História Meu ômega lúpus - Casamento

- Não, mil vezes não. Eu não vou me casar com ele – Jimin gritava nervosamente para seus pais.

- Filho, não se revolte com seu pai, ele só faz isso para o bem de todos – Disse a senhora Park tentando acalmar o filho.

- Mas, e o meu bem? O que vai acontecer comigo, mãe? – Perguntou, com medo do que viria ser o seu futuro.

- Não se preocupe filho, a família Jeon é muito boa e tenho certeza de que o filho deles cuidará muito bem de você – Disse a mulher com a intenção de tranquilizar o filho.

- Se a senhora não o conhece, como pode dizer que é uma boa pessoa? Eu não quero me casar com alguém que eu n.. – Sua fala fora cortada pela forte e potente voz de seu pai.

- Não estamos lhe perguntando se você quer ou não. Minha decisão já foi tomada e pronto. – Ditou o patriarca com sua voz de alfa, fazendo os dois ômegas ali presentes se encolherem – Agora trate de se conformar e se prepare pois o casamento ocorrerá em um mês.

- U-um mês? – O ômega mais novo perguntou chocado.

- Sim, um mês – Devolveu o alfa já estressado – E não ouse fazer nenhuma gracinha pois você irá se arrepender. Está ouvindo, Park Jimin? – Advertiu o filho.

- Sim senhor – Respondeu, já rendido.

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- Espera, o que? – Perguntou JungKook, incrédulo.

- É isso mesmo meu filho – Afirmou sua mãe, toda sorridente – Você irá se casar com Park Jimin.

O alfa que se encontrava em pé deu dois passos para o lado, até estar próximo o bastante para se sentar no sofá. Estava chocado com a notícia que recebera de sua mãe. Ele iria se casar com Park Jimin? Aquele Park Jimin que sempre observava pelos corredores de sua faculdade, e principalmente nos jantares de suas famílias?

JungKook se encontrava muito confuso. Não poderia negar a si mesmo que tinha interesse pelo ômega, mesmo o outro não tendo conhecimento disso.

O jeito meigo e tímido de Jimin sempre lhe encantara. O menor se mostrava ser tão carinhoso e gentil com seus amigos que o alfa se perguntava como seria se fosse consigo.

JungKook não estava triste com a ideia, pois ela lhe daria a chance de tentar algo com aquele serzinho que tanto lhe arrancava suspiros. Mas, também não estava feliz com o fato de que o Park sentisse raiva por estar sendo obrigado a tal coisa.

- Mas mãe, não se pode obrigar alguém a isso – O alfa não gostaria de forçar o rosado a fazer algo que não fosse da sua vontade – Isso é errado e a senhora sabe.

- Pare de graça menino, pois sei muito bem do precipício que você tem por aquele algodão doce – O moreno lhe lançou um olhar repreendedor pela forma que a mais velha chamara o rosado – Você não tem o que negar meu filho. Nem nós e nem os Park's estamos abertos para tal discussão. Agora trate de aproveitar essa chance para conquistar o seu ômega e pronto – a mulher se levantou para sair, mas assim que viu o filho se jogar totalmente sobre o seu sofá se virou para repreende-lo – Moleque, se você não tirar esses seus pés sujos do meu sofá, vou rodar minha mão no meio da tua cara – imediatamente o mais novo se sentou ereto diante do olhar assassino de sua doce progenitora.

Assim que a mulher se retirou do cômodo, o alfa se recostou sobre o estofado do sofá e começou a pensar em tudo que estava acontecendo e no que provavelmente estaria por vir.

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Já havia se passado cerca de quatro dias, desde que os jovens lobos foram informados sobre o tal casamento.

Durante esses dias que se passaram, Jimin foi ficando cada vez mais e mais angustiado com a ideia de se casar com um desconhecido que obviamente não amava. Ele já havia lido em vários livros e em suas tão amadas fanfics inúmeras estórias sobre esse tipo de coisa, e sempre havia um que era o extremo sofredor, que vivia sendo maltratado e feito de lixo, e o medo do rosado era se tornar esse tipo de personagem.

O Park e o Jeon não se conheciam verdadeiramente, e o máximo de aproximação que já tiveram foram os jantares entre suas famílias, e mesmo durante eles os dois jamais trocaram uma palavra sequer.

Sim, o ômega estava apavorado com o futuro que o aguardava, e com total razão, já que não conhecia a personalidade do outro, e, pelo que sabia, os alfas eram seres arrogantes e frios.

