Capítulo 15
Dois dias depois.
Chan e Changbin já estava na vila, Jeongin foi o primeiro a sentir quando abriu seus olhos pela manhã, tanto que ficou eufórico e acabou batendo na barriga do companheiro.
― Ai Jeongin ― Seungmin reclamou rolando na cama ― Eu estou de folga hoje, amor.
― Minnie, o alfa e o ômega chegaram ― Jeongin disse e Seungmin abriu os olhos ― Sinta, eu sinto o Binnie, eu sinto o alfa também!
― Eu também sinto ― Seungmin sentou sonolento ― Você quer acordar os outros, não é?
― Por favor, amor.
― Querido, Minho está dormindo, ele vai se assustar, e ele também está de folga hoje ― Seungmin bocejou ― Só vamos esperar eles na sala, deixe que cada um vai acordar e sentir a ligação.
Jeongin acabou concordando por causa de Minho, depois da primeira noite, Jisung começou a fazer drama toda a vez que Minho dizia que iria embora e agora Jeongin também, então o ômega decidia dormir ali. Os dois betas tomaram um banho rápido e escovaram os dentes, Jeongin correu para a sala e assim que parou no sofá a porta foi aberta.
― Eu senti tanto a sua falta ― Jeongin pulou em Changbin, o ômega quase caiu pelo susto, mas segurou firme o mais novo ― Não me deixe mais, eu fiquei tão sozinho.
― E o companheiro dele sou eu ― Seungmin resmungou indo abraçar Chan e beijá-lo.
― Você está tão cheiroso ― Changbin disse deixando beijos pelo rosto de Jeongin e em seguida deixou que o beta o beijasse daquele jeito afobado.
― Realizando o sonho dele ― Seungmin falou passando o nariz no pescoço de Chan enquanto recebia carinhos em sua nuca ― Senti sua falta, alfa.
― Também senti a sua, cachorrinho ― segurou o rosto do Kim e o beijou de novo ― Os outros ainda dormem?
― Jeongin! ― Changbin gritou rindo quando o beta desceu de seu colo e tentou puxar suas calças ― Estamos na sala.
― Não interessa, eu só quero foder você ― falou sério ― Por favor.
― Que bela visão ― Félix disse entrando na sala ― Bom dia aos envolvidos no pornô das sete da manhã vindo do Jeongin.
― Bom dia, Lix ― Changbin só conseguiu esticar um pouco a cabeça para o alfa beijar sua boca, já que estava a todo custo tentando segurar suas roupas.
― Tudo ocorreu bem aqui? ― Chan disse quando Félix o abraçou ― Uh?
― Sim alfa ― beijou o queixo do mais velho e depois beijou seus lábios.
― Senta ― Changbin disse e Jeongin correu para sentar no sofá ― Minnie, eu nem lhe dei atenção.
― A atenção é em mim! ― Jeongin gritou.
― Vem cá, meu amor ― Changbin abriu os braços e Seungmin o abraçou e beijou seu pescoço ― Senti saudade do seu beijo.
― Você me ilude tão bem ― segurou o rosto do Seo e o beijou ― Fique com a parte de baixo, eu tomo conta da boca porque é capaz dele acordar o resto.
― Eu sou um beta tão amado ― Jeongin disse tirando suas calças enquanto Changbin se ajoelhava em sua frente.
― Você é um pirralho chato, isso sim ― Seungmin disse.
― Félix, me ajude, por favor ― Chan disse rindo e o Lee assentiu o seguindo.
[...]
Quando Minho acordou ficou confuso ao abrir os olhos e olhar para o teto, eram tantos cheiros naquele momento, mas o principal, o cheiro de morango estava forte o que queria dizer que Changbin já havia chegado com Chan. Um pouco sem graça o ômega levantou para ir ao banheiro, tomou um banho e escovou seus dentes para pode sair do quarto, quando abriu a porta, fechou os olhos, o cheiro fora do quarto era ainda maior e melhor, o cheiro de todos e a felicidade que todos estavam sentindo, os feromônios felizes.
― Bom dia, Minho ― o ômega abriu os olhos e viu Chan ― Tudo bem?
― Bom dia alfa ― sorriu pequeno ― Como foi a viagem?
― Ótima, os garotos estão fazendo o café com o Changbin ― disse ― Você pode ir lá se quiser.
― Chan, antes de ir ― disse ― Eu queria dizer que fiquei dormindo aqui a pedido de Jisung e Jeongin, eu não quis em momento algum manchar o nome do seu bando.
― Você não fez nada, Minho ― Chan pensou em se aproximar do ômega, mas decidiu não fazer ― Estamos cortejando você, então você tem acesso a nossa casa e pode fazer o que você quiser, pode dormir ou decidir fazer qualquer coisa aqui em casa.
