No caminho para a minha casa, encostei a minha cabeça no ombro de Andrew e respirei fundo tentando aguentar a dor que o tiro de raspão tinha causado no meu braço, eu já meio que tinha me acostumado com a dor de um tiro, ainda mais para quem era uma delegada, esse não foi o meu primeiro tiro, e eu tenho certeza que se eu quero continuar com a minha carreira de delegada não será o último. Levanto a minha cabeça um pouco observando a vista, aquilo não parecia o caminho da minha casa, nem aqui, nem na China.
- Aonde estamos indo? Pensei que iríamos para a minha casa - Andrew deu um breve suspiro e me olhou
- Estamos indo para o hospital Sophia... Meu primo precisa dar uma olhada no seu ombro - arregalei os olhos e levantei a minha cabeça em um pulo do seu pescoço.
- O caralho... não quero o seu primo perto de mim - Andrew revira os olhos e encosta a sua cabeça no banco do carro - Lucas, direto para a minha casa - o policial que estava dirigindo parece em dúvida do que fazer.
- Não, você irá para o hospital, e sem essa de tentar me chantagear dizendo que irá contar para a Bridgit que eu gosto dela que isso não vai rolar Sophia - Andrew da a sua resposta final e Lucas concorda com a cabeça calado.
Em poucos minutos já estávamos chegando no hospital, o carro vira na entrada do hospital e lá está o senhor babaca nos esperando com os braços cruzados na porta de entrada. Andrew sai do carro e eu saio devagar segurando o meu braço que sangrava, quando Dylan viu que o meu caso era mais sério que o do seu primo, correu até mim e me pegou no colo, por motivo nenhum.
- Me larga babaca, eu posso muito bem andar - Me debato no seu colo com as pernas, ele me ignora com sucesso - estou falando sério, e bom me largar, ou enfio uma faca na sua garganta babaca.
- Acredito que você tem uma faca com você Sophia - ele atravessa a porta que segue para os consultórios, dou uma olhada pelo seu ombro e Andrew seguia logo atrás da gente.
- Eu posso muito bem ter Senhor Lynch, então e melhor me soltar, antes que você acabe morto ou sem as suas partes íntimas - dou um sorriso maléfico para ele, ele entra no consultório e me coloca em cima de uma maca.
Dylan observou o tiro atento e foi buscar uma caixa que estava no seu armário, a caixa tinha diversos tipos de remédios, esparadrapo, algodão, entre várias outras coisas. Durante todo o procedimento me manto quieta, apenas observando cada movimento que ele fazia. Dylan fazia o seu trabalho atentamente, acho que nada o tiraria a sua concentração quando tivesse em um momento como esse, e apenas isso, já me mostra o quanto ele é um bom médico.
Em alguns momentos Dylan fazia algumas carretas, talvez por conta dos seus pensamentos, seus lindos olhos castanhos... o que falar desses olhos castanhos? Dylan termina o seu trabalho em meu braço dando um breve sorriso para o seu trabalho bem feito, e só então percebi que a ferida não doía mais.
- Está feito Senhorita López - agora com os seus olhos vidrados nos meus fico sem palavras. A porta e aberta e Andrew entra com um curativo na sua cabeça, uma garrafa de coca cola em uma mão e na outra um pacote com pão de queijo.
- Ainda não se mataram? E um grande avanço no relacionamento de vocês - cruzo os braços e lhe lanço um olhar mortal, ele apenas levanta as mãos em sinal de rendimento e se senta em uma cadeira em frente a mesa do médico gostosão... segundo Bridgit, eu não tenho nada haver com isso, tudo culpa dela.
- Onde caralhos vocês se meteram para os dois chegarem aqui, um com ferimentos na cabeça e o outro com um tiro de raspão? - Dylan cruza os braços nos olhando um de cada vez, Andrew suspira e me olha como se tivesse dizendo: "não acha de devemos contar?". Contra a minha vontade concordo com a cabeça, e Andrew da um meio sorriso para mim.
- Vou resumir, Sophia deve ter feito alguma merda - Eu lhe lanço um olhar mortal e ele se corrige - desculpa... ALGUEEEMM - grita - alguém perto de Sophia deve ter feito uma merda e agora a máfia está atrás da cabeça dela, fim, que história maneira né? - olho para Dylan que me olha com os olhos arregalados, apenas dou de ombros olhando para as paredes do seu consultório.
- Que merda você fez Sophia? - Olho em direção de Dylan e ele espera uma resposta, por que caralhos todo mundo acha que eu fiz alguma coisa?
- Por que todo mundo que sabe dessa história acha que eu fiz alguma coisa? Pode ter sido muito bem culpa da Bridgit e eu não tô sabendo - para complementar o drama arregalo os olhos - pode também ser culpa sua Campbell, eu sabia que você é um péssimo exemplo.
- Quando vocês descobriram que a máfia estava atrás da Sophia? - Dylan olha para Andrew que da de ombros
- Poucos dias depois que Sophia foi liberada do hospital, acredito que tenham tentado alguma coisa aqui dentro também, mas não conseguiram - Andrew me olha pensativo enquanto batia os seus dedos nervosos sobre a mesa.
- Oh eu também acho, dois dias depois que Sophia chegou ao hospital, tentaram se passar por um médico, aqui nesse hospital, mas os seguranças o pegaram, mas pelo que eu andei sabendo o cara fugiu - Dylan se senta na sua cadeira de médico gostosão... ainda palavras da Bridgit.
O que já estava complicado, simplesmente piorou, eu não tinha sofrido um atentado, que era ter sido atropelada, mas também quase me mataram dentro do hospital e também fora dele. A única coisa que eu queria saber no momento era saber o motivo da máfia estar atrás de mim, nunca dei motivos para isso, nunca prendi ninguém que tinha haver com a máfia e nem mesmo matado, então qual era o motivo que eles queriam a minha cabeça como troféu?
- Eu vou pegar um pouco de coca cola, já volto - apenas me levanto da cama com milhares de pensamentos, sem perceber eu já estava na lancheria, comprei a minha garrafinha de coca e um salgado.
O que poderia me fazer um alvo para a máfia? Primeiro, ter matado um dos membros, mas eu não matei. Segundo, ter prendido um dos membros, mas eu também não prendi, e ainda mais eles nem eram da Alemanha, como vou ter algum contato? Por um momento pensei nos meus pais, mas tirei essa ideia imediatamente da cabeça. Quando cheguei em frente ao consultoria, eu ia abrir... até ouvir o meu nome na conversa.
- Olhe, a decisão e sua, mas você sabe... A Sophia agora está sendo perseguida... tem homens querendo a sua cabeça para pendurar como troféu, eu sei mesmo com você negando, você gosta dela, mas você também tem que cuidar da sua segurança - Andrew falava de uma maneira calma, depois demorou um tempo até a resposta.
- Eu sei cuidar de mim mesmo... eu só quero que Sophia fique em segurança... talvez você possa estar certo, eu talvez goste dela, mas tenho certeza que ela me odeia - Dylan tinha uma voz fraca como se quisesse esconder uma dor, me encostei na porta comendo o meu salgado em silêncio para continuar a ouvir a conversa... sim, eu não tenho vergonha não.
- Ela não te odeia, disso eu tenho certeza, parece que ela se diverte com os xingamentos que vocês trocam... querendo ou não, aquela morena está louca por você - Arregalo os olhos, O CARALHO, tá, talvez eu goste dele, mas um talvez do tamanho da minha normalidade. Decido acabar com isso e entro no consultório, percebo Andrew dar uma piscada disfarçada para mim, enquanto Dylan sorria.
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