Yuka estava no quarto, saindo do seu segundo banho quando seu celular tocou, ela deu uma olhada em volta e trancou a porta do cômodo.
“— Oi Kah!
— Yuka...
— O que aconteceu? Você está triste!
— O Kouga e eu... Brigamos. — Chorava sem pudores ao fone. — Ele não lembra que marcou a mim, e terminou comigo.
— Mas esse viado está com algum problema mental? — Yuka gritou irritada, ouvindo a Miko aumentar no choro. — Desculpa Kah, eu vou te ver. Onde você está?
— No apartamento, aqui perto da Otsuka Associados...
— Hum, o condomínio grã-fino onde o Sesshy me falou, que vai comprar um apartamento também ...
— Quem?
— Oh... Nada amor, já vou tá.
— Tudo bem...”
A morena vestiu-se rapidamente, passando desodorante e perfume, vestiu “correndo” jeans e baby look com sapatilha, descendo as escadas e passando pela sala com os cabelos pingando.
— Ei sua louca, onde vai? — Koji disse, baixando o livro que estava lendo.
— Preciso buscar a Kah, ela não tá bem...
— Hum... Sesshy não vai gostar que você saia sem avisar meu doce...
— Mas que merda é essa? Até tu Koji? Chama o Poker Face de Sesshy?
— Meu doce, tá chapada? Sempre o chamamos assim... Bem, depois que vocês começaram a namorar.
— Bicha, muita informação! Menos ok? — Disse pegando a chave de algum carro, não fazia ideia de qual, haviam pelo menos quatro molhos de chave automotivas.
— Querida, avise-o por favor.
— Primeiro lugar Koji, eu não sou sua querida, sou sua devassa. — Falou enumerando com os dedos. — Segundo, eu faço o que eu quiser, pegue-me se for capaz.
E depois da frase de efeito ela saiu correndo, entrou no carro que destravou o alarme. Ela havia erguido a mão para o alto e apertado o botão, viu a Mercedes branca piscar os faróis, dando sinal que estava destravado. Ligou o mesmo sorrindo com o ronco agradável do motor potente.
— Ai! Que delícia cara!!!! — Arrancou com o veículo, provocando um cantar de pneus.
Depois de aproximadamente 35 minutos, Yuka chegou ao apartamento em que estava Kagome, e quando a Miko abriu a porta, a morena quase deu um grito. Ela estava tão abatida que dava medo, alguma coisa estava errada.
— Kah... — Disse abraçando a Miko e a beijando na bochecha.
—Yuka, que bom que você veio...
— Tá meu doce, mas o que aconteceu? Tá tudo um caos...
— Nossa ida à Era Feudal alterou todo o nosso futuro.
— Ai Kah, a culpa é toda minha... — Sentou no sofá, ao lado da Miko.
— Não... As coisas aconteceram simplesmente, não é culpa de ninguém. — Suspirou.
— Mas, diga. — Começou segurando a mão de Kagome. — O que aconteceu de fato?
— O Kouga diz não saber onde eu estive, não lembrar que eu estive com ele em Sengoku Jidai, e que ele não fez a marca...
— Mas que coisa estranha... — Disse levando a mão o queixo, pensativa. — Sesshoumaru tomou algumas decisões que mudaram meu passado, e consequentemente meu futuro.
— Decisões? — Disse endireitando-se no sofá, a barriga sendo apoiada com uma almofada.
— É, tipo... Eu tive um passado ruim Kah, muitos abusos, namorados, e fracassos... Enfim, ele foi meu tutor quando meus pais morreram, e também ficou com Koji quando tia Tomiko faleceu. — Encolheu os ombros. — Isso mudou completamente minha vida.
— Fiquei sabendo hoje que seu casamento é em 15 dias. — A Miko disse ligeiramente animada.