― Obrigado ― sorriu pequeno ― Eu vou tomar café.
― Ok.
― Só uma pergunta antes ― falou e Chan riu ― Você e Changbin foram buscar algo para mim, não é?
― Talvez ― disse sorrindo e Minho negou ― Você é nosso ômega, precisa das melhores coisas.
― Ia ser a última pergunta, mas você não colabora ― bufou fazendo Chan gargalhar ― Eu sou companheiro de vocês, não sou?
― Como chegou nesse ponto?
― Meu cheiro, Changbin sabe como eu cheiro a maçã verde, qualquer outro vai falar que é apenas maçã.
― Você sente o cheiro dele além de morango?
― Um pouco mais doce, mas não chega a ser enjoativo ― falou ― Eu só... Não sinto o seu cheiro.
― Eu sei ― sorriu pequeno ― É algo que eu preciso trabalhar com você e seu lobo, ele precisa confiar em mim para poder sentir o meu cheiro e entender que eu também sou seu companheiro.
― Por isso você me quer no bando?
― Não só por isso, mas porque eu e todos do bando sentimos que você faz parte da gente ― disse e Minho assentiu ― É melhor você ir tomar seu café, podemos conversar sobre isso com mais calma depois e com o Changbin ao lado.
― Tudo bem ― disse e suspirou quando Chan se afastou e entrou em seu quarto.
O ômega seguiu para a cozinha e mordeu o lábio ao ver Changbin, e quando o ômega o olhou, ele quis gemer, mas se segurou.
― Meu bem ― Changbin o abraçou ― Que alegria ter você aqui. Ouvi que você dormiu aqui forçado pelos meus betas.
― Não foi forçado ― Jisung resmungou ― Ele quis ficar.
― Porque você fingiu choro todas as vezes ― Félix disse alto.
― Eu não fingi!
― Senti sua falta ― Changbin disse baixinho e Minho suspirou ― E falta do seu cheiro também.
― Então... ― Seungmin tossiu, Félix riu junto com Jisung ― Podemos comer?
― Cadê o Jeongin? ― Minho perguntou segurando a mão de Changbin que o puxava para a mesa.
― Dormindo ― Seungmin disse sorrindo ― Ele matou a saudade do Changbin, quando ele acordar será outra pessoa.
― Você são horríveis ― Félix murmurou ― Sério.
― O que aconteceu? ― Jisung perguntou, Seungmin fez um gesto com a mão e apontou para a boca. O Han arregalou os olhos ― Seus filhos da puta!
― Jisung! ― Changbin repreendeu ― O Minho não é acostumado a essa loucura.
― Me acostumei um pouco ― Minho disse sem graça.
― Agora pronto, o Jeongin é o favorito? Eu não acredito nisso ― Jisung resmungou ― Minho, por favor, ignore o Jeongin hoje, ele não merece. Esse bostinha não merece.
― Amor, come ― Félix disse entregando um copo de suco ao companheiro ― Vamos que o Hyunjin daqui a pouco volta da ronda e você ainda não comeu.
― Ele não tomou café antes da ronda? ― Minho perguntou, Changbin ficou surpreso olhando para Félix ― Eu pedi para ele tomar café, Félix.
― Ele acordou e só tomou um copo de suco e foi fazer a ronda ― o alfa respondeu ― Ele logo vem.
― O que você quer comer, meu bem? ― Changbin perguntou.
― Deixa que eu sirvo vocês ― Seungmin disse tocando no ombro de Changbin para que ele sentasse ― Como foi a viagem, Binnie?
― Foi ótima, conseguimos o que queríamos ― contou ― E também fizemos uma visita a Nor.
― Vocês foram a Nor? ― Minho perguntou olhando para o Seo ― Não que me diga respeito, mas o que foram fazer lá?
― Conhecer o seu antigo pack ― a voz de Chan soou alta ao entrar na cozinha ― Aqui no bando não temos segredos, ainda mais em relação as coisas que envolvem o bando. Eu pensei que seria bom avaliar de longe como era o seu pack e se teríamos problemas caso eles quisessem aparecer aqui e ter autoridade por você.
―Eles não podem, quando expulsam alguém, eles realmente não querem mais, no entanto eles podem machucar alguém próximo ― Minho disse ― Que no caso seria minha mãe.
― Se você nos disser o nome dela e o endereço, eu posso pedir para que fiquem de olho, que a protejam por lá ― Chan disse olhando para o ômega.
― Vamos conversar sobre isso depois ― Changbin falou e olhou para Seungmin ― Meu amor, ainda tem geleia?
[...]
