História Mestre - Drarry - Estranho

Draco On

Acordei sentindo uma incômoda dor nas costas, que se agravou quando me virei para o lado buscando uma posição mais confortável para deitar. Abri os olhos com preguiça, desistindo de tentar ignorar a dor em meus músculos e me sentei na cama... Algo estava errado

Olhei envolta me encontrando sozinho em minha enorme cama, sem qualquer sinal do maldito Potter que pareceu ter, literalmente, sumido do dia pra noite

Aquele desgraçado... Ele faz ideia de quantas pessoas matariam para acordar ao meu lado após uma noite daquelas?!

Ah... Quando eu ver aquela cara de idiota dele eu farei questão de desfigurá-la com meus socos

–Harry James Potter, eu te odeio!! –Me joguei para trás, deitando na cama novamente

Suspirei exaustivamente não conseguindo disfarçar minha decepção ao acordar completamente sozinho em minha cama, que até então eu não havia notado que era tão grande e vazia

Depois da noite que tivemos, o mínimo que aquele babaca deveria fazer era estar aqui quando eu acordasse, mas nem disso ele foi capaz... Fala sério, ele se acha tão foda ao ponto de dormir com as pessoas e ir embora como se elas não fossem nada?!

Não é que eu me sinta magoado com isso, eu só não gosto quando esse cara age como se fosse superior a todos

–Sabe de uma coisa? Foda-se você, Potter –Falei sozinho dando leves tapas eu meu rosto para espantar esses pensamentos ridículos

Eu não vou deixar que você ocupe minha mente também

Droga... Minha cama estava coberta pelos seus feromônios

–Eu devia ter usado o quarto de hóspedes –Me lamentei rolando na cama e afundando meu rosto no travesseiro

Baunilha com mel... Esse era o cheiro que exalava daqueles fios negros indomáveis 

Aquelas mechas escuras sempre insistiam em cair sobre seus olhos, tão verdes quanto um par de esmeraldas, que ferviam em desejo sempre que me olhava

Eu só posso estar louco

–Por tudo o que é mais sagrado nesse mundo... Eu preciso fazer algo para me distrair –Bati em meu rosto outra vez

Qualquer coisa serve, eu apenas preciso de algo para me fazer esquecer complemente daquele cara e da noite que passamos juntos

Draco Malfoy, você só pode estar louco

(...)

A segunda havia, enfim, chegado. Depois de um longo domingo e uma péssima noite de sono só havia um motivo pelo qual eu criei coragem para levantar da cama, quase desmaiando, devo acrescentar, e decidi vir para a faculdade

–Draco, se continuar encarando vai fazer um buraco na cabeça dele –Pansy notou meu olhar sobre o alfa, que irritantemente estava sempre rodeado de bajuladores oportunistas

Ele sempre era o centro de tudo, como uma lâmpada acesa atraindo insetos que buscam se aproveitar de sua luz

Sempre sorrindo, sempre alegre, sempre rodeado de pessoas como se fosse o sol e precisasse dos planetas para girar ao seu redor... Bem, eu não podia negar que ele realmente parecia uma fonte de luz brilhante quando estava cercado por aqueles abutres

–Cara, você tá encarando ele há muito tempo... Tem certeza que você tá bem? –Blaise zombou

–Olha pra ele... Está sempre no centro dos grupos, como se fosse idolatrado pelas pessoas à sua volta –Resmunguei tomando um gole do meu suco –É como se as pessoas não pudessem viver sem ele

Convenientemente. Como se apenas para confirmar minhas palavras. Pude ver um alfa de cabelos castanhos e olhos cor de mel sorrir charmoso para o outro alfa idiota, que atraia a atenção de quase todos no refeitório. O vi passar os dedos pela testa dele, contornando a cicatriz em formato de raio como se tentasse ajeitar seus cabelos atrás da orelha, e ambos riram ao ver a mesma mecha saltar para a posição original, como se nunca antes houvesse sido ao menos tocada

–Quem é aquele cara? –Cruzei os braços, como se aquilo não me importasse nem um pouco –Nunca vi ele na vida... Deve ser um zé ninguém

–Acho que o nome dele é Cedrico –Blaise me respondeu com certa dúvida –Ele é do departamento de computação... Dizem que é um dos melhores do curso 

–Não parece grande coisa –Virei a cara, com a certeza de que eu deveria ser melhor do que ele em muitos outros aspectos

–Draquinho, isso está me cheirando a ciúmes –Pansy jogou a cabeça para trás e riu, batendo as mãos com Blaise

–FICOU LOUCA?! –Quase me engasguei com minha própria saliva

–Olha só, finalmente você parou de olhar pra ele –Blaise riu ainda mais, e os dois alfas bateram as mãos outra vez

–Querem parar com isso?! –Tentei pedir tranquilamente –Eu já falei que o que nós temos é casual, sem sentimentos, sem compromisso

–Só porque vocês não tem um relacionamento sério não quer dizer que você não gosta dele –Blaise comemorou como se tivesse matado uma difícil charada

–Quer dizer sim!! Vocês acham mesmo que eu gosto daquele cara?! –Aquilo me arrancou uma careta –Nós não temos nada em comum, além do mais, ele é um alfa!

–Idai que ele é um alfa? –Blaise e Pansy disseram em coro

–O problema não é ele ser um alfa, o problema é que eu prefiro ômegas, só isso –Respondi simples –Vocês sabem melhor do que ninguém que eu prefiro os ômegas pequenos e fofos

–É... Percebemos –Pansy falou sem muita crença

Arg! Por que esses dois gostam tanto de me provocar?!

–Mas o que tem de errado em você gostar dele?

–Eu não gosto dele, Blaise, que inferno!!

–Tá, mas SE você gostasse... Qual seria o problema?

Confesso que aquele questionamento me deixou com uma pulga atrás da orelha

Realmente, não havia problema algum, mas...

–A gente... Se odeia

Os dois alfas se calaram. Pra quem estava tão falante agora há pouco foi uma mudança bem repentina

Bom, suponho que eles estejam pensando que eu estou triste ou algo do tipo, mas esse não é o caso. Eu sempre soube que até mesmo uma amizade entre nós dois já estava fora de alcance, e estou bem com isso, sério

No começo eu quis ser seu amigo, mas as coisas mudaram. Uma amizade a mais ou uma amizade a menos não faz diferença, até porque foi ele quem rejeitou minha amizade, no fim das contas

–Ele não parece odiar você, Draco –Pansy resolveu quebrar o silêncio

–Bem, se ele não me odeia, em breve vai odiar

–Você ainda está com essa ideia de expor ele pra faculdade inteira? –Blaise resmungou tomando um gole de refrigerante

–Eu não sei... –Suspirei exaustivamente –Depois daquela noite... Eu realmente não sei

Eu estava certo do que faria há três dias atrás, mas bastou vê-lo algemado na minha cama para que meus pensamentos virassem uma bagunça

Aquele cara me transformou em uma bagunça

E mesmo assim ele continua sorrindo, alegre, radiante, como se nada tivesse acontecido

Por que você não me olha? Por que você, nem sequer uma vez, me encarou pra ver como eu estava? Você está tentando me provocar? Está tentando me deixar louco, é isso?

Ou talvez... Queira que eu vá correndo até você

–Imbecil... –Bufei deitando a cabeça na mesa

–Draco, por que você não conversa com ele e esclarece as coisas? –A chanel sugeriu preocupada

–O quê?! Não!!

–É melhor, cara. Vocês precisam parar com esses joguinhos e falarem logo o que querem –O alfa concordou

–Sem chance! Eu não vou correr atrás dele na primeira oportunidade que eu tiver! –Neguei piamente –Ele vai pensar que eu estou desesperado...

