Decidi me sentar na poltrona que tinha ao lado da maca de Jeon, e depois de apenas alguns minutos, minha tia aparece com uma bandeja em mãos, provavelmente a comida que Jeon tinha pedido e ela disse que iria trazer. Ela coloca a bandeja em cima da maca e ele pede ajuda pra se levantar. Eu acabo o ajudando a ficar sentado para que ele consiga comer. Assim eu seguro em seu tronco, tomando cuidado com a costela e a cabeça dele, logo ele fica sentado e minha tia coloca a bandeja em cima de seu colo. Eu consigo ver dentro dela que havia uma sopa rala típica de hospital, com alguns pedaços de galinha e batata dentro da mesma. Um copo de água ao lado e dois remédios. Provavelmente é isso que ele deve comer enquanto estiver aqui, mas eu sei que como ele tem um corpo grande e também é guloso, ele não vai ficar satisfeito com apenas com isso que minha tia trouxe para ele. Ele irá querer mais, não duvido disso.
Mas logo passa pela minha cabeça. Ele ficará internado? Quantos dias? Precisaria de acompanhante? Isso fica em minha cabeça, por que eu meio que gostaria de ficar ao lado dele essas horas, vendo com meus próprios olhos ele melhorar e poder ajudar ele quando precisar. Sei que minha tia irá querer ficar com ele, mas nada que uma não possa revezar com a outra dependendo do momento.
Jeon parecia mesmo com fome, comeu a sopa inteira. Meio que eu já sabia que ele comeria tudo. Logo depois disso, minha tia se senta no pé da maca e eu me levanto.
-Senta aqui titia. –Digo chegando perto dela e apoiando ela em mim, logo colocando ela sentada na poltrona em que eu estava há poucos segundos atrás.
-Obrigada querida. –Ela agradece e eu assinto em concordância.
-Pode levar para mim? –Jeon pergunta se referindo a bandeja que estava em seu colo, minha tia antes retira os remédios e o copo de água de dentro dela e coloca em uma mesinha ao lado da maca. Eu assinto, pegando a mesma dali e saindo porta a fora.
Caminho entre os corredores e acho meio que um carrinho cheio de bandeja em cima, eu coloco a do Jeon ali em cima e volto para o quarto. Mas antes eu decido passar no banheiro. Estava me sentindo apertada. Procuro por alguma placa pelo corredor indicando o banheiro, achando uma mais a frente do corredor. Adentro o mesmo e caminho até uma das cabines.
Jeon
Assim que eu acabo de comer, peço para S/n levar minha bandeja, ela assente e retira de meu colo, levando para fora do quarto. Minha mãe me encara e decide começar uma conversa.
-Precisa de acompanhante. –Ela diz e eu a encaro.
-Preciso? –Pergunto a vendo assentir, mesmo eu já sabendo que precisaria.
-Quer que eu fique? –Ela pergunta e eu sorrio em sua direção.
-Se eu disser que não, a senhora ficaria do mesmo jeito. –Digo e ela acaba rindo. –Mas eu gostaria que a senhora fosse para casa, descansasse em sua cama e amanhã de manhã viesse me ver. Essa poltrona é desconfortável e eu não gostaria de ficar chamando você se eu precisasse, por que não iria gostar de incomodar, mas se quiser ficar, tudo bem. –Digo dando ombros e sentindo um pouco da minha cabeça latejar. Minha mãe logo percebe e pega os remédios que tinha retirado de dentro da bandeja estica em minha direção.
-Obrigado. –Agradeço, tomando os dois medicamentos.
-Então quer que a S/n fique? –Ela pergunta me fazendo encará-la assim que termino de tomar o copo de água.
-Eu não disse isso. Por quê? Ela quer ficar? –Pergunto otimista para minha mãe, e ela logo sorri.
-Estou só perguntando. –Ela sorri mais. –Estava chegando ao quarto e ouvi vocês conversando, apenas isso. Pelo jeito parece que quer ela por perto. Eu a deixo ficar se é isso que quer meu filho. –Ela diz me encarando fofa. –E você está certo. Essa poltrona é mesmo desconfortável. –Ela diz rindo. –E eu preciso mesmo que outra pessoa fique de qualquer jeito. Tenho que arranjar muletas para você quando sair daqui. –Ela explica e eu assinto. –Bom, esperamos ela chegar e damos a “novidade”.
Você
Estava próxima ao quarto, segurando na maçaneta, prestes a abrir a porta, até que escuto.
Esperamos ela chegar e damos a novidade.
O que eles estão falando? Estavam falando de mim?
Deixo esses pensamentos de lado e abro a porta, me deparando com minha tia e Jeon conversando, assim que eu entro. Ambos estavam me encaram e eu sorrio mínimo na direção deles.
-Falando nela. –Minha tia diz e eu a encaro. Então estavam falando de mim, como eu suspeitava.
-O que estavam falando de mim? Posso saber? –Pergunto e minha tia me encara sorrindo.
-Claro minha querida. Estávamos falando da acompanhante do Jeon essa noite. –Ela diz e eu a encaro, confusa arregalando mínimo meu olho em seguida. Eu tinha entendido.
-Então? –Pergunto querendo ouvir deles o que eu já sabia.
-Você quer passar de visitante, como minha acompanhante? –Ele pergunta sorrindo. –Claro que não é nem um restaurante para me acompanhar em um belo jantar, mas eu gostaria de saber se aceita passar essa noite comigo nessa confortável poltrona de hospital. O que acha? –Ele diz rindo e fazendo gozação da palhaçada de acompanhante de hospital. Eu ri com aquilo.
-Aceito bom homem. –Entro na brincadeira, arrancando um riso de minha tia pela resposta.
-Eu beijaria sua mão de joelhos para demonstrar minha gratidão, mas meu estado não ajuda. –Ele fala sorrindo.
-Não seja por isso. –Digo me aproximando e esticando minha mão em sua direção, logo ele beija o dorso e eu sorrio.
-Palhaços. –Minha tia diz sorrindo e eu assinto rindo, sendo acompanhada por Jeon. –S/n aceitou então eu já vou indo. Fiquei muito tempo aqui. E preciso descansar, pois já esta escurecendo. Seu pai disse que não pode te visitar por conta de sua tia. Ela iria chegar hoje e acabou chegando a casa dela e não havia ninguém. Min e seu pai foram buscá-la. –Minha tia diz explicando e eu assinto.
Havia esquecido que no bilhete minha mãe tinha dito que chegaria antes do anoitecer, e depois do telefonema de minha tia, não a avisei que viria para cá. Min e eu não lembramos na hora de avisá-la. Deve ter sido por isso. Ela deve ter ficado preocupada e Min deve ter se lembrado e foi buscá-la.
-Bom... Amanhã pela manhã seu pai, Min, minha irmã e eu estaremos aqui para ver se já podemos te levar para casa. A lista de remédios eu mando em seu celular s/n, fique de olho com os horários. Beijos crianças. –Ela diz abrindo a porta e saindo pela mesma. Logo eu me viro e vejo Jeon me encarando.
-Então, minha enfermeira. –Ele diz sorrindo.
Como é que é?
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