Cada um do bando foi lidar com os seus afazeres do dia, Chan aproveitou para chamar Minho e Changbin para o seu escritório. O alfa sentou no divã com Changin e Minho sentou em uma poltrona a frente do divã.
― Em primeiro lugar, vamos falar sobre sermos companheiros ― Chan disse e Changbin o olhou assustado ― Minho já sabe, ele quem falou, príncipe.
― Oh... ― sorriu pequeno ― Você já se deu conta?
― É... ― Minho sorriu ― Depois daquele dia em que eu te abracei, eu fiquei pensando e minha mãe só confirmou.
― Quando eu te conheci percebi um pouco, mas não quis acreditar ― Chan começou explicando ― Depois que você aceitou vir comigo e a maneira em que nos damos bem, em como você confiou em mim, em como seu cheiro não me é irritante. Eu confirmei, mas ainda segurei e quando Changbin também sentiu, também reagiu do mesmo jeito, estava certo que somos companheiros.
― Eu consigo sentir o cheiro do Changbin desde que o conheci, mas não o seu ― Minho assumiu.
― Seu ômega não confia totalmente em mim ― o alfa disse ― E agora entramos em uma parte delicada, Minho.
― Se queremos você no nosso bando, na nossa vida, temos que saber a sua história ― Changbin completou a fala do companheiro ― Você está quase no bando e eu não quero te pressionar, mas você pensa em fazer parte do bando, certo? Porque é o que eu realmente quero que você faça... Mas precisamos saber mais do que você passou no bando em Nor.
― Somos companheiros, eu gosto de todos vocês, eu já estou apegado a vocês, não seria errado você perguntar isso ― suspirou ― Eu vou fazer parte do bando, só não quero morar agora com vocês.
― Tudo bem ― Chan sorriu ― Não queremos que você venha logo, e sim quando se sentir confortável.
― Sobre o que eu passei no pack Kani ― Minho apertou os joelhos e Changbin apertou o braço de Chan já se preocupando com o ômega em sua frente ― No começo tudo bem, eu escolhi um pack bom, um lugar que parecia bom. Fui bem tratado nos primeiros dois meses, até que eu comecei a perceber como eram as coisas... Minha mãe sempre disse que eu deveria estar preparado para tudo, porque ômegas eram usados para procriação e eu não acreditava tanto assim, meu pai era alfa e ele me quis com a minha mãe, ele me planejou, ele me amava.
― Meu bem... ― Changbin apertou mais o braço de Chan se segurando para não se jogar em cima de Minho e o abraçar, enquanto isso Chan tentava controlar os seus feromônios, porque ele estava ficando com muita raiva e sabia que aquilo era só o começo.
― Fui tratado como inferior, eu fui colocado em um quarto e os alfas iam lá quando queriam me foder ― falou e Changbin ofegou em horror ― Eu fiquei nesse quarto por dois dias, no começo eu deixei porque eu estava ali para ser o ômega deles, mas no segundo dia eu já não gostei...
― Meu amor, mesmo você sendo o ômega deles, eles não tinham o direito de fazer isso, eles não tinha a porra do direito ― Chan disse sério.
― Hoje eu sei ― sorriu pequeno ― Eu nunca fui forçado, eu só aceitei e eu não gostava. Nas minhas baterias eu passava sozinho, porque eu poderia engravidar e eles não queriam naquele momento, então eu era ignorado. Fazia meu ninho no chão porque quando eu tentei fazer no quarto, fui humilhado, o alfa líder disse que aquilo não era um ninho e que ele nunca entraria ali, que eu não era um ômega que sabia fazer ninhos bonitos e que deveria continuar tentando.
― Puta que pariu ― Chan levantou e começou a andar pela sala ― Continue falando, meu amor. Eu só estou tentando me segurar.
― É só isso, eu fui humilhado, tratado como um buraco para alfas, nunca realmente amado ou meu coração ― sorriu pequeno ― Essa foi a minha experiência.
― Alfa, eu posso falar com ele sozinho? ― Changbin perguntou ― E você pode se acalmar.
― Você tem o direito de escolher o que você quiser ― Chan disse se aproximando de Minho e segurando o rosto dele ― Aqui você escolhe o que você quiser, com quem quer dormir, quem quer beijar. Você é quem escolhe, estamos aqui para servir você, obedecer você e não te tratar como inferior. Se você nunca escutou isso, Minho, eu lhe digo agora; ômegas são mais importantes do que alfas, ômegas são maiores do que qualquer status, ômegas são o que movem os bandos e você é completamente importante. Você e seu coração são importantes.
― Alfa...
― Daqui a pouco volto ― beijou a testa do ômega e saiu da sala quase quebrando a porta.
― Se você escutar alguma coisa quebrando, é o Chan descontando sua raiva ― Changbin sorriu sem graça, Minho assentiu ― Você pode sentar do meu lado?
