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História Melody of the Wild Dance - Capítulo 8 - História escrita por Tsuki_Luana - Spirit Fanfics e Histórias
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História Melody of the Wild Dance - Capítulo 8


Escrita por: Tsuki_Luana

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 9 - Capítulo 8


Se Hot Pants tivesse que dizer o que mais gostava em Diego Brando, a alfa provavelmente não saberia o que responder, já que não havia algo “favorito” no ômega que reconheceu como sua alma gêmea.

Os cabelos loiros e macios que estavam sempre cheirosos, mesmo quando os dois ficavam cavalgando por horas a fio, especialmente em dias frescos de outono, a estação preferida dele…

Os olhos de um verde-água límpido que pareciam ver através dela e de toda a “casca” de alfa durona que a rosada fazia questão de ostentar, quando na verdade não sabia o que fazer para que seu ômega se sentisse confortável em seus braços…

Sua personalidade arredia, que ficava ainda mais evidente quando segurava as rédeas de Silver Bullet e saía em disparada pelos prados da propriedade dos James, provocando-a para vir atrás dele, ao que ela sempre cedia…

Sua voz aveludada chamando sem descanso pelo nome dela, todas as vezes em que ela o fazia seu…

Até mesmo sua versão grávido era encantadora, mesmo com o humor irritadiço e os pés inchados por conta da retenção de líquido, o que dava à alfa uma vontade irresistível de mimá-lo e fazer todas as suas vontades, algo que ela conseguiu, pelo menos durante a gestação de Rikiel, já que Enrico permitiu que Diego voltasse outras vezes à propriedade dos James e ela ia até a casa onde o ômega vivia quando este se sentia indisposto para sair.

Mas, se tinha uma coisa de que Hot Pants não conseguia esquecer… era daquele sorriso.

Todas as vezes que Diego sorria para ela, era como se todos os seus problemas tivessem se dissipado só de saber que aquele ômega estava feliz.

E agora, a notícia que acabara de receber do seu pai partiu seu coração em tantos pedaços que ela não sabia se conseguiria se recuperar um dia, a mera ideia de que nunca mais poderia ver todas as facetas de Diego causando-lhe uma dor insuportável.

— Eu… — A alfa tremia, apertando com força a mão áspera de James, que não reclamou da dor, pois sabia que nenhuma sensação física poderia se comparar à angústia sem fim que tomava conta de sua filha naquele instante — Eu… poderia ter marcado Diego naquele dia… Eu deveria ter feito isso… Porque assim, ele estaria seguro comigo nesta casa e teríamos criado nossos filhos juntos… Ensinado-os a montar… e a respeitar os cavalos e todos os animais da fazenda… Ele não teria sofrido… e estaria vivo, papai.

Tomado pela culpa, James se ergueu com algum sacrifício e abraçou Hot Pants, que nem sequer se moveu para ampará-lo, um turbilhão de sentimentos ruins se apoderando da alfa, que ia perdendo aos poucos a capacidade de raciocinar.

— Me desculpe, Hot Pants… Nunca passou pela minha cabeça que Enrico seria um alfa mau… O irmão gêmeo dele é um cavalheiro que respeita todas as vontades ditas e não ditas do ômega dele, então pensei que dando a mão de Diego a ele tudo estaria bem… 

Ao ouvir o nome de seu amado, a alfa mordeu os lábios a ponto de arrancar sangue, a dor imensurável que sentia por não ter nem conseguido se despedir apropriadamente de seu amado oprimindo seu peito.

— Desculpas… não vão trazer Diego de volta, papai. Agora entendo por que está doente desse jeito. A culpa por ter selado o destino do meu ômega ao dar a mão dele em casamento para aquele padre pecaminoso está te consumindo por dentro e por fora e, agora que sabe que não te resta muito tempo, mandou me tirar do convento só para tentar angariar meu perdão antes de morrer, não é?

— F-Filha… — Era a primeira vez que James se deparava com a fúria crua da filha alfa, embora bem lá no fundo julgasse merecer cada uma daquelas palavras duras — Eu realmente sinto muito…

Conquanto seu pai tentasse abraçá-la com o máximo de força de que dispunha naquele momento, Hot Pants não retribuiu.

Decepcionada — e levemente enojada — a alfa desvencilhou-se do pai e o deitou de volta na cama, os olhos lilases marejados de fúria contida.

— Quem sente muito sou eu, papai. Porque eu realmente não consigo perdoá-lo agora… E também não sei se serei capaz disso um dia. Mas não se preocupe. Cuidarei do senhor pelo tempo que for necessário… E, quando a hora chegar… Vou atrás de Enrico. Ele pode ter tirado Diego de mim… mas não fará o mesmo com os meus filhos.

Dizendo isso, Hot Pants levantou-se da cama e saiu porta afora, amaldiçoando-se por não ter feito a escolha correta há pouco mais de cinco anos.

Afinal, se ela tivesse reivindicado Diego como seu ômega naquele dia…

…não estaria derramando lágrimas de pesar e arrependimento agora.

xXx

Dio nunca pensou que se sentiria feliz por ter voltado à casa de Enrico Pucci, mas sabia que aquele sentimento cálido em seu peito tinha dois motivos.