–Mas você está desesperado –A alfa riu da minha situação

–Eu não estou desesperado!

–Está sim, e qualquer um consegue notar que tem algo acontecendo com você –Blaise acrescentou

Esses dois... Por que sempre são tão maus?!

–Que tipo de amigos vocês são?! Não podem ficar do meu lado pelo menos uma vez?!

–Nós estamos do seu lado, Draco, e por isso queremos que você e o Potter se resolvam logo

–Nós não temos nada pra resolver, Pansy. Nem brigamos, pra começo de conversa

–Mas os dois estão confusos... Precisam esclarecer as coisas e deixar claro o que querem, o que não querem e que tipo de relação vocês tem –Ela aconselhou

–Por que precisamos esclarecer a relação que temos?... Essa incerteza é o charme do nosso relacionamento –Acabei sorrindo com minha própria brincadeira

–Aha! Então você admite que estão em um relacionamento! –Blaise bateu na mesa aos risos

Só pude revirar os olhos diante da atitude infantil e nem um pouco considerada pela parte dele

Mas, bom... De certa forma ele tinha razão

Pode não ser um relacionamento normal, mas não deixa de ser um relacionamento, certo?

À nossa maneira confusa, estranha e improvável... Mas era

(...)

As aulas haviam acabado por hoje, e eu havia prometido à Pansy e Blaise que eu iria falar com o Potter, nem que fosse apenas para dar um fim nisso tudo

E bom, aqui estava eu, andando pelos corredores em busca daquele monte de fios negros indomáveis, pertencentes ao alfa mais cobiçado desta droga de universidade

–Que merda, Potter, onde você se meteu?! –Resmunguei sozinho após quase vinte minutos de busca

–Procurando por mim?

Me virei surpreso pela voz repentina e encontrei, parado no meio daquele enorme corredor vazio, um alfa encostado em uma das paredes com os braços cruzados em uma pose relaxada, quase como se estivesse me esperando todo esse tempo

Os últimos raios de sol do dia caíam sobre suas mechas bagunçadas dando-lhes um brilho atraente, mesmo que seus olhos parecessem ganhar minha atenção com mais facilidade

Ele é bonito. Perfeito, na verdade. Eu não sou cego, sei que que metade da faculdade beija o chão que ele pisa.... E com razão

Mesmo que eu jamais vá dizer isso em voz alta

–Está gostando da vista, Malfoy? –Ele riu convencido, me puxando de volta para a realidade

–Honestamente... Estava até você abrir a boca –Andei até ele impaciente

–Ah, então você está admitindo que me acha bonito?

–Não me entenda mal, Potter, eu nunca disse que você era feio –Desta vez eu o havia deixado sem palavras

Seus olhos brilharam como se ele fosse uma criança que estava sendo elogiada pelos pais, ou algo do tipo

Céus... Ele conseguia ser tão irritante as vezes

–Tudo bem, Potter –Cheguei até ele segurando seus ombros e o empurrei contra a parede –Vamos ao que interessa

–Ah... E o que seria isso? –Ele sorriu maliciosamente

–Por que você foi embora antes que eu acordasse?

Ele se calou

A expressão surpresa que ele tinha no rosto me dizia que isso não era o que ele estava esperando. Eu também não queria discutir agora, mas confesso que isso estava me deixando ansioso demais para ignorar

–Oh... Não me diga que você sentiu minha falta quando acordou –O sorriso maldoso que ele tinha nos lábios se alargou ainda mais –Que adorável da sua parte, Malfoy

–O quê?! Eu não senti sua falta!! 

Esse idiota havia entendido tudo errado!!

–Não sabia que você ficava triste quando acordava sozinho, se eu soubesse teria ficado até de manhã. Me desculpe –Ele zombou mais um pouco

–Será que dá pra parar com as gracinhas?! –Já estava quase perdendo a paciência

–Tudo bem, tudo bem –Ele riu erguendo as mãos em rendição

O moreno parecia estar realmente se divertindo com aquela situação, e confesso que vê-lo sorrir dessa forma era algo novo pra mim, já que os únicos sorrisos que já recebi dele foram quando eu tinha as mãos apertando seu pescoço

–Eu pensei que você não iria gostar de me encontrar logo pela manhã, então eu fui embora assim que você dormiu –Ele explicou –Minha intenção não era te irritar, eu só pensei que você preferiria assim

Então... Ele nem sequer dormiu comigo?

Arg... Seria melhor se ele dissesse que foi pela manhã antes de eu acordar

–Da próxima vez me pergunte antes de tirar suas próprias conclusões, Potter –Franzi o cenho pra ele –Você não é o dono da razão, então é melhor que não seja precipitado, para o seu próprio bem

–Malfoy... –Ele sorriu singelamente e apoiou as mãos no meu peito –Está dizendo que não quer que eu vá embora?

Droga... Admitir isso em voz alta era a última coisa que eu queria

Desgraçado... Esse sorriso no seu rosto diz claramente que você já está ciente da sua vitória

Esse filho da puta me pegou direitinho

–Eu trancarei a porta da próxima vez –Segurei a cintura do moreno e o pressionei contra a parede

Nem morto eu iria admitir aquilo com todas as letras

Qual é! Eu ainda tenho meu orgulho!

–Que excitante... –Ele acompanhou minha ousadia e envolveu meu pescoço com os braços

O moreno distribuiu beijos pelo canto dos meus lábios e logo mudou o foco para o meu pescoço

Eu gostava de como ele sempre tomava atitude nos momentos certos. É desconfortável ficar com pessoas que parecem bonecos quando não se mexem

Eu tomava o controle na maior parte do tempo, mas quando eu relaxava ele puxava as rédeas, e por isso tudo na nossa relação era tão... Quente

–Acontece que... –Os beijos subiram até meu maxilar, e agora eu sentia arrepios pela respiração dele tão próxima à minha orelha –Eu nunca disse que haveria uma próxima vez...

Por um momento meu coração errou uma batida 

Eu perdi todo o ar que tinha nos pulmões e naquele instante meus pensamentos se borraram por completo

–O que você disse? –Falei ainda um pouco desnorteado

–Você me ouviu, Malfoy. Foi divertido, foi bom, foi prazeroso, mas foi apenas uma vez... Acabou

–O-O quê?! 

Eu não estava entendendo. Se tem alguém que deveria acabar com isso esse alguém sou eu! Foi ele quem começou tudo, pra início de conversa, então por que agora ele não quer mais?!

–Sabe, a noite que passamos juntos não foi nada mal, mas eu não quero que passe disso, entende?

–"Nada mal"? –Ri incrédulo

Ele estava chamando a melhor noite da minha vida de "nada mal"?!

ELE ESTAVA QUERENDO MORRER?!

–Ah, não foi isso que eu quis dizer –Ele tentou corrigir –É só que você não tem experiência com bdsm, já que nunca fez isso antes, sabe...

Meu sangue ferveu. Eu queria voar no pescoço daquele desgraçado, queria acabar com esse sorriso cínico que ele tinha no rosto, queria descontar toda a minha raiva nele

–Você não ficou satisfeito? Foi por isso que saiu antes de eu acordar? –Rosnei

O moreno sorriu para mim simplesmente, e se aproximou para envolver meu pescoço com os braços. Ele beijou meu pescoço e subiu para o meu maxilar, antes de arfar próximo à minha orelha em uma clara provocação

–Sabe, Malfoy –Ele mordeu o local –Se não queria que eu fosse embora... Devia ter me deixado sem forças para andar

Agarrei sua cintura jogando-o contra a parede e colei meu corpo no dele enquanto apertava suas bochechas com uma das mãos, forçando-o a olhar em meus olhos

–Aaah! –Ele exclamou surpreso ao sentir meus dedos apertando sua bunda com força

–Eu posso fazer melhor... –Rosnei pra ele –Se você quer ficar sem andar, eu posso deixar você sem forças para sequer abrir os olhos

–Já teve a sua chance, Malfoy... Que pena –Ele zombou com um biquinho –Mas não fique triste, você tem potencial

Por quê?

