22 de setembro. Falam demais!
Eu resolvi começar a fazer algum esporte no ginásio do colégio. E vou começar hoje meu primeiro treino de vôlei. Eu adoro, e considero o melhor esporte. Ainda vou continuar com o Jazz. No momento estou me preparando para o festival de música e dança R&B. V também vai participar; ele e os amigos dele (NamJoon, J-Hope, Jung Kook, Yoongi e o Jimin) criaram uma música chamada ‘’Boy In Luv’’. Ficou muito massa, sério. A coreografia? Samba no recalque e depois dá descarga nele! Hehe, exagerei.
Fiquei doente essa semana, com muita dor de garganta. Minha mãe viajou com meu pai para operar o apêndice na Itália, e eu estou sobrevivendo de sanduíche e salada (tirando os antibióticos e anti-inflamatórios) com meu irmão, que só sabe comer pão e ovo todo dia.
Para completar com toda a desgraça, minhas primas chegam hoje. Elas queriam ver minha mãe, porém não tiveram como desmarcar. Elas moram na China, em Pequim, mas são originalmente coreanas. Só digo uma coisa: vai dar merda. Só digo.
Elas são Tae Yeon, Tiffany (são irmãs gêmeas, e até já estudaram na minha escola), Sunny e Jessica. Eu adoro quando elas vêm pra cá, mas se tornam muito mais irritante quando elas começam a se meter na minha vida. Sério, mano, odeio.
~~~*~~~
Minha aula começa um pouco mais tarde, devido ao pessoal da turma do avançado que vai ter prova, e então fica faltando sala para nossa aula. Então, só começa às 15:30hs. Minhas primas irão chegar às 10:00hs.
Por que elas não chegam mais tarde? Vão ficar me azucrinando o dia todo!
Bom, agora são 8:02hs. Mudando de assunto, hoje eu acordei com uma vontade imensa de comer waffles com calda de chocolate. Eu não me entendo quando estou doente. Parece que estou grávida, porque eu fico com desejos de comilança tão inusitados. Eu mal como waffles, e sequer com calda de chocolate!
Whoa... estou olhando para Chan Hyuk agora... ele parece triste. Sei lá, ele coça a cabeça com força, só por coçar mesmo, e olha para os lados como se estivesse esperando um trem no metrô. Incrivelmente, eu consigo reconhecer os sentimentos de uma pessoa, só pelo seu modo de agir. Mesmo que por fora sorria, sinto que está chorando por dentro. É de mim, não sei bem como explicar.
– Oppa... – adoro chamá-lo assim. – o que você tem? Me diz.
E ele começou a chorar. Nossa, eu fiquei com um aperto muito forte no coração. Raramente eu vejo meu irmão chorar desse jeito. Deve ser grave a situação.
– E-Eu... – ele soluçava.
Antes que ele continuasse, eu afastei minha cadeira e abracei-o. Um comentário que eu gostaria de adicionar é: as cadeiras da mesa de jantar são tipo cadeiras de escritório. Confortáveis e de rodinhas. Por isso foi bem fácil eu afastá-la para perto dele. Meu pai ama design de escritório, por isso a casa toda traz o ar de uma área de trabalho. Até a cozinha.
Sentia seu corpo meio quente, por estar chorando bem intensamente.
– Sua dongsaeng está aqui. Relaxe e depois me conte tudo. – falei.
Minha relação com Chan Hyuk não é para lá de tão próxima, mas, nós dois sempre desabafamos o que sentimos um para o outro. Nem por obrigação, mais por causa da confiança que sentimos como irmãos.
– Suhyun... eu estou sendo traído.
ÃH?!
– Como assim?! Lee Chan Hyuk é melhor você me explicar essa história.
– C-C-Chanmi... me traiu com o Cho Kyu Hyun. – ele falou abafado, com a mão no rosto.
– Como você sabe disso? Ué... me disseram que ele gostava da Choa a uns tempos atrás. – comentei.
– Eu vi eles no corredor... – seu choro já estava cessando, e ele bebeu um gole d’água. – Chanmi estava agarrada no seu pescoço, e os dois se beijavam. Não pareceu nada forçado. Eu estou acabado. E... carente....