— Pois é.... E isso não é tudo. — Fez uma pausa, se aproximando da outra, como se fosse contar um segredo. — Como ele sempre cuidou de mim, ao mudar meu passado, eu estive virgem até os meus 18 anos.
— Credo... Tô passada Yukita.
— Palhaça. — Mostrou a língua.
— Tá, mas o Sesshoumaru foi o seu... Primeiro?
— Sim.
— Não! — Levou a destra à boca.
— Sim. — Reafirmou assentindo com a cabeça.
— Então você, hipoteticamente. — Começou, virando a cabeça para o lado. — Nunca esteve com Souta, ou com Shippou?
— Não, tive somente Sesshoumaru como homem. — Falou surpresa com as próprias palavras. — Porém, lembro-me perfeitamente de “meu antigo passado”. — Fez aspas com as mãos. — E também tenho as “novas recordações”.
— Hum... Isso me leva a crer que, apenas Kouga esqueceu de mim. — Disse tristonha.
— Vamos descobrir o que houve Kah.
— O Inu... também mudou. — Falou pensativa, meio que para si mesma.
— Pois então, ele trabalha com Sesshoumaru e não tem mais a boate.
— Mas como isso aconteceu? — A Miko questionou, erguendo as pernas no colo da amiga.
— Acho que eles se entenderam há muito tempo. — Começou a massagear os pés inchados da gestante. — Isso também mudou o futuro. — Agitou-se no assento, animada em contar a novidade. — Todos se chamam por apelidos! Até mesmo Sesshoumaru.
— Jura? Aquele apelido merda, Sesshy, é o dele? — Franziu o cenho.
— É.
— Gente... Ele mudou mesmo, mataria alguém que o chamasse assim no passado. — Disse nostálgica.
— E o cabelo comprido.... Que eu adoro. — Sorriu debilmente.
— Tá apaixonada né dona Yuka? — Riu ao vê-la ruborizar.
— Nada a ver.
— Como eu sempre digo, repita isso até acreditar. — Riu da expressão atônita da jovem cacheada.
Depois de conversarem, Kagome sentia-se bem melhor, mais relaxada e tranquila. Acabou aceitando passar a noite na Mansão Thaishou, pelo menos não ficaria sozinha no templo, visto que seus familiares estavam viajando novamente. Seguiram o curto trajeto ouvindo música e batendo mais um papo, o assunto era sobre o casamento de Yuka, a Miko não ia parar com a vida por conta do “esquecimento” de Kouga, no dia seguinte iriam escolher os vestidos e se prepararem para o evento.
Chegaram ao casarão branco, logo de cara recebendo um olhar cortante do Dai-Youkai, que fechou o notebook e chamou Yuka com um movimento com a destra.
— Kah, fique à vontade. — Sorriu mostrando o caminho para a Miko, que subiu as escadas e facilmente encontrou o quarto em que ficaria hospedada.
— Por que não avisou a mim sobre sua ausência? — O prateado disse friamente.
— Você não vai acreditar! — Se aproximou dele, sentando em uma das coxas longas. — Aconteceu uma coisa muito grave, preciso de você Sesshy... — Sorriu docemente, piscando os olhos suavemente.
— O que precisa? — Enlaçou-a pela cintura.
— A Kah está com um problema. — Sorriu vitoriosa, ele esquecera de chamar sua atenção. — Kouga a marcou em Sengoku Jidai, porém, o baka não lembra.
— Como não lembra? — Franziu o cenho, encarando-a com curiosidade.
— Não sei querido...
— Que nojo, vomitaremos aqui mesmo. — Inuyasha disse ao entrar na sala, acompanhado por Naoki, um amigo e colega de trabalho. — Contenham os carinhos aí mesmo.
— Que exagero. — O rapaz loiro de olhos verdes disse. — Konbanwa Sesshoumaru-Sama.