Por que eu estava sentindo isso?

Esse sentimento ruim, quase como se eu estivesse... Desesperado

–Cansei de ser bonzinho, Potter –Rosnei atacando os lábios dele com desejo

Agarrei os cabelos de sua nuca e invadi sua boca com a língua sem pedir permissão. Vi ele se deleitar com a sensação do beijo e se entregar cada vez mais ao meus toques, exatamente como eu gostava, enquanto eu o mantinha em meus braços e o segurava com firmeza para evitar que suas pernas falhassem

–Vem comigo... Vamos pra minha casa –Sussurrei ofegante pela falta de ar

–Boa ideia... –Ele riu ofegante, assim como eu –Mas não

Ah... Eu estou prestes a cometer um assassinato

–Você está me fazendo de idiota, é isso?! –Gritei sem conseguir mais conter minha raiva

–Não exatamen-

–CALADO! –Soquei a parede bem ao lado de seu rosto

Ele sorriu

AQUELE IDIOTA SORRIU!

–O QUE É TÃO ENGRAÇADO?! VOCÊ ESTÁ QUERENDO ME IRRITAR?!

Ele sorriu ainda mais e se encostou na parede relaxadamente, como se já esperasse ser encurralado

–Eu jamais faria isso –Aquele sorrisinho me dizia exatamente o contrário

O alfa segurou meus ombros e inverteu nossas posições. Me vi em choque notando que eu estava sendo posto contra a parede, e agora o moreno passava as mãos pelo meu peito, me empurrando de leve para trás

–Eu também sou um alfa... Gosto de te provocar de vez em quando –Ele alternou os olhos entre meu peito e minha boca

O moreno pressionou o polegar contra os meus lábios e logo envolveu meu pescoço, ficando a poucos centímetros do meu rosto

–Provocar? –Ainda estava em choque

–Que cara é essa? –O moreno achou graça –Oh, não se preocupe... Eu não tenho a menor intenção de ser o ativo

Ha... Eu com certeza estava sorrindo nesse instante

–É claro que não –Deixei uma risada maldosa escapar –Você foi feito pra estar embaixo de mim, Potter... É assim que deve ser

É impressão minha, ou as bochechas dele haviam ficado um pouco vermelhas?

–Não sabia que pensava assim... 

–É claro que penso... Você é meu –Agarrei a gola de sua camisa e o puxei contra o meu corpo

Ele riu como se lembrasse de uma piada muito engraçada, me deixando com uma enorme interrogação em cima da cabeça, mas logo voltou à postura séria de antes

–Eu não sou seu, Malfoy. Eu não sou de ninguém

Acabei rindo pela inocência do moreno

Segurei ele pela gola e inverti nossas posições, jogando-o contra a parede outra vez. Subi minhas mãos até a região exposta de seu pescoço e apertei o local com força, querendo mostrar ao dono da garganta que eu tinha entre os dedos quem realmente estava no controle da situação

Um sorriso doentio surgiu em seus lábios, enquanto suas mãos subiram para segurar as minhas. Um par de orelhas surgiram em meio aos fios bagunçados de seu cabelo e não demorou muito para que eu sentisse uma cauda peluda balançar próxima às minhas pernas, denunciando a ansiedade de seu dono

–Mostrarei que você está errado, bebê –Beijei seus lábios brevemente

Era normal presenciar suas risadas quando eu tinha as mãos entorno de sua garganta, e na verdade eu já estava quase me acostumando com isso

–N-Não pare –Ele apertou as mãos sobre as minhas

Não conseguia negar nada quando ele implorava desse jeito

–Era isso o que você queria desde o começo, não é? –Apertei seu pescoço com mais força

–E-Estava com medo... Pensei que seu coração havia amolecido –Ele falou com dificuldade pela falta de ar

–Amolecido? –Ri seco –Você não achou que eu seria bonzinho só porque te levei até minha casa, achou?

–É claro que não... Mestre –O moreno sussurrou a última palavra, fazendo meu coração palpitar de excitação

Finalmente ele estava me chamando como deveria...

Porque esse alfa me pertence até seu último fio de cabelo, e ele sabe disso

–Se queria ser enforcado bastava me pedir. Eu teria feito com todo o prazer –Tirei uma das mãos de seu pescoço e levei ela até sua cintura –Mas você sempre escolhe me irritar... Francamente

–M-Mestre... –Ele não conseguiu terminar a frase

Uma de suas mãos alcançou meu rosto enquanto a outra ainda estava por cima da minha e ele tocou minha bochecha suavemente, deslizando os dedos pelo local por alguns segundos

–A-A expressão que você faz quando está irritado... É muito linda 

O que é isso? Por que meu coração está batendo tão rápido?

Parece que meu peito está prestes a explodir e eu sinto uma espécie de calafrio se espalhando pela minha barriga

Quero tomá-lo por inteiro, quero marcar cada centímetro da sua pele, quero cobrir seu corpo com os meus feromônios para que todos saibam o que fizemos

O que você fez comigo, Potter?

Por que isso está acontecendo comigo?

–M-Mes... M-Mestre –Ouvi a voz falha do moreno sussurrar, e logo dois tapinhas foram dados na mão que eu usava para apertar seu pescoço

Vi que ele estava realmente sufocando e soltei sua garganta de imediato, quase automaticamente, quando notei que ele podia morrer de verdade se eu continuasse apertando por mais um minuto

Meu corpo inteiro foi coberto por um gélido calafrio

Estava com medo...

Por um momento, um mísero segundo, eu percebi que ele estava realmente confiando em mim, o bastante para deixar sua própria vida em minhas mãos na crença de que eu não o mataria

Você é louco, Potter... Mas talvez eu também seja

–Mestre aaah... –Ele arfou antes de abaixar a cabeça, com o rosto completamente vermelho, que imagino ser por causa da falta de ar –P-Por que parou?

–Você é doente... Você é muito doente, Potter, por Deus –Estava tão impressionado que sequer consegui conter a risada que escapou sem a minha permissão 

Eu gostava disso... Céus, como eu podia gostar tanto disso?

–Eu poderia ter te matado se quisesse, e mesmo assim você não fez nada... –É claro que eu não o faria, mas apenas essa ideia era o bastante para me deixar louco

Não conseguia tirar os olhos dele. Estava encarando cada centímetro de seu rosto tentando decifrar o que aqueles olhos queriam, enquanto me perguntava o que diabos se passava na cabeça dele para confiar tanto em mim

–Não seja ingênuo... Eu posso prender a respiração por muito mais tempo, então você não conseguiria me matar só com isso –Um sorriso maldoso surgiu em seus lábios

Levei as mãos até sua garganta novamente, me sentindo um tanto insultado por seus comentários, e apertei o local sem pena buscando dar um bom motivo para ele ter medo desta vez

–Bem... Melhor –Ele sussurrou sem conseguir falar direito, antes de puxar a gola da minha camisa e sorrir em um gesto que eu sabia exatamente o que significava

Nossos rostos estavam próximos, e eu sabia exatamente o que ele queria... Bom, isso era o que eu queria também

–Que excitante... Vou tirar seu fôlego de duas formas diferentes –Compartilhamos do mesmo sorriso malicioso

Tomei seus lábios em um beijo lento, decidindo aproveitar cada segundo que tinha sua boca colada à minha. Nossas línguas se tocavam em uma lentidão sufocante, em uma sincronia absurda que me causava arrepios dentro da calça, e eu já começava a sentir a pulsação em seu pescoço acelerar na ponta dos meus dedos enquanto minha outra mão o puxava para sentir sua ereção contra a minha, separadas apenas pelo tecido de nossas roupas

Nos separamos sem fôlego e eu o vi direcionar uma mão até o peito e apertar o tecido de sua blusa, enquanto a outra puxava a barra da camisa para baixo, quase como se...