Já era quase fim de tarde, Jimin se encontrava em sua faculdade, mais especificamente sentado em baixo de uma árvore que ficava no pátio da instituição. Ele estava sentado com suas costas e cabeça recostado no tronco da grande árvore, enquanto mantinha seus olhos fechados e apreciava a brisa fresca que chegava a si.

Sem que ele percebesse, alguém foi andando até si em passos calmos até estar próximo o suficiente para barrar a corrente de ar que chegava a ele, o fazendo imediatamente abrir seus olhos para identificar o individuo de cheiro amadeirado que invadiu suas narinas o entorpecendo, mas assim que concluiu tal ação descobriu que o ser era nada mais nada menos que Jeon JungKook, seu dito noivo.

- Será que podemos conversar? – O moreno não conseguiu evitar o nervosismo em sua voz enquanto encarava as orbes do rosado. Havia passado a semana tentando achar coragem para ir falar com o outro, e quando finalmente achou, recebeu de brinde um nervosismo sem fim.

Jimin balançou sua cabeça acenando positivamente para o pedido do maior a sua frente, que lhe estendeu a mão na intenção de lhe ajudar a se levantar com mais facilidade.

Assim que o Park já se encontrava de pé, o alfa puxou de leve sua mão e depois, com um pouco de relutância a soltou, em um claro pedido mudo para que o outro o seguisse, e assim foi feito.

- Vamos para a lanchonete aqui da frente – Disse JungKook – Acho que lá será mais sossegado para conversarmos.

Os dois andaram em um silêncio total até a saída da faculdade, e a pé mesmo eles decidiram ir para o estabelecimento que ficava do outro lado da rua aonde estavam

Assim que chegaram lá, procuraram se sentar em uma mesa que ficava mais ao fundo encostada na vidraça do lugar e ficaram esperando a atendente vir os atender e anotar seus pedidos, coisa que não demorou a ser feita e logo os dois já estavam tomando o que desejaram: Jeon um cappuccino e o Park um chá de erva doce.

- Bem – Pigarreou, chamando a atenção de Jimin para si – Acho que você já deve saber quem eu sou, né? – Recebeu um aceno positivo vindo do rosado – Então, eu meio que queria saber o que você está achando disso tudo..

O Park não evitou a aparente surpresa em sua face. Não esperava que o alfa se importasse com a sua opinião sobre o assunto, e que muito menos a pedisse.

- Eu não sei, eu.. – Desviou seu olhar do alfa, um pouco intimidado – Eu tô com medo – confessou.

O Jeon franziu o cenho olhando para a imagem do Ômega acanhado e encolhido a sua frente. Será que ele estava com medo de si?

- Está com medo de mim, pequeno? – A pergunta saiu meio baixa e incerta, mas na medida certa para que o outro escutasse. Jeon estava preocupado de que a resposta fosse um “sim”.

- N-não é isso – Gaguejou - Só estou preocupado com o que vai acontecer daqui para frente.

- Você não quer se casar comigo? – JungKook sentiu seu coração falhar uma batida quando os olhos do ômega voltaram a lhe encarar, mas logo se desviaram cortando o contato.

- Desculpe – Suspirou, ainda de cabeça baixa – Eu só não sei se estou preparado, isso tudo ainda é muito nova para minha cabeça.

O alfa não poderia reclamar, pois o entendia perfeitamente. Embora uma parte de si estivesse feliz com o matrimônio, ele sabia que não era certo o que faziam seus pais, pois estavam os obrigando e isso era errado.

- Eu te entendo perfeitamente – Deixou um pequeno sorriso se formar em seu rosto – Mas preciso saber de uma coisa: Você está com medo de mim? – Essas eram uma das coisas que mais preocupavam JungKook, precisava tirar isso a limpo.

- Um pouco – Sussurrou, mas graças a sua excelente audição o Jeon pode escutar – Não é como se eu quisesse isso, e como eu já disse não faço ideia do que vai acontecer, sem contar que não te conheço e não sei como você é. Estou com medo de me machucar – Sussurrou a última parte.

Um silêncio se fez presente assim que a fala do menor se findou, proporcionando ao alfa um tempo para digerir com calma tudo o que ouviu.

- Sabe – Iniciou o alfa – Eu não tenho muita certeza sobre as coisas dessa vida, mas sei que, não importa o que aconteça, eu nunca te machucaria. Eu nunca conseguiria fazer mal a alguém tão doce como você, nem se eu quisesse.

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- Você está tão lindo meu filho – A mãe de Jimin falava – Meu bebê está se casando e me deixando – Limpou a lagrima que escorreu pelo seu rosto.

- Pelo que eu sei são vocês que estão me mandando ir – Disse, um pouco magoado com a situação.

