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História Meu Querido Vizinho (NaruSasu - SasuNaru) - Vizinhos - História escrita por Kurouchoa - Spirit Fanfics e Histórias
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História Meu Querido Vizinho (NaruSasu - SasuNaru) - Vizinhos


Escrita por: Kurouchoa

Notas do Autor


Olá, queridíssimos!

Tudo bem?

Estamos pertinho do Natal e para dar sorte no ano que vai começar eu escrevi essa estória, que é uma NaruSasu bem leve, apimentada e com toques de comédia (pelo menos foi a intenção).
É um tema natalino, então teremos neve, Papai Noel, ceia, presentes, beijos, festas e "cositas mas".

Vou marcar nas notas finais as duas músicas usadas como tema do capítulo, elas vão estar tocando na festa de final de ano do Naruto hehehe, quem quiser curtir ouvindo o som, peguem os links lá embaixo.

*Ah, quase esqueci, é uma short fic e o último capítulo será publicado daqui a uma semana.
*Presença de Hot e Yaoi. +18

Boa leitura!
Feliz Natal!

Capítulo 1 - Vizinhos


Desde que Naruto Uzumaki havia se mudado para aquele bairro, há quatro anos para ser mais exato, todo o mês de dezembro era a mesma coisa, ele e seu vizinho se punham a brigar por causa da decoração de Natal.

Naruto participava do concurso da casa mais temática do bairro, já havia ganhado duas vezes, enquanto Sasuke odiava tudo aquilo e reclamava que as luzes da casa do Uzumaki o incomodavam durante a noite.

Os quarteirões do bonito bairro residencial e bem arborizado, eram planejadamente simétricos, todas as casas quadradas e delimitadas em seus espaços cercados por divisórias de madeiras e belos jardins. As ruas nessa época do ano recebiam decoração natalina com luzinhas e bolas coloridas penduradas nas árvores. 

A casa de Naruto ficava ao lado do seu “insuportavelmente chato” vizinho: Sasuke Uchiha. Quando olhava pela janela da cozinha, ou do seu quarto que ficava no andar de cima, via as janelas do morador antipático bem rentes às suas.

Naquela manhã congelante, acordou ouvindo o barulho do veículo limpa-neve passando por sua rua. No quarto escuro, abriu os olhos e balbuciou, ainda sonado:

— Hoje é o dia! O melhor dia do ano! — Era o dia de colocar as luzes no telhado.

Adorava sair e se ocupar de suas tarefas, afinal, tinha muitas coisas para arrumar até a noite do dia 25 de dezembro. 

Desceu as escadas, morava sozinho naquela casa relativamente grande, mas gostava disso, só era chato quando tinha que fazer a limpeza, mas tirando esse detalhe era bom ter espaço e poder guardar todas as suas tralhas.

Parou de cueca em frente à pia da cozinha e elevou seu olhar distraído, chocando-o com o vizinho na janela do outro lado da cerca.

Sasuke o encarava com visível desdém, ajeitou os cabelos negros para trás e virou a cara para o outro lado.

— Humpf! — Sasuke não tolerava aquele loiro metido, sempre sem camisa, exibindo o tórax incrivelmente bem definido. — Que filho da puta exibido, onde será que ele consegue pegar sol? Pleno inverno e consegue estar sempre assim… bronzeado.

Olhou de esguelha para a janela e viu que Naruto não estava mais lá. Saiu pela porta lateral da casa, desceu dois degraus e carregou seu lixo para a fora, tinha que colocá-lo na lixeira da calçada.

Não nevava, mas havia neve por toda a parte. Com suas pantufas, afundou os pés na neve e chiou.

— Que merda! — Já estava morando ali há um tempo, mas ainda não tinha se acostumado com os dezembros gelados, antes morava mais ao sul e o clima era ameno.

— Ei, idiota! — Naruto adorava provocá-lo. Achava-o o cúmulo da soberba, um rapaz ranzinza e antissocial. 

— O que você disse, imbecil?! — berrou Sasuke de onde estava. Colocou o lixo no recipiente propício e avançou rápido em direção ao homem de cabelos dourados e jeito de surfista. — Do que me chamou?!

— Você ouviu. Só um idiota como você para sair na neve com esses… chinelinhos de criança — disse, suscitando algum tipo de discussão. Naruto, apesar de estar sem camisa, havia colocado uma calça e usava botas.

Sasuke chegou bem perto dele e, como eram quase da mesma altura, o encarou num desafio mudo, batendo o peito contra o dele.

— Quer brigar, ignorante? — Sua voz cheia de tédio motivou o loiro.

— Se você quiser.