O Dai-Youkai apenas deu um leve menear com a cabeça, e os rapazes foram sentido à cozinha. Mas o hanyou olhou para o alto da escada, e fungou um pouco, olhou para o irmão que assentiu. A comunicação silenciosa, significava que Inuyasha percebera a presença de Kagome na casa, e Sesshoumaru confirmou à assertiva. Porém, o hanyou continuou a acompanhar o rapaz magro e loiro até a copa.
— Quem é esse? — Yuka perguntou olhando para a direção que os dois foram.
— Um colega do Inu. — O youkai a respondeu, dando uma mordida no ombro da jovem, que o olhou com o cenho franzido.
— Isso dói!
— Eu sei... — Mordeu mais uma vez. — Já que você não jantou comigo, poderia se recolher mais cedo não concorda?
— Já vou, mas primeiro vou conversar com a Kah mais um pouquinho.
— Faça como quiser, mas se demorar demais vou buscá-la. pessoalmente
— Está bem. — Sorriu levantando-se do colo dele, e subindo as escadas em seguida, pensando que ele não seria capaz de fazer isso.
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Outro lugar, mesma hora.
Kouga estava em sua casa, deitado na cama pensativo e abatido. Sua cabeça estava confusa, totalmente perdido com todas as informações que teve de uma vez, não conseguia entender o que dera errado, mas não queria aceitar que Kagome deixou que outro macho a marcasse, e ele foi tão imaturo, nem deixou-a se explicar, tirou conclusões por si só, magoando a jovem e rompendo se compromisso com ela. Mas ainda havia o filhote, as responsabilidades e o relacionamento que era perfeito, tudo perdido.
Sua boca estava seca e um sabor amargo predominava, enevoando seus sentidos, deixando-o confuso, exausto sentimentalmente. Nem mesmo as palhaçadas de Ginta e Hagaku o tiraram do sério. Ginta e Hagaku! É mesmo! Pensou levantando da cama e correndo pelos corredores, no encalço dos leais e atrapalhados amigos.
— Yo Kouga, está vivo! — Ginta disse sorrindo largamente, feliz ao ver o amigo tão admirado.
— Ginta, diga-me. — Falou elaborando a frase em sua mente. — Você lembra de ter visto a Kagome grávida?
— Claro, já fazem meses. Ai! — Levou um cascudo.
— Eu digo no passado, há muitos séculos. Você lembra? — O moreno questionou ansioso.
— Lembra do quê? — Hagaku entrou na cozinha, onde os outros dois estavam.
— De Kagome grávida. — Ginta disse.
— Claro, acompanhamos boa parte do projeto. — Respondeu rindo. — AI! — Também levou um cascudo.
— Seus imbecis! — O moreno ralhou massageando as têmporas. — Em Sengoku Jidai? Lembram dela grávida lá?
— Claro! — Responderam num uníssono.
— Lembram? — Kouga perguntou abalado.
— Sim. — O moicano disse assentindo. — Ginta ainda disse que ela estava gordinha.
— É mesmo, daí o Kouga achou que o filhote era do Inuyasha. — O jovem de cabelos curtos e prateados, com uma franja negra falou com um sorriso divertido. — Apanhei.
— Ela esteve lá grávida então, e.... — O príncipe lobo estava desolado. — Eu não consigo lembrar disso. — Levou ambas as mãos à cabeça.
— Depois você foi atrás da Ayame lembra? Nós voltamos embora, não é mesmo Hagaku?
— É sim Ginta. — Fez um positivo com a mão.
— Ayame? — Kouga falou baixando a cabeça, com ambas as mãos na lateral da mesma. Ela latejava e doía, não conseguia lembrar. Mas o pior que poderia ser recordado veio em sua mente, a lembrança dolorosa de ter deflorado Ayame daquela forma desagradável na floresta, mas ele poderia jurar que estava com Kagome.
Tudo começou a rodar, a vertigem forçando seu estômago a expelir a bílis amarga no chão frio da cozinha, sob os olhares preocupados dos amigos, que o ampararam para que não caísse no próprio vômito. O moreno foi levado meio zonzo até o quarto, onde fora deitado na cama espaçosa, o deixaram repousando por um tempo.