Vacilei por um momento ao perceber

–O que está tentando esconder aí? –Tirei sua mão revelando o volume que ele tinha entre as pernas, quase impossível de não ser notado –Por que você está me escondendo isso? Eu senti quando te puxei contra mim, você não percebeu?

Mordi os lábios ao notar que aquele jeans preto estava ficando cada vez mais apertado, o que me deixava cada vez mais impaciente, com vontade de tirá-lo mesmo estando bem no meio do corredor

–Hmm... –O moreno gemeu quando colei meu corpo ao dele e o beijei mais uma vez, pegando-o de surpresa

Agarrei seus pulsos e os coloquei ao lado de sua cabeça, na parede, imobilizando parcialmente seus movimentos. Senti sua língua tocar a minha em sincronia e resolvi aprofundar o beijo, explorando cada centímetro da sua boca com muito gosto, como se aquela fosse a última vez que teria a chance de fazê-lo

Era quente

Não só minha língua, mas cada parte do meu corpo parecia estar em chamas

–Potter... –Chamei seu nome ao pararmos o beijo para repor o fôlego

–Sim... Mestre? –Ele ofegou

–O que você estava dizendo agora há pouco, sobre não ser meu? –Sorri cinicamente ao pedir que ele me relembrasse

Apertei seus pulsos com mais força para que o moreno sentisse o prazer de estar sendo imobilizado, incapaz de resistir aos meus toques

A expressão em seu rosto não o deixava esconder o quanto estava gostando disso

–P-Perdão, mestre... Eu estava equivocado –Ele estava outra vez com aqueles olhos de cachorrinho abandonado

Então tudo não passou de uma provocação...

Meu lobinho está sendo muito desobediente... Creio que não o puni tanto quanto deveria

–Aaah! –Ele gemeu quando deixei uma forte mordida em seu pescoço, antes de lamber a região lesionada

Guiei meus lábios pela sua pele fazendo uma trilha de beijos até sua boca e o beijei com fervor, mordendo seus lábios e deixando que ele aproveitasse a sensação de ter sua língua maltratada durante o beijo

Subi minhas mãos para soltar seus pulsos deslizando-as por suas palmas e lentamente entrelacei nossos dedos em um aperto que quase fez o moreno se derreter em meus braços

Eu não sei o momento exato, mas parece que minhas orelhas e cauda já apareceram há um bom tempo, tal como a ereção que tenho dentro da calça, que cresce mais a cada segundo em que minha língua sente o calor de estar na boca dele

É tão bom que eu mal consigo pensar com clareza...

Tudo o que consigo fazer é segurar suas mãos com força e colar meu corpo ao dele para que suas pernas não o levem ao chão... Se bem que eu não estou em melhores condições

As mãos dele são grandes, macias e quentes. Realmente uma combinação muito inusitada. Eu nunca havia experimentado algo assim antes, mas quer saber?... Até que eu gosto de ter meus dedos entrelaçados aos dele

–Bom menino... –Sussurrei em seu ouvido após interromper o beijo com selinhos demorados –Eu amo esse seu lado obediente, bebê... Realmente amo

Ele virou o rosto para o lado e apertou os olhos, provavelmente pela sensibilidade de sua orelha ao sentir minha respiração tão próxima

Tirei meus olhos dele por um segundo, e foi aí que eu vi...

Bem no meio daquele enorme corredor vazio estavam parados um casal de amigos. A primeira era uma ômega baixinha de olhos castanhos e cabelos cheios e bagunçados da mesma cor, já o segundo era um beta ruivo de altura acima da média, que parecia prestes a soltar fogo pelas narinas quando nossos olhos se cruzaram

Isso era perfeito demais pra ser verdade...

Segurei as mãos dele contra a parede com mais força e tomei seus lábios em um beijo intenso, selvagem e enlouquecedor. Era aquele tipo de beijo que te deixa com as pernas bambas e que faz seu corpo queimar conforme os toques vão ficando mais ousados, e confesso que eu já estava perdendo o controle com tudo aquilo

Coloquei meu joelho entre as pernas do moreno e esfreguei minha coxa em sua ereção enquanto o beijava com desejo, permitindo que os dois espectadores vissem claramente o encaixe perfeito dos nossos lábios e como nossas línguas apareciam nos intervalos entre um beijo e outro

Vi pelo canto dos olhos o ruivo tentar avançar furioso, mas ser impedido pela garota ao seu lado, que tentou de tudo para não deixar que ele se aproximasse

O show está apenas começando...

–Hmm... –O alfa em meus braços gemeu baixinho quando soltei suas mãos e o segurei pela cintura, esfregando-o contra minha coxa ao puxá-lo para mais perto

Virei ele de costas para o casal de amigos discretamente, tentando disfarçar minhas reais intenções de não deixá-lo perceber que estávamos sendo observados, e guiei seus dois braços até meus ombros para que o mesmo abraçasse meu pescoço

Ele assim o fez, e eu mudei meu foco de seus lábios para sua orelha, lambendo o local e deixando leves mordidinhas enquanto alternava os olhares entre a ômega e o beta perplexos

–Meu lobinho obediente... é assim que eu gosto –Desci a boca até a marca vermelha em seu pescoço e lambi o local com gosto, antes de morder novamente por cima da marca já feita

–Nhg! –Ele conteve um gemido na garganta, provavelmente pelo impulso de ter sido pego de surpresa, enquanto suas mãos agarraram as costas da minha blusa com mais força

Beijei a linda marca recém-feita, que já começava a sangrar um pouco, sem desviar os olhos dos dois. Ambos pareciam estar vendo um monstro com duas cabeças, já que tinham a boca aberta em choque e seus olhos pareciam assustados, quase horrorizados

Eu devia estar sorrindo como um maníaco nesse exato momento

A reação daqueles dois era hilária demais, tanto que eu estava quase caindo na gargalhada ali mesmo

–M-Mestre... –Sorri ainda mais ao ouvir a voz do moreno me chamar. Infelizmente seus amigos estavam longe demais para ouvir a voz dele praticamente gemendo o apelido que me pertencia

–Sim? –Passei os dedos pelas orelhas escuras e peludas que ele tinha acima da cabeça e vi a cauda dele começar a balançar para os lados como um cãozinho feliz por estar sendo acariciado

Ele ergueu os olhos para mim e eu sorri satisfeito ao saber exatamente o que a expressão que ele tinha no rosto indicava

Ele queria um beijo...

Ergui seu queixo e mordi seus lábios antes de passar a língua por eles para torturar o moreno, ainda me divertindo com a reação das duas figuras paradas ao final do corredor

–Só farei com uma condição –Sussurrei

–Q-Qual?

