– Eu quero você fora da minha casa. - falei, fechando a porta em sua cara, mas ele colocou o pé na porta e eu dei leves passos para trás e ele entrou.
– Não faça isso comigo, por favor, me ouve. - disse, fechando a porta e tirando sua jaqueta toda molhada.
– O que você quer, Justin? - cruzei os braços.
– Demi, com certeza Selena deve ter falado alguma coisa para você, me deixe explicar. - pedia, quase implorando.
– Eu não quero saber, você magoou minha melhor amiga, por que voltou? Continua com suas coleguinhas lá e não volta mais. - virei as costas para ele, mas ele me segurou pelo braço.
– Demi, eu não traí a Selena, eu juro.
– Por que eu acreditaria em você? - o olhei, séria.
– Porque eu to falando a verdade. Confia em mim, deixe-me falar com ela. - ele estava quase se ajoelhando em meus pés.
– Olha aqui, ela tá no quarto dela. Eu vou deixar você subir lá, mas se ela mandar você ir embora e não querer te ver, acho bom você não pisar mais aqui. - falei, furiosa.
– Obrigado, Demi. Te amo. - falou, e rapidamente deu um beijo em meu rosto e saiu correndo subindo as escadas.
Falso.
Deitei no sofá novamente e fiquei brincando com Max e Sky. Não ouvi nenhum barulho se quer, seja de discussão ou Selena matando o Justin, talvez ela estivesse dormindo e ele a acordou. Ignorei esses pensamentos quando ouvi o barulho de meu celular vibrar em cima da mesa. Era uma mensagem.
“Preciso que me faça um favor, vá a casa do Niall e pegue um documento que esqueci lá, ele sabe qual é. As 19:30 chego em casa, por favor, já esteja com esse documento, é muito importante para mim e eu não estou com tempo para buscá-lo. Joe”
Tudo bem né, ainda eram 15:25, estou com tempo. Liguei a televisão e fiquei passando todos os canais para conseguir encontrar algo que preste para assistir.
Narração de Selena.
Eu estava deitada na cama, apenas mexendo no celular e com uma preguiça elevadíssima. Meu corpo se sentia fraco, talvez fosse fome. Meu estômago doía de fome, mas minha cabeça não me dizia que era para ir comer. Larguei o celular por uns instantes e relaxei minha cabeça no travesseiro, pedindo para que aquela dor fosse embora.
Ouvi alguém dar leves batidas na porta.
– Não tô com fome. - falei alto o suficiente para que Demi ouvisse.
Ouvi a porta sendo aberta e logo após, sendo fechada. Virei o rosto e percebi que não era a Demi que estava ali.
– Precisamos conversar. - ele disse, um pouco sem jeito.
– O que faz aqui? - levantei devagar.
– Você não me deixou falar no telefone e também não deixou eu entrar em contato com você novamente. - sentou-se na cama.
– Eu não quero saber. O que tá fazendo aqui novamente? Por que não ficou por lá?
– Para, primeiro me ouve. Eu não traí você, ok? Naquele dia eu estava na casa de uma colega para fazer um trabalho, apenas trabalho. Não voltei no prazo que te dei porque tivemos um problema e meu chefe de lá pediu para que eu ficasse um pouco mais que ele pagaria a minha passagem de volta. Eu vim correndo para te ver, você tem que acreditar em mim. Eu não seria capaz de fazer isso com você, você não confia em mim? Se vai falar sobre o que você ouviu, ela fez aquilo para provocar você e pelo jeito conseguiu né.
Engoli seco ao ouvir tudo aquilo. Eu estava me sentindo um pouco arrependida, na verdade, eu estava confusa.
– O que pode me fazer acreditar em você? - tentei manter a voz firme.
– Eu te dou motivos para não acreditar em mim? - me olhou, sério.
Abaixei a cabeça, eu estava muito confusa, eu não sabia o que fazer e algo me dizia que eu fiz errado em ter tratado ele daquele jeito sem nem se quer ouvi-lo. Aliás, por que ele estaria aqui na minha frente se ele quisesse mesmo ficar com outras?
Senti sua mão em meu queixo me fazendo o olhar.
– Acredita em mim.
Dei um sorriso de canto e o abracei, eu estava mesmo precisando daquilo.
– Eu senti sua falta. - pude ouvir ele sussurrar em meu ouvido.
Narração de Demi.
Nossa, eu mal tinha fechado o olho e quando percebi já eram 17:40. Levantei do sofá correndo e fui para meu quarto. Tomei um banho de água morna e lavei meus cabelos. Saí do banho e coloquei uma roupa. Uma blusa azul com alguns brilhos e uma calça preta. Passei uma maquiagem bem básica, um blush cor de pele, um lápis, um gloss e coloquei meus acessórios. Procurei uma sandália preta e a coloquei. Saí do quarto e dei de cara com o casal que estavam saindo do quarto vizinho.
– O casalzinho fizeram as pazes, cadê o sexo de reconciliação? - falei arrancando uma risada deles.
– Cala boca, Demi. - Selena falou.
Deixei-os se pegando ali no corredor e desci as escadas. Entrei no carro e dirigi devagar até a casa do Niall, liguei o som e fiquei cantando enquanto dirigia. Demorei a chegar em sua casa, pois era um pouco distante. Estacionei o carro e saí. Fui até a entrada e falei com o segurança que logo anunciou minha chegada para o Niall, que permitiu minha entrada na casa. Andei por um caminho de pedra até chegar em sua casa e logo os seguranças me receberam muito bem e abriram a porta para mim.