— Kouga está muito estranho. — O moicano disse ao sair e encostar a porta do cômodo.
— Hai, pensando agora Hagaku. — O mais baixo disse pousando a mão no queixo. — Depois que ele voltou com Ayame, para a nossa tribo, ele já estava muito estranho lembra?
— Lembro.
— Será que ela lembra de alguma coisa?
— Ginta, nós devemos procura-la.
— Concordo. — Sorriu pousando a mão no ombro do amigo. — Somos realmente muito inteligentes.
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Camila estava sentada no sofá, com a cabeça apoiada no colo do youkai-raposa. O relacionamento deles não fora afetado, muito pelo contrário, com a ida das meninas à Sengoku Jidai, eles acabaram ficando mais próximos do que nunca, e esse sentimento foi herdado pela reencarnação da menina Rin. Assistiam X-Men, adoravam filmes de heróis e ação, riam, comiam bobagens, e ficavam acordados até tarde.
— Mila... — Shippou começou e a jovem virou-se para olhá-lo. — Temos que marcar a data do nosso casamento. O que acha?
— Eu adoro a ideia... — Enrubesceu. — Ainda mais agora, que estamos cheios de casamentos para ir.
— Pois é, na próxima semana teremos dois.
— Primeiro da Yuka e do Sesshoumaru, depois da Kagome com o Kouga. — A Jovenzinha falou contando nos dedos de um jeito gracioso.
— Depois podemos nos casar, você e eu, nós dois... — Falou, inclinando-se para beijá-la no nariz.
— Só fecho com mulher louca(1)... — Riram com a música que lembraram, era um funk antigo que Camila ouvira no Brasil, seu país de origem. — Eu sempre escolho beijo na boca.
— Se o tapa for dado por uma dessas mãozinhas delicadas, eu não me importo. — O ruivo deu uma piscadinha, mordendo o lábio inferior da jovem, que deu um gemidinho.
— Shippou?
— Hum? — Endireitou o corpo no sofá.
— Podemos nos casar na praia? — Falou sentando de lado, olhando-o intensamente com os olhos amendoados.
— Claro que sim. — Sorriu beijando-a no topo da cabeça. — O que mais você quer?
— Eu quero usar uma linda coroa de flores, não sei porque, mas eu amo esse tipo de coisa. — Os olhos brilhavam de emoção. — E além de todos estarem vestidos de branco, eu o quero sem camisa.
— Hã?
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Mansão Thaishou...
Kagome estava bem mais animada, havia tomado um banho relaxante, e com uma camisola longa de malha, estava sentada na cama confortável, enquanto conversava com Yuka, sobre as possibilidades que esse novo futuro havia proporcionado.
— Mas vejo só Kah, você ainda vai estagiar na Otsuka Associados?
— Eu não, nós vamos. Você não pode me deixar sozinha.
— Mês que vem começa o estágio, você acredita que até lá já reataram o relacionamento?
— Yuka, eu não pretendo reatar nada com o Kouga. — Cruzou os braços e virou o rosto para o lado. — Primeiro ele implore perdão! E sofra! E só depois eu volto com ele.
— Mas não é mais fácil, apenas voltar? — Yuka perguntou encolhendo os ombros.
— É tão fácil quanto acreditar na palavra da mãe do seu filho! — A Miko respondeu aborrecida.
— Faça como quiser Kah. — Deu de ombros.
Batidas na porta chamaram a atenção das jovens, e depois de um “entre” dito por Kagome, Koji entrou no quarto se jogando no espaçoso colchão da cama de casal. Fingiu choro, reclamando por ser ignorado por elas.
— Absurdo, as donas ficam aí tricotando e deixam essa perfeição aqui. — Mostrou o próprio corpo. — Sozinho e ignorado.