– Hyukkie! Não fica assim não... se ela não te deu valor, ela não te quis, e se ela não te quis, ela não te merece! É simples. Vem cá – eu levantei seu rosto para que encarasse o meu. – me promete que não vai mais ficar triste com isso, certo?
Ele assentiu, e eu enxuguei o rastro das suas lágrimas.
– Mas... saeng... eu a amo.
O QUÊ?! O que eu achei que não poderia ficar pior, piorou estranhamente.
– Sério isso? – inquiro, incrédula. – Mas... é amar de verdade?
– Sim... – ele diz, aparentando intimidado. Tentei me acalmar.
– Como isso?
– Nem sei explicar direito. Ela só é uma menina que eu gostei mais do que devia. Pronto, falei. – ele diz, e torna a chorar.
É, Chan Hyuk é bem sensível.
– Não sei mais o que argumentar, e muito menos como te ajudar! Oppa, eu quero muito te ajudar, por mais complicado que esteja sendo tudo isso. Nunca deixe de me pedir ajuda, tá?
Agora eu me emocionei. Pois é, não é mole não.
– Claro, saeng mais linda. – ele me abraça com aqueles brações largos e compridos, que conseguem envolver meu corpo todo se for preciso. – Não tem como me ajudar. Eu não quero terminar com a Chanmi, mas não quero continuar sabendo dessa traição e não fazer nada!
– Há quanto tempo você sabe disso? – pergunto, e ele pensa um pouco.
– Foi Terça da semana passada.
JÁ FAZ UMA SEMANA! Dessa vez ele se superou.
– Hyukkie – digo carinhosamente com minha voz de bebê – termina com essa chata, se não eu vou bater nela e aquele tal do Kyu Hyun!
Ele ri soprado. Meu oppa ama quando eu faço essa vozinha.
– Okay, vou tentar resolver isso hoje mesmo! – ele exaspera.
– É assim que se fala! – nos levantamos e nos abraçamos pela quadragésima vez só hoje.
~~*~~
Pegamos um táxi para o aeroporto de Seoul, e são 9:51hs. Não estou psicologicamente preparada para recebê-las. Talvez por causa das especulações intrometidas desnecessaríssimas.
Alguns minutos se passam, até ei ver aquelas magrelinhas com óculos de sol e casacos coloridos. Sinto uma vergonha alheia me invadir.
– Unni-eh! – Sunny é a primeira a se pronunciar, abraçando eu e Chan Hyuk.
Esboço um sorriso, tentando ser o mais espontâneo possível.
– Você está tão diferente! – ela diz.
As outras fazem o mesmo, e Jessica, acanhada do jeito que ela é, apenas deu um oi. Não sorriu, e nem esbanjou expressão nenhuma. Ela sempre é assim. Usa cores escuras, não é simpática, e tem sempre a cara fechada. Ainda não entendo como ela namora aquele tal Sehun. O mesmo veio com ela até. E que cara de porta esse cara tem, meu Deus. O rosto dele parece sequer ter nenhuma expressão.
– Annyeong. – o cara de porta se curva, gentilmente. Até que Jessica puxa o braço dele e sai andando na nossa frente. E como ele é alto!
Jessica é a mais velha, com 18 anos de idade. Ela mora com a mãe, lá em Pequim igualmente às outras.
E como eu já tinha previsto, uma carreta de papo desagradavelmente desnecessários no carro do motorista de táxi. Fomos em dois carros, porque não cabia todo mundo.
Quando chegamos em casa, acomodo o pessoal nos quartos de hóspedes. Há dois aqui em casa: um que fica perto do porão, é o menor e tem uma bicama (esse ficou para Jessica e Sehun) e outro que fica no andar de cima, ao lado do meu quarto, tem duas bicamas e uma caminha de solteiro. Logo a triologia inseparável (Sunny, Tae Yeon e Tiffany) me chamam para contar muitas coisas que aconteceram com elas ao longo dos anos. Minha maior vontade era dormir. Só coisa besta.
– ... e então a minha mãe comprou esse casaco rosa choque da GAP e me deu de presente de natal. – só ouvi essa parte do que Sunny tagarelava. As outras organizavam as suas coisas.
