— Sensei, tem certeza que pegou tudo? Pegou sua escova de dente?
Respondi que sim com a cabeça e sorri pro meu loirinho, lhe dando um selinho rápido em meio à nossa correria dentro de casa. Era umas seis da manhã ou mais cedo, a gente se revezava nas tarefas de nos aprontar, conferir nossas mochilas e dar uma última organizada na casa — as duas últimas sendo avidamente repetidas por Genos várias vezes em menos de meia hora.
Estávamos de saída para uma viagem do nosso grupinho que aconteceria neste final de semana. Era um rolê de férias num resort com acesso a praia, seria por uma semana, cada um se virava com suas despesas. King, meu melhor amigo de toda a face da terra; meu broder, meu camarada; sabendo que eu e Genos estamos guardando grana pro nosso casamento, decidiu pagar as entradas e o quarto pra nois. Me diga se esse mano não é mais que amigo, é um friend?
— Sensei— me chamou mais uma vez assim que terminei de calçar meus sapatos, — Já regou o cacto hoje?
— Reguei, amor. Só quando chegarmos, agora — conclui, sorrindo para tranquilizá-lo e estendo a mão pra ele — Vamos?
Ele confirmou com a cabeça, sorrindo, aceitando minha mão de bom grado. Cada um com sua mochila no ombro, fomos pro aeroporto mais próximo, onde a gente ia encontrar o King e a Fubuki. Pra ser honesto eu tava bem ansioso pra andar de avião, mesmo que, segundo Genos, ele mesmo poderia levar a gente voando (mas isso parece mt esquisito e eu quero partilhar do luxo alheio as vezes). Seria minha primeira vez, ou será que aquela nave alienígena conta como avião?
Enfim, lá tava bem lotado. Meu namorado segurava minha mão com firmeza enquanto a gente perambulava no aeroporto. Foi só então depois de uma boa caminhada que ouvimos uma voz conhecida, mas logo de quem:
— Ah-há! Encontrei você, herói Saitama!! — era o Sonic aparecendo com uma voadora (que passou reto e ele caiu de cara no chão).
“Ah não, vai dar treta”. Eu automaticamente senti uma aura assassina vindo de trás do meu ombro; Genos cruzando os braços com uma carranca absurda. O que esse cara tá fazendo aqui, mano?
— O que esse ninja pervertido faz aqui?! — Genos reclamou, vindo pra minha frente como um escudo.
Suspirei cansado. Não gostava quando esses dois brigavam porque fazia meu loirinho ficar mau-humorado o resto do dia e essas férias era pra gente ficar só de cama e chamego. Vi que o Sonic já tava levantando pra brigar também, que chatice. Já comecei a esticar o pescoço pros lados procurando algum lugar pra arrastar Genos e evitar bagunça.
— Meu assunto não é com você, Cara-de-lata!
— Por que não vai cuidar da sua vida, stalker?
— Com que credibilidade você me chama assim, namorado possessivo-abusivo?!
— Credibilidade de noivo possessivo-abusivo!!
Ele estirou a mão mostrando o dedo enfeitado, todo orgulhoso. Eu cheguei a rir, mas não podia me dar o luxo de deixar aqueles dois começarem a brigar pra valer.
— Olha, Genos! Acho que vi o King ali! — ele virou pra mim e eu agarrei sua cintura com uma mão, dando um beijinho em sua bochecha para acalmá-lo — Vamos indo, beleza?
— Hein?! — Sonic reclamou — Não vai escapar de mim tão fá- — dei um cascudo bem rapidão nele, que caiu no chão aparentemente desacordado.
Mas não ficaria ali pra ter certeza. Segurei firme no quadril de Genos e fui levando ele pra longe, no meu ombro, pra garantir que não ia rolar mais nada. Ele ficou resmungando consigo mesmo.
— Você não vai me soltar? — perguntou em alto tom, depois de alguns minutos. Parecia mais calmo agora.
— Nah, tá bom assim.
— As pessoas estão olhando.
— Se elas quiserem tirar foto eu paro pra nois fazer pose.
— Sensei!
— Sossega um pouco, Genos! — agora eu reclamei, firme. Só isso aquietava ele quando estava sendo teimoso — A gente combinou que ia relaxar, se lembrar? Sem lutas, sem monstros, sem dia do lixo às sextas-feiras, apenas um tempo bacana com nossos amigos.
Ele bufou e cruzou os braços, ainda emburrado.
— Ele me chamou de “namorado possessivo-abusivo”.
— Esquece isso, amor.