— Bicha dramática... Tsc, Tsc... — Yuka balançou a cabeça para os lados, em sinal de negativa.
— Sou teatral minha querida. — Estreitou as vistas.
— Não me acostumo com você chamando a minha pessoa de “querida”. — A cacheada disse olhando para as unhas.
— E como ele deveria te chamar? — A Miko perguntou, acariciando os cabelos azuis e muito lisos de Koji.
— Isso, como eu deveria lhe chamar, senhorita Takeda?
— Você deveria dizer: “Devassa, venha aqui!” — Falou levando a mão próxima a boca, na intenção de amplificar o som.
— Devassa, venha aqui. — O tom frio, a voz grave e aveludada, e o abrir repentino da porta do quarto.
Sem bater, Sesshoumaru entrou no cômodo, falando a frase icônica recém pronunciada por Yuka, e depois de aproximadamente 7 passos estava diante da jovem. Estavam todos na expectativa do que estaria para acontecer, e o proceder foi hilário.
— Como é? — Yuka perguntou franzindo o cenho, enquanto Koji e Kagome gargalhavam dela.
— Devassa, venha aqui. — Ele repetiu, sério.
— Mas isso é absurdo. — Fingiu irritação, levantando da cama e pousando as mãos na cintura. — Sou sua noiva, deveria me tratar como uma rainha.
— Mas eu trato como uma rainha. — Se aproximou dela, erguendo-a nos braços. — Mas a noite eu a trato com a cachorra que você é (2). — Sorriu de canto, minimamente, saindo do quarto com ela, que ficou sem palavras e acabou rindo.
— Tchau Kah, tchau Koji! — Fez tchauzinho com a mão. — Meu cachorrão quer brincar.
Sumiram do quarto, enquanto Koji e Kagome olhavam pela porta recém fechada. Trocaram um olhar e caíram na gargalhada, realmente aquela era uma cena que a Miko jamais imaginou ver na existência dela, estar ali com eles era maravilhoso, não se sentia tão só, e até havia esquecido um pouco de sua tristeza.
— Como você está mamãe? — O rapaz disse, deitando-se de lado na cama, apoiando a cabeça com uma mão.
— Bem melhor, tinha esquecido como era gostoso bater um papo. — Deitou fitando o teto, apoiando as mãos na barriga redonda.
— Está de quanto tempo? — Passou uma mão na barriga da Miko.
— 15 semanas, quase 4 meses. — Sorriu feliz.
— Já escolheu os nomes?
— Os nomes? É apenas um bebê. — Riu com vontade da careta que ele fez.
— Se for menino é tal nome, se for menina é tal nome. — Fez com uma voz afinada, imitando o jeito de Kagome falar.
— Oh! — Levou uma mão ao peito. — Ainda não... É um menino. — Falou entristecendo.
— Mas como você sabe? — Ele se espantou, nos meses iniciais é impossível determinar o sexo.
— Kouga disse... Ele também é youkai. — Suspirou. — Ele me contou.
— Sinto muito, não queria fazê-la lembrar dele....
— Não se preocupe Koji, tudo bem. — Sorriu amarelo.
— Eu lhe aconselho então, a ir na cozinha. — Sorriu ao vê-la animar-se. — Tem uns doces deliciosos lá.
— Arigato.
— Não por isso. — Levanto da cama. — Vou indo, meu Riki deve estar só de cueca na cama, me esperando.
— Com certeza. — Não conteve o riso. — Konbanwa.
— Konbanwa meu doce. — O rapaz respondeu antes de fechar a porta.
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Os quadris se chocavam sem muita força, mas mesmo assim era vigoroso, o ritmo constante que garantia investidas profundas e específicas, já haviam levado Yuka às nuvens uma vez. A jovem tinha a face vermelha, e gotículas de suor estavam distribuídas por seu corpo, que era invadido pelo maior repetidas vezes, a ponto de balançar o corpo feminil, levando os seios médios a balançarem acompanhando aos movimentos.