O primeiro era justamente o fato de que, tão logo o deixou em casa, o cunhado alegou que tinha um compromisso inadiável e não poderia jantar com a família, o que deixou Dio bastante aliviado.

Afinal, o ômega chegou a pensar várias vezes em procurar alguma espécie de veneno para colocar na comida do alfa, mas logo afastou tal ideia de sua mente porque isso não lhe traria bem algum, só deixaria ele e as crianças em situação difícil, já que a lei quase nunca via o lado do ômega, uma de suas maiores frustrações como advogado.

O outro era que Donatello parecia finalmente estar abrindo seu coração para ele.

Por mais que tivesse a impressão de que Donatello era bastante apegado ao “pai” alfa — e, por isso, não lhe desse muita confiança — seu coração se aqueceu ao ver que o primogênito de Diego Brando parecia contente com o pratinho cheio de hot dogs que Dio colocou diante dele e que também podia ser uma criança normal, que comia se sujando todo.

Também foi com satisfação que observou Rikiel se fartando do jantar especial que Dio fizera questão de preparar para comemorar sua “alta” e sentiu orgulho ao ver que aquela criança que lhe parecia tão frágil estava crescendo no seu ritmo, dando-se até ao trabalho de ajudar Ungalo a se alimentar.

— Come direitinho, titio Dio ainda tá dodói das costas! — O garoto ralhava de leve com o irmãozinho mais novo, enquanto tentava fazê-lo comer as colheradas da papinha de maçã que Dio havia preparado, já que temia que Ungalo tivesse um desarranjo intestinal se exagerasse nos lanches — Se você comer tudo, vai crescer e ficar forte que nem o titio e aí vai poder comer um montão de hot dog!

— Hmmm! Dog? — O caçula batia as mãozinhas na cadeirinha de alimentação, o rosto todo sujo de papinha e de um pouco de molho remanescente — Au-au?

— Ah, há, há, há! — Rikiel gargalhou, arrancando outro sorriso raro de Dio, que parecia até esquecido de sua dor — Não é esse au-au! O nome dessa comida que o titio fez é hot dog, mas não é feito de cachorro… — as sobrancelhas rosadas se franziram e o garotinho refletiu por alguns instantes, já que não sabia do que as salsichas eram feitas — Não é, né, titio?

Dio negou com a cabeça, acariciando os cabelos de ambas as crianças.

— Não, não é. O que importa é que é gostoso e que vocês estão satisfeitos. Assim que terminarem de comer, vou dar um banho em vocês e contar uma história bem legal… para dormirem com os anjinhos.

— Aaaaah… — Rikiel protestou, já que não estava nem com um pouco de sono — Mas eu quero ficar com você, titio…

O loiro suspirou, cada canto de seu corpo implorando por descanso, algo que decididamente não tivera enquanto esteve internado naquele “hospital”.

— Sei que quer, mas eu estou muito cansado, Rikiel. Então seja bonzinho e me ajude, tudo bem?

O garoto assentiu e tratou de voltar a atenção ao caçula, que ainda não parecia estar satisfeito.

Pensando em facilitar a própria vida, Dio começou a recolher as louças que já não seriam mais usadas e sentiu o olhar inquisidor de Donatello sobre si, surpreendendo-se com o quanto alfas eram intimidadores, mesmo na tenra idade.

— Algum problema, Donatello? — Perguntou, sem rodeios — Quer mais um hot dog…?

O primogênito negou com a cabeça, conquanto continuasse encarando Dio com uma expressão indecifrável.

— Então o que foi? — Dio insistiu, começando a ficar incomodado — Não sei ler mentes, vai ter que ser mais claro se quiser me dizer algo, sabe?

Para surpresa de Dio, Donatello começou a torcer as mãos, como se estivesse inquieto, e então o loiro se compadeceu.

Pensando que seu irmão gostaria que ele se desse bem com todos os sobrinhos, aproximou-se de Donatello e acariciou seus cabelos, tentando mostrar que ele não era uma ameaça, muito pelo contrário.

— Donatello… Sabe que pode me dizer qualquer coisa, não é…?

— É que… — o garoto começou a falar, hesitante — …aquele grandalhão vai te levar embora, né?

— Grandalhão…? 

Donatello assentiu apressadamente, agora parecendo preocupado.

— É. Você ficou esquisito quando aquele grandalhão ficou te olhando lá no túmulo do papa Diego. Eu te chamei e você não ouviu.

Dio surpreendeu-se ao ouvir aquilo, já que não se recordava de nada disso.

A única lembrança daquele dia que ficou gravada em sua mente foi a daquele par de safiras iluminando a escuridão em que seu coração se afundou desde que descobriu que Diego faleceu e que seu alfa não passava — em sua opinião — de um verdadeiro amontoado de bosta.

Então, compreendeu que aquele encontro de almas tinha sido tão forte que até mesmo os pequenos perceberam que algo havia mudado em seu coração naquele instante.