— Oi! — Os dois, que se encaravam intensamente a dois centímetros de distância, olharam para a rua ao ouvirem a voz fininha chamar. — O que estão fazendo? Não vão se pegar como no ano passado, vão?

Era Sakura, a vizinha da casa da frente, foi ela quem apartou a briga dos dois no Natal passado quando se atingiram com socos e rolaram sobre a neve, furiosamente.

— Oi, Sakura! Nããão, não se preocupe, gatinha, a gente não tá brigando, não é, vizinho? — O tom jocoso de Naruto irritava tanto Sasuke que ele sentia uma veia saltar em sua testa toda vez que aquela voz esganiçada era dirigida a ele.

— Desgraçado!

— Mas o que está acontecendo? — A garota perguntou, chegando perto de Naruto e colocando a mão em seu ombro. — Você não está com frio?! — disse, espantada, assim que sua mão tocou a pele nua e dourada do loiro. 

Sim, ela pagava um pau para ele, aliás, um pau só não, pagava uma floresta inteira!

— Como você é quente! — exclamou com olhos brilhantes.

Naruto riu sem jeito, mas contente em poder se exibir ainda mais, então, olhando para ela, piscou:

— Sou, gatinha; sou muito quente.

— Aff — bufou Sasuke, revirando os olhos e girando nos calcanhares para ir em direção à sua casa.

— Onde você vai?! — exclamou Naruto.

— Vou entrar, está um frio da porra e eu não tenho fogo no rabo como você! — respondeu, entrando e batendo a porta.

— Não liga pra ele, Naruto! — Sakura entrou na frente do loiro e tentava a todo o custo chamar sua atenção, mas os olhos do vizinho, que seguiram Sasuke até ele sumir, continuavam direcionados para a casa do moreno. — Eu tô falando com você! — ela disse, balançando a mão em frente aos olhos azuis do homem sem camisa. 

— Ta bom, Sakura — respondeu sem dar atenção, só empurrou sua mão e começou a caminhar para casa.

— Espera, não quer tomar um café? Um chocolate quente? Um chá? — insistiu, perseguindo-o pelo gramado coberto de neve.

— Não, tenho que terminar de colocar as luzes — respondeu sem olhar para ela.

— Mas— Tentou argumentar, mas viu a porta fechando em sua frente.

Naruto realmente achava inacreditável que a moça o conhecesse há tanto tempo e ainda não tivesse percebido que ele não era chegado em “aranhas”, preferia muito mais uma boa e grande “cobra”, porém, não seria conveniente ele chegar nela e dizer, afinal, se Sakura era cega, não seria ele a fazê-la enxergar.

— Preciso agilizar, daqui alguns dias o Natal vai estar aí e quero a casa completamente iluminada — falou sozinho.

Já tinha se inscrito no concurso e montado sua gigantesca árvore, que servia de luminária para a sala nas noites de inverno, acesa bem em frente à grande vidraça do cômodo.

Desceu até o porão e pegou sua escada, sua maleta de ferramentas e uma porção de luzes de Natal que estavam enroladas, aproximadamente uns cem metros, não saberia precisar. Vestiu um casaco, tinha começado a nevar, achou melhor pôr uma touca e passou pela cozinha para sair da casa. Olhou pela janela e viu Sasuke. O moreno estava em frente à pia da cozinha, estava distraído, provavelmente preparando algo para comer.

— Olha aquele idiota, esse ano ele vai ver, minha casa vai ter tantas luzes que ele vai precisar colocar os óculos escuros he he he.

Sasuke levantou a cabeça e viu o Uzumaki, que o observava em silêncio e com olhos redondos, escancarados. Ao ver que tinha sido flagrado, Naruto desviou os olhos e saiu da casa, foi à frente do quintal e colocou a escada apoiada no beiral do telhado.

Subiu segurando a maleta e os fios de lâmpadas enroladas presas ao braço.

— Aquele ridículo. Vai cair da merda daquela escada e eu não quero nem saber! Não vou ajudar marmanjo burro! — Caminhou para a outra janela de onde conseguia ver melhor as artimanhas de Naruto. — Que imbecil! Onde já se viu fazer isso enquanto neva!

Não resistiu e abriu a porta lateral, olhou para o loiro em cima do telhado e gritou:

— Ei! Palerma! Vai cair daí!

Naruto lançou seu olhar cheio de petulância, mas junto com um risinho exibido respondeu:

— Está com inveja, Uchiha?! Você vai ver o que é uma verdadeira decoração de Natal. — Colocou-se de pé e deu alguns passos sobre o telhado.