— Estou acabada aqui... — Falou ao ser virada de costas, uma mão pálida segurava levemente seu pescoço, enquanto a outra circundava a sua cintura. — Você nem ao menos fica suado... — Falou chorosa, os corpos continuavam conectados.
— Adoro seu calor.... — Levou ambas as mãos à anca empinada. — Seu cheiro... — Apertou até avermelhar a pele úmida. — Seu gosto. — Deslizou a língua por toda a espinha dorsal da morena, chegando ao pescoço e depois à nuca, onde cravou os caninos mais uma vez, sem força, não houve dor ou sangramento.
Novamente, os movimentos ganharam vigor e não levou muito tempo, até ouvir-se um gemido gutural da parte dele, que despejou sua semente no cerne da jovem, que ofegante, baixou os quadris até pousá-los no colchão espaçoso. O youkai deitou com o peito para cima, e ficou fitando o teto, ouvindo o coração dela, aos poucos bater tranquilamente, diminuindo o ritmo gradativamente. A respiração pesada ficou serena, o coração que ribombava estava em uma frequência amena, o corpo esguio relaxou dando lugar ao sono. Os dedos longos e pálidos afastaram algumas mechas cacheadas do rosto bonito, e deitando de lado, se pôs a acariciar o nariz pequeno com a ponta do indicador. Ela abriu os olhos e sorriu.
— Você me ama... — Sussurrou sonolenta.
Ele se aproximou beijando-a na testa, antes de deitar novamente com o peito para cima e cerrar os olhos. Ela comemorou internamente, Sesshoumaru não negou sua assertiva.
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Kagome saiu do quarto, desceu as escadas até alcançar a cozinha, e quando acendeu as luzes levou um susto. Inuyasha assaltava a geladeira, na completa escuridão, olhou-a sem muito interesse, indicando uma mesa com 4 cadeiras, para que ela se sentasse. Colocou diante da gestante, um bolo inteiro de chocolate, queijo, presunto, pães, suco.
— Vamos assaltar a geladeira juntos? — Ela perguntou passando o dedo indicador na cobertura do bolo, levando-o à boca em seguida.
— Kéh! Se prefere pensar assim para aumentar a emoção. — Olhou para ela com uma expressão divertida. — Mas, estou em casa, então tecnicamente apenas você assaltaria a geladeira.
— Mas, como você convidou a mim, nenhum de nós está realizando um assalto. — Riu do sorriso largo que ele lhe ofereceu.
— Logicamente. — Assentiu dando um dos sanduíches recém preparados para a jovem.
O hanyou serviu suco de laranja no copo que colocou à disposição da Miko, comendo em silêncio na companhia da jovem, que um dia fora sua mulher. Era um pouco estranho para ele, que lutou ao lado dela, derrotaram Naraku juntos, ela esteve o apoiando quando Kikyou faleceu, ficaram juntos diversas noites, até que um belo dia ela acordara disposta a romper com a relação, sumindo no poço. Sesshoumaru foi surpreendentemente o apoio do hanyou, os amigos foram morrendo e apenas os irmãos permaneceram. Acabaram por resolver as diferenças, e hoje viviam em notável harmonia. E por ironia do destino, sua ex estava na cozinha de sua casa, fazendo uma refeição noturna, grávida de seu rival secular, e não sentia nada. Não houve ciúme, nem tristeza. Apenas o sentimento forte e pertinente da amizade, que continua e continuaria para sempre, enquanto vivessem, algo os ligaria.
— Diga mamãe, como se sente e por que está aqui? — O hanyou apoiou um cotovelo na mesa, foda-se a etiqueta.
— Enquanto como, sinto alegria absoluta. — Ambos gargalharam. — Mas quando o lembro o porquê de estar aqui, meu coração se aperta Inu.
— Você ama aquele lobo fedido não é?
— Amo...
