O dia 24 amanheceu ensolarado. O frio era mais intenso do que quando nevava, mas estava sol. Sasuke olhou pela janela ao escutar uma animação fora do normal. Viu Sakura gritando no meio da rua e gesticulando enquanto chamava Naruto, que se aproximava dela coçando os olhos com sono. Logo colocou um boné e deu uma olhada, aparentemente sem motivo, para a janela de Sasuke.
— Oi! Sasuke! — gritou. — Vem com a gente! — chamou ele.
O moreno rabugento não entendeu, mas saiu da casa, estava de folga naquele dia, não iria trabalhar.
— Oi! — exclamou da porta.
— Vamos com a gente, Sasuke! — convidou a moça, vindo até ele e segurando seu braço.
— Onde?
— Ao orfanato, é logo na quadra de trás!
Sasuke coçou a cabeça e balbuciou qualquer coisa sem saber o que dizer, ele nem sabia que havia um orfanato no bairro. Como não tinha nada para fazer, fechou a porta e saiu. “Que seja” pensou, dando de ombros.
Naruto não esperou, foi na frente e quando os dois viraram a esquina já não o viram mais, ele tinha sumido de seus campos de visão.
— O que vocês vão fazer no orfanato? — Sasuke perguntou em voz baixa.
— Naruto vai todo ano, ele quem me trouxe ano passado.
— Hm. E o que vão fazer lá?
— Por que você acha que ele se esforça tanto pra ganhar aquele concurso?
Sasuke a olhou, espantado.
— Concurso?
— Sim, o das luzes!
— Ah… — Lembrou com raiva do concurso que tanto o irritava.
— Ele doa todo o dinheiro do prêmio pro orfanato! — ela disse, com a voz completamente emocionada e um tanto quanto entusiasmada.
Sasuke não sabia o que pensar, sentiu seu rosto esquentar tanto que devia estar muito vermelho, em chamas. Sentiu-se terrivelmente mal e envergonhado, não sabia de nada disso e tantas vezes amaldiçoou Naruto e o bendito concurso. Achava aquilo tudo uma futilidade sem nenhuma serventia, além de ser um gasto desnecessário de energia elétrica!
E, então, de repente, tudo fazia sentido.
— Porra! O Naruto faz isso?! — perguntou muito surpreso e sentindo até um certo orgulho daquele vizinho bonitão e… gente boa?!
Seu estômago deu uma “borboleteada” e seu ventre gelou.
Assim que entraram no orfanato viram uma agitação, as crianças corriam todas para o mesmo lado, sorriam com suas bochechas infantis, coradas de felicidade e seus olhinhos brilhando.
Sakura sorriu abertamente e apontou para a frente.
— Olha ele lá!
Sasuke não acreditou quando viu o loiro todo de vermelho, o gorro na cabeça e a barba branca no rosto.
— Ele é o… Papai Noel?! — perguntou quase a si mesmo, indignado.
Sakura nem ouviu, foi caminhando sem parar e ficou assistindo a cena do loiro de olhos absurdamente azuis abraçando as crianças com um sorriso largo. Não havia a menor dúvida do quanto ele estava feliz, era naturalmente animado, radiante e realizado com aquele papel.
Sasuke estava incrédulo, sentiu todo o seu corpo arrepiar, conhecia o Uzumaki há um bom tempo e sempre pensou mal dele. Como era possível nunca ter percebido a pessoa que morava ao seu lado.
— Então quer dizer que você… é o bom velhinho? — Sasuke perguntou, completamente vexado, depois que Naruto terminou sua boa ação.
Naruto balançou a cabeça um pouco intimidado, respondendo afirmativamente. Caminhavam pela calçada fazendo o caminho de volta para casa e Naruto estava ainda mais sorridente.
— Viu só, Naruto? — exclamou Sakura. — Devia ter convidado o Sasuke antes, ele gostou!
— Gostou, Uchiha? — indagou com uma cara safada.
— Nunca imaginei. — Desviou o olhar e continuou. — Me enganou direitinho.
Naruto deu uma gargalhada tão gostosa que até jogou a cabeça para trás.
— Pois esse ano seu Natal vai ser diferente, quero te convidar pra ceia, Sasuke, o que me diz?
Nisso, pararam em frente às casas. Sakura agarrou o Uzumaki e beijou-lhe o rosto.
