Point of View of Katherine Bennett
Ainda estava sem entender o porque o diretor Stevenson havia me chamado na sala dele naquela manhã. Em todos os meus anos de escola, nunca tive o desprazer de entrar naquele lugar para levar uma bronca ou um sermão.
Aguardei cinco minutos do lado de fora, até sua secretaria me chamar. Quando entrei, dei de cara com Thomas emburrado e o diretor me encarando com um olhar de reprovação. Fez sinal para eu me sentar.
- Katherine minha querida, creio que já saiba porque está aqui – ele disse balançando negativamente a cabeça. Eu não faza idéia do motivo. Será que tinha alguma coisa a ver com o fato de eu ter ficado com Thomas na festa dele? Stevenson prosseguiu – Durante a exibição do hino, cenas íntimas do jovem Sr. Anderson foram expostas para toda a escola, difamando a imagem dele perante o corpo docente e estudantil da nossa instituição. Como todos aqui sabemos, a Senhorita é a responsável pelo vídeo que exibimos durante a honra. Checamos a imagem do estúdio e ficou comprovado que somente você teve acesso as imagens. Conforme conversa prévia com o Sr. Anderson, este alegou que a Srta. teve acesso a casa dele alguns dias atrás e deve ter instalado uma câmera escondida nos aposentos dele, inflingindo diversas leis – eu engoli a seco totalmente estarrecida com as acusações - Portanto Srta. Katherine Bennet, agradeça a Thomas por ele não prestar queixa de invasão de privacidade na polícia. Porém, receio que aqui na nossa instituição, você mereça uma punição justa para seus atos.
- Sr. Stevenson, eu sou inocente! – protestei batendo minha mão em sua mesa, fazendo o velho assustar com a minha reação exagerada – Eu estive sim na casa de Thomas, mas eu NUNCA faria isso com ele. Com ninguém, aliás! Isso é uma tremenda injustiça!
- Sinto muito, Srta. Bennett. Temos as imagens das câmeras da sala. Elas não negam. Mas fique tranquila. Como sua ficha aqui no Seattle High School esteve limpa durante todos estes anos, vamos dar uma detenção como forma de punição pelos seus atos.
Isso era inacreditável. Nem se eu chamasse o Papa Francisco aquele homem iriam acreditar em mim. Deixei a emoção tomar conta do meu corpo e comecei a chorar no mesmo instante. Thomas me olhou com raiva e depois sorriu ao diretor quando fomos dispensados de sua sala.
Assim que chegamos no corredor vazio, Thomas voou em cima de mim, me empurrando com violência contra os armários da parede, me enfrentando.
- A troco de que você fez isso, Kate? – gritou, pressionando suas mãos nos meus pulsos. Gemi.
- Você está me machucando, Thomas! – murmurei ainda chorosa – Você acha que eu seria capaz de fazer isso com você? Não tenho motivos para fazer isso!
- Eu te levei para dentro da minha casa! Eu cuidei de você! E é assim que você retribuí? – sua face estava a centímetros da minha, extravasando todo o ódio contido nele. E olha que não era pouco não.
- Eu desisto. Nada do que eu disser ou fizer vai fazer você acreditar em mim – falei cabisbaixa, fazendo ele afrouxar a pressão sobre meus braços. Foi ai que tive um lampejo de sanidade – Foi a Anny! Lógico, Thomas! Foi ela!
- Não venha jogar a culpa na sua melhor amiga! Ela cuidou de você também!
- Thomas, me escute; eu fiquei apagada. Quando acordei o Doutor Pattinson já estava lá. Assim que ele passou a me examinar, Anny foi embora e logo depois você retornou com sua prima. Anny ficou sozinha na sua casa! Isso é armação dela! Aquela sínica!
- Não ouse falar mal da Anny, Kate! Anny foi a única a me consolar quando toda a merda foi jogada no ventilador. Anny se importa comigo!