–Beije meu rosto –Apontei para minha bochecha com o indicador e vi o moreno abrir a boca em confusão, surpreso pelo meu pedido inusitado

É claro que tudo isso tinha um propósito

Eu queria ver a reação daquele ruivo ao vê-lo me beijando tão carinhosamente. Espero que ele tenha um ataque cardíaco e morra de uma vez

–Por que está me pedindo isso, mestre? –O moreno ainda parecia um tanto confuso

–Eu não estou pedindo... –Segurei seu rosto encarando-o com seriedade –Eu estou mandando

O alfa sorriu, agora sem relutância, envolveu meu pescoço com os braços e aproximou os lábios do meu rosto depositando um beijo na minha bochecha

Abracei a cintura dele enquanto via o beta ruivo beirar um desmaio, tão furioso que seu rosto estava quase da cor de seus cabelos

Os lábios quentes do moreno me beijaram outras vezes, e eu cheguei até a fechar os olhos para aproveitar a situação que provavelmente geraria a terceira guerra mundial

Não sei se era pelo calor do alfa abraçado à mim, mas graças a isso eu pude sentir meu corpo inteiro relaxar, enquanto uma agradável sensação crescia cada vez mais 

"Ele é meu" –Contornei a frase com os lábios, sem emitir som para não chamar atenção do moreno, mas com clareza o bastante para que aqueles dois me entendessem

Foi quando eu vi o beta prestes a cuspir fogo, me olhando como se seus olhos fossem metralhadoras e pudessem me fuzilar à distância

Tive a certeza de que eu havia ganho

–Tudo bem, já pode parar –Me dei por satisfeito

O alfa fez uma trilha de beijos que iam até o canto dos meus lábios e se afastou alguns centímetros, encostando seu nariz no meu de modo a sentir sua respiração desregular sobre o meu rosto

–Bom garoto... Você fez muito bem –Sorri levando uma das mãos até sua nuca para acariciá-lo em recompensa

Eu não podia olhar na direção dos dois, mas eu sabia que ambos ainda estavam lá, parados, provavelmente chocados demais para mover um músculo sequer, caso contrário imagino que já teriam ido embora há muito tempo

Bom, melhor pra mim, dessa forma ele ficam para assistir ao nosso show por mais tempo

–Como prometido... –Agarrei os cabelos um pouco suados de sua nuca e o beijei como recompensa

Um beijo rápido, mas não menos prazeroso. Queria agir o mais rapidamente, temendo que aqueles dois pudessem ir embora a qualquer momento e perder parte da cena

Confesso que era difícil manter minha mente nas pessoas que nos assistiam quando eu desfrutava de um beijo tão lascivo... E foi nesse momento que eu resolvi parar de tentar e me entregar completamente àquela sensação

O moreno gemeu ao ser jogado contra a parede enquanto eu puxava seus quadris, esfregando seu membro contra minha coxa. Beijá-lo era muito bom... Mas eu queria mais

Até agora só estávamos nas carícias, provocações e mãos-bobas, o que já estava me dando nos nervos. Queria rasgar as roupas dele bem na frente de seus amigos e revelar as marcas que eu havia feito da última vez, que ainda não devem ter se curado por completo

Minha mente sempre fervia com o pensamento de expor os desejos sujos dele, de uma forma tão intensa que eu até já estava começando a me perguntar se eu realmente queria apenas destruir a reputação dele

Qual é, Draco, acorda! A única coisa que você quer é acabar com ele

Só isso

Só... Isso

–M-Mestre... Eu não aguento mais- aaah –O alfa gemeu baixinho no meu ouvido

–Sim... Eu também já estou no meu limite

Olhei rapidamente para os lados e vi que agora estávamos sozinhos naquele enorme corredor

Eles provavelmente decidiram ir embora quando perceberam que o clima estava esquentando

Maravilha...

–Deixa eu tirar isso pra você –Abri o cinto de sua calça e o joguei longe

Abri o botão e o zíper com facilidade e passei a mão, tocando seu membro por cima da cueca, enquanto distribuía beijos pelo seu pescoço

–M-Mestre, o corredor- Ohh –Suas unhas agarraram meus braços com força. Ele parecia estar muito sensível por causa das provocações –A-Aqui nã- Aaahnn

–Algum problema? –Perguntei sério

Ele estava prestes a responder, quando uma ideia brilhante me veio à mente

Uma ideia suja...

–Quer saber? Você tem razão –Mudei de ideia em um instante –Já fizemos no corredor, devíamos escolher um lugar novo... Se é que me entende

Ele me olhou surpreso, estranhamente constrangido, mas não ofereceu resistência

Passei meus olhos pelo local e, coincidentemente, notei uma porta há poucos metros de onde estávamos que levava até o jardim aberto da faculdade

Sem paredes, sem cercas, as únicas coisas que podem cobrir nossa visão são as grandes árvores espalhadas por toda a área verde

Perfeito...

–Já fez sexo ao ar livre, Potter? –Mordi os lábios me virando para encará-lo novamente

–Não... –Ele parecia receoso

–Tem uma primeira vez pra tudo...

Ele hesitou, parecendo incerto sobre a proposta, mas eu estava determinado a mudar seu pensamento

–M-Mestre?! –Ele suspirou chocado quando eu o peguei no colo

–Você vai gostar, eu prometo –Nos beijamos enquanto eu o carregava até a porta

Ele pareceu se incomodar enquanto dizia coisas sobre o fato dele ser pesado, ou algo do tipo, mas honestamente, eu não estava desconfortável em carregá-lo

–Tudo bem –Parece que consegui convencê-lo –Fazer sexo no jardim da faculdade parece... Interessante

–Eu sabia que você iria aceitar, bebê –Beijei o pescoço dele, feliz pela vitória

Isso vai ser tão bom....

Caminhei sem soltá-lo até a porta, que por sorte estava destrancada, e a empurrei para revelar o amplo jardim, repleto de plantas e árvores grandes, que obviamente não nos esconderiam por completo

Mas era isso que deixava tudo tão excitante

A adrenalina que fervia pelo medo de ser pego. Eu amava isso, e sei que ele pensa da mesma forma, mas ainda deve estar um pouco desconfiado em relação às minhas intenções

Bom, a verdade é que eu não estou afim de expor ele agora. Nesse exato momento eu só quero aproveitar essa sensação ao máximo... E eu sei exatamente como fazer isso

–Hoje eu estou de bom humor –Avisei colocando ele no chão bem à minha frente

–Há alguma razão em especial? –O moreno perguntou enquanto eu me apoiava na árvore

Bem, eu não podia falar que os amigos dele apareceram e viram tudo

–Nada muito especial –Respondi sem interesse –Mas hoje estou bonzinho o bastante para perdoar sua desobediência

–Não sei do que está falando, mestre –Agora ele estava se fazendo de desentendido

–Ah, não sabe? –Comecei a tirar o cinto para abrir minha própria calça –Já esqueceu como estava me chamando no início da nossa conversa?

–Oh...

Um sorriso travesso surgiu em seus lábios ao lembrar do ocorrido, e aquilo me deu a certeza de que ele sabia exatamente o que fez de errado

–Você me desobedeceu, bebê... Estou decepcionado

–Mestre, eu estava errado –Ele fez biquinho –Eu estou arrependido, me desculpa

–Não sinto sinceridade nas suas desculpas –Cruzei os braços e me encostei na árvore atrás de mim

–Estou sendo sincero! Eu realmente estou arrependido!

–Prove

–O quê? –O moreno pareceu confuso

–Se está realmente arrependido... Peça desculpas da maneira correta –Mordi os lábios ao imaginar o tal pedido

–Como?