Porém, como ainda não conseguia confiar plenamente em Donatello — e ignorar seus instintos — Dio limitou-se a sorrir, enquanto tentava limpar o excesso de molho que manchava o rosto do menino.

— Escute… Eu não irei a lugar algum sem levar vocês comigo. Diego pode não estar mais aqui, mas eu estou e farei de tudo para protegê-los. Por isso… seja mais bonzinho comigo e seus irmãos, Donatello. Não somos seus inimigos.

— É isso mesmo! — Rikiel exclamou, imitando Dio ao tentar limpar o rosto de Ungalo e falhando miseravelmente, já que o caçula parecia estar ficando cada vez mais sujo — Você é muito chato, Donatello!

— Não sou nada! — Donatello retrucou e estava prestes a dizer mais desaforos ao irmão do meio quando sentiu a mão firme de Dio sobre seus ombros, bem como o vínculo se formando entre os dois, algo que ele sempre relutara em permitir.

— Donatello… É normal irmãos se desentenderem, mas quero que me prometa uma coisa. Mesmo quando estiver bravo com Rikiel ou Ungalo, nunca vai deixar de protegê-los. Esse é o seu papel como alfa. Proteger seu irmão ômega e seu irmãozinho beta de qualquer mal que ousar se levantar contra eles, entendeu?

O primogênito não tinha entendido direito as palavras de Dio, mas certamente apreendera o peso que cada uma delas continha.

Afinal, seu instinto lhe dizia que a morte de Diego não tinha sido algo natural, mas era difícil para ele desconfiar 100% de seu pai alfa, a única pessoa com quem ele achava que podia contar, já que Enrico rompera por opção com a família toda desde que se casara.

De modo que Donatello não conhecia seus parentes por parte do pai alfa, embora tivesse uma vaga lembrança de uma mulher que parecia brava, mas que o fazia se sentir seguro em seu abraço.

Por isso, a “hostilidade” que demonstrava em relação a Dio nada mais era do que o medo de que aquela pessoa que ele sentia que tinha sido mandada até eles pelo seu falecido pai ômega sofresse o mesmo destino deste, preferindo afastá-lo a sujeitá-lo à presença de Enrico.

Era a maneira desajeitada dele de tentar proteger Dio em silêncio, embora não tivesse dado muito certo.

— Aquele grandalhão… não vai te machucar, né? Como o papai Enrico… 

— Donatello! — Rikiel advertiu, imaginando que o irmão sofreria se falasse sobre o que aconteceu com Diego, já que ele mesmo não conseguia por estar sob o efeito da voz de comando de Enrico — Me ajuda a limpar a cara do Ungalo!

— Espere, Rikiel… — Dio pediu, a curiosidade e apreensão levando a melhor sobre sua prudência — Diga-me, Donatello… O que Enrico fez a Diego…?

Donatello torceu as mãozinhas mais uma vez e Dio mordeu os lábios, tentando aguentar firme.

Ele precisava saber.

— Eu… — O menino começou, meio indeciso — Eu não lembro direito… Sei que papa Diego tava mal, a gente não podia entrar no quarto pra ver ele… Ele gritava e papai Enrico fazia de conta que não ouvia… Aí… um dia… Ele começou a gritar umas coisas estranhas e aí papai Enrico entrou no quarto… E… do nada… ficou tudo quieto… E aí… quando ele saiu… disse que papa Diego tinha ido com Papai do Céu… no Paraíso… E que ele não ia mais sofrer…

Se não estivesse sentado, Dio desconfiava que teria caído para trás ante aquela revelação.

Ainda que Donatello não tivesse sido muito claro, o essencial estava ali.

Provavelmente, Diego tinha dito algo que “não devia” e Enrico tentou impedi-lo de esticar o assunto para que as crianças não ouvissem, mas acabou colocando força demais… e então…

— Donatello — Dio pediu em tom de súplica, sentindo o sangue fugir de seu rosto — O que… Diego gritou de tão esquisito…? Você… se lembra…?

— Donatello! — Rikiel voltou a chamar a atenção do irmão, apreensivo — Me ajuda aqui, vai!

Ignorando o irmão, Donatello deu de ombros, confuso.

— Eu não sei direito… Acho que papa Diego queria ir embora… com aquela moça.

— Moça? Que moça? — Dio arregalou os olhos, surpreso — Diego tinha uma amiga ou algo assim…?

— Eu não sei… Sei que ela dava beijinho no papa Diego… E que ela tinha um abraço quentinho… E era parecida com o Rikiel.

Dio engoliu em seco, matando a charada.

Quando Enrico o agrediu e confessou que Diego tinha chegado em casa cheirando a uma mulher alfa, Dio não teve muita oportunidade para pensar sobre o assunto, mas agora tudo estava bem claro.

Pelo visto, aquelas três crianças não eram filhas de Enrico…

…mas, sim, de uma terceira pessoa que ele não fazia a mínima ideia de quem era.


Notas Finais


É, as coisas estão se esclarecendo aos poucos... Vamos ver no que isso vai dar!

Obrigada a quem continua acompanhando esta fic! Até a próxima atualização! <3


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