Julgava estranho o vizinho solitário, sempre emburrado, não enfeitava a casa no final do ano e passava a noite de Natal sozinho, não saía e nem chamava ninguém para a ceia. No início, chegou a considerar se Sasuke não seria um psicopata, sempre misterioso e com seu olhar frio, sua voz carrancuda e aquele jeito calado, típico sociopata! 

— Claro que não, seu babaca! Vou ter inveja dessa sua breguice?!

— Eu sei que tem! Vejo o jeito que fica secando as minhas luzinhas!

— Ora! Você não tem a menor noção, mistura cores que não combinam, é péssimo!

— Você é que é sem graça, não coloca nada, nem um pisca-pisca, completamente sem sal!

Sasuke, totalmente irritado — e ele não entendia porque aquele homem o irritava tanto —, saiu chafurdando os pés na neve alta e gritou, erguendo um dos braços e gesticulando.

— Se essas suas luzes me atrapalharem como nos outros anos, vou chamar a polícia!

— E você acha que a polícia vai dar razão pra você? Um bicho do mato que nem é capaz de montar uma mini árvore de Natal?!

— Urrrgh! — rugiu, olhando para cima e vendo Naruto sorrir de cima do telhado.

— Você vai ver, idiota! Minha casa vai ficar tão luminosa que a imprensa vai vir aqui fazer uma matéria pro jornal do bairro! — provocou Naruto, sorrindo com os floquinhos de neve caindo sobre ele.

Sasuke voltou para casa, procurou não ver e nem falar com Naruto naqueles dias, faltava pouco para o Natal, tentou se concentrar em seu trabalho home office e se conscientizar de que logo tudo acabaria.

Sasuke tinha colocado uma cortina blackout em todas as janelas, Naruto já estava acendendo suas luzes naqueles dias, mas o Uchiha sabia que a grande surpresa acontecia na noite do dia 24, quando os avaliadores do concurso passavam nas casas para dar as notas, nesse dia a luminosidade e todos os apetrechos natalinos estariam a todo o vapor.

Sasuke era um homem sério, reservado, não gostava muito de conversar sem motivos e odiava barulho. Por isso morava só. Ele não tinha televisão, seu celular vivia no modo “não perturbe” e ele ainda preferia saber das noticias do jeito antigo, lendo jornais.

Gostava de ouvir música relaxante em uma espreguiçadeira que tinha no quintal de trás, normalmente fazia isso no final da tarde, depois que finalizava o expediente e tomava banho, então, levava uma xícara de chá e relaxava um pouco, mas com todo aquele frio do inverno precisava de algo mais, precisava se agasalhar ao máximo e levar cobertores.

Naquele dia em especial, ele preparou tudo e recostou em sua cadeira comprida. Colocou os fones e abriu seu livro, o chá na garrafa térmica para não esfriar estava na mesinha ao lado. Cansado, leu duas páginas do livro e apagou, rendeu-se ao sono dos justos depois de trabalhar o dia todo. 

 

“Olhei pela janela escutando aquele ‘Ho Ho Ho’ irritante e vi o imprestável do Naruto parado no quintal, observando um boneco de Papai Noel em tamanho natural que tinha comprado para enfeitar a frente da casa. O insuportável fantoche se mexia balançando os braços e uma música estridente saída de dentro dele junto com os ‘Ho Ho Ho’.

— Seu doente! São quatro horas da manhã! — vociferou, enfurecido.

— Calma, Sasuke, é Natal! — Naruto disse.

A luminosidade que advinha do telhado da casa era tão poderosa, que Sasuke tentou proteger os olhos com as mãos.

— Apaga essa luz, seu animal! — Como odiava aquele loiro inútil.

O ‘Ho Ho Ho’ entrava em seus ouvidos e a luz o cegava, enquanto isso, Naruto gargalhava em euforia.”

 

Foi quando um barulho alto o suficiente para ultrapassar o acolchoado dos seus fones e invadir sua música “new age” o despertou, tirando-o do pesadelo.

“Kiss” do Prince tocava no último volume e vozes acaloradas cantavam e gritavam igual ao artista.

— Mas que diabos!

Era a “festinha” de fim de ano do seu querido vizinho. Sasuke parou rente à cerca de madeira que separava os quintais e viu as luzes brilhando como vaga-lumes ensandecidos, as janelas estavam todas abertas e uma pequena multidão pulava lá dentro ao som da música.

— Aquele desgraçado!

Decidido acabar com aquela algazarra, saiu de seu espaço e invadiu o gramado do Uzumaki, parou na soleira da porta e afundou o dedo na campainha, apesar de achar que ninguém o ouviria. Estava puto. Completamente nervoso e querendo partir pra cima do loiro espalhafatoso.