- Pera aí, Thomas. Você transou com a Anny? Sério? Porque só assim para você ficar todo derretido e bundão por ela! – despejei na cara dele. Thomas rasnou. Seu rosto ficou vermelho e as veias do seu pescoço saltaram.
- Katherine Bennett, você é uma perdedora que se esconde na sombra da sua amiga e agora vem com esse papinho chulo?! Se enxerga garota! – ele me empurrou mais uma vez, fazendo minhas costas baterem novamente contra os armários.
Suas palavras estavam doendo, mas não mais do que a raiva que crescia dentro do meu peito. Por mais que eu tentasse odiá-lo, eu não conseguia, porque Thomas apenas disse a verdade nua e crua na minha cara. Eu era uma perdedora. Eu deixava Anitta Greene roubar meu brilho. Eu era um nada. Minha visão subitamente apagou e quando dei por mim, estava em cima de Thomas, dando um tapa na cara dele. No instante em que ia enfiar de novo minha mão na sua bochecha rosada, Minho segurou meu pulso e nos afastou, colocando a palma no peito do amigo.
- Calma Thomas, ela é só uma garota, por favor. Você não é assim – ele pediu, enquanto uma multidão já se formava a nossa volta. Rostos curiosos querendo saber o por que a “Zé Ninguém” havia enfiado a mão no rostinho perfeito do “Sr. Todo Poderoso”.
Charlotte cortou a multidão com Gally na sua cola e falou algo no ouvido do primo, que fez com que ele voasse para fora dali em segundos com o loiro grandalhão. Ela e Minho me olharam com cara de dó e me tiraram dali. Seguimos para o teatro, que estava vazio.
- Katherine, você precisa se acalmar – Charlie pediu, me entregando sua garrafa de água. No ato, Minho puxou com violência a mug da mão dela e desatou a falar.
- Por acaso você colocou algo na sua água para dar para ela?
- Claro que não, Minho! Meu Deus! Só quero acalmar a garota! Deixa de ser babaca – ela puxou de volta e eu tomei alguns goles.
- Eu não acredito nisso – eu disse enfiando minha cabeça entre as pernas.
- O que aconteceu? – Minho parecia preocupado, fazendo carinho no meu ombro.
- O diretor Stevenson acha que foi eu quem passou aquele vídeo do Thomas na hora do hino.
- O que... ? – os dois perguntaram ao mesmo tempo, chocados.
- Claro que não foi você, Kate! Eu estava lá! Fiquei do seu lado até o médico ir embora – Charlie disse me apoiando.
- Thomas ficou bravo e discutimos, porque eu acusei Anny. Ela sim ficou sozinha na sua casa Charlotte – eu disse fazendo a garota pensar um pouco a respeito antes de falar.
- Aquela vadiazinha! – deixou escapar com raiva, modendo o dedo indicador.
- Calma Charlie, nós não temos certeza disso! – Minho advertiu.
- Foi você Minho? – a garota perguntou agressiva, espantando ele com a questão, que respondeu negativamente a pergunta – Eu também não fui e acredito em você Kate. Elementar meu caro Watson, só resta a escrota da Anitta Greene querendo foder o meu primo!
Finalmente alguém estava me entendendo naquela escola e fiquei feliz que tenha sido Charlie. Sabia que poderia contar com ela para um revenge em breve. O sinal tocou e ela levantou-se para o refeitório, fazendo a boa ação de deixar sua mug comigo. Estava nervosa e precisava mesmo me hidratar. Ela prometeu que pensaria em algo para desmascarar a ruiva e saiu em seguida.
Minho e eu caminhamos lado a lado para o almoço, onde metade da escola me fuzilava com os olhos achando que eu era a responsável por foder Thomas na frente de todos. Enquanto falávamos sobre coisas aleatória no trajeto, o asiático passou sua mão em volta do meu ombro, colando nossos corpos. Não pude conter um sorisso com aquilo e ele também. Por incrível que pareça, me senti segura e forte pela primeira vez. Que pensem que eu armei uma para Anderson!
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