— Obrigada, Naru! Preciso ir! — disse. Parecia apressada, afinal, na véspera de Natal todo mundo tem muitas coisas para fazer. — Tchau, Sasuke!
Assim que ela se deslocou, Naruto encarou Sasuke, fixou nele os olhos azuis, que estavam mais azuis em contraste com o céu, e disparou: — E então? Me dá a honra de passar o Natal com você, Uchiha?
Sasuke não estava entendendo nada, e não era o Uzumaki que ele não entendia, mas a si mesmo. Odiava pessoas, Natal, datas em que precisava abraçar e sorrir, mas sentia-se amplamente tentado a aceitar. “Que porra!”
— Hã… bom… talvez, eu não sei se—
— Não me enrola! — disse, desmontando o moreno. — Sei que não vai fazer nada, você nunca faz! Não vou deixar você ficar aí mofando sozinho.
Após um momento pensando com cara de desespero, respondeu: — Ok, na sua casa?
— Claro! — Naruto abraçou repentinamente o vizinho resmungão. — Até a noite!
Sasuke sentiu-se pressionado a comprar um presente para o vizinho, afinal, precisava se redimir e agradecer o convite para passar a data especial junto dele.
Lembrou-se do ano em que discutiram e ele, de forma selvagem, atacou Naruto com murros. Os dois rolaram sobre a neve fofa e ganharam olhos roxos de presente de Natal.
Foi ao shopping.
Precisava encontrar algo, pensou em um vinho, ou talvez chocolates, não tinha a menor noção do que o vizinho loiro gostava. Andava pelos corredores do conjunto de lojas olhando as vitrines, viajava em seus pensamentos e realmente se deixou levar por eles. Parado em frente à uma vitrine, olhava completamente aéreo para um conjunto de lingerie branco, rendado e… pequeno. Sua mente viajou de um jeito anormal, sem controle e distraída. Quando deu por si, seu queixo caiu e ele deu passos titubeantes para trás, quase caiu e precisou se segurar na parede quando em sua mente viu perfeitamente Naruto Uzumaki sensualizando sobre uma cama e usando aquela peça indecentemente sexy.
— Mas que caralho! — exclamou, atraindo olhares recriminadores.
Em sua testa, algumas gotículas de suor brotaram, ele sentiu alguns arrepios e resmungou com espanto: — Visão interessante…
Depois de decidir o que comprar voltou para casa. Já era quase noite e Sasuke, depois de tomar um banho e colocar uma roupa que considerou adequada para a ocasião, saiu e se dirigiu à casa do Uzumaki.
Viu alguns carros estacionados na frente, concluiu que eram visitas do loiro. Sempre bem relacionado, era comum o Uzumaki ter vários convidados.
Tocou a campainha e o próprio vizinho o atendeu.
— Sasuke! Que bom que você veio! — Naruto exclamou, entusiasmadíssimo. Parecia ainda mais bonito do que sempre. Sasuke olhou para ele e só conseguiu dar um pequeno sorriso, estava se sentindo estranhamente desconfortável, era muito difícil para ele estar na casa do homem com quem sempre implicou e justamente no Natal.
Rapidamente elevou seu olhar para o telhado da casa que assemelhava-se a Torre Eiffel de tão luminoso! Quem sabe a casa do Uzumaki podia até ser vista do espaço, assim como Las Vegas? Com todas aquelas luzes infernais que faziam mal para seus olhos.
Voltou a olhar para ele e torceu os lábios.
— Dessa vez você exagerou, hein, Naruto?
— Você acha? — perguntou, animado. — Nossa, deu bastante trabalho, algumas luzes falharam, tive que arrumar tudo, logo mais os avaliadores do concurso vão passar por aqui!
Sasuke ouviu o loiro hiperativo falando sem parar e até ficou tonto com toda aquela explicação e luzes fortíssimas ofuscando-o.
— Eu imagino — foi o que conseguiu dizer.
— Entra, Sasuke! Está frio.
O Uchiha disfarçou, mas não deixou de reparar em todos os detalhes de Naruto: estava usando uma calça branca e um suéter vermelho com desenhos de pinheiros verdes na frente. Seus cabelos estavam um pouco bagunçados, mas eram lindos, dourados e macios. Ele sorria e mostrava seus dentes perfeitos adornados por aqueles lábios vermelhinhos e rechonchudos, o queixo angular e o nariz perfeito deixavam-no com um rosto másculo, só suavizado pelas sobrancelhas loiras que lhe davam um ar juvenil. O cara era belo.
