Entre as conversas e risadas que tivemos até chegarmos à casa de nossa tia, logo todos descemos de dentro do carro e fomos em direção da sala, Min e meu tio ajudaram Jeon a chegar até o sofá, mas ele ficaria ali por pouco tempo. Minha tia tinha alugado uma cadeira de rodas para ajudar Jeon caso ele precisasse se movimentar sozinho. Como a casa dela era de dois andares, eles preferiram deixar Jeon no seu quarto, por ter o banheiro à disposição dele, assim ele não precisaria andar muito. Ele não gostou muito da idéia dele ter de ficar vários dias na cama sozinho, e por uma idéia genial de Min, eu ficaria com Jeon até sua melhora. Eu queria beijar a boca do meu irmão por ter sugerido isso para minha tia, mas também queria encher ele de porrada. Ele vai me largar aqui pra ficar sozinho em casa e fazer o que bem entende lá? Da onde já se viu? Não que eu esteja largada, eu estou na casa dos meus tios, é um lugar bom, mas Min com certeza só pensou nisso pelo lado dele.
Eu mato ele um dia.
Minha tia havia aceitado minha ajuda, pois ela não daria conta da casa e de Jeon debilitado, por isso aceitou a ajuda de mim me empurrando. Min é um folgado. Ele poderia muito bem ter dito “não se preocupe titia, eu cuido de Jeon”, mas não, ele teve de colocar meu nome. Até que eu não acho essa idéia de cuidar de Jeon por mais algum tempo ruim não, pelo contrário, acho uma ótima idéia. Maravilhosa pra ser mais específica.
Jeon ficou sentado no sofá, mas depois de uma hora eu diria, meu tio e meu irmão o levaram para o segundo andar porque era lá que ele ficaria. A comida minha tia iria levar para ele quando ele pedisse. Já o banho ele tomaria no seu banheiro, e ficaria basicamente o dia inteiro deitado.
Agora estava minha tia, Jeon e eu no quarto. Meu primo se encontrava já na cama, enquanto minha tia estava sentada na ponta da mesma, e eu me encontrava de pé. Minha tia e Jeon estavam conversando e eu estava ouvindo música com o fone de ouvidos, mas por um momento eu paro de ouvir quando percebo que o assunto da conversa estava sendo falado sobre mim, assim eu decido ouvir, apenas pausando a música, mas continuando com o fone em meus ouvidos.
-Não tem como S/n dormir na sala. –Jeon fala e eu apenas fico ouvindo.
-Por que não? –Minha tia pergunta a seu filho.
-Se eu precisar dela de madrugada? Lá no hospital ela conseguiu acordar porque estava dormindo na poltrona ao meu lado, mas se ela dormir na sala, não tem como eu chamar se eu precisar de alguma coisa. –Ele diz e minha tia assente.
-Eu vou ver se consigo algum colchão com os vizinhos para ela conseguir dormir, eu não vou deixar uma garota dormir no chão frio com apenas um edredom esticado no chão sem conforto algum. –Ela diz e eu assinto. Tomara que eu não tenha de dormir no chão mesmo, aquela poltrona já não era muito confortável, quem dirá o chão.
-Essa cama é de casal mãe, dá pra ela dormir aqui numa boa comigo. –Ele diz e eu arregalo meus olhos de leve. Ele quer que eu durma com ele? –Você não vai a deixar dormir no chão, ou vai? –Ele diz e minha tia nega quase que de imediato.
-Claro que não. –Ela diz e parecia um pouco pensativa. –Tudo bem, eu vou falar com a S/n sobre isso. Até que é melhor para ela, ela pode estar dolorida por conta daquela poltrona que teve que dormir no hospital. Eu vou ver com ela e te aviso depois. –Minha tia fala e se levanta e eu apenas continuo no mesmo lugar, com o fone nos ouvidos, fingindo estar escutando música. Rolo meus olhos percebendo que minha tia havia saído, e Jeon me encarava.
-O que foi? –Pergunto retirando o fone dos meus ouvidos e ele sorri.
-Qual o nome da música muda que você está ouvindo. Gostei dela. –Ele fala e eu fico surpresa. Ele sabia que eu estava escutando a conversa?
-Como sabe que eu não estou escutando música? –Pergunto olhando em sua direção e ele logo se ajeita na cama, com as costas encostadas na cabeceira da cama, e volta a me encarar.
-Então não está ouvindo música? Que bom saber disso. –Ele fala e eu arregalo os olhos.
-Filho da puta. –Falo arrancando risada do mais velho.
-Você gosta desse filho da puta. –Ele diz sacana e sorri. –E isso não foi uma pergunta. –Ele diz e eu assinto sorrindo, ele estava mais descontraído com o clima, isso era bom.
