Elijah e eu estávamos no caminho de volta e ele mais do que ninguém queria saber o que tinha acontecido.
- Nessie, quem te sequestrou? Você não parece bem. Me diga e eu tomarei as medidas necessárias...
- Quando falarmos com Klaus, eu te contarei. Agora por favor acelera o carro, precisamos chegar o mais rápido possível. -Respondi.
- Juro que não me perdoaria se algo acontecesse a vocês dois. -Elijah disse tocando minha barriga.
- Eu sei.
Finalmente chegamos no casarão, desci rapidamente primeiro que ele, e entrei correndo. Elijah veio logo atrás de mim.
- Klaus? Niklaus! -Chamei seu nome em voz alta.
Klaus logo desceu e foi até nós. Vi ele suspirar, talvez aliviado por me ver na sua frente. Ele ficou analisando minhas roupas que estavam sujas de sangue.
- Você está segura. Vejo que Elijah te encontrou. O que querem agora? -Ele perguntou cruzando os braços.
- Preciso de sua ajuda. -Falei.
- Nessie, se explique. Não entendo aonde quer chegar. -Elijah se pronunciou.
- Minha ajuda? Não ajudei nem meu irmão a te procurar. Então o que te faz pensar que a ajudarei, amor?
- Eu já vou explicar Elijah, calma. Diga que vai me ajudar, Klaus. Estou te pedindo.
- Primeiro que eu não sei o que é, segundo eu não estou afim. -Ele disse e se virou pra subir novamente.
- Quero que me ajude a me vingar de alguém. Matar. -Falei.
Klaus ficou de frente novamente e eu pude ver o brilho nos olhos dele, logo após eu ter dito a palavra “matar”. Sabia que ele me ajudaria. Elijah franziu o cenho e olhou pra mim.
- Nessie, de quem está falando? Se vingar? Matar quem? -Elijah perguntou confuso.
- Me vingar de quem me sequestrou. -Respondi.
- E quem seria? -Klaus perguntou.
- Tyler.
- Por que esse garoto de Mystic Falls iria te sequestrar? -Elijah fez mais uma pergunta.
- Tyler Lockwood está em New Orleans? Na minha cidade!? Não pode ser! Por que não me disse antes? -Klaus perguntou com raiva.
- Acabei de dizer. Então você vai me ajudar a matá-lo, sim ou não?
- Com todo meu prazer. -Klaus riu de canto.
- Não, Nessie! Eu vou resolver isso com Niklaus e você vai ficar aqui.
- Nao pode me dá ordens Elijah, eu preciso fazer isso. Quero me vingar! -Respondi Elijah.
- Você não é assim. Você não é de querer matar ninguém.
- Mas agora eu quero, Elijah. Necessito fazer isso com minhas próprias mãos. Vamos os três.
Eu e Klaus nos preparávamos para sair dali, mas percebi que Elijah não nos seguia.
- Você não vem? -Perguntei.
- Não. Se quer matar você mesma, vá em frente. Vai ser sua responsabilidade. Essas coisas não são pra você, mas já que quer se meter nisso, tudo bem. E você Niklaus deveria ficar do meu lado e não deixar que ela fosse junto.
- Sem essa, Elijah. Você sabe mais do que ninguém que eu adoro um bom derramamento de sangue. Deixa ela sentir o sabor da vingança. Agora vamos Nessie. -Klaus disse e nós fomos lá pra fora.
Dei as costas para Elijah, eu havia entendido o ponto dele. Mas queria muito me vingar, aquela raiva me consumia e a único que entenderia isso era Klaus. Depois que tudo acabasse eu iria contar hoje mesmo que eu estava grávida, independente dos acontecimentos. Antes de entrássemos no carro dele, pedi que ele arranjasse correntes, cordas, e alguma coisa que perfurasse. Ele pegou imediatamente e colocou os objetos no carro. Tirei do bolso a faca que Tyler usou hoje mais cedo e segurei-a.
- Ele está no bayou, não está? -Klaus perguntou.
