História Meu Príncipe Francis ( Frary ) - Proposta Indecente

Mary Stuart

 Meses após retornar a Escócia para me preparar para ir a corte espanhola ao encontro de Don Carlos, minha nação, meu povo são atacados pelos ingleses que exigem a minha desistência na reivindicação ao trono inglês em troca de cessarem os ataques.

- Esse é o seu direito de nascença, e nunca irão tirá-lo de você. - É só o que minha mãe diz enquanto estamos em um refúgio próximo a corte escocesa, seguras por tempo indeterminado e com número mínimo de servos. 

- Não posso mais ter tanto sangue derramado em minhas mãos! Não ouve os gritos?! - Digo referindo-se às mães camponesas que choram por seus filhos durante a noite, após os ataques ingleses.

- Se abrir mão da reinvindicação, abrirá mão de tudo o que tem, do seu poder. - Minha mãe jamais me deixaria desistir, porém não aguento mais ser o motivo do sofrimento do meu povo, por isso me retiro da sala onde estávamos.

Em uma manhã, o silêncio tomou conta dos vastos campos, o que minha mãe estranhou e por isso fui pra parte subterrânea do refúgio na companhia de alguns de seus guardas mais confiáveis, até que outros guardas que estavam na superfície gritaram - É a bandeira da casa de Valois, vossa Majestade! Vejo a cavalaria francesa! - 

Sem nem ao menos esperar autorização para sair da área subterrânea, subo as escadas e vejo por mim mesma tal afirmação. Sim, os franceses responderam ao nosso pedido de socorro depois de dois meses de ataques ingleses.

- Graças a Deus... - Sussurro e retribuo o forte abraço de minha mãe que suspira aliviada.

- Sua Alteza Real Francis Valois! É com imensurável honra que lhe recebemos em nossa corte. - Marrie de Guisé se pronuncia e Francis, assim como todos os soldados se reverenciam. 

- Minha filha e Rainha da Escócia, Mary Stuart... -  Já no palácio, descemos os degraus em frente ao trono para nos cumprimentamos em agradecimento ao exército francês, mas principalmente ao seu comandante. 

- Majestade. - O homem de cabelos loiros ondulados ainda com a armadura usada em combate se inclina em reverência e só após tal ato consigo ver o profundo azul de seus olhos, o que em momento desconcertante me faz esquecer de retribuir a reverência, mas logo a faço. - Alteza... - Dizendo num tom de voz baixo, sem conseguir encará-lo de início. 

- Nossas servas irão acomodá-los nos melhores quartos... Estamos honradas e gratas por terem nos atendido, saiba que tal ato nunca será esquecido e que sempre terão uma aliada na Escócia. - Digo o mais firme que consigo em meio a um leve sorriso, afinal, tinha que deixar evidente ser a Rainha, mesmo que minha mãe esteja constantemente agindo por mim.

- A honra é toda minha, Majestade. - O príncipe francês diz, o que me faz dizer logo em seguida. - Mary, me chame de Mary - Ele sorri de um jeito que somente eu consigo perceber após ouvir meu pedido, mas logo minha mãe pede licença e diz que estaremos esperando Vossa Alteza, príncipe Francis no banquete em comemoração a saída dos ingleses do território escocês. 

- Que atitude foi essa?! - Entramos em uma sala e minha mãe tranca a porta, fazendo uma expressão de espanto ao falar. 

- Não compreendo. - Obviamente me faço de desentendida, não planejei agir assim, só nunca tinha visto um homem assim, ou melhor, nunca tinha visto homem nenhum nos anos que passei no convento, nem meu próprio noivo Don Carlos.

- Ficou paralisada na frente de um monarca, ou melhor, um príncipe que não é o seu noivo! Trocaram olhares como se fossem íntimos! - Minha mãe estava quase gritando ao falar.

- Estou perplexa ainda, não imaginei que fôssemos ter auxílio contra os ingleses... - Digo uma desculpa um tanto convincente. 

- É uma Rainha, mas nem mesmo rainhas estão livres de boatos, quero que fique longe do Delfim da França. Se algo chegar até a corte espanhola, podemos perder tudo. - Minha mãe diz em tom autoritário. 