― Claro ― levantou e sentou ao lado do Seo.
― Chan já disse o mais importante e é o que você deve entender ― Changbin disse ― Eu quero falar com você sobre o ninho e o quão isso faz parte de nós ômegas e que você nasce com isso.
― Eu não sei... Eu não sei fazer ninhos, eu não sei para onde vai e como fazer ficar bonito.
― Meu bem, todos os ômegas sabem fazer ninhos, é algo natural da gente, faz parte do que somos ― explicou ― O que fizeram com você foi terrível, falar do seu ninho é como se fosse a pior ofensa do mundo, é como se... Porra, eu não sei nem o que dizer.
― Eu tentei fazer outra vez de novo, mas no chão da casa.
― Puta que pariu ― Changbin respirou fundo e segurou as mãos do ômega ― Você precisa de um lugar confortável e você vai sentir na hora do que você precisa, dos cheiros que você quer e se sente confortável, você só vai arrumar e no fim vai adorar, e todos vão elogiar, porque todos devem amar o seu ninho.
― Você... Você pode me ajudar?
― Você quer fazer um ninho? ― sorriu pequeno.
― Seungmin me deu um casaco com o cheiro dele, e eu coloquei na cama e foi bom dormir com aquilo por perto.
― Você tem algo confortável com você, um cheiro bom, você montou sua primeira peça de confiança no seu espaço, isso é fazer um ninho ― Changbin levou as mãos do ômega até seus lábios e as beijou ― Quando será sua rotina?
― No próximo mês.
― Ok, podemos arrumar o quarto para você ― o ômega disse ― É mais seguro do que você ficar na pousada.
― Mas o seu quarto? ― perguntou confuso.
― Não querido, o seu quarto ― disse sobre o quarto que o ômega estava ― Como você vai ficar sozinho, seu ninho pode ser montado na cama mesmo, mas depois que você se mudar, podemos tirar tudo de lá e arrumar o seu próprio ninho.
― Eu não posso entrar no seu?
― Você pode, eu posso te chamar para entrar no meu ninho, você poderá entrar quando eu chamar você e até mesmo nas minhas baterias eu já irei procurar suas roupas com seu cheiro para pôr lá, mas sendo sincero, meu bem. O meu ninho é o meu ninho, o seu ninho é o seu ninho, ômegas não dividem o ninho, cada um tem o seu, porque cada um arruma o seu da sua maneira ― explicou e Minho assentiu ― Se eu mexesse onde você colocou o casaco do Seungmin, você gostaria?
― Não, está em um lugar confortável ― fez bico.
― Pois bem, é por isso que cada ômega tem o seu ninho, mas podemos entrar no ninho um do outro, basta pedir ― sorriu ― Você quer entrar no meu hoje?
― Não seria errado?
― Claro que não, você só entraria e deitaria lá comigo e podemos ficar conversando ― falou animado ― O que você acha? Pode ser eu, você e o Chan.
― Só nós três, sem os outros?
― Você quer os outros? ― perguntou com um sorriso maior ― Posso chamar todos para o meu ninho.
― Não seria demais?
― Minho, porque que comigo você enrola e não fala? ― bufou fazendo biquinho.
― Eu não sei, fico com vergonha de falar e você me achar atirado ― admitiu ― E você me tira da linha de raciocino, você está usando uma camisa preta que marca seus braços, eu não consigo tirar os olhos.
― Agora sim ― riu e esticou os braços olhando para eles ― Obrigado.
― E sim, eu quero os outros também.
― Vou arrumar meu ninho agora e a noite todos iremos ficar lá ― Changbin levantou animado soltando as mãos do ômega ― Vou chamar o Chan.
Assim que o Seo saiu, Minho suspirou e colocou as mãos no rosto com vergonha. Não demorou para fazer uma careta e coçar o nariz.
― É sobre isso que vamos conversar ― Chan disse entrando na sala e Minho o olhou ― Meu cheiro e o seu ômega.
― Como assim?
― Ele não confia em mim totalmente, por isso você não sente o meu cheiro ― Chan se aproximou e sentou ao lado do ômega ― E eu preciso saber se você quer sentir e quer que seu ômega confie em mim.
― Claro que sim, Chan.
― Então... ― sorriu ― Você terá que passar um tempinho a mais comigo.
― Isso quer dizer...?
― Mais contato, como abraços e carinhos ― falou e Minho ficou vermelho ― Tenho sua confirmação para isso? ― o ômega balançou a cabeça ― Verbalmente, meu amor.
― Sim alfa, você tem.
― Obrigado ― beijou a testa do ômega ― O que acha de fazermos o almoço juntos?
― Qual a sua ideia?
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