- Sim. Vá o mais rápido que puder. -Respondi.
Ele arrancou e nós seguimos para a floresta.
- O que diabos Tyler queria com você? Ele vai se arrepender. -Ele perguntou.
- Se vingar de você.
Klaus silenciou. Não sei por que ele não admitia logo o que sentia por mim, pois tudo aquilo tinha haver. Isso se ele gostasse realmente de mim...
- Me diga exatamente o que ele fez. -Klaus disse.
Eu precisava pensar em algo, seria uma péssima hora para ele saber da minha gravidez. Eu não podia de jeito nenhum falar que Tyler queria saber se meu bebê fazia híbridos.
- Ele tentou me machucar, tentou me atingir para se vingar de...você. Pode ver o sangue na minha roupa, não é meu e sim dele. Consegui cortá-lo com a faca. -Contei uma meia verdade, enquanto ele me analisava.
Chegamos no bayou e encontramos o carro dele. O mesmo que Tyler tinha me colocado na mala. Klaus parou e nós descemos. Ele abriu a porta e começou a cheirar as coisas de dentro.
- Esse cheiro...eu poderia ter me livrado dele há muito tempo.
- Consegue localizá-lo? E por que não se livrou? Não me diga que não teve oportunidades...
- Consigo, Tyler não está muito longe daqui. E sim love, eu tive. Mas eu o poupei pela Caroline. Ela pediu tanto que eu o deixasse em paz e eu acabei cedendo ao pedido dela. Uma pena eu ter que reconsiderar...
- Caroline? Ah. Você gosta muito dela, pra ter poupado alguém como ele. Além de ter transformado-o em híbrido, posso saber o que mais fez para Tyler ter tanta raiva a ponto de querer vingança?
- Digamos que eu tive um pequeno problema com a mãe dele. -Klaus me encarou.
- Pequeno problema. Você a matou a mãe dele. Maravilhoso. -Respondi com ironia.
- Silêncio. -Ele ordenou.
Klaus virou a cabeça.
- Acho que o encontrei. Você vem comigo, já sei o que fazer.
Ele me colocou nas costas dele e velozmente fomos parar no outro lado da floresta. Até que encontramos Tyler. Klaus me pôs no chão.
- Olá Tyler, você parece bem. Pretendo mudar isso.
- Klaus. -Tyler disse aparentemente com medo.
Klaus não hesitou e quebrou o pescoço dele no mesmo segundo. O corpo caiu de uma vez no chão.
- Agora é com você amor, o que quer fazer com ele?
- Hm...leve-o até aquela casa bem ali. Foi lá que ele me deixou.
Assim, Klaus o arrastou até a casa. Depois saiu literalmente voando em direção ao carro e voltou com um saco preto, com um monte de coisas dentro, inclusive a faca que eu tinha a ideia de usá-la. Então pegamos algumas cordas e colocamos aquele louco em uma cadeira e o amarramos. Logo Klaus disse pra eu jogar nele umas plantas : verbena e wolfsbane. Caso ele quisesse se transformar não conseguia pois isso o deixaria fraco. Tivemos que esperar ele acordar.
- Ora, ora, ora. A bela adormecida é bem corajosa por sinal. -Klaus falou com sacarmos.
Tyler tentava se soltar, mas não conseguia.
- Se querem me matar, apenas façam logo! Caroline irá te odiar pra sempre. -Ele falou.
- Não. Pra quê tanta pressa? -Perguntei.
- Eu não ligo pro que Caroline pensa! E voltando ao assunto que nos interessa...tentou sequestrar a garota...você é tão idiota que nem sequer pensou em uma forma de me dizer que estava com ela. Porque claro, se fosse um pouco mais inteligente chamaria minha atenção de alguma maneira, antes de pegar Nessie a força.
Fiquei com medo daquela conversa, medo de que a verdade viesse à tona. Talvez Tyler não estivesse entendendo aquele diálogo. Pensei também naquele tal Dwayne, onde o corpo dele estaria naquele momento. Esperava que Klaus não o encontrasse.
