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História Masterpiece - Graham - História escrita por kendoll - Spirit Fanfics e Histórias
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História Masterpiece - Graham


Escrita por: kendoll

Notas do Autor


Esse capítulo foca mais no Jack, mas achei seria válido colocar essa manip Jella que eu fiz (tava muito ansiosa pra mostrar pra vocês). Espero que gostem, boa leitura!

Capítulo 17 - Graham


Fanfic / Fanfiction Masterpiece - Graham

Narrado por Justin.

— Ei — A mãe de Ella nos chama e balança uma câmera nas mãos. — Quero uma foto de vocês.

— Mãe... — Ella a olha, envergonhada. Abraço-a de lado.

— Não seja boba, vocês dois são fotogênicos. Vamos, façam uma pose bonita.

Ella não quer, mas também não resiste. Abraço sua cintura e beijo sua bochecha, suas mãos vão estão em meus ombros e braço. Ela sorri e eu me derreto. Clique.

 

Narrado por Ella.

— Isso até parece coisa de filme... Fala sério, qual é a chance disso acontecer comigo? Eu preciso saber.

— Nenhuma, se você continuar sendo uma invejosa — Leelah responde e em seguida me olha com um sorriso. — Estou muito feliz por você.

— Estou muito feliz por você — Aubrey retruca. — Fala sério, como se isso mostrasse que você é a Senhorita Superior.

Ela bufa pela milésima vez no dia.

— Está tudo bem.

— Não estou com inveja, é só que você é uma puta sortuda. Também estou feliz por você — Ela me abraça de lado por alguns segundos. Paramos em frente ao seu armário e eu me encosto na parede. — Então... Vocês estão namorando?

— Hã... Não, mas acho que estamos juntos.

— Você não nos contou como foi com detalhes sobre o dia na casa dos seus pais — Lelaah me lembra, com um olhar animadinho.

Passo os dedos por alguns fios do cabelo, desembaraçando as pontas. Lembro-me de suas mãos em minhas pernas, o sol quente batendo em meus ombros e a sensação de estar prestes a explodir de tanta felicade. Minhas pernas ficam bambas repentinamente, tento não transparecer que estou com vontade de correr dali para os braços quentes de Justin. Mordo o lábio inferior.

— Ele disse que toca piano.

Aubrey fecha bruscamente o armário, sorrindo maliciosamente.

— Por acaso ele sabe tocar algo além do piano? — Leelah tenta conter um riso e bate no ombro de Aubrey, ela nem se importa e continua me encarando. — É sério, eu conheço a sua cara de safada e você está fazendo ela agora.

Imediatamente tento imaginar a cara que estou fazendo e sinto-me completamente envergonhada, estava me imaginando com uma cara patética como as que garotas de filme romântico fazem quando pensam em uma noite encantadora, mas como Aubrey descrevia saia mais como Effy Stonem flertando com o cara aleatório do metrô. Isso me faz pensar que eu não sou tão atraente quanto Effy Stonem e devo estar soando patética agora.

— Eu tenho uma cara de safada? — Pergunto.

— É mais uma cara de virgem safada, aquela que por dentro é uma vadia, mas só descobre isso quando está gemendo como uma cadela durante o sexo.

— Aubrey! — Eu a olho, boquiaberta. Leelah cai na gargalhada.

— Já imaginou isso? Oh, Justin! É, isso — Ela fecha os olhos e solta gemidos, mordendo os lábios. — Yes, baby! Mais forte...

Alguém pigarreia e nossos risos cessam quando vimos Jack nos encarando com olhar de malícia. Ele prende o riso entre os lábios molhados.

— Parece que alguém está no cio — Diz, apoiando o peso de seu corpo contra a mão posta no armário. 

— Pergunte isso para a cadela da sua mãe, ela deve saber.

Jack revira os olhos, demonstrando não estar nem um pouco ofendido, ele esbanja para mim um sorriso.

Um aglomerado de pessoas se forma a uns seis armários longe de nós, os murmúrios são altos, mas não o suficiente para escutarmos com clareza sobre o que se trata. Todos tentam ler algo que está fixado no mural. Olho para minhas amigas, mas nenhuma delas parece saber o que está acontecendo ali. Eu me viro para Jack, mas desisto de perguntar e vou até onde as pessoas estão.

