História Meu Primeiro Amor - (One Punch Man) - Cê tá legal, Genos?

"Eu nunca mais quero que você encoste em mim!!!".

Enchi meu regador com água da torneira. Fazia um tempo que eu não regava meu mini cacto. Acho que ele já deveria estar seco e depressivo. Lembro-me de ter ficado falando com ele enquanto não resolvia ir atrás do Genos, mas não lembrava de ter regado ele.

"Só se fosse com as minhas lágrimas".

"Caralho, que pensamento depressivo."

Então fui até a varanda. Genos estava lá, estendendo meu macacão amarelo no pequeno varal. Reparei que ele ficava de ponta de pé para fazer aquilo, mesmo que fosse mais alto que eu. Talvez ele fizesse só pra provocar, ou talvez ele só quisesse se sentir mais humano fazendo aquilo. Poderia ser também a delicadeza dele que não o permite só jogar as roupas como eu faço. De qualquer forma, era estupidamente interessante ver aquilo.

— Por que o senhor está me olhando sorrindo? — falou ainda de costas.

— Nah, tava só pensando numas coisas — falei mostrando falso desinteresse, agora dando atenção ao meu cacto.

"Eu nunca fui de pensar de mais, mas ultimamente está difícil não pensar."

"Ainda mais quando o assunto é Genos".

Sim, estava difícil não pensar nele. Não pensar nas írises douradas e no quanto fazia um belo contraste com as escleras negras. Não pensar nos cílios loirinhos e macios que combinavam com seu cabelo. Não pensar nos lábios dele e no quanto pareciam quentes e macios. No qual tentadores eram... No quanto eu queria toca-los...

"Toca-los com os meus, para ser mais exato."

Minhas bochechas arderam. Fechei os olhos e balancei a cabeça, tentando tirar aquilo da cabeça. Aquilo era uma tortura. É claro que eu queria beijá-lo, mas eu não sabia se eu poderia.

"Ah, mas ele gosta de você, seu animal. Só beija ele logo" imaginei meu estomago falando. Normalmente, sempre que ele ronca quando eu não estou com fome, eu gosto de imaginar ele falando algo.

Ele poderia até estar certo. Mas, mesmo que Genos gostasse de mim, eu não tinha segurança  em que ele se sentiria confortável com isso. Tipo, na primeira vez que quase rolou um beijo entre nós eu bati nele. Agora, quando eu fui buscá-lo, ele reagiu de um jeito estranho ao contato dos meus lábios. Não foi exatamente um beijo, claro. Mas e se meus lábios tiverem um gosto ruim? E se eu tiver mau hálito? Ou, pior, e se ele se sentir mal comigo ainda? Sobre aquele maldito dia que eu quebrei o rosto dele?

"Puta que pariu! Eu só faço merda!"

— Sensei, o senhor vai matar sua planta se continuar a regá-la. — Genos comenta casualmente sentado em seiza ao meu lado.

— Oh... — coloquei meu regador no chão — Foi mal, plantinha.

— O senhor está bem pensativo ultimamente. Poderia me dizer no que tanto pensa? — ele falou monotonamente, mas eu realmente me senti gelar. Eu não queria mentir, mas falar a verdade não era uma opção considerável.

"Eu deveria perguntar pra ele? Esse assunto é meio estranho de se tocar do nada, mas não posso fugir disso pra sempre".

— É que... Ahr... Tipo, c-cê lembra d-daquilo que a gente fez...?

— Que a gente fez..?

— Sabe... N-na casa do King. A-a g-gente tava se ab-braçando e... — parei ao ver suas bochechas corarem e ver sua expressão surpresa.

— ... Sim, eu entendi... Eu lembro sim... — ele olhou pro chão — É nisso que o senhor está pensando?

— É... E-eu... Olha — eu segurei nos seus ombros, fazendo-o olhar pra mim — É que... Você v-virou o rosto! V-você n-não gostou? — falei rápido, mostrando meu nervosismo — Ou você tá com raiva de mim...?

— Hã? N-... Não foi nada disso... — Falou abaixando o rosto — Aquela foi a primeira vez... Hm... Que alguém me tocou daquela forma... Foi meu primeiro beijo... — ele se encolheu, envergonhado — Eu não soube como reagir, sinto muito...

Fiquei calado por um momento, não acreditando no que eu havia escutado. Deixei minhas mãos caírem dos seus ombros.

— M-mas não quer dizer que eu não tenha gostado! Não, de forma alguma! — ele falou rápido, negando também com a cabeça — Muito pelo contrário! Eu não... Paro de pensar nisso um só dia...

Franzi as sobrancelhas, sentindo meu rosto esquentar mais forte. Me sentia imensamente feliz, com o coração aquecido. Totalmente aliviado pelo que havia escutado.

"Ele é tão lindo e puro. Quero me casar com ele...!" *emocionado*

— Aquilo nem foi um beijo, Genos. — afaguei seu cabelo, deixando-os bagunçados. Sorri encantado e encostei nossas testas.

— Perdoe-me por ter entendido errado o toque do Sensei... — falou meio... Triste? Não, daria mais pra decepcionado.

— Ei, ei. Fica assim não, garoto — minha mão desceu a sua nuca e aproximei nossos rostos, ficando mais uma vez com os lábios encostados — Posso resolver esse problema agora, se você quiser...

— Sensei... O quê.. ? — falou visivelmente "anestesiado" com o contato, soltando seu hálito quente contra minha boca, me deixando mais desejoso.

Então fechei os olhos e aprofundei o toque dos nossos lábios, em um selinho carinhoso. Logo, passei a sugar seus lábios o fazendo suspirar desejoso. Não pude deixar de abrir os olhos para ver seu rosto e sorri com o que vi: um Genos totalmente vermelho, com os ombros fumaçando e  fazendo um leve biquinho. Sorri de canto e comecei a dar mais selinhos, não deixando de sorrir entre um e outro, logo voltando a sugar seus lábios. E ele me retribuía com carinho, mesmo visivelmente perdido. Agora colocando as mãos no meu pescoço, me puxou em sua direção, nos fazendo encostar na pequena parede que impedia que a gente caísse da varanda.

"Arrrg, que tentação..." parei de beijá-lo, desnorteado, sem folego e sorrindo bobo. Ele só escondeu o rosto com as mãos enquanto respirava pesado.

— Cê tá legal, Genos? — perguntei sugestivo.

— I-incrível... — *tímido*

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