- Aish! Já chega disso. Nós já conversamos muito sobre esse assunto e você já deveria ter aceitado de uma vez – Ralhou a mais velha.

- Não é como se eu tivesse escolha – Sussurrou, mas foi ouvido pelo pai que havia acabado de adentrar o local.

- Ainda bem que você sabe – Disse, um pouco indiferente – Você está lindo – Se aproximou do ômega, enlaçando o seu braço com o seu – Vamos? Está na hora.

Jimin deixou um suspiro escapar por seus lábios, mas logo levantou sua cabeça formando um lindo sorriso forçado em seu rosto, e começou a andar com seu pai para fora do quarto indo em direção ao altar.

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Assim que o som dos violinos ecoou por todo o ambiente, anunciando assim a chegada do noivo, o Jeon, que já se encontrava em pé no altar, sentiu-se nervoso. Por mais que o alfa já tivesse repassado em sua mente centenas de vezes que iria se casar com o rosado, a ficha ainda não havia caído. Bem, até o momento em que viu a figura do Park mais velho adentrar o local acompanhado de um serzinho lindo, que continha um olhar baixo e um pequeno sorriso naqueles lábios carnudos e rosadinhos, sorriso esse claramente forçado.

O ômega tentava a todo custo disfarça seu nervosismo, e achava que estava conseguindo, mas só achava mesmo.

Quando enfim o menor chegou a frente do altar, ele fora entregue a JungKook por seu pai. Assim que sentiu a mão do alfa tocar a sua, Jimin percebeu o quanto o mesmo tremia um pouco, com isso fitou o outro confuso, mas logo soltou um riso baixo achando graça o nervosismo aparente do moreno. Sentiu-se mais aliviado por saber que não era o único naquela situação.

- Estamos aqui hoje para celebrar a união desses dois jovens que se decidiram pelo casamento para firmarem ainda mais o seu amor um pelo outro – Iniciou o padre, seguindo de muito blá blá blá, até que finalmente a parte importante foi alcançada – Jeon JungKook, você aceita Park Jimin como seu legítimo esposo e ômega?

- Sim! – Respondeu o moreno, tentando não demonstrar ao outro o quanto estava feliz em dizer aquela palavrinha.

- E você Park Jimin, aceita Jeon JungKook como seu legítimo esposo e alfa?

Como sendo obrigado, a única opção para Jimim foi dizer: Sim, eu aceito.

Após esse momento, chegou a hora de trocar as alianças, sendo essas carregadas por duas lindas crianças e entregues para os dois que aguardavam em pé no altar. Assim que pegaram as alianças, se viraram ficando frente a frente um do outro e prepararam-se para recitar as seguintes palavras em alto e bom som:

- Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e em todos os dias de nossas vidas – Feito isso as alianças foram colocadas e o Jeon mesmo estando muito nervoso, não resistiu e levou suas mãos para a cintura do ômega lhe puxando delicadamente para perto de si, até estar colado a seu corpo, o bastante até para enfim selar os lábios tão convidativos do rosado com os seus. O susto foi inevitável para o Park, mas relaxou quando sentiu uma das mãos do alfa tocarem sua bochecha fazendo uma leve caricia no local. Após findar o selar, o moreno se afastou minimamente levando seus lábios para próximo as madeixas rosadas, aonde deixou um outro selar, de forma a compensar o “Já pode beijar o noivo” dito pelo padre.

Após a cerimônia encerrada, todos foram guiados para o salão aonde ocorreria a festa. Ao chegar lá, Jimin fora obrigado a andar por todo o local cumprimentando os convidados chatos que ali estavam, muitos ele sequer conhecia, igualmente para JungKook que também estava sendo obrigado a conversar com todos aqueles estranhos ao seu redor. Os dois estavam cansados e com seus pés doendo, loucos para achar um lugar confortável e se sentarem de uma vez.

Enquanto andavam pelo salão, o alfa via o claro desconforto do Park. Ele estava assim desde o momento em que o moreno lhe beijou e, incomodado com isso, o moreno lhe puxou para que fossem para uma área mais reservada que ficava atrás do salão, próximo ao jardim do lugar, para que pudessem conversar normalmente e sem a interrupção de ninguém.

O ômega novamente se assustou ao que sentiu-se ser puxado pelo outro para fora do lugar aonde estavam e levado para um afastado e isolado dos demais convidados, mas ainda assim agradecido por ser livrado daquela tortura que era aguentar os parentes chatos lhe fazendo inúmeras perguntas irritantes.

Assim que se sentaram em um banco que ficava de frente para o jardim o alfa suspirou, não sabia como começar a conversa com o ômega e estava muito nervoso com a situação em que estavam, e sabia que o outro estava muito mais nervoso que si.