– O que faz aqui em? - Niall estava ali próximo.
– Oi para você também. - fui até ele para o cumprimentar com um beijo no rosto.
Ele sorriu e me levou até a sala.
– Então, o que veio fazer aqui?
– Vim buscar uns documentos que o Joe esqueceu aqui.
– Ah sim, tudo bem, espera aqui. Fique à vontade. - sorriu gentilmente e saiu.
Fiquei ali parada de pé, tinha uma lareira e em cima algumas fotos. Fiquei olhando as fotos que pareciam ser de Niall quando era pequeno com seus pais. Sorri vendo aquelas fotos e fui sentar no sofá. Quando eu estava a caminho do sofá, passei pela mesa central onde tinha uns papéis em cima e algo havia me chamado atenção. Voltei e ajustei o ângulo da minha cabeça para poder ler o nome que estava escrito naquele papel. Não acredito.
Peguei o papel e li aquele nome novamente, coloquei a mão na boca, eu não estava acreditando que estava lendo aquele nome. Vanessa Bonheur Horan.
Ouvi os passos de alguém e olhei para o lado, era ela. A mãe de Niall vindo do corredor, ela me viu com aqueles papéis na mão e veio até mim para tomá-los, deixei.
– O que está fazendo na minha casa?
– Você é uma vagabunda. - a olhei furiosa. - Como você teve coragem de fazer isso? - aumentei o tom.
– Olha aqui garota, eu não te devo satisfação. - apontou o dedo na minha cara.
Empurrei sua mão para baixo, para que ela tirasse aquele dedo da minha cara.
– Você deve sim e acho bom não apontar esse dedo na minha cara novamente. - a encarei.
– O que está acontecendo aqui? - o pai do Niall apareceu.
– Você, você é um idiota. - apontei para ele - Vocês dois são uns idiotas, como puderam fazer isso? Eu tô com nojo da cara de vocês. - falei, olhando para os dois.
Eles sabiam muito bem do que eu estava falando e a minha vontade era de quebrar aquela casa inteira. Eu olhei em volta, uma mansão enorme, vida de rei e rainha, aquilo me deixava com mais raiva.
– Eu exijo que saia da minha casa agora. - ele falou.
– Você não exige nada, toma vergonha na sua cara primeiro, senhor Guilherme Horan. Se não fosse meu pai, você não era ninguém.
Niall apareceu, sem entender nada, olhando para todos nós, soltou os documentos na mesa central e me olhou.
– O que tá acontecendo aqui?
– Seus pais. São as pessoas mais idiotas e estúpidas do mundo. Essa mulher que você chama de mãe. - apontei para ela e aumentei o tom de voz, eu estava quase gritando. - Ela é minha mãe. - apontei para mim mesma. - Seu pai, era o melhor amigo do meu pai. Se não fosse o meu pai, ele não seria ninguém e em troca ele traiu a confiança do meu pai.
Niall os encarou sem falar nada.
– Você.- me aproximei daquela mulher. - Você abandonou a mim e ao meu pai, ele ficou perdido sem você, ele amava você. Ele trabalhou o dobro para tentar te esquecer enquanto você se divertia feito uma vadia com outro homem. - ela acertou um tapa em meu rosto. Não deixei por isso mesmo e também lhe dei um tapa.
– NÃO OUSE ENCOSTAR UM DEDO EM MIM, DE NOVO. - gritei.
– Eu sempre soube que vocês eram os piores pais do mundo. - Niall falou, desanimado. - Mas eu não sabia que era tanto. - saiu correndo subindo as escadas.
Deixei aqueles dois na sala e saí de lá, entrei no carro e não pude conter o choro. Eu estava com muita raiva, como eles puderam fazer isso? Minha mãe tinha um filho com outro homem enquanto dizia que amava meu pai. Ela nos abandonou sem dizer nada. Ele poderia estar vivo agora, se não fosse essa vagabunda idiota.
Apoiei a cabeça no volante e deixei todas as lágrimas caírem. Acalmei-me um pouco e dirigi até a casa do Joe, eu precisava desabafar com alguém e ele parecia ser a melhor pessoa naquele momento. Estacionei o carro em frente a sua casa e saí. Toquei a campainha e logo uma mulher abriu a porta.
– Olá, senhora. O Joe está em casa? - perguntei e sorri gentilmente.
– Está sim, entre por favor.
Eu entrei e olhei em volta e não o encontrei.
– Ele está no quarto, pode subir. - ela sorriu docemente.
– Obrigada.
Subi a caminho do seu quarto e dei três batidas antes de abrir. Ele estava mexendo em seu computador, ao ver meu estado, ele levantou-se e veio até a mim.
– Tá tudo bem? - falou, fechando a porta para mim
– Não. - falei, desanimada e sentei na beira da cama dele.
Meus olhos estavam enchendo-se de lágrimas novamente, então decidi contar para ele tudo o que descobri. Ele estava completamente surpreso, tanto que não soube me dizer nada. Eu já chorava muito lembrando de tudo.
Ele me puxou para conforta-me em seus braços e eu deixei, estava completamente sem chão e tudo o que eu precisava era de um abraço e um conforto.
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