Abro caminho com os braços, alguns empurrões em uns ombros altos e largos até chegar em frente ao papel. Trata-se de um comunicado da Bolshoi Ballet Academy, meu coração faz um pequeno rasgo na minha camiseta quando leio as primeiras palavras. Há uma vaga na academia, uma única vaga que será dada exclusivamente para um aluno da Juilliard e as audições são no sábado que vem. Meu coração se enche de esperança e alegria.

— Acho que nem preciso repetir que você é uma puta vadia sortuda — Aubrey diz, parada ao meu lado.

— Eu não acho, você leu isso? — Ponho o dedo sobre uma das frases e a contorno. — Uma única vaga, quais são as chances de eu conseguir? É tipo ganhar na loteria.

— Na loteria do amor você está ganhando.

— Mas é como dizem, azar na vida e sorte no amor.

— Tenho quase certeza que é ao contrário — Leelah ri, eu balanço a cabeça.

— Não vou conseguir.

— Ella, eles estão abrindo as audições pela segunda vez! A sorte está do seu lado, você só precisa fazer o que faz de melhor... E não é ser negativa.

Vacilo e suspiro, Jack puxa levemente a alça da minha mochila.

— Hã... Podemos conversar? 

Faço que sim com a cabeça e me despeço das minhas amigas.

Andamos silenciosamente contra o fluxo de pessoas e chegamos a entrada da escola, descemos as escadas e nos sentamos em um dos bancos novos postos no gramado verde. O sol está brilhando como ontem e isso me faz pensar novamente nas mãos de Justin em meu corpo.

Jack está me encarando com os olhos fracos e só agora eu percebo um hematoma escuro em seu rosto, parece que ele tentou esconder com pó de arroz. Meus olhos acariciam seu maxilar travado, ele vira o rosto para mim e eu consigo enxergar mais um hematoma. Ele está pálido e seu corpo não tão ereto e arrogante como sempre costuma estar. Me distraío em meus pensamentos enquanto ele me flagra.

— De onde vieram esses hematomas? — Eu pergunto, antes que ele venha com alguma gracinha. Seu maxilar trava novamente.

— Digamos que eu não sou bom de briga... Eu sei, é difícil acreditar que não sou bom em alguma coisa.

— Jack — Eu reviro os olhos, rindo de como ele nunca perde essa falsa pose. — É sobre isso que quer conversar?

— Não me leve a mal, mas você não é minha pessoa preferida para contar os meus problemas. 

— Nossa, o magnífico Jack Foster tem problemas em sua vida? 

Ele acha graça e sorri bobo.

— Difícil acreditar não é? Mas não saia espalhando, não quero que a imprensa me incomode com isso.

— Minha boca é um túmulo — Selo os lábios e finjo jogar a chave fora. — Sobre o que quer conversar então?

Ouço uma voz familiar chamando e olho por cima dos ombros de Jack. Jaxon vem correndo em minha direção, seu pequeno topete balançando e alguns fios rebeldes vacilando ao cair sobre sua testa. Ele para ofegante com as mãos na cintura.

— Me dê um minuto — Ele pede, dou risada e arruma as alças da mochila. Perco Jack de meu olhar e por um momento sinto que ele esta fora de orbita, analisando o Bieber mais jovem dos pés a cabeça. Jaxon levanta o rosto e os dois se encaram por um breve momento.

— Este é Jack, Jack esse é Jaxon — Os apresento, os dois se cumprimentam com um aperto de mãos.

— Novo namorado da Ella?

— Irmão do namorado dela, na verdade. Ela não faz o meu tipo — Ele pisca para mim, faço um biquinho decepcionado. 

— Acho que já te vi por aqui.

— Difícil, não sou daqui.

— Mas já esteve pelo campus, acho que vi vocês dois na semana passada.

— Ah, claro — Ele arruma os cabelos. — Vim falar com a Ella... Hã a propósito, vim te buscar para ir a academia comigo. Justin está lá e ele quer falar com você.

— Hum... Tudo bem, podemos deixar nossa conversa pra amanhã? — Pergunto a Jack.

— Claro, amanhã é um bom dia — Ele se levanta e se despede com um aceno. — Prazer, Jaxon.