- Nunca imaginei que aqui poderia ter um jardim tão bonito – A voz do Park fora ouvida, quebrando assim o silencio que havia se instalado no local.

- Você já havia vindo aqui antes? – Curioso o alfa perguntou.

- Minha mãe sempre que resolvia fazer uma festa maior do que nossa casa aguentaria, alugava esse lugar – Diz calmamente – Ela sempre me arrastava junto com ela quando vinha ver o lugar e a decoração, então sim, eu já vim aqui.

- E o que achou daqui? – Perguntou, agora olhando para o rosto do menor, esse que estava com sua visão voltada para frente, se referindo ao jardim.

- Esse lugar é realmente muito lindo – Respondeu maravilhado. O lugar possuía um pequeno lago de pedras que em sua volta era rodeado por várias plantas e flores. Havia uma pequena cascata que desaguava dentro do lago; algumas flores rasteira cobriam boa parte das pedras do local, algumas em tons azuis claros e escuros, ouras em tons lilás, rosa e vinho. Algumas plantas contrastavam seu verde com as cores das flores e deixavam tudo ainda mais bonito aos olhos do rosado.

Enquanto Jimin se maravilhava com a visão a sua frente, JungKook se maravilhava com a que estava ao seu lado. A imagem do Park sendo iluminado pelas fracas luzes era perfeita. Aquelas bochechas rosadinhas como seu cabelo de algodão doce o deixavam com um ar tão belo que fazia com que o coração do moreno se alterasse freneticamente.

- Com certeza não é mais lindo que você – Afirmou o alfa um pouco baixo, mas graças a distância em que estavam o ômega pode escutar perfeitamente, o que resultou em um rubor violento por parte do mesmo, com direito a orelhas e bochechas parecendo uma pimenta. JungKook teve que segurar a enorme vontade de apertá-lo.

Jimin já vinha se sentindo constrangido desde o momento em que fora pego de surpresa e beijado no altar, mas estava tentando disfarçar e ter uma conversar descente com o seu agora marido, tentativa essa que foi pelo ralo quando o dito cujo falou sobre si de forma concreta e afirmativa, como se não desse chances para ninguém de contestar suas palavras.

“Lindo”, Fora assim que o alfa o descreveu, portanto, era assim que o alfa o via, certo? Essa suposição fazia o rubor do Park aumentar consideravelmente e assim abaixar sua cabeça na tentativa de escondê-lo dos olhos atentos de JungKook, que estavam sobre si.

- Jimin? – Chamou a atenção do ômega para si. JungKook precisava conversar consigo e entrar em um acordo sobre como seriam suas vidas agora que estavam casados um com o outro, mas estava nervoso com essa ideia – Eu... Aish! – Bufou se virando totalmente para o menor, que agora lhe encarava com curiosidade.

- Diga – Park o encorajou a continuar a falar.

- Jimin, você quer ser meu marido? – Perguntou apressado, se embolando um pouco no processo, o que acarretou em uma carinha confusa do rosado – Digo, eu sei que acabamos de nos casar, mas e-eu não queria que tivéssemos que fingir isso.

- Acho que não entendi o que quer dizer – Não era mentira, o Park estava confuso.

- O que quero dizer é que não quero ser somente seu marido falso, quero ter algo com você – Tocou nas pequenas mãos do outro e as segurou – Não sei como lhe dizer isso mas sou completamente apaixonado por você desde a primeira vez em que te vi – Os olhos do ômega se arregalaram e seu semblante novamente se torou rubro – Eu sei que pode parecer estranho para você, eu sinto que te amo, e por mais que você possa não me amar.. – Se levantou rapidamente para logo se ajoelhar na frente do Park, ainda segurando em suas mãos e encarando no fundo de seus lindos olhos – Eu gostaria que me desse a chance de fazer isso mudar. Jimin, você pode me dar a chance de te fazer se apaixonar por mim? Pode me dar a chance de fazer esse casamento ser real?

O Park estava estático. Sua face demonstrando o total choque em que ficou assim que JungKook terminou de dizer tais palavras para si. O moreno ainda lhe encarava esperançoso, ansioso para ouvir a resposta para suas indagações, mas tudo o que recebeu foi o silêncio e a face ruborizada de Jimin. Seu coração se apertou com medo de uma possível rejeição vinda do ômega, mas isso não o impediu de novamente perguntar ao outro se este lhe dava uma chance pois, se o mesmo a desse, faria de tudo para conseguir o coração do seu amado para si, e o faria extremamente feliz por todos os dias de suas vidas.

- Então Jimin, me dá a chance de te fazer feliz?