— Onde já se viu toda essa claridade às… — Olhou seu relógio e constatou dez horas da noite.

Alguém abriu a porta bruscamente, a pessoa ria feliz, visivelmente alterada com um copo na mão, mal olhou para o Uchiha e gritou para quem estava atrás:

— Já volto, o lance está no carro! — Esbarrou no ombro do Uchiha e saiu, deixando a porta aberta.

Com curiosidade, ele olhou para dentro da casa do loiro e viu uma movimentação, viu os sofás, algumas pessoas sentadas, outras em pé se dirigiam para a cozinha ou subiam as escadas, pois a festa real rolava no andar de cima.

Olhou para trás e, hesitante, mas irado, decidiu entrar.

Nesse momento ele ouviu retumbar “Bad To The Bone” de George Thorogood, aquela guitarra e a voz rouca do cantor o motivou ainda mais em sua raiva, subiu certeiro as escadas e se visse o loiro em sua frente, ah… não imaginou o que seria capaz de fazer.

“No dia que eu nasci

As enfermeiras se aproximaram

E elas contemplavam maravilhadas

Contentes com que tinham encontrado”

A guitarra esmerilhava, Sasuke chegou no andar de cima, seus tímpanos estavam estourando. O andar estava abarrotado, todos dançando, fumando substâncias ilícitas, um vomitava num canto, outros dançavam, a maioria era homem. O ambiente estava bem quentinho, a calefação devia estar no máximo, quase todos estavam sem camisa, bermuda, e a fumaça atrapalhava um pouco a visão, mas foi então que Sasuke enxergou uma cabeleira loira que ele conhecia muito bem.

“A enfermeira-chefe havia falado

E ela disse deixe-o sozinho

Ela pôde perceber naquele momento

Que eu era mau até o osso”

A música entusiasmante continuava dando a Sasuke mais vontade de socar a cara do vizinho sem noção. Caminhou entre os convidados e chegou perto de Naruto. O loiro ria bastante e passou o braço pelo pescoço de um homem alto e bonito que estava perto dele. Havia uma rodinha de quatro homens ali, eles riam e brincavam uns com os outros. Sasuke se preparou para tocar o ombro do Uzumaki e chamar sua atenção, mas ao vê-lo emaranhar a mão entre os cabelos vermelhos do outro e puxá-lo para um beijo íntimo, ficou sem ação.

Os olhos arregalaram e ficou aturdido.

“Bad to the bone

Mau até o osso

B-B-B-B-Bad 

M-M-M-M-Mau

Bad to the bone

Mau até o osso”

Afastou-se imediatamente ao som daquela música. Já tinha pensado na possibilidade de Naruto ser gay, mas nada conclusivo, já que ele vivia de gracinhas com Sakura, a vizinha da frente. Sentiu um tipo de “vergonha alheia”, um constrangimento diante do comportamento do Uzumaki, ao mesmo tempo que sentiu um frio diferente percorrer suas costas de cima até embaixo.

Deu alguns passos para a saída da casa, mas no meio do caminho parou.

“Não, caralho! Não posso deixar isso assim, olha essa barulheira! Não vou conseguir dormir!” pensou.

Girou nos calcanhares e foi em direção a Naruto, deu três tapinhas no ombro dele e esperou que se virasse. O loiro desgrudou os lábios da boca do outro homem e olhou para trás, ao ver Sasuke o encarando com desinteresse, arregalou os olhos e largou o cara, um ruivo atraente de olhos verdes.

— Muito bem, Naruto, dessa vez acho que passou dos limites, hã? — indagou Sasuke, lançando um olhar frio e cheio de tédio.

— O que está fazendo aqui?! — perguntou com sua voz alta e rouca, abrindo um sorrisão de dentes perfeitos.

— Vim mandar você abaixar o som!

— Mandar?! — Com um olhar cômico e o maior sorriso do mundo, olhou para os amigos que estavam perto dele. Todos riram. — Não seja invejoso, Sasuke Uchiha! Por que não aproveita e fica? Curte a festa, seu antissocial! — Bateu com um soquinho no peito do homem, que estava incrédulo com as palavras que tinha acabado de ouvir.

— Invejoso?

— Sim! — Naruto, percebendo um certo vacilo de Sasuke, envolveu seu pescoço com o braço e o puxou para longe dali. — Olha que bacana! Vai ter a oportunidade de participar de uma festa de fim de ano! Quem em sã consciência fica implicando com festas de fim de ano?! — Andava e falava no ouvido de Sasuke.