Sasuke viu algumas pessoas na sala do Uzumaki, não muitas, bem menos do que ele imaginava que veria. Surpreendeu-se ao saber que a mulher de cabelos vermelhos era sua mãe. Dona Kushina. Também viu uma moça de óculos que Naruto apresentou como sua prima Karin; outra moça chamada Tenten e seu namorado Neji. Todos estavam muito alegres e o clima era deveras agradável, uma verdadeira reunião de Natal como Sasuke nunca tinha vivenciado.
Naruto serviu um espumante para ele e fez de tudo para que se sentisse em casa.
— Você é o vizinho do Naruto, Sasuke? Mas então… — Kushina ficou pensativa por alguns instantes. — Me lembro que no ano passado…
O Uchiha percebeu na hora que estava em uma tremenda saia justa, a mãe de Naruto certamente se lembrava do estúpido ignorante que partiu pra cima de seu filho com socos.
— Ah, caramba, me desculpe! — exclamou.
— Era você, não era?
O silêncio constrangedor deu uma atrapalhada no clima acolhedor que havia.
— Eu sou um idiota, me desculpem. — Sem saber o que fazer, Sasuke ameaçou se levantar e ir embora, quando foi deliberadamente impedido pelas mãos de Naruto, que o seguraram pelos ombros.
— Onde pensa que vai? Isso é um passado distante!
— Sim! Não se incomode, Sasuke, por favor — disse Kushina —, eu só perguntei porque… percebi somente agora ligando os fatos, mas fico feliz que estejam bem!
Depois de tudo esclarecido, estavam à vontade quando a campainha tocou. Sasuke conversava com Neji, que tinha o mesmo tipo de trabalho que ele e, apesar da conversa animada, não deixou de prestar atenção em Naruto e seguí-lo com os olhos.
O anfitrião deixou a taça na mesinha e foi atender à porta. Sasuke ouviu alguma prosa entre o Uzumaki e a outra pessoa, então viu o ruivo entrar, o mesmo que Naruto beijava no outro dia.
Claro! O que ele esperava? Devia ser o namorado dele, normal estar ali. Contudo, o desconforto foi algo impossível de evitar.
Assim que entrou, o ruivo bateu os olhos verdes em Sasuke e sua expressão de surpresa e contrariedade foi indiscutivelmente óbvia, no entanto, ele disfarçou e cumprimentou a todos.
Naruto parecia tranquilo, mas não tinha nenhum tipo de intimidade extra com o rapaz, que se chamava Gaara. Tratavam-se como amigos.
Passado algum tempo, os convidados sentados à mesa se serviam, comiam e bebiam, papeando sobre diversos assuntos.
— E foi assim que eu descobri que o Naruto como cantor é um excelente eletricista! — contou Karin, enquanto ria exageradamente do primo, que segundo ela, cantava muito mal.
— Ah, não seja malvada, eu até que levo jeito. — Defendeu-se Naruto.
— Leva jeito?! — ironizou Kushina.
— Olha aí, loirinho, até sua mãe sabe dos seus defeitos! — debochou Gaara, cutucando o braço do Uzumaki, que estava ao seu lado na mesa.
— Estão todos contra mim! Está vendo, Sasuke? — Rindo, Naruto incluía o Uchiha a todo o momento na conversa.
Sasuke, que tinha bebido uma boa quantidade de espumante, estava alegre e solto.
— Bem, pra mim sua voz é bonita — elogiou.
Todo mundo riu, menos Gaara, que olhou furioso de Sasuke para Naruto.
— Bonita?! — vociferou o ruivo. Seu tom de voz mostrou-se irritado de repente. — Essa voz esganiçada?!
Naruto corou. Não seria possível saber se com o elogio de Sasuke ou com a rudeza de Gaara.
— Ah, minha voz é um pouco rouca mesmo — disse, disfarçando envergonhado.
— Um pouco rouca? Canta alguma coisa aí, deixa o seu vizinho ouvir sua voz desafinada!
Naruto, sentindo-se inibido e embaraçado, não quis falar nada na frente dos convidados, principalmente de sua mãe. Não estava entendendo o que se passava com Gaara, mas percebeu sua agressividade, principalmente seu olhar sarcástico e sua voz cheia de ironia.
Levantou e colocou a mão no ombro do ruivo.
— Pode vir aqui comigo? — indagou, apontando a cozinha com o olhar.