— Valeu — Jaxon faz um sinal com as mãos e se oferece para levar minha mochila.
Aperto os livros contra o peito e suspiro fundo, não consigo imaginar sobre o que seja o assunto de Jack comigo e nem ao menos de onde vieram aqueles hematomas. Jaxon ri sozinho ao meu lado.

— O que é tão engraçado? 

— Seu amigo — Ele balança a cabeça.

O olho confusa.

— O que tem ele?

Jaxon me olha como se eu devesse saber de algo, como se fosse óbvio ele pergunta:

— Você não percebeu? — Respondo que não com a cabeça. Antes de abrir a porta para mim, Jaxon segura meus ombros, me olhando nos olhos. — Ele é gay.

 

Narrado por Justin.

A viagem para Los Angeles será nessa sexta, tenho medo de imaginar o que vai acontecer, por isso tento fazer com que minha mente esqueça que isso vai acontecer. Será a chance da minha vida, tenho nas mãos a chance de estragar tudo ou fazer com que tudo dê certo. Continuo minha corrida e aumento a velocidade. Ella entra no espaço com três livros apertados contra o peito.

— Eu te daria um beijo agora, mas como você pode ver eu estou todo suado — Digo, quando ela põe os braços em cima do equipamento.

— Você não vai acreditar no que Jaxon me contou... Além da notícia de ele ser gay.

— Ele te contou? — Indaguei, surpreso. Ela faz um sinal positivo com a cabeça. — O que mais ele te contou?

— Jack é gay.

Por um momento me descontrolo e tenho a sensação que vou cair, mas seguro fortemente nas laterais. Eu começo a rir imediatamente, Ella ri desaprovando minha reação com a cabeça.

— Aquele que disse que estava gostando de você? O tal Jack Foster?

— Sim.

— Não é atoa que ele está na Juilliard fazendo Ballet... Não sabia que ele era tão frutinha assim — Solto uma gargalhada. Ella aumenta a velocidade da corrida e me olha sem o mínimo de diversão nos olhos.

— Não generalize as coisas, ha gays que são mais másculos que você e estão no seu mesmo ramo.

— Ei ei! — Desligo o aparelho e desço para acompanhar os passos apressados de Ella. Seguro seus ombros. — Relaxa babygirl, eu estava só brincando.

— Esse assunto é sério, Justin. Hoje Jack apareceu com hematomas no rosto e queria conversar comigo... E se esses hematomas vieram de uma briga por causa da sexualidade dele?

— E ele ia procurar você, que é praticamente a inimiga dele, pra desabafar sobre os problemas?

— Nós já conversamos sobre isso, ele sabe que não precisamos ser inimigos.

Balanço a cabeça, limpando o suor de meu rosto.

— Não temos nada a ver com isso.

— Nós temos que ajuda-lo se ele estiver com problemas!

— Não, não temos. É pra isso que existe a Liga da Justiça.

Ella põe as mãos na cintura, me lançando um olhar sério. Meu deus, ela fica tão linda quando faz isso.

— Justin, não seja cruel.

— Parece até que ele te fez uma lavagem cerebral e você não esta se lembrando que ele sabotou sua apresentação, ainda te embebedou e te jogou num lugar qualquer.

— Eu me lembro disso todos os dias, mas não sou do tipo que paga na mesma moeda. Que tipo de pessoa eu seria se não o ajudasse?

— O tipo de pessoa que está ocupada demais cuidando da sua própria vida.

— Justin, e se fosse seu irmão?

Hesitei por um momento, não que o que Ella dissera tivesse importancia para mim. Colocar meu irmão na provável situação de Jack não fazia sentido nenhum, logicamente eu ajudaria meu irmão sem pensar duas vezes, mas eu não tinha motivos nenhum para ajudar Jack. Detesto um pouco essa parte humanitária de Ella, mas penso também que isso faz com que eu a ame cada vez mais por se importar com uma pessoa que a fez mal. Droga, eu não conseguiria negar isso a ela.

— Tudo bem, o que vamos fazer?

— Primeiro vamos nos beijar e aproveitar cinco minutos para nós, e depois vamos até a Juilliard tentar descobrir o endereço da casa dele.