–Ajoelhe-se e me peça perdão –Apontei para a grama abaixo dos nossos pés em uma clara ordem

Ele ficou de joelhos no gramado bem à minha frente, e eu podia jurar que vi um sorrisinho sacana surgir em seus lábios quando abaixei um pouco minha calça para que ele expressasse sua vontade de ser perdoado

–Mestre... Sinto muito –Ele aproximou o rosto e beijou meu membro por cima da cueca

–Ainda não quero perdoar você –Na verdade eu só não queria que ele parasse

–Fui desobediente... Eu preciso ser punido –Ele deixou beijos por todo o local

–Ah... Você vai –Principalmente por estar me torturando dessa maneira

Logo sua língua deixou uma trilha de calor do começo até a ponta do meu pênis, umedecendo o tecido que o cobria com sua saliva quente, antes de tomá-lo com a boca e me provocar com aquela sensação deliciosa

–Não me provoque... –Ofeguei agarrando seus cabelos, fazendo com que ele me olhasse nos olhos

Tudo o que obtive foi um sorriso

Suas mãos puxaram o tecido para baixo, expondo meu membro já ereto, e não hesitaram em segurá-lo para iniciar movimentos de vai e vem pela extensão do meu tamanho

Eu já estava muito excitado desde que estávamos nos provocando no corredor, então não iria demorar muito para que eu gozasse

E eu não aceitaria que não fosse dentro da boca dele

–Se apresse –Agarrei as mechas de seu cabelo com mais força e ele riu

Como mandado, no outro instante senti seus lábios macios e vermelhos envolverem meu pênis de uma só vez, sugando-o em provocação enquanto sua língua quente estimulava da base até a ponta já molhada pelo pré gozo

–Ah... Potter –Me empurrei ainda mais fundo em sua garganta

O moreno gemeu pela brutalidade, mas parecia mais pelo prazer do que pela dor em si

Vi ele erguer aqueles brilhantes olhos verdes para mim banhados por pequenas lágrimas e unir as sobrancelhas ao conter um gemido. O sol estava se pondo, e confesso que o brilho alaranjado do anoitecer iluminando aquele verde intenso o deixava ainda mais bonito

–Ter o pau do seu mestre te sufocando é gostoso, não é? –Comecei a me mover em sua boca para dar a ele o prazer que tanto desejava

Ele me encarou por alguns instantes, sorrindo com os olhos, e eu pude ver aquelas orbes esverdeadas serem pressionadas em uma expressão perversa, que se tornava ainda mais linda com meu membro em sua boca

–Safado... –Comecei a controlar os movimentos de sua cabeça

Não conseguia mais negar... Eu realmente gostava disso nele

O que antes eu considerava doentio agora me parecia simplesmente maravilhoso... Acho que isso me torna tão doente quanto ele

E o pior de tudo... É que isso tampouco me importa agora

–Vá mais fundo, bebê –Puxei seus cabelos para sentir o ponto mais profundo de sua garganta

Grossas lágrimas começaram a se formar em seus olhos, mas ele não parecia nem um pouco incomodado em me ter em sua garganta, na verdade, ele parecia adorar

Seus lábios tiraram meu membro de sua boca e eu o vi passar a língua por toda a extensão do meu membro antes de beijar a ponta sensível com um sorriso de lado, quase malicioso

–Perdão mestre –O alfa segurou meu pênis e passou a esfregá-lo em seus lábios para me provocar

Céus... Eu vou enlouquecer

–Seu pau é tão quente... –Sua respiração no local fez meu membro pulsar, enquanto cada célula do meu corpo fervia de excitação

Eu não imaginava que ser provocado podia ser tão...... Bom

–Eu estou quase... –Arfei já no meu limite

O moreno envolveu a glande com a boca e espalhou sua saliva pelo local, me fazendo desejar cada vez mais ter a boca dele mais fundo

Eu não conseguiria aguentar isso por muito tempo... Ele estava me deixando louco

O calor de sua boca, a textura de sua língua, sentir a ponta do meu membro em sua bochecha ou bem fundo em sua garganta... Era tudo tão perfeito

Sentir sua boca envolvendo apenas a ponta do meu membro era insuficiente. Desejava que ele fosse cada vez mais fundo, desejava rasgá-lo por dentro daquele jeito que ele amava

–Hm! –O moreno gemeu quando puxei seus cabelos com força para sentir sua boca me envolver por completo

Ele precisou segurar-se em minhas pernas pelo meu gesto repentino, e eu até acreditaria que ele estava assustado se a expressão em seu rosto não fosse tão satisfeita

Senti meu membro pulsar indicando meu limite e comecei a me mover na boca dele, me empurrando o mais fundo que podia em sua garganta

Ao puxar sua cabeça com mais força, senti o prazer de um orgasmo ao me derramar em sua boca, enchendo suas bochechas com meus fluidos até vê-los escorrerem pelo canto de seus lábios, enquanto ele continuava passando sua língua pela base do meu pênis, intensificando o orgasmo e tirando toda a força que restava nas minhas pernas

Meu fôlego foi reduzido a zero e minha força estava indo pelo mesmo caminho, o que apenas se agravou quando senti os lábios do moreno passarem por todo o comprimento do meu pênis de uma vez e parar para provocar a pontinha já sensível com a língua

Ele engoliu o resto do sêmen em sua boca e passou a língua pelos lábios, aproveitando cada gota, antes de sorrir para mim quase como se implorasse por mais

Acho que essa é a primeira vez que me sinto tão fraco com apenas um boquete

Merda... Recomponha-se, Draco!

–Eu amo o seu gosto, mestre –Ele mordeu os lábios e logo passou a língua por eles

Respirei ofegante tentando voltar aos meus sentidos e recuperar pelo menos uma parte do fôlego que perdi, mas era difícil pensar em outra coisa quando eu tinha um alfa ajoelhado diante de mim apenas esperando minhas ordens obedientemente

–Você gostou?

–Sim... Você foi um bom menino –Acariciei a cabeça dele ainda tentando repor o fôlego

–Então eu estou perdoado? –Ele perguntou em expectativa

Ah... Eu já havia me esquecido disso

–Ainda não sei se você está merecendo –Tentei tirar o maior proveito

–Mestre... Está sendo malvado! –Ele fez um biquinho

Tentei não rir daquela expressão. Vê-lo ajoelhado na grama com a calça aberta e uma expressão como essa no rosto era uma cena que eu definitivamente nunca esperei que fosse presenciar

–Levante-se –O moreno fez como pedido

Segurei ele pela cintura invertendo nossas posições e o empurrei contra a árvore enquanto acariciava sua cintura

–Você não está cansado, está? –Precisei saber

–Nem um pouco... –Vi ele morder os lábios com força

Comecei a distribuir beijos molhados pelo pescoço do moreno, as vezes subindo até seu maxilar, as vezes descendo até sua clavícula, e coloquei a mão por dentro de sua cueca, passando a tocar seu membro diretamente

Ele gemeu com o toque, me deixando com mais vontade ainda de tocá-lo. Meu membro já começava a enrijecer outra vez, e eu resolvi masturbar nós dois juntos, aproveitando a sensação do contato entre nossas ereções

Puxei a blusa que ele estava usando para cima e pude ver seu corpo quase completamente exposto, praticamente me convidando a marcá-lo inteirinho

–Que delícia... –Dei um tapa em sua coxa, agarrando-a com força

–Aaah –O moreno jogou a cabeça para trás com o gemido

Fui beijando seu abdômen, deixando alguns chupões pelo caminho, e logo subi até seu peito, onde tomei um de seus mamilos com a boca e o circulei com a língua sem interromper os movimento em seu membro