Gaara saiu de sua cadeira com certa violência, parecia estar cheio de marra.
O resto das pessoas, um pouco constrangidas, olhavam para seus pratos sobre a mesa e tentavam disfarçar.
Na cozinha, Naruto olhou carinhosamente para o homem e disse:
— O que foi, benzinho? Aconteceu alguma coisa?
Gaara o encarou com intensidade.
— Está de brincadeira? O que aquele cara tá fazendo aqui?
— Como é?
— Você está a fim dele? Já não bastou na sua festa do outro dia?
— Gaara! Ele é meu vizinho!
— Sei bem! Conheço você! Vive flertando e diz que é o seu jeito extrovertido! Te conheço bem!
Nessa hora, Naruto ficou muito irritado, não demonstrou muito, mas quem Gaara pensava que era? Só porque tinham ficado juntos algumas vezes estava se achando no direito de se meter em sua vida, de criticá-lo, zombar dele com piadinhas deixando-o desconfortável na frente dos seus convidados?! Naruto não suportaria aquilo! Nunca!
— Escuta, Gaara — disse com os punhos cerrados e um olhar sério —, quero que você saia da minha casa agora!
O ruivo franziu a testa.
— O que você disse?
— Acho que você ouviu. Saia. E não fale mais comigo, por favor. — Deu um passo convicto em direção a ele.
Gaara ficou perplexo.
— Mas e nós?
— Não tem nós, nunca teve. Quero que saia.
Gaara ainda ficou alguns segundos processando aquela informação, por fim virou-se e marchou para a porta. Naruto o acompanhou, abriu e esperou que saísse.
— Feliz Natal, Gaara.
Sasuke não conseguiu escutar nada do que disseram e nem os outros convidados, mas ele percebeu que alguma coisa anormal tinha acontecido.
Sem dar explicações, Naruto retornou e continuou a noite como se nada tivesse acontecido. Logo, o som de “Jingle Bells” soou na rua. Era a van do homem do concurso, com um microfone ele anunciava que todos acendessem todas as suas luzes, pois estava na hora da avaliação.
— Vamos, pessoal! — Naruto enfiou uma touca na cabeça e, sorrindo largamente, saiu porta afora.
Os convidados o seguiram e ficaram no gramado. A rua estava toda cheia de gente, as casas acesas, músicas aleatórias de Natal tocavam, confusas, uma em cada quintal. Drones passavam por cima de suas cabeças filmando e alguns repórteres desciam de vans para entrevistar os competidores.
Sasuke olhou para cima, o telhado de Naruto era sem dúvida o mais iluminado, olhou para o loiro e viu como ele sorria, ansioso, esperando o avaliador se aproximar de seu “monumento de luz”, sua própria casa.
— Mãe, ele vem vindo… — Naruto disse, apreensivo, ao mesmo tempo em que passou o braço pelos ombros de Kushina, abraçando-a.
Ele sempre ficava nervoso nessa hora, esperava ganhar esse ano, já que havia aumentado a quantidade de luzes e ainda colocado um dispositivo sonoro que tocava uma melodia natalina no mesmo ritmo das piscadas das luzes de cor azul.
Sasuke podia ver os olhos brilhantes de Naruto inspecionando cada passo do homem, que agora vinha em sua direção. Abraçado à mãe, segurou a mão de Karin, que estava do outro lado.
Apesar de odiar tudo aquilo até poucos dias atrás, Sasuke percebeu que torcia por Naruto, desejou que ele ganhasse e realmente achava que ganharia, pois o brilho do seu quintal era o mais esplendoroso, sem sombra de dúvidas.
— Boa noite, Naruto Uzumaki! — saudou o homem. — Vejo que esse ano você se superou, hein?
— Boa noite, senhor Orochimaru. Então quer dizer que notou?
— Ah, mas claro! Está sensacional. — Observava toda a extensão do telhado, a árvore que brilhava pela janela de dentro da casa, a música e todos os outros enfeites pendurados por toda a parte. Fez anotações em seu tablet, sempre com um sorriso nos lábios. — Ok, vou terminar de avaliar e em breve comunicarei o resultado.
Sasuke, que estava um passo atrás de Naruto, colocou a mão no seu ombro e apertou levemente.
— Acho que ele gostou, Naruto — incentivou.
— Verdade, querido! — disse Kushina.
Naruto sorriu e virou a cabeça para ver Sasuke.