— Então, lute por ele. — Piscou para a jovem confusa.
— Quem é você, e o que fez o com Inuyasha?
— Imbecil, pare de besteira sua maldita. — Franziu o cenho, irritado. — Quando eu amava Kikyou... — Kagome torceu o nariz com a lembrança.
— Não ama mais?
— Cale a boca, maldita. — Limpou a garganta, ignorando os risinhos debochados dela. — Quando eu amava Kikyou, eu lutei por ela até o fim.
— Pois é, eu lembro disso perfeitamente.
— Sem ironias Kah, eu também amei você.
— Você tem mania de amar quem não deveria. — Deu de ombros. — Digo, amores impossíveis.
— Já parou para pensar, que talvez eu não quisesse amar alguém livre... — Estreitou os olhos, enigmático.
— Como assim Inu? — Ela o olhou curiosa, havia um brilho nos orbes dourados, algo como um segredo muito escondido, mas que ele estava louco para gritar aos quatro ventos.
— É só uma maneira de falar. — Levantou da cadeira, alcançando uma tigela com uvas na geladeira. — Venha, vamos comer assistindo TV no meu quarto.
— O quê? — Fingiu ofensa. — Qual sua intenção?
— As piores, vou comer você na minha cama. — Gargalhou, enquanto ela cruzava os braços.
— Tá maluco Inu?
— Opa, falei errado. — Pegou três pacotes de salgadinhos em um dos armários. — Vou comer COM você na minha cama.
— Ah, entendi.
— Eu estava distraído.
— Claro.
Eles subiram as escadas sem pressa, passaram pelo corredor e viram a porta do quarto de Riki e Koji com a porta aberta, o casal homo afetivo assistia ao filme “DeadPool”. A Miko e o hanyou invadiram o cômodo sem pedir, e ficaram os quatro empoleirados na cama.
— E achei que já estivesse dormindo meu doce. — O rapazinho afeminado disse meigo, acomodando a Miko com um dos travesseiros.
— Segui seu conselho e fui à cozinha. — Sorriu puxando ao hanyou e deitando no colo dele, enquanto mesmo estava encostado em um travesseiro na cabeceira da cama.
— Ela me ajudou a assaltar a geladeira. — O hanyou disse abrindo um dos pacotes do petisco.
— Então ela é sua cumplice. — Riki falou enchendo a mão com os nachos, levando-os à boca.
— Com certeza. — A jovem imitou o gesto, comendo ao salgadinho e chupando os dedos depois.
— Então sejam bem vindos à noite de Heróis. — O jovem de aparelho nos dentes e cabelos azuis falou indo até o frigobar, e trazendo latas de refrigerante para todos os quatro.
— Noite de heróis? — A Miko questionou intrigada.
— Eles assistem filmes de ação e aventura até dormirem, o que raramente acontece, eles viram a noite aqui. — Inuyasha disse, com a boca cheia de comida, uma festa alaranjada.
— Pode crer. — Dito isso, Riki levantou a mão no ar, e Inuyasha bateu nela, como sinal de companheirismo, a noite seria longa e agradável.
Ao amanhecer, os quatro estavam espalhados no leito king size. Kagome com a cabeça apoiada na barriga de Inuyasha, Riki estava com a dele apoiada no bumbum de Koji, que babava um pouquinho no lençol, sua boca naturalmente rosada estava entreaberta. O hanyou foi o primeiro a acordar, sacudindo a Miko e empurrando os dois namorados para fora da cama, rindo e correndo do revidar de Riki, que era bem forte mesmo sendo humano. Depois da higiene matinal a “tropa”, desceu as escadas e chegaram à copa, onde Sesshoumaru e Yuka estavam sentados tomando o desjejum na ampla mesa de vidro, ambos vestidos de pijamas e robe, ela de camisola longa de cetim.
— Nem trocaram de roupa... — O hanyou os provocou, mas o Dai-Youkai continuou lendo ao jornal.