–Não solte –Puxei sua camiseta e coloquei na boca dele. O moreno rapidamente entendeu o recado e prendeu o tecido com os dentes para impedir que caísse sobre seu corpo outra vez

Acelerei os movimentos de vai e vem e voltei a chupar um de seus mamilos, enquanto usava a mão que antes segurava a blusa dele para apertar o outro

Seus ombros largos formavam um desenho perfeito com seu peito e abdômen definidos. Sua pele era lisa e macia, de uma tonalidade bronzeada muito charmosa... Eu amava passar a boca por ela, sentir a maciez contra os meus lábios e mordê-la até ver a marca dos meus dentes aparecer em meio à tantas outras

E seu cheiro... Ah... Quase posso sentir minha racionalidade se esvaindo

–M-Mestre, se continuar assim eu vou... E-Eu vou gozar- aaahn –Ele gemeu manhoso com os meus toques

A blusa saiu de sua boca e ele precisou usar as mãos para não deixá-la cair, caso contrário sabia que seria punido

–Você só pode gozar quando puder me sentir te rasgando no meio... Quando estiver quase perdendo os sentidos ao ter seu interior maltratado pelo meu pau –Segurei seu rosto em uma clara advertência –Não ouse me desobedecer...

Interrompi os movimentos, mudando o foco das minhas duas mãos para seus mamilos. Comecei a brincar com a região, beliscando e torcendo os dois sem me importar se estaria machucando o alfa ao tratá-los com tanta brutalidade. Eu sabia que ele gostava, de qualquer forma

–M-Mestre... Mestre- Owwn...

–Sim? –Beijei o pescoço dele e desci uma das mãos para voltar a masturbá-lo

–E-Eu já estou no meu limite- Aaah... N-Não consigo mais aguentar, mestre –O moreno gemeu manhoso, apoiando as mãos em meus ombros para se manter de pé

Continuei estimulando seu membro com uma mão e levei a outra até sua cintura, puxando seu corpo contra o meu, enquanto as unhas do moreno agarravam o tecido dos meus ombros com força

–Você será punido caso me desobedeça –Adverti

A verdade é que eu estava louco para que ele gozasse. Eu só queria uma desculpa para castigá-lo

Eu amava quando ele era obediente, mas a verdade é que eu também amava quando ele me desobedecia... Ou melhor, eu amava puní-lo quando me desobedecia

–AAAHH! –O moreno gritou quando passei o polegar pela ponta até o final da glande, onde eu sabia que era mais prazeroso

Segurei seu rosto e o beijei, invadindo sua boca com a língua e mordendo seus lábios com força para enlouquecê-lo ainda mais. Maltratei sua língua com a minha, fazendo questão de explorar cada centímetro de sua boca, e fui recompensado ao ouvir seus gemidos em meus lábios pelo prazer

–Hmm.... Nhg- Aaaah! –Ele gritou ao cessarmos o beijo, mas eu tratei logo de calá-lo com minha boca outra vez

O moreno estremeceu em meus braços e gemeu contra a minha boca enquanto eu o apertava contra mim. Senti seu membro pulsar na ponta dos meus dedos enquanto suas unhas agarravam meus ombros com toda a força, e logo em seguida notei um líquido quente escorrendo pela minha mão enquanto eu passava meu polegar pela glande do moreno, agora molhada pelos fluidos

Aprofundei o beijo enquanto passava a mão por todo o seu pênis, limpando o excesso dos fluidos, e levei minha mão limpa até a sua nuca, puxando-a para que o moreno não se separasse nem um centímetro dos meus lábios

Fui interrompendo o beijo com selinhos demorados e mordi os lábios dele mais de uma vez, aproveitando ao máximo aquele beijo. Beijei o canto de sua boca e fiz uma trilha de beijos até sua orelha, onde deixei uma forte mordida antes de lamber o local para amenizar o machucado

–Meu lobinho está tão desobediente... Não sei mais o que fazer com você –Arfei próximo à sua orelha e o vi se mexer pelo arrepio na região sensível

–M-Me perdoe, mestre... –Ele choramingou com a cabeça baixa –E-Eu não queria... M-Me perdoe

Me afastei um pouco para olhar sua situação e acabei sorrindo ao vê-lo puxar a camisa para baixo, tentando esconder a calça aberta e a cueca molhada

–Bebê... Você está sendo um lobinho muito mau –Ergui seu queixo com o indicador e encostei nossos narizes para que ele aproveitasse minha respiração sobre seus lábios

–P-Perdão, mestre –Ele estremeceu dos pés à cabeça, mas não ofereceu resistência alguma

Coloquei meus dedos em sua boca para que ele os lambesse e comecei a brincar com sua língua, maltratando-a com os movimentos circulares, enquanto o deixava limpar a sujeira que ele mesmo havia feito

Ele não se incomodou eu lambê-los, fazendo tudo com muito gosto, e não demorou para terminar de limpar todo o sêmen entre meus dedos, se afastando após beijar minha mão uma ou duas vezes

–Vire de costas para mim... Está na hora do seu castigo

Tenho certeza que vi um sorriso malicioso surgir em seus lábios, antes dele fazer como mandado e se apoiar na árvore atrás de si, empinando a bunda para mim e fazendo questão de esfregá-la em meu membro

Não resisti à vontade de desferir um forte tapa no local quando vi aquela calça preta marcar o formato de sua bunda com perfeição, tornando-a insuportavelmente atraente

–Aaawn... M-Mais forte, por favor- aaah –Ele gemeu manhoso com os tapas que deixei logo em seguida

Abaixei sua calça até a altura dos joelhos e passei a mão em sua cabeça, alisando seus cabelos para trás com as orelhas e tudo

Puxei meu cinto já aberto e o tirei da calça para prender os braços do moreno. Segurei seus pulsos nas costas e comecei a dar voltas em seus antebraços, amarrando-os juntos com força para impedir seus movimentos

Agora ele estava preso, vulnerável e completamente exposto, empinando a bunda na minha direção completamente despreocupado com a situação em que está

Safado...

Tirei meu membro da cueca outra vez e comecei a esfregá-lo na entradinha do moreno, com a intenção de provocá-lo um pouco antes de fodê-lo com força

–Bebê... –Me inclinei sobre suas costas e puxei seus cabelos para trás buscando alcançar sua orelha –Eu estou com uma vontade louca de te rasgar por dentro...

O moreno estremeceu dos pés à cabeça enquanto os pelos de suas orelhas e cauda se arrepiavam por completo. Eu via sua cauda balançando para os lados freneticamente, praticamente gritando seus pensamentos sujos em voz alta... Ele era péssimo em esconder seus desejos de mim

–Parece que você quer isso tanto quanto eu –Dei um forte tapa em sua bunda e cravei minhas unhas no local para deixar uma linda marca em sua pele –Nesse caso...