— Você acha, Uchiha? Não está aborrecido? — perguntou estranhando a cara animada do outro.
— Ao contrário, estou torcendo por você.
Naruto alegrou-se de ver que o Uchiha tinha entrado no clima.
Ficaram parados apreciando a noite fria, mas bonita e cheia de alegria. As famílias caminhavam para ver as decorações, carregavam taças de vinho nas mãos, se abraçavam e o tempo foi passando. Aguardaram até que Orochimaru, o avaliador, voltou. Ele se posicionou na pequena pracinha que tinha na intersecção das ruas, levou um megafone aos lábios e anunciou:
— Boa noite, vizinhança! Estamos aqui mais uma vez em busca de um Natal mais bonito e alegre e conseguimos graças a vocês, que deixaram o bairro lindo e cheio de luz!
— Ele vai anunciar agora? — Sasuke cochichou no ouvido de Naruto, que parecia totalmente ligado às palavras de Orochimaru.
— Ah! — Olhou rapidamente para Sasuke e sorriu. — Sim! — Num impulso, passou o braço pelo pescoço do Uchiha e ficou abraçado a ele, como estava antes com Kushina.
Naruto era muito caloroso e carinhoso com todos.
Sasuke sentiu um leve incômodo inicial, já que ele não era assim afetuoso, não estava acostumado a essa invasão do seu espaço pessoal, mas não se importou, percebeu o quanto Naruto estava inquieto e animado.
Orochimaru conversava com seus companheiros de equipe, pareciam discutir sobre os últimos pormenores antes de anunciar o ganhador.
— Como todos já sabem, no nosso concurso só há “segundo” e “primeiro lugar”, então, vamos começar com o segundo. — Orochimaru olhou seu tablet depois de ajustar os óculos na ponte do nariz. — O segundo lugar vai para: Chōji Akimichi!
Era o vizinho do final da rua, Naruto havia se preocupado em perder para ele, pois sua decoração estava mesmo um arraso.
Sasuke sentiu o braço de Naruto apertar um pouco mais seu pescoço, foi involuntário, mas ele notou o rosto ruborizar.
— E finalmente o primeiro lugar! O grande vencedor, aquele com o maior espírito natalino deste ano é… — Fez um suspense, respirou fundo e declarou: — Naruto Uzumaki!
O loiro arregalou os olhos e imediatamente ergueu os dois braços.
— É! É isso aí! — berrou com toda a força.
Ele ficou sacudindo os braços no alto e sorria lindamente, observando Orochimaru e as outras pessoas que aplaudiam no meio da rua. Virou-se então para sua mãe e a abraçou forte pela cintura, ergueu o corpo dela do chão e ficou um instante colado a ela, então a soltou voltando-se para Sasuke, estava naquele momento de euforia em que só se quer abraçar todo mundo e extravasar as emoções, porém, a exaltação extrapolou um pouco sua compostura.
Naruto agarrou o rosto do Uchiha com as duas mãos e meteu-lhe um beijo na boca!
Kushina deu as costas ao ver a cena, olhou abismada para Karin, que cobriu os lábios com as mãos. Tenten, muito avoada, nem percebeu e Neji sacudiu a cabeça de um lado para o outro.
— O Naruto não tem jeito mesmo… — resmungou.
Sasuke, com os olhos esbugalhados, sentiu seus lábios serem confiscados naquele beijo furtado. Instintivamente, ele apertou os ombros do loiro e foram poucos segundos de uma surpresa estática, ele mal se moveu. Naruto o soltou e, como se nada tivesse acontecido, saiu pulando de alegria.
Nisso, Sakura saiu de sua casa e veio rapidamente encontrar seu amigo — e crush — para cumprimentá-lo.
— Naruto! Naruto!
O Uzumaki abraçava todo mundo que via pela frente, estava esfuziante, contudo, o único a ganhar beijo na boca foi o Uchiha, que estava completamente paralisado, imóvel, mais branco do que papel. A boca estava um pouco entreaberta, ele passou a língua pelos lábios e foi como se sentisse o gosto de Naruto.
— Está tudo bem, querido? — perguntou Kushina, percebendo que Sasuke estava atônito.
— E-es-es…
— Calma, o Naruto é muito impulsivo, ele nem deve ter percebido que beijou você, está tudo bem?
— Sim, sim — balbuciou. — Eu vou pra casa. — Sem dizer mais nada, deu meia volta e “fugiu” dali.
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