Logo chegaram à uma pequena varanda toda fechada com vidros, como um jardim de inverno.

Sasuke parou e tirou o braço do Uzumaki de cima de seus ombros.

— Sai pra lá, Naruto!

— Ohhh — Naruto disse, zoando. — Claro! Não vai querer uma bicha te abraçando, não é? Isso pode afetar sua masculinidade! — Zombou, fazendo caras engraçadas.

— Não é nada disso! Você está de sacanagem, está fazendo isso pra não abaixar o som! — Sasuke voltou a ficar puto. — Além do mais, está com bafo de cerveja!

— E você não bebe, Sasuke?

— Não.

— Em nome da vizinhança, hoje, você vai tomar uma comigo!

Sasuke mexeu as mãos mostrando que não queria, mas viu Naruto dar as costas sem dar bola pra ele.

O Uchiha, por um micro momento, analisou as costas trincadas do loiro que, sempre bronzeado, não tinha a menor vergonha de ostentar seu físico digno de um prêmio “Mr. Olympia”.

— Caramba… — murmurou, apalpando o próprio abdômen. Sasuke também malhava, mas Naruto era daqueles que já vem com a genética privilegiada.

O loiro voltou e entregou uma latinha para o Uchiha.

— Por favor — Esticou o braço e fez uma reverenciazinha, como quem implora por algo.

— Tá bem. — Sasuke pegou a latinha e bebeu um gole, fez uma careta e soltou um ruído pela boca.

— Você é muito careta, Saskão!

Nisso, amigos de Naruto chegaram e todos começaram a conversar. 

Sasuke acabou bebendo mais do que pretendia, o papo dos caras era legal, falaram sobre diversos assuntos e o álcool fez com que a língua do Uchiha ficasse mais solta. Quando percebeu, estava dando risada e conversando sobre memes engraçados com um tal de Hidan. Naruto havia sumido, provavelmente estava se acabando com o cara ruivo em algum canto.

— Porra, cara! Está tudo muito bom, mas preciso ir embora. — Olhou no relógio e viu que tinha passado das três.

— Beleza! A gente se vê por aí!

Sasuke levantou do murinho onde estava sentado e só então percebeu o quanto estava bêbado. A última vez que tinha bebido tanto devia ter sido há uns dez anos, no mínimo.

— Cuidado aí, cara! — disse Hidan, notando ele trançar as pernas.

— Tá tudo bem.

Desceu as escadas bem agarrado ao corrimão, estava ciente de tudo, só o corpo que não estava obedecendo corretamente seus comandos. Nos dois últimos degraus tropeçou e teria se esborrachado no chão se Naruto não tivesse aparecido e segurado ele firmemente.

— Opa! Calma que eu te salvo! — exclamou rindo.

Sasuke chegou a segurar no peito do loiro, mas logo se afastou sem graça.

— Tô bem.

— Te levo até tua casa, Sasuke.

— Não precisa.

— Tá tudo bem, eu levo.

— Tá frio lá fora — disse, apontando o estado do loiro, quase nu.

— Ponho um casaco, faço questão — insistiu. 

Enquanto falavam, foram se aproximando da porta, e Sasuke, mesmo negando, acabou cedendo diante da teimosia do Uzumaki.

Saíram. 

O frio estava de matar, pararam de falar e seguiram caminhando pelo gramado, Sasuke sentiu-se um pouco intimidado pela presença dominante ao seu lado, mas logo pararam na frente da porta de sua casa.

— Valeu, Naruto, pela festa. Estava legal — agradeceu, um pouco ranzinza.

— Larga de ser besta, Uchiha! Vamos parar com essas bobeiras! É Natal!

Sasuke deu um mínimo entortar de lábios que, para ele, podia ser considerado um sorriso, mas Naruto mostrava todos os dentes, nunca economizava.

Estranhamente, ficaram um momento se olhando, se encaravam de frente, os olhos azuis de Naruto brilhavam de um jeito surpreendente, Sasuke não soube precisar se era devido ao álcool no sangue do Uzumaki, ou no seu mesmo, porque observou o loiro de um jeito novo, não como aquele vizinho pentelho, mas como um igual, uma pessoa interessante.

— Caraca, Sasuke! Nunca tinha notado como você é bo— … digo, peculiar. — Coçou a nuca e olhou para o chão. — Vou indo, então.

— Ok — Sasuke respondeu, com certa confusão mental.

 


Notas Finais


*Mr. Olympia é a premiação da Copa do Mundo do Fisiculturismo.
Temas musicais: https://youtu.be/H9tEvfIsDyo e https://youtu.be/IyhJ69mD7xI


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