Então nós dois ficamos lá, com uma prorrogação de mais cinco minutos.

 

Estamos na secretaria enquanto Ella tenta executar seu plano de seduzir o estagiário para que ele entregue a Ella a ficha de matricula de Jack, cinco minutos se passam e ela volta para a sala de espera e se joga na cadeira ao meu lado, suspirando em fracasso.

— Eu devo ser uma péssima sedutora — Caí na risada e a beijei, em questão de solidariedade, é claro.

— Discordo — Ela sorri para mim.

— O que estão fazendo aqui? — Aubrey aparece, carregando uma pasta transparente nas mãos. — Não me diga que Justin está se matriculando? — A garota ironiza, lançando a mim uma feição divertida.

— Sim, estou aqui só pelas aulas da tal Senhorita Bellmore — Eu devolvo e isso faz Ella rir.

— Estamos tentando arrancar da secretária o endereço do Jack.

— Por que você quer isso?

— Não conhece o lado solidário da sua amiga? Estamos em uma missão de salvação a Jack Foster.

— Ah — Ela revira os olhos. — Está confundido solidariedade com idiotice. Que desculpa ele está usando dessa vez?

— Na verdade ele ainda não me disse nada, é só uma suposição. Será que você pode ser útil pelo menos uma vez e nos ajudar?

— Já que você pediu com jeitinho.

Tenho a impressão de que Aubrey sempre está pronta para uma festa de ultima hora, ela quase sempre não usa muita maquiagem, mas sempre está vestida como se tivesse um compromisso marcado. Hoje ela está com um salto alto e jaqueta vermelha, eu aposto que no Ensino Médio ela fazia o tipo da garota popular e não consigo imaginar onde ela e Ella se identificam.

Dez minutos se passam e ela volta ainda com a pasta em mãos e uma folha cortada, nos olhando como se tivesse acabado se vencer uma batalha. Ela entrega o papel a Ella e eu espio de canto.

— Ele não faz o tipo de quem mora em St. Lambert West.

— Aquele é o pior lugar pra se viver, meus pais dizem que as condições de lá são pra lá de precárias. Mas é esse endereço que consta no registro.

— Que lugar é esse? — Ella pergunta.

— É a área pobre de Nova York, não é um lugar nada bem visto.

— Bom... É pra lá que nós vamos.

— Está louca, querida? Justin, diga a ela que não vai rolar — Sacudi os ombros, rindo.

— Já tive essa conversa com ela, só quero ir o mais rápido possível e terminar com esse assunto de uma vez por todas.

Agora é Ella quem sorri, vitoriosa. Aubrey bufa um palavrão e balança as chaves do carro.

— Eu dirijo.

O caminho é bem longo no começo, mas quanto mais vamos nos distanciando, mais a estrada fica livre até que na estrada só tenha um único carro.

St. Lambert West é bastante conhecida por suas gangues pesadas e a paisagem nada admirável, quando estramos parece que é outro mundo, o céu parece ser bem mais escuro e o ar é tomado por uma terrível fumaça cinza que sempre sai de um dos prédios abandonados. Ella parece não se preocupar muito, mas olha cada parte da paisagem com curiosidade. Aubrey aumenta o som e a terrível voz da banda adolescente que ela cisma em ouvir me faz querer tomar um tiro no ouvido, para piorar ela ainda sabe cantar a música inteira. O carro para em frente a uma casa com o gramado morto e algumas ferramentas jogadas no chão, há um casal sentado ao lado da porta da casa. A mulher que está tricotando alguma coisa para imediatamente quando nos vê andando em sua direção.

— Com licença — Ella diz baixo, aproximando-se com cautela. — Estamos procurando por Jack Foster.

— Jack não vem aqui a muito tempo — A mulher responde.

— É claro, o tamanho do ego dele não caberia em nenhuma dessas casas — Aubrey diz, olhando em volta.

— Me desculpa — Ella a olha de canto de olho para a amiga. — A senhora pode me dizer onde ele pode estar? Nos somos amigos dele da Juilliard.

— Amigos? Não sabia que Jack tinha amigos. Não me leve a mal, mas é que ele nunca teve muitos amigos.