— Eu sou possessivo??? Eu sou abusivo??? Eu sou um namorado tóxico, mestre??
Parei de andar subitamente. O afastei o mínimo o suficiente pra colocar a gente cara a cara e colar nossas cinturas em seguida. Ele olhou em volta rapidamente, aparentando um misto de vergonha e confusão.
— Sensei?!
— Sabe o que você é? É um jovenzinho muito carente e ciumento — falei bem sério, apontando o dedo pra cara dele — Mas é o melhor namorado, melhor noivo, que eu já tive ou poderia ter. Nunca mais pense o contrário, ouviu?!
Então eu cortei a distância entre nossos rostos e selei nossos lábios com muito carinho, parando pra distribuir vários beijinhos pelo rosto do meu dengo, que só fechou os olhos e se deixou ser amado.
Nos distanciamos brevemente para nos encarar, sorrindo, até ele quebrar o silêncio, arqueando uma sobrancelha:
— Você já teve outro noivo?
— … Tá, é um pouco possessivo, mas eu ainda te amo.
[...]
Depois de algumas horas, finalmente chegamos no tal resort. Nós conseguimos encontrar o King, Fubuki e, quem eu não esperava, Mumen Rider. Que bom que ele também pode vim, já que eu sabia que o Mumen também é pobre igual nois. O voo foi tranquilo, até chato, na real. Não parecia em nada com aqueles filmes interestelares com aquelas decolagens fodas (talvez pq a gente só tivesse num avião comum fazendo uma viagem pelo continente) então passei a maior parte do tempo entediado.
Mas, valeu a pena. O lugar tinha um climinha quente e agradável e já dava pra ver a praia na saída do aeroporto. Me animei já no táxi, com uma câmera grudada em uma mão e a mão metálica de Genos na outra, tirando foto de qualquer coisa que aparecesse no meu campo de visão.
— Haha, olha tu ali, King! — foi a primeira coisa que eu disse assim que a gente chegou no tal resort, que tinha uma estátua de leão marinho dourado gigante na entrada.
— Ah, então você acha que sou feito de ouro? — ele rebateu, — Realmente, sou um tesouro.
— Sim, igualzinho o Kiko.
A gente riu. O clima leve, cada um fazendo piada um com o outro, até Genos parecia se divertir. Eu tava animadão pra passar um tempo com meus manos.
Já chegando na recepção percebi duas caras de heróis conhecidas que conversavam ali:
— Ah, você também veio, velhote! — já fui logo abraçando Bang, sem nem ligar de estar atrapalhando o assunto alheio. O velho sorriu caloroso, dando tapinhas nas minhas costas.
— Só vim visitar um amig- Espera, quem você tá chamando de velho?
Fubuki se aproximou de nós também toda animadinha.
— Vovô, você veio! — ela o abraçou.
— Ei! Não me tratem como velho! — o velho reclamou.
Ficamos ali, conversando com Bang, que falou que não ficaria muito tempo, não podia deixar o tal dojô dele sozinho. Do lado, King cumprimentava o tiozão cabeludo que conversava com o velho a pouco, que eu reconhecia ser outro Classe S.
— King, conhece meu discípulo; Iaian? — o cara amostrou um loirinho do lado dele, calado e discreto, que eu nem tinha reparado.
— Oi, prazer — King disse pro guri, ele reverenciou com a cabeça.
Ele, o tal Iaian, me trazia uma sensação meio dejavú.
— Seu discípulo, é? — me intrometi na conversa — Iiih, melhor tomar cuidado com essas histórias de discípulo aí, hein?
— Ãn? O que quer dizer?
—E-ehr, nada não! — King interrompeu antes que o assunto ficasse esquisito — A gente se encontra por aí, Atomic Samurai.
— Pode chamar só de Kamikaze. Não estamos trabalhando, afinal. Até mais, King, Bang e…
— Saitama. E ali, meu namorado, Genos — apontei por cima do ombro, mesmo sem olhar. Senti sua mão segurar a minha, mostrando presença.
— Cof, cof! Também tem eu! — a esquecida do rolê agitou os braços pra ser notada — Prazer, sou Fubuki, líder do grupo Nevasca do Inferno.
— Ah, sim, a irmãzinha da Tatsumaki. Prazer, até mais tarde a todos! Vamos, Iaian.
Eu e Genos nos entreolhamos, famosa fofoca mental que casais costumam ter.
— Ele me chamou de “irmazinha da Tatsumaki”... — Fubuki choramingou no ombro do King, que fez um cafuné nela.