-Eu vou descer para comer alguma coisa, não faça nada que eu não faria. –Digo avisando ele e logo seguindo para a porta do quarto abrindo a mesma e saindo por ela a fechando depois.
Eu desço as escadas e sigo caminho para a cozinha, lá eu encontro apenas meu tio, que sorri para mim e segue caminho para o jardim. Vejo pela janela que minha tia estava lá e meu tio logo se senta ao lado dela e eles pareciam conversar sobre algo desconhecido pela minha pessoa naquele momento. Logo eu me afasto da janela e vou à procura de alguma coisa para eu comer, mas bate uma vontade de comer sushi e eu logo lembro que Min não estava em casa. Eu decidi ligar para ele, como ele não estava em casa, ele poderia passar no restaurante e pegar para mim os meus favoritos, assim quando ele voltasse, voltaria com minha comida. Pego meu celular e decido ligar para ele, mas quando estava discando os números, minha tia aparece e me chama.
-S/n, o que está fazendo? –Ela pergunta assim que entra pela porta que meu tio havia saído alguns minutos atrás.
-Vou ligar para Min trazer sushi para mim, a senhora quer? Posso pedir para todos. –Digo e ela sorri.
-Tudo bem, peça para todos, assim não preciso cozinhar essa noite, apenas amanhã na hora do almoço. –Ela diz e eu assinto. –Depois de falar com ele eu queria conversar com você. –Ela diz assentindo e saindo da cozinha, provavelmente indo ver como Jeon estava.
Decidi ligar para Min e pedir para todos nós como minha tia havia dito. Sei que todos adoram sushi aqui nessa casa, por isso não iria economizar no pedido por que sei que comeríamos muito. Só eu como mais de quarenta peças se deixarem. E, aliás, eu estou morrendo de fome.
-Min? –Digo assim que ouço um barulho do outro lado da linha.
-Oi meu amor, diga, estou dirigindo. –Ele diz e eu pude ouvir um barulho de moto. –O que deseja? –Ele se pronuncia depois de alguns segundos calado.
-Pode passar em um restaurante de sushi? Titia disse que não estava a fim de cozinhar essa noite, então eu decidi pedir para todos nós jantarmos essa noite. Eu vou fazer o pedido e você apenas busca, pode ser? Não vai demorar muito imagino eu. –Falo ouvindo murmúrios do outro lado da linha. –Está acompanhado? –Pergunto assim que eu termino de falar.
-Não, estou sozinho. É o rádio. –Ele explica e eu assinto mesmo ele não conseguindo ver. –Pego sim. Manda para mim a localização do restaurante que eu passo lá assim que estiver pronto. –Ele diz e eu logo aviso que iria desligar. Mando um beijo e aviso que daqui a pouco estaria ligando novamente.
Pego o número do restaurante com minha tia e ligo, esperando atenderem para que eu possa fazer o pedido.
-Boa noite. –Falo assim que me atendem. –Gostaria de fazer um pedido... É pra pegar aí... Isso... Eu gostaria de cento e vinte peças de sushi variadas, cinqüenta peças de sashimi de salmão, cinco temakis, dois de camarão e três de Filadélfia, um yakisoba de carne e molho de ostras de acompanhamento. –Explico todo o pedido e a moça que me atendia disse que era mais ou menos cinqüenta minutos para buscar. Eu assenti, agradeci e desliguei a chamada.
[...]
Eu já havia avisado Min que poderia ir buscar a comida, assim que se passaram os cinqüenta minutos de espera. Minha barriga não respondia por mim, estava roncando toda hora. Fiquei esperando meu irmão chegar com as coisas, até que escuto a buzina e vou em direção da porta, abrindo a mesma e indo até o carro, pegando metade das coisas que pedi já meu irmão pegou as outras sacolas, fechou o carro e fomos para dentro de casa.
-Jeon está lá em cima? –Min pergunta e eu assinto, colocando as sacolas em cima da mesa já arrumada pela minha tia.
-Vamos comer todos juntos, vou trazê-lo para cá. –Ele diz e eu assinto.
Ouço meu irmão chamar meu tio e os dois homens sobem as escadas para pegarem o Jeon em seu quarto. Jeon desceu as escadas pulando de um pé só, enquanto Min o apoiava em seu corpo, já meu tio trazia a cadeira de rodas de Jeon para que ele conseguisse se movimentar mesmo sentado. Assim que Jeon desce todas as escadas, ele senta na cadeira de rodas e Min a empurra até a cozinha, assim todos nos sentamos em volta da mesa, abrimos todas as sacolas, distribuindo pela mesa todos os recipientes que continham nossa comida dentro. Depois de todos os potes abertos, pegamos cada um o seu hashi e começamos a comer. Estava delicioso, eu estava morrendo de fome.
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