Agarrei seus cabelos com força e me empurrei de uma vez só para dentro dele, quebrando sua resistência à força, e, literalmente, rasgando ele com meu pênis, que crescia cada vez mais em seu interior

–AAAAAAHH! –Ele gritou ao sentir meu membro acertar em cheio sua próstata, e continuar a maltratá-la repetidas vezes

Arfei com a sensação de ser envolvido por aquele calor entorpecente, e me encontrei viciado naquela sensação, sem conseguir mais parar de me empurrar até o ponto mais profundo em seu interior

O moreno não parava de gemer, e meu membro pulsava sempre que sua voz emitia sons tão obcenos

Eu me movia com força e a cada estocada eu sentia meu pênis ser espremido pelo seu canal, que me apertava de uma forma enlouquecedora sempre que sua próstata era atingida

Meu membro já doía com tamanho prazer, e eu sentia que era impossível continuar me segurando. Resolvi aliviar de uma vez essa dor e acelerar as estocadas, fodendo aquela bunda o mais forte que conseguia

–M-Mestre!! Aaaaaaahh!! –O alfa gemeu já sem fôlego

Atingi seu interior no ponto mais profundo que conseguia e senti meu corpo ferver em êxtase ao me derramar dentro dele em generosas quantidades. Meu corpo estremeceu quando senti o canal do moreno me apertar com força, indicando que ele havia gozado junto comigo, e eu senti uma imensa onda de prazer se espalhar por cada célula do meu corpo quase me tirando os sentidos

Meu membro ainda pulsava, mesmo depois de gozar, e eu senti que ele começava a crescer cada vez mais, me impedindo de tirá-lo de dentro do moreno

Eu havia atado ele outra vez...

–M-Mes... Mestre –Ele ofegou com a voz rouca

Seu corpo estava trêmulo, e ele parecia prestes a desabar sobre suas próprias pernas há qualquer momento

Resolvi tirar meu cinto de seus braços, soltando-os novamente, e vi as marcas avermelhadas que surgiram em seus antebraços, provavelmente pela força em que a fivela do cinto estava presa... Eram lindas

Decidi dar uma boa olhada naquela silhueta e sorri ao passar os olhos por seus ombros, decendo para sua cintura não exageradamente fina e por fim sua bunda, que era o melhor exemplo de perfeição que eu já vi na vida

–Você é meu, Potter... Completamente meu –Encostei minha testa em suas costas, ainda respirando com dificuldade

–S-Sim... Eu sou completamente seu, mestre

Ele abaixou a cabeça e eu pude ver sua nuca completamente exposta e convidativa, gritando por um pouco da minha atenção

Beijei seu pescoço e fiz um caminho de calor com a minha língua até o local, antes de morder sua pele com força até sentir o sangue começar a sair da marca recém-feita

–Nhg! –Ele conteve um gemido na garganta

Lambi o local inteiro e deixei beijos por toda a região machucada, não resistindo à vontade de marcá-lo um pouquinho mais. Afinal, aquela pele macia e bronzeada pedia para ser maltratada pela minha boca

Sentia a dilatação na base do meu membro diminuir aos poucos, indicando que o nó deveria durar menos do que da última vez. Realmente não demorou muito para eu conseguir tirá-lo de dentro dele, arrancando mais um gemido do moreno pelo gesto repentino

O ajudei a colocar a calça outra vez, com excessão do cinto que eu havia jogado no corredor em que estávamos anteriormente, e fiz o mesmo com a minha calça, fechando os botões e colocando meu cinto novamente como se nunca houvesse saído do lugar

–Ah! –Virei ele para mim, mas ele suspirou chocado quando suas pernas vacilaram por um momento

Segurei a cintura dele com os dois braços e o apoiei contra a árvore, sorrindo de lado pela situação divertida

–Era isso o que você queria, não era? –Sussurrei em seu ouvido

–Sim... Era exatamente isso o que eu queria –Ele abraçou meus ombros

Estreitei o aperto envolta de sua cintura e distribui beijos em seus ombros, fazendo uma trilha de selinhos até o seu pescoço e subindo para sua bochecha

Meu último alvo foram seus lábios, onde comecei pelos cantos e logo em seguida beijei cada centímetro de sua boca

–Para! F-Faz cócegas! –O moreno soltou uma alta gargalhada

Não era uma risada maldosa, mas sim uma risada alegre, feliz e sincera... Uma risada verdadeira

Eu nunca havia visto ele sorrir dessa forma antes

Era estranho...

–Está cansado?

–Pra caramba –Ele suspirou aos risos

Puxei ele para sentar-se comigo na grama e me encostei na árvore, colocando-o sentado em meu colo com as costas apoiadas em meu peito

–Eu também estou exausto... –Arfei

Permanecemos em silêncio durante longos minutos. As vezes o silêncio entre duas pessoas é algo desconfortável, mas esse estava longe de ser o caso. Estávamos tranquilos, como se um acordo não verbal fosse assinado para que ambos aproveitássemos aquele momento sem uma única palavra

Pra falar a verdade, dávamos mais certo quando estávamos em absoluto silêncio. Sempre que um de nós abria a boca acabávamos brigando, e nesse exato momento eu preferia evitar essa dor de cabeça

O silêncio não me incomodava, e eu tampouco odiava a companhia dele. Estava tudo bem aproveitar em silêncio, enquanto víamos os últimos raios de sol do dia desaparecerem, dando lugar à lua e às estrelas que iluminavam mais uma noite

–Não sei por que nunca fizemos isso antes –O moreno sussurrou baixinho

–Eu pensei que você me odiava...

–Odiar suas ações é diferente de odiar você –Ele falou sem sair da posição em que estava

Eu realmente não sabia o que dizer... Tudo seria muito mais fácil se ele apenas me odiasse e quisesse que eu morresse

Odiar alguém que não te odeia parece até uma birra de criança mimada. E é isso que eu estou me sentindo... Uma criança mimada

–Mas sabe... –O moreno se inclinou um pouco para olhar pra mim –Estou disposto a conhecer o seu lado que não tenta puxar briga comigo... Se você quiser, é claro

Parecia até ridículo recusar isso... Fui eu quem quis sua amizade primeiro, pra começo de conversa

–Pra mim parece ótimo –Sorri pra ele

Vi os olhos esverdeados do moreno alterarem entre os meus olhos e a minha boca, e logo ele repentinamente beijou o canto dos meus lábios, antes de passar a língua suavemente pelo local

~Clic Clic~

Quase pulei de susto ao ouvir um barulho de câmera. Empurrei um pouco os ombros do moreno, e só ao ouvir sua risada eu pude notar o celular que ele tinha em mãos

Ele virou a tela para mim e eu pude ver duas fotos, uma onde ele beijava o canto dos meus lábios e a outra onde podia-se ver sua língua tocar minha boca

–Ei!! –Franzi o cenho –Quem disse que você podia tirar foto disso?!

–É a minha arma contra você –Ele abriu um sorriso gigantesco

Bem... Suponho que eu não possa fazer nada a respeito

–Idiota –Me joguei contra a árvore, mesmo que estivesse sorrindo bem de leve

O moreno fez o mesmo e se encostou em mim exaustivamente, guardando o celular no bolso e soltando uma risadinha vitoriosa

Se eu publicasse algo sobre seus gostos ele publicaria a foto, e então ambos estaríamos ferrados

Garoto esperto...

Bem, na verdade eu nem sei mais se quero acabar com ele

Potter... O que você fez comigo?

–Eu devia ir logo... Meu amigos estão me esperando –Ele ameaçou se levantar

–Eu duvido que eles estejam te esperando até agora –Segurei seu braço

Até porque eu os vi indo embora...

Eu sabia que o moreno teria algumas coisas para explicar quando chegasse em casa e encontrasse seus dois grandes amigos em estado de puro choque. Não era como se eu quisesse livrá-lo disso... Eu só queria adiar um pouco as coisas

Eu podia odiar esse cara com todas as minhas forças, mas ter dois de seus amigos te enchendo de perguntas desconfortáveis era algo que eu não desejaria nem para ele

–Fica aqui até se recuperar um pouco –Sussurrei em seu ouvido

–T-Tudo bem... –Ele pareceu sentir um arrepio no local, mas decidiu voltar a se sentar em concordância 

Ficamos assim até que parte das nossas forças fossem recuperadas

Era estranho estarmos juntos dessa forma

Era realmente muito estranho...