- E onde estava o Rei Filipe quando precisávamos? Onde ele estava para nos atender, honrando a aliança?! - Acabo sendo obrigada a falar, já que minha mãe age como se essa promessa de casamento com Don Carlos esteja beneficiando a Escócia, sendo que eles não ajudaram em nada.

- Conseguimos mandar uma carta somente, e foi para o Papa, talvez o pedido tenha chegado primeiro aos franceses, não tem como saber. - 

Minha mãe nunca admitiria que só terei o auxílio espanhol após me casar com Don Carlos, já que o Rei Filipe não arriscaria seus exércitos tão facilmente por uma aliança ainda não concretizada.

- Espero ter sido clara em relação ao Delfim. - minha mãe diz e me deixa sozinha.

Francis Valois

- Você enlouqueceu?! Ela é noiva do príncipe herdeiro do trono espanhol, irmão! - Sebastian, meu meio irmão diz após irmos para nossos aposentos na corte escocesa. 

- Não irei raptá-la, ela estará a disposição do noivo, mas... nada se sabe sobre o que pode acontecer até o dia do casamento. - Digo em tom desafiador e dê certo modo, malicioso, tom que meu irmão entende e acaba rindo pelo meu deboche. 

- E como sabe se conseguirá tal façanha? Ela jamais perderia uma aliança com o país mais poderoso do mundo, jamais arriscaria tudo. - Sebastian diz

- Ela nunca experimentou nada disso, desejo, paixão, prazer... Nunca subestime o desabrochar de uma moça, costumam ser mais sedentas que os homens. - 

- Você é incorrigível, meu irmão. - Sebastian diz antes de ir para o quarto ao lado, me deixando a sós com a mera lembrança que tenho daquele rosto, daqueles olhos brilhantes.... Aquele cabelo negro sobre a pele branca e lábios carnudos avermelhados.

Horas depois

Mary Stuart

- Não disse uma só palavra durante o banquete... - Sinto a respiração quente em meio ao sussurrar e o encostar da barba em meu pescoço, o que faz com que no mesmo segundo meu corpo todo se arrepie e ao reconhecer sua voz, eu me afaste. - Alteza... - Digo agora com um passo de distância, sem compreender tal atrevimento ocasionado por essa aproximação, mas também sem conseguir me afastar como minha mãe exigiu. 

- Francis... Só Francis, por favor. - Ele diz em meio a uma reverência. - Me acompanha? Achei que fosse gostar de mostrar-lhe seu belo palácio... - 

- Não sei se sou a companhia mais adequada, preciso estar presente ao lado de minha mãe, ao lado dos conselheiros. - 

- Vai ser breve, eu prometo. - Nos olhamos por um instante, como se nos conhecêssemos, como se ele soubesse como me convencer a fazer algo totalmente desapropriado. Sozinha com um homem?! Isso pode ser considerado traição. 

- Muito breve, não posso demorar mesmo, espero que não entenda isso como uma desfeita. -

- Compreendo e serei discreto, Mary. - O príncipe abre caminho para que eu passe em sua frente.

Em questão de minutos estamos em uma ala deserta do castelo, uma torre que dá pra um vasto campo. 

- Realmente deslumbrante... - Ouço a voz do homem ao meu lado e só concordo ao olhar para a paisagem a nossa frente, porém, quando me viro percebo que ele não está olhando na mesma direção, e sim, olhando pra mim. - Devo voltar... - Digo baixinho, respirando fundo pra não gaguejar ou demonstrar a falta de jeito com a situação. 

- Por favor... - Sinto suas mãos em minha cintura, segurando-a com firmeza, o que me faz suspirar... E meu subconsciente gritar : "O QUE SIGNIFICA ISSO?!" Até que finalmente reúno forças para dizer. - Como ousa?! Você... - Antes que eu completasse a frase sou interrompida ao sentir colocar-me contra a parede mais próxima de nós, colando o corpo contra o meu.

- Você quer isso... - O sussurrar, a voz dele, seu cheiro, seu toque me puxando pra perto, tudo faz com que eu feche os olhos e tombe a cabeça pra trás, como se estivese deixando propositalmente o pescoço livre pra que ele beije, o que ele faz sem hesitar em nenhum momento.

- Nunca irão duvidar da virgindade de uma Rainha, deveria se aproveitar disto, ou deixar que eu me aproveite... - Francis diz