— Calma, mulher, não pira por pouca merda. Se serve de consolo, conheço sua irmã como “irmã da Fubuki” — dei umas batidinhas no ombro dela. Genos acenou com a cabeça em concordância.
— Eu a conheço como Annabelle — Genos concluiu.
Adentrando mais aquele lugar bonito encanta-pobre, depois daquelas burocracia de conferir entrada e tals, a gente fez o que toda pessoa que chega num hotel vai fazer primeiro: ir na praça de alimentação, né? Desde 6 da manhã sem comer, tá locasso?! Ah, a gente foi pros quarto depois. Na verdade, suíte, porque tem banheiro. Pelo que eu tinha entendido, King divide o quarto com o Mumen, Fubuki ficou num solo e Genos e eu ficamos com quarto de casal. Os tiozão tavam por conta própria, então não sabia.
Todo mundo trocou de roupa e foi pra piscina. Passei a maior parte do meu tempo estirado na água igual merda, sendo usado de boia por um Genos com medo de afundar (muito fofo meu namorado cuti-cuti) até eu encontrar uma pistolinha de água “perdida” na piscina. Não pensei duas vezes; olhei pro lado e vi a Fubuki, que estava desde a hora que a gente chegou passando bronzeador na beira da piscina, sensualizando pra cota hetero do local; mirei a pistolinha e, com Genos sentado no meu ombro. perguntei:
— Aonde eu acerto?
— Estraga a chapinha dela — me respondeu.
Eu ri e disparei duas vezes. A aura assassina somou com seu poder psíquico e a Nevasca já virou na direção do tiro com uma cara assustadora, passando de sereia para bruxa do mar em segundos.
— Quem foi o demonho-?! — Ela gritou pra piscina inteira ouvir. Eu rapidamente escondi minha pistolinha na água, mas acho que ela percebeu — Foi você que fez isso, cabeça de pica?!
— Tá chamando quem de cabeça de pica, boca de sacola?!
Genos e eu rimos todo casal gay vilão cúmplice em um crime, até ela afundar a gente na água com o poder dela. Ia dar treta, mas antes que eu saísse da piscina fuzilando ela com tiros potentes de H2O, King da cadeira que ele confortavelmente pegava sol até então e chamou nossa atenção.
— Gente, alguém viu o Satoru?
— Quem é Satoru? — perguntei tirando meu namo da piscina.
— Como assim, Saitama?
— É o Mumen Rider. — olhei para Genos claramente chocado.
— O Mumen tem um nome de verdade?!
— Tá brincando, né?! — Fubuki riu como se eu fosse imbecil.
— Não vai me dizer que também acha que meu nome de verdade é King?
— Você tem um nome de verdade?! — Agora eu e a Fubuki questionamos ao mesmo tempo.
— Como assim gente?!
— Como assim não é “King” seu nome?! — Fubuki estava incrédula — Achava que era comum na gringa.
— Por que seria comum alguém se chamar “rei” como nome próprio?? Vocês tão doido?!
— Em inglês soa bem, é chique!
— Então, o Mumen ainda tá sumido — Genos comentou, mas ninguém deu bola porque o foco agora era outro.
— E qual é o seu nome, então?
— Vocês vem pra uma viagem às minhas custas e nem sabem meu nome, velho…
— Pô man, foi mal! Fala aí, na moral.
— Tá. Olha, meu nome verdadeiro é-
— Silver Fang?! — a voz de Genos chamou a nossa atenção, — O que está fazendo com o celular de Mumen Rider? Você está com ele? Ah, nós estamos atrás dele, tem alguma ideia de onde ele estaria? Entendi.
— Nada aí?
— O velho encontrou o celular dele jogado no banheiro mais próximo do quiosque de bebidas. Saitama-sensei, é provável que ele esteja nos arredores.
E ninguém vai falar nada do velho ter encontrado um celular no banheiro e ter enfiado no bolso, fodaci?
— Bom, é melhor a gente se separar — “King” propôs — Eu vou pro banheiro ver se ele volta atrás do celular.
— Tá, mas…
— Então, eu vou pros dormitórios, vai que ele ache que esqueceu o celular lá e voltou pra procurá-lo? — foi a vez da Fubuki.
— Gente…
— É melhor irmos pro quiosque, certo?
Balbuciei algo incompreensível e cocei a nuca, sem superar o fim do diálogo anterior. Gente, o nome verdadeiro do King! Como pode todo mundo ter ignorado, o que tão pensando?? Que a segurança do Mumen é mais importante??? Essa gente não tem o espírito da fofoca! Mas enfim, só restou nois ali, confirmei com a cabeça e segui o loirinho. Na verdade, nem foi difícil achar nosso amigo ciclista; uma pilha de garrafinhas de saquê denunciou, mesmo que ele estivesse dormindo com a cara escorada em uma das mesinhas ali perto.