- E você não vai dizer nada? -Tyler me perguntou.
- Ainda...não. -Respondi nervosa.
- Diga o que exatamente estava tentando fazer com ela. Diga! -Klaus se exaltou e enfiou a faca no abdômen dele.
Tyler gemeu de dor, e se segurava para não dizer. Mas Klaus afundou mais e ele acabou falando.
- Eu só queria...ver se o bebê fazia híbridos...pensei que fosse seu...me enganei. -Ele respondeu e Klaus tirou a faca.
- Bebê!? Do que está falando seu imbecil?
- Ah...eu já entendi tudo. Quer dizer que não sabe? -Tyler riu, apesar de estar sofrendo.
- Saber de quê!? -Klaus perguntou mais uma vez.
- Ela está grávida. -Tyler respondeu.
Eu sabia. Sabia que ele iria acabar sabendo da verdade. Klaus se calou e olhou pra mim, depois para minha barriga. Provavelmente estava em choque. Resolvi me pronunciar.
- Sim, Klaus. É verdade o que ele disse. Eu estou grávida do...
- Elijah. -Ele completou.
- Quer dizer que acredita que mim? Acredita que esse filho é dele?
- De quem mais seria, não é mesmo...-Ele respondeu olhando pra baixo.
Klaus acreditava em mim. E eu nem precisei falar muito. Diferente de Camille, Kol, e do próprio Elijah que desconfiou de primeira. Tive tanta raiva de Tyler que peguei a faca da mão de Klaus e enfiei várias vezes nele, que gritava de dor. Percebi que ele não estava se curando rapidamente, por causa da verbena e do wolfsbane.
- Essa criança não é minha, mas também é meu sangue. E ninguém além de mim, pode machucar minha família! -Ele gritou.
Na mesma hora, Klaus começou a dar vários socos na cara de Tyler que acabou cuspindo sangue. Confesso que no começo eu estava gostando daquilo, mas caí na real e vi que tínhamos passado dos limites.
- Para Klaus! -Pedi.
Ele não me deu ouvidos e continuou socando-o. Ele parou e enfiou a mão de uma vez no peito de Tyler.
- Não, não Klaus! Não o mate.
- Você queria matá-lo! -Klaus disse segurando o coração, vi Tyler quase falhando.
- Mas eu mudei de ideia. Elijah tem razão, isso não é pra mim. Deixei-o. Por mim, Klaus!
Olhando pra mim e depois pra aquele híbrido, Niklaus tirou a mão de dentro do peito dele. E se afastou. Tirei aquelas plantas de cima dele (que queimavam por sinal) e o desamarrei.
- Hipnotize-o e diga para ele nunca mais voltar aqui. O que fizemos já foi o suficiente. -Pedi.
Meu Deus...eu não era assim. Será que meu bebê tinha haver com aquele comportamento ou eu mesma que sou culpada? Não sabia dizer.
- Saia da minha cidade e vá viver sua vida sabendo que você é um nada pra mim! -Ele disse e Tyler saiu cambaleando sem dizer mais nada.
- Não precisava falar essas coisas.
- Vamos, agora.
Ele mal falou e me pegou no colo. Klaus correu comigo até onde estava o carro. Deixou-me no chão e nós dois entramos. Ficamos em silêncio. Klaus nunca havia ficado tão quieto, notei que suas mãos apertavam o volante e sua mandíbula ficara cerrada. Olhei algumas vezes pro seu rosto mas parecia que eu nem estava do seu lado. Olhei pra frente e abracei minha barriga. Jurei ter percebido um rápido olhar dele, mesmo assim ignorei. Nosso clima estava mais tenso do que nunca. Nunca tínhamos estado daquela maneira. E chegamos no French Quarter. Ficamos por mais uns cinco minutos sem dizer nada. Mas alguém precisava se manifestar.
- Fala alguma coisa, por favor. Fala Klaus. Seu silêncio está me matando.
Ele permaneceu inerte. Vendo que não adiantava falar, tentei abrir a porta. Estava trancada.