Tiffany e Tae Yeon brigavam para quem ficaria com a cama de solteiro. Acabou que Tiffany ganhou a aposta no Jo-ken-pô, e ficou com a cama só pra ela.
– Unnie... me conte o que está acontecendo na sua vida atualmente. Conte-nos tudinho. – disse Tae Yeon.
Apesar de elas serem bem intrometidas, não são nem um pouco fofoqueiras. Isso é bom... eu acho.
– Eu estou namorando. – digo.
A expressão delas... não foi nem um teco normal. Sunny deu um grito breve – porém agudíssimo – (que depois vou verificar se não quebrou alguma janela, ou o espelho do banheiro).
– Isso é sério? – Tae disse, tão emocionada que chorava. Exagerada.
– Er... pois é. – digo sem expressão.
– Diz logo quem é! É lá do Sekwon, né? Anda! Quero saber se eu conheço! – diz Tiffany.
– É o Kim Tae Hyung. Lembra daquele menino que era meu melhor amigo e fazia o nono ano na época em que vocês estudavam lá? – falo, com um leve tom de empolgação.
A expressão de Tae Yeon muda de uma hora para outra. De um feliz emocionado para um sério e tenebroso olhar. As lágrimas secaram dos seus olhos.
– Tae? – Sunny pergunta assustada. Todas estamos encarando seu rosto raivoso.
– Tae... vem cá. – Tiffany pega seu braço.
– Anyo! – Tae Yeon exaspera, largando a mão da outra do seu braço, e o ódio emana em seus olhos.
– Kim Tae Yeon pelo amor de Deus! – implora Tiffany, e ela acaba se levantando. As duas saem porta afora. Tiffany sussurra um ‘’desculpa’’ bem soprado.
Sunny dá de ombros, retira da sua bolsa um livro e deita na cama começando a ler.
Peço licença e vou para o meu quarto. Ouço as duas lá na sala.
– ... você tem que parar com isso! Sério! Vê se cresce e para de besteira. – Tiffany diz com raiva. – Não vai ficar fazendo birra por uma coisa que já passou! Nem acredito que você ainda se lembra disso... você esqueceu ele, não foi? Esqueceu sim – daí escuto o choro da Tae. – Você namorou com aquele Baek Hyun no mês passado, e me garantiu que tinha esquecido daquele babaca aproveitador, não foi? Vê se cresce! Vê se cresce!
O... quê? Elas estão falando de V? Babaca aproveitador?! Grrr! Ninguém fala assim do meu Tae Tae! Preciso de explicações.
– Alguém pode me explicar que merda aconteceu? – ando até a sala, e interrompo a conversinha das duas. – Ou melhor, está acontecendo.
– Nada... – diz Tae Yeon, cínica.
– NADA?! – me exalto. – Eu ouvi o que vocês estavam falando, e não admito isso!
– Olha, não está acontecendo nada, e nunca aconteceu. – agora é Tiffany quem fala. – E se você acha que algo está acontecendo, é melhor você nem saber.
Como assim é melhor eu não saber? HAHA! Nessas duas semanas vou arrancar isso delas, e vou mesmo!
~~*~~
Comecei a ter febre (por causa da gripe) e acabei nem indo para a escola. Estou deprimida na minha cama, deitada com meu cobertor olhando a chuva cair pela janela.
TOC TOC.
Escuto batidas na minha porta.
– Nê¹? – falo, com dificuldade.
– Sou eu. – ouço a voz de V.
– Entra.
Ele abre a porta lentamente, e entra em silêncio. Até se sentar ao meu lado, e beijar minha bochecha.
– Você está tão fofinha assim! – ele diz, rindo.
– Ya! Você sequer foi para a aula hoje? – questiono.
– Eu saí mais cedo. Precisava te ver. – ele disse.
– Obrigado. – digo, sorrindo.
– Trouxe para você. – ele coloca um vasinho com rosas roxas (amo essa cor) sobre a minha cômoda.
– O-Obrigado! Mas que lindas! – exclamo.
Ele sorri com aquele sorriso tão sincero e tranquilo de sempre. Só ele mesmo para me fazer sentir melhor, meu amigo diário...
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