— Ei, Mumen — balancei suas costas levemente, não tive resultado. — acorda aí, pô!
Chacoalhei ele dessa vez, ele acordou um pouco atordoado limpando a baba e ajeitando os óculos.
— Oh! Oi, gente.
— Cê já tá enchendo a cara hora dessas, mano?! Tem seis dias pela frente ainda, sabe?
— É… — ele ainda tava meio lezo — N-na verdade, eu tinha vindo encontrar um cara que conheci na internet aqui…
— Maneiro. Onde ele tá?
— E-esse é o problema… Acho que ele me deu um bolo…
— Come com refri, ué — respondi como se fosse óbvio. Genos me cutucou com o cotovelo.
— Ele “deu o bolo” de marcar e não ir, sensei.
— Caralho, foi mal.
— Tudo bem — Mumen limpou um dos olhos por baixo do óculos — Acho que sou um idiota.
— Ah, mas ainda são três da tarde! Quem sabe ele não apareça mais tarde, né? — falei tentando animá-lo — Ele pode ter pegado o voo errado ou ter se atrasado no trânsito ou… Ehr… Ajuda aqui, Genos.
— Hm… Ele pode ser algum stalker estranho que está te observando de longe nesse momento, porém não tem coragem de se aproximar.
Olhei para Genos de soslaio, uma gota de suor escorrendo na bochecha. “Cara, isso foi muito específico, será que tá tudo bem?” questionei comigo mesmo.
— V-você acha mesmo?! — os olhos por baixo dos óculos se iluminaram. espera, isso realmente ajudou??
— Sim, ele deve estar trabalhando duro para vencer o medo. — Genos falou isso, mas, espera aí, esse papo é sério? — Deve estar procurando a forma perfeita para se apresentar e fazer que o primeiro encontro de vocês seja inesquecível.
— Então, eu esperarei pacientemente ele ficar pronto!
— Pera aí, cê vai esperar o stalker vim te encontrar?!
— Sim, definitivamente farei a preparação do meu parceiro valer a pena!
Eu pisquei algumas vezes, um tanto incrédulo, vendo aquela animação bizarra do Mumen com a ideia de um stalker. Encarei Genos, ele não esboçava nenhuma reação, nenhum indício qualquer de que estava brincando ou falando sério, apenas sem emoção. Eu poderia ficar paranóico pensando na perigosa normalidade de namorados stalkers na sociedade contemporânea e sobre como poderia se tornar tema da redação do enem, mas resolvi, por fim, ligar o foda-se.
— Ah, tá bom então. — respondi monotono.
— Nossos cumprimentos ao stalker. Aliás, King está com seu celular.
— Certo, irei pegar com ele na hora de dormir. Tchau pra vocês!!
[...]
Depois do caso Mumen resolvido, nos encontramos novamente com o King, a Fubuki e agora com Bang em uma área meio lada de estar meio varanda com acesso ao ar livre, umas poltronas e tipo uma fogueira moderna para aquecer e iluminar, já era anoitinha. Bang trouxe uns biscoitos e eu puxei um Uno, a gente ficou conversando um tempinho até o fim da primeira partida que eu jurava que seria o fim da minha amizade com King se não soubesse que ele tava pagando. Já tava embaralhando pra segunda quando ele se levantou.
— Pera aí, vou só tirar uma água do joelho. Alguém também vai?
— Hm, acho que eu vou — Genos disse se levantando também.
— Cê vai lá, amor? — Fiz um biquinho fingindo — Vou sentir saudade, hein?
— Credo, seu chiclete! — Fubuki reclamou, eu mostrei a língua pra ela.
— Não vou demorar, sensei— ele acariciou meu rosto com uma mão — Trago uma bebida pra você.
Esperei os dois sumirem ali no corredor e já fui pegando o baralho e distribuído pros presentes, aproveitando que o King não estava lá pra ir tentando ganhar uma partida. Bang, que tá então só estava rindo das nossas bobagens, começou a puxar papo:
— Estou admirado e com um pouco de inveja. É a primeira vez que vejo tão de perto a forma amorosa que Saitama-kun e Genos-kun se tratam.
— Nossa, nem me fale, Bang! — concordou a outra — Não aguento mais casal feliz!