- Me deixa sair. Se vai brincar de mudo, é melhor eu ir embora! -Eu disse confusa.
- Quem mais sabia? -Finalmente ele falou.
- O próprio Elijah. E também Kol, Camille e Davina. Stefan e Bonnie. -Tive que responder.
Seus olhos começaram a encher de água e eu fiquei preocupada.
- Está com raiva de mim, não está?
- Óbvio que não, Nessie! Eu só quero saber quando vocês iriam me contar. Se eu soubesse desde o começo... Tyler não tinha te levado! -Ele falou elevando o tom de voz.
- Me desculpa. Provavelmente diríamos para todos quando fizesse uns 3 meses. Acho que estou com um mês e meio, apesar da minha barriga estar maior que o normal para tão pouco tempo. É tão ruim assim eu estar grávida do seu irmão? Você poderia pelo menos fingir que ficou feliz e não explodir de raiva como sempre faz.
- Não é isso! Você não entende! Sua gravidez é mais impossível do que a que Hayley teve. E ainda sim, acredito em você, simplesmente não entendo! -Ele disse finalmente olhando nos meus olhos.
- Posso provar que esse filho é dele.
- Não preciso que prove nada pra mim.
- Mesmo assim eu vou. -Rebati.
Não achei nenhum lugar áspero em que eu pudesse me cortar, então tive que fazer eu mesma com a unha. Arranhei e furei várias vezes, até que saiu um pouco de sangue. Me curei em 3 segundos
- Aí está.
- Eu disse que não precisava fazer nada, acredito em você! -Mesmo dizendo que não, ele parecia irritado.
Suspirei fechando os olhos e encostando a cabeça no banco.
- Se sente bem?
- Mais ou menos, não comi o dia todo.
- Te levarei até Elijah. -Klaus disse e eu assenti.
Continuamos no carro e ele parou em frente da casa. Eu saí do carro um pouco tonta, pois estava morrendo de fome e em segundos ele estava do meu lado, tentando me segurar.
- Eu sei andar sozinha. -Falei.
Dei as costas pra ele, mas fui puxada pelo braço.
- Só quero que saiba que não importa o que aconteça, protegerei você e essa criança junto com Elijah. E não fui te buscar com Elijah porque...
- Entendo. Não precisa se explicar. -O interrompi.
Puxei meu braço e subi. Eu esperava que Elijah estivesse em casa. Abri a porta e o encontrei. Encostado na parede, esperando por mim.
- Elijah. -Eu disse e fui beijá-lo.
Nossas línguas se encontraram, mas percebi que seu beijo tinha sido diferente.
- O que foi? Por que me olha assim?
- Você não é disso. O que te deu hoje? Matar alguém com a ajuda de Niklaus? Eu sei que o garoto tentou machucar você e o bebê, mas eu iria resolver isso.
- Nós não o matamos. Eu não o matei. Demos uma lição nele, só isso.
- Não? -Elijah perguntou surpreso.
- Não. E percebo que você não me olha mais como antes, não é mesmo!? Antes eu era pura, eu era humana. O problema foi que eu morri Elijah! E agora sou um monstro, independente de ser humana de novo ou não. Independe de ser mãe e de estar esperando um filho seu. Admita que não me olha com os mesmo olhos! -Gritei.
- Como quer que eu te olhe da mesma forma, depois do que fez hoje? A Nessie que eu conhecia nunca mataria alguém pra se vingar. Nunca! Você se assemelha muito a ele.
- É aí que está o problema. Eu mudei desde quando te conheci. Você também mudou. Eu não sou mais a mesma de antes. E não venha me dizer que eu pareço com Klaus, ok? Vamos parar de falar nisso, sabe que eu não posso me estressar.
Elijah não respondeu mais nada. Então fui tomar um banho e depois comer um pouco. Vesti uma camisola e fui me deitar. Estava tão cansada daquele dia. Meu bebê também precisava de um descanso. Adormeci rapidamente, apesar de ainda não ser noite.
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