― Jongdae quem disse ― E não se aproveite da boa vontade do Seok, nem sempre ele vai poder ficar ajudando, JongIn.

― Eu sei, eu sei ― pulou algumas vezes e Minseok riu ― Eu vou avisar o Soo.

― Obrigado ― Jongdae disse vendo o irmão falar ao celular enquanto andava na frente.

― Pelo que? ― Minseok riu apertando a mão do namorado ― Não fiz apenas por ele, mas sim pra ficar mais tempo com você, agarradinho lá no meu sofá.

― Seok... ― resmungou e riu ― Agarradinho debaixo do lençol?

― Sim, com minhas mãos tocando essa sua cintura gostosinha ― disse deixando um beijo próximo ao ouvido do namorado ― Pegando nessa sua barriga também...

― Minseok. ― Jongdae disse sem graça e bateu na barriga do namorado ― Seok...

― Uh?

― Se eu deixar você tocar na minha cintura e na minha barriga por debaixo da camisa, você deixa eu pegar em você também? ― perguntou.

― Eu tiro a blusa pra você, meu amor ― brincou ― Fico até nu.

― Kim Minseok ―soltou a mão do namorado e deixou alguns tapas nas costas dele. O mais velho riu alto.