— Para de ser mal amada, mulher! — eu reclamei — Toma um “mais dois” pra ficar esperta!
— Idiota! — ela deu um tapa no meu ombro, estávamos sentados lado a lado. — Você tem muita sorte, Saitama. Queria eu estar cheia de love com alguém.
— É impossível que ninguém queira te namorar. Deve ser você que é muito exigente.
— Claro que não! Ser exigente seria um defeito e eu sou perfeita!
“Ah, entendi qual o problema”, pensei comigo mesmo, dando aquelas encaradas “quebra de quarta parede” pro velho na minha frente. Bang riu travesso antes de jogar uma carta que muda a cor. O vovô parecia contente com as cartas dele. Tô lascado, deve ter uns três +4 ali. Joguei um reverse.
— Não queria ninguém que fosse, tipo, incrível ou algo assim— Fubuki continuou o assunto. — Só queria alguém parceiro, responsável, sensível, gentil…
— Tipo o King? — sugeri.
— É, tipo o King.
— Pô, man, tem o King. — ela me olhou com uma careta.
— Credo, ele não.
— Gente, vocês sabiam que eu tava aqui esse tempo todo?
Viramos pra encarar a voz: era o King, com uma bandeja de bebidas pra nois. Fubuki só pegou uma copo dizendo “obrigada” e ficou por isso mesmo, foda-se.
— E o Genos? — perguntei pegando meu copinho também.
— Ficou ali sendo perseguido pelos fãs dele. Ainda bem que ele se destaca mais, deu pra eu fugir.
— Sabe o que é? — Fubuki se levantou, parecendo ter uma epifania — Acho que estou desperdiçando meu tempo ficando aqui, conversando miolo de pote. Vou aproveitar que tô aqui e conhecer gente, né?
— Ah, beleza. Tchau, Fubi.
— E eu acho que vou pro meu quarto. — foi a vez de King — Esse é o meu Uno, né?
— Ah, é. Peguei emprestado. — ele começou a recolher das nossas mãos — Fica mal por causa dela não, cara.
— Não, eu tô cansado. Não consegui dormir bem por causa da viagem, então vou compensar hoje.
— Bem, eu também não posso ficar até tarde, então já vou indo. Até mais, jovens. — e agora o Bang,
Genos apareceu na entrada e, antes dele falar qualquer coisa, recebeu um “tchau, boa noite” de cada um que foi passando por ele. Ele observou todos saírem em silêncio antes de se virar pra mim.
— Aconteceu alguma coisa?
— Sei lá. Vamo pro quarto.
E fui saindo. Genos me seguiu, mas não olhei pra trás durante o caminho, só quando chegamos na nossa suíte. Revezamos no banho e ficamos um tempo ali matando tempo na sacada. Genos conversava por SMS.
— Mumen Rider falou que também já foi pro quarto dele. Então… parece que vai ser só nós dois.
— É… Eu achei que ia ser um baguio mais em grupo, mas parece que tá todo mundo cuidando da sua própria vida.
— A viagem não está sendo boa, sensei?
— Nah, não disse isso — suspirei olhando pro tempo — Foi só uma quebra de expectativa, tipo… Claro, queria passar um tempo mais em grupo porque, normalmente, a gente não se reúne muito.
— Entendo. Não sei se pode contentá-lo, mas eu sempre estarei aqui pra você.
Senti dedos metálicos envolvendo os meus fazendo um carinho, pedindo indiretamente pra eu encará-lo. Seu rosto demonstrava que estava preocupado, mas seus olhos refletiam o brilho gentil do luar, era bonito. Genos era sempre assim, tão atencioso e cuidadoso… Era certo, ele sempre estaria ali por mim. Trouxe sua mão pra minha bochecha e pedi pra ser mimado, tendo corpo e mente relaxados enquanto me aconchegava em meu namorado… Não, noivo. E futuro esposo.
— Não tem nada que me deixe mais contente do que estar com você, amor. — segurei sua mão e beijei a palma, ele sorriu muito lindo. — Cê não acha que essa viagem poderia ser, tipo, nossa lua de mel antecipada?
— Como assim?
— Geral tá ocupado, a gente vai passar esses sete dias isolados nesse lugar chique, então…
Genos me encarou com uma visível confusão. Ele desviou o olhar pro céu e depois pro chão, bem meme Nazaré confusa, mas, antes de lhe explicar qualquer coisa, seu rosto começou a alcançar vários tons de vermelho… Espera aí…
— P-por que você tá corado?!? — Questionei nervoso — Eu quis dizer pra gente aproveitar a viagem, Genos!!
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