— Ela só está sendo educada para não dizer que Jack é egocêntrico demais para gostar e se importar com alguém além dele mesmo — O homem mais velho resmunga, mordendo um palito de dente no canto da boca.

— Robyn — A mulher o olha nada satisfeita e em seguida olha para Ella. — Eu acho que ele pode estar trabalhando na Frenzy's, vocês podem tentar lá.

— Frenzy's a lanchonete? — Aubrey pergunta e a mulher faz que sim. A loira arqueia uma das sobrancelhas grossas para sua amiga. — Jack Foster tem o dom de me surpreender cada dia mais.

— A quanto tempo ele não vem aqui? — Pergunto.
O homem mais velho levanta, com as mãos nos bolsos.

— Desde que entrou nessa tal de Juilliard... Ele disse que não é bom para a imagem dele ser vistos com pobres caipiras como nós — Ele diz, cuspindo amargura e ódio por entre os dentes amarelados. 
Ella encolhe os ombros e eu a aconchego em meus braços.

— Eu sinto muito — Ela murmura.

— Não sinta — Ele sorri sem vida. — A muito tempo já deixamos de sentir, não há razão para se preocupar com quem só nos trata como lixo.

— Jack gosta muito de vocês, ele me disse isso — Ella mente, e eu a olho me perguntando onde ela pretende chegar com isso. O homem a olha como se soubesse que aquilo fosse uma mentira.

— Então ele mentiu ou você não o conhece direito.

— Posso não conhece-lo tão bem, Senhor Foster, mas eu vejo esperança no seu filho.

Ele da um meio sorriso, eu posso dizer sinceramente que não há nem uma pequena luz de esperança ou felicidade nos olhos daquele homem. A barba por fazer e o jeito desleixado me lembram a situação em que meu pai chegava do bar. É inevitável, não consigo para minhas lembranças e imediatamente isso me deixa desconfortável. A mulher de cabelos brancos abaixa a cabeça, como se estivesse algo errado.

— É Graham, o sobrenome dele é Graham. 

 

 

Narrado por Ella.

— Está claro que ele tem mais problemas do que ser gay, que tipo de pessoa pode ser tão ridícula assim? Mentir o sobrenome e esquecer o pais? Nem eu que sou a maior vaca do mundo faria isso — Aubrey cospe, furiosa.

— Ele deve ter um bom motivo para isso — Eu digo, sem ter tanta certeza.

— Você precisa parar de ver bondade ou justificativa em tudo, Jack não é uma boa pessoa e fim.

Queria dizer que ela estava errada e tinha algum motivo real e válido por trás de tudo aquilo, mas nessa altura nem eu mesma acreditava. Eu só queria saber quem era Jack Foster... Ou Graham, tanto faz.

Justin não disse nada desde que saímos da St. Lambert West até chegarmos a Frenzy’s, seus olhos arregalados pairavam sobre a paisagem e as vezes em mim, olhando-me de canto tentando parecer tranquilo. Aubrey ainda estava furiosa e eu tentava me manter tranquila, mas falhei miseravelmente quando descemos no estacionamento e nos fundos da lanchonete eu consegui ver os clássicos tênis de Jack e um corpo sendo escondido pela lata de lixo. Eu corro em direção ao corpo parado sem dar nenhuma explicação a ninguém e eles me seguem.

É Jack e ele está com um cigarro entre os lábios, e com mais uma coleção de hematomas.

— Jack, o que está fazendo aqui?

— Ella... Vá embora — Ele solta a fumaça e não se importa em levantar a cabeça para te olhar.

— Bela casa, Foster — Ele enfatizou seu sobrenome, fazendo com que o ar em torno de nós ficasse mais tenso.

— O que vocês estão fazendo aqui? A entrada para os clientes não é a porta dos fundos.

— Não sabia que você trabalhava aqui, na verdade eu nem...

— Não sabia porque não é da sua conta.

— Cara, é melhor você tomar cuidado com o jeito que você está falando com ela — Justin diz, num tom tranquilo e um olhar ameaçador. — Estamos aqui para ajudar.

— E quem disse que eu pedi a ajuda de vocês? Logo de vocês?

— Era sobre isso que você queria conversar hoje? — Eu ignoro seu mau humor, fitando seus machucados. — Quem anda batendo em você Jack? E por que?