— Tão lindas minhas camisolas, preciso exibir. — A morena cacheada disse, enquanto a Miko sentava-se ao lado dela. — Ohayou minha linda.
— Ohayou Yuka, Sesshoumaru. — Respondeu servindo-se de café.
A jovem sorriu beijando a bochecha de Kagome, o youkai branco apenas meneou a cabeça.
— Meu doce, passa a manteiga? — Koji pediu para a prima.
— Passe você. — Mostrou a língua.
— Alcance a manteiga onegai. — O rapaz repetiu, e a garota continuava a rir, até que Sesshoumaru entregou a manteiga para o jovem. — Arigato, Sesshy.
— Ah... perdeu a graça. — A morena cacheada disse mostrando a língua para o primo.
— Meu doce, veja o que essa bruxa fez! — O rapaz de óculos vermelhos disse choroso para o namorado.
— Ela é a primeira dama da casa baby, posso fazer nada. — O moreno deu de ombros.
Kagome sorriu, era muito divertida a rotina daquela “família”, estava sendo ótimo passar uma temporada com eles, mas mesmo assim naquela atmosfera de alegria, ela lembrava de como Ginta e Hagaku também eram bagunceiros, e se perguntava como estaria o seu youkai-lobo.
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15 dias depois...
Kouga estava em seu escritório, mais uma noite sem dormir, passada em claro trabalhando. Ele era um youkai, mas até mesmo ele precisava de descanso, ainda mais nesta data, que seria comemorado o casamento de Sesshoumaru e Yuka, não poderia faltar a esse compromisso. Passou as mãos no rosto exausto, em sua cabeça só martelava o mesmo assunto. Kagome.
Ele era o padrinho de Sesshoumaru, e a Miko era a madrinha escolhida por Yuka. Agora, a sacerdotisa era o par de Inuyasha no altar, e Kouga deixara seu lugar para Koji e Riki. Mas mesmo assim, ele iria à cerimônia pois não poderia fazer uma desfeita dessas por questões pessoais. Seria tão difícil.
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— Como estou Kah? — Yuka perguntou pela terceira vez, aflita e insegura.
— Você está perfeita Yukita. — A Miko respondeu com os olhos rasos em lágrimas.
A jovem estava com um vestido branco de cetim fosco, tomara que caia todo bordado em pedrarias, um coque nos cabelos, onde estava preso com perfeição o véu, que cobria os ombros estreitos.
— Arigato.
— Não por isso. — Falou secando algumas lágrimas com a ponta dos dedos. — Agora vamos.
A Cerimônia matrimonial começou, Kagome tomou seu lugar no altar, enlaçando seu braço ao do hanyou que a amparou com firmeza, a barriguinha de quatro meses era bem aparente. A jovem noiva entrava na igreja, em uma cerimônia ocidental com a típica marcha nupcial soando no local. Yuka alcançou o altar, onde seria realizado o matrimônio católico, religião da jovem morena, que sorridente enlaçou o braço ao do Dai-Youkai, que permanecia sério e frio como de costume, porém, ele acabou por deixar escapar um meio sorriso ao ouvir o ribombar do coração da jovem emocionada ao seu lado.
Kagome estava absorta com a beleza e significado da situação que acontecia, mas seu coração não estava preparado para o que ela viu. Kouga sentado mais ao fundo da capela, ao lado da ruiva tão conhecida à jovem sacerdotisa. Ayame olhou-a com um sorriso triunfante, sua mão pálida com as garras pintadas de vermelho, agarrada ao paletó do youkai-lobo, que de tão fraco e magoado, não tinha forças para reagir, parecendo alheio ao que acontecia ao redor.
Realmente ele estava desfocado da realidade, o youkai imundo chamado Inbo, estava se alimentando de toda a tristeza que ele sentia, e se algo não fosse feito logo, o youkai lobo não resistiria mais e acabaria morrendo num poço de depressão.
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