— Ella não é da sua conta! — Ele grita pausadamente.

Parece que tudo fica em câmera lenta e eu consigo claramente ver o corpo de Justin passando por mim e erguendo Jack pela gola da camiseta. Justin surra suas costas na parede e o encara como se estivesse prestes a devora-lo como uma verdadeira fera selvagem.

— Eu e Aubrey estamos pouco nos fodendo para o que você está passando na merda da sua vida, eu não ligo quantos machucados você tem na cara ou se você é mais um gay no mundo ou não. Eu não gosto de você, Aubrey não gosta de você e duvido que alguém goste, além é claro de Ella. Ela é a única pessoa que ainda se importa com você e nós estamos aqui por ela. Seja inteligente pelo menos uma vez na vida e aceite a porra da ajuda.

Justin solta sua camisa e imediatamente Jack alisa o lugar, como se estivesse limpando alguma coisa. Seu olhar para Justin é de pura revolta e conhecendo Jack como eu acho que conheço, ele com certeza estava arquitetando alguma forma de acabar com Justin, mas ele sabe que não seria capaz de vencê-lo em nada. Jack abaixa a cabeça.

— Como é que vocês sabem que eu sou gay? — Ele pergunta, desconfiado.

— Olhe para mim, por favor — Eu peço e ele obedece. Seus olhos estão em tons escuros e frios. — Parece até que você tem vergonha disso.

— E não é pra ter? Qual é, eu sou praticamente uma aberração — Ele ri seco.

— Não, não é. Não há nada de mal em ser quem você é, Jack.

— Se não há nada de mal porque é que eu apanho por isso? Porque as pessoas que sabem me olham diferente? Vocês estão me olhando diferente agora mesmo, principalmente você, Ella.

— Eu só estou confusa...

— Confusa com o que? Qual é a parte dessa merda toda que deixa você confusa?

— Toda parte — Eu admito, mordendo o lábio. — Não entendo por que você não contou a ninguém sobre estarem machucando você ou porque você tem vergonha dos seus pais e...

— Espera — Ele interrompe, piscando os olhos provavelmente cem vezes por segundo. — Como é que você... Vocês... Ella, não me diga que você foi até minha casa.

— Nós fomos — Aubrey o responde, cruzados os braços. — Infelizmente.

— O que vocês querem se intrometendo desse jeito na minha vida? Isso é um péssimo jeito de ajudar.

— Só queríamos achar você, seus pais nos mandaram até aqui — Justin diz.

— Desde quando você vem apanhando?

— Não sei, faz umas semanas.

— Então... Se você é gay por que disse que gostava de mim?

Fiz uma careta, estreitando meus olhos para ele.

— Porque eu pensava que gostava — Ele dá os ombros. — É quase que impossível não gostar de você, fala sério. Eu confundi isso... Na verdade eu acho que queria colocar na minha cabeça que eu gostava de você porque era mais fácil do que admitir que eu gostava mesmo é de homens. Isso é... Estranho.

Ele coça a nuca e é tão estranho porque eu gosto quando ele faz isso, ele está envergonhado.

Estendo minha mão para ele e seus olhos fitam meu rosto sorridente.

— Vamos, precisamos denunciar quem fez isso com você.

E então ele pega minha mão e me puxa para um forte abraço. Seu cheiro de cigarro se perde entre o forte perfume que eu sinto exalando de seu pescoço. Eu fecho os olhos e sinto seus lábios molhados beijarem meu pescoço, sorrio com aquela sensação.

— Se você esperasse até amanhã eu te contaria tudo isso — Jack sussurra em meus ouvidos, num tom que só eu consigo escutar.

— Por que você contaria justo para mim, tipo logo eu que sou como sua inimiga? — Lembro-me do que Justin me disse. Justin, Aubrey e a metade da população mundial. Jack ri pelo nariz e afasta nossos corpos.

Não precisamos ser inimigos, lembra? — Ele sorri para mim e eu retribuo com um nó na garganta. Droga!


Notas Finais


Eu estava pensando em fazer um grupo do wpp da fanfic, o que vocês acham? Mandem suas opiniões sobre o capítulo e sobre a ideia do grupo do wpp, to curiosa pra saber a opinião de vocês sobre esse capítulo. Beijos!


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