Kagome apesar de sentir seu coração despedaçado, manteve-se impassível, como se aquilo não tivesse arrancado o coração do seu peito e o estraçalhado em milhões de fragmentos. Voltou sua atenção para a cerimônia religiosa, feliz por sua amiga estar bem, por ter mudado sua vida para melhor, sua missão de sacerdotisa era se abnegar pelos outros, essa característica era intrínseca à personalidade gentil dela.
Depois dos votos, Sesshoumaru e Yuka trocaram um beijo discreto, virando para os presentes e saindo da Igreja Católica. Ela sorrindo de pura empolgação, ele impassível como sempre porém, atencioso para com a jovem cacheada que estava enlaçada ao seu braço com o coração batendo descompassado, ele sabia que ela estava imensamente feliz.
Muitos colegas da faculdade, amigos da escola, e alguns parentes estavam ali. Todos seguiriam para o salão alugado para a festa em comemoração do casamento, e lá a surpresa seria geral.
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Depois que adentrou pelas portas de vidro fumê, Yuka deu um grito. O ambiente estava totalmente decorado num visual psicodélico, com muitos convidados. Assim que entraram, Ela e a Miko se enlaçaram nos braços e foram recebidas por rapazes andrógenos que colocaram colares de flores e óculos engraçados nelas e em todos os outros que entravam em seguida, mas obviamente que Sesshoumaru não permitiu.
— AIIIIII ME BELISCA! — Koji passou gritando por elas igual uma mariposa louca, com Riki em seu encalço.
— Tu viu aquilo Kah? — Apontou para a direção que o primo havia ido.
— Eu achei que tivesse alucinado... — As duas gargalharam, mas Kagome ficou séria novamente. — Shippou e a namorada dele. — Parece que com eles não houve mudança. — A Miko fechou a cara numa carranca.
— Que foi amiga?
— Ayame está aqui...
— QUÊ? — Yuka deu um berro chamando a atenção dos que estavam ao redor delas. — Quem convidou essa vaca?
— Ah eu não faço ideia, mas ela está com o Kouga.
— Que viado, deixa comigo vou desaforar ela.
— Deixa pra lá Yuka.
— Nana-nina-não, é o meu esporte favorito, com licença.
A cacheada disse, indo na direção de Sesshoumaru, que arqueou uma sobrancelha desconfiado assim que ela o alcançou, parando frente a ele com os braços cruzados.
— Meu bem. — Sorriu. — Você convidou a vaca da Ayame?
— Não. — Sorveu um gole de uísque.
— Hum... Quem a convidou?
— Ninguém.
— Arigato. — Jogou um beijinho pra ele, correndo na direção de Kagome.
Pegou o braço da amiga e foi com ela até o bar, pediu dois sucos de laranja e sentaram nas banquetas disponíveis ali.
— Ela está aqui de penetra. — Yuka começou, abocanhando o canudinho e bebendo ao suco.
— O Kouga deve tê-la trazido. — Suspirou desanimada, apoiando os dois cotovelos no balcão.
— Nossa mas ele tá na merda, olha a cara dele parece que tá sendo sugado, mas não no sentido sexual, porque senão a cara dele estaria melhor.
Kagome riu, e ao olhar na direção que a amiga indicou quase deu um grito. Kouga estava abatido, com olheiras, parecia até que a barba estava por fazer, ela não tinha reparado nele durante o casamento, depois que viu Ayame colada nele como um carrapato desviou as vistas e não olhou mais na direção deles. Não conseguiu conter os próprios pés, que caminharam decididos na direção do youkai-lobo. Parou na frente dele, que demorou alguns segundos até erguer as vistas e notar sua presença.
— Kagome... — Levou a canhota ao braço dela.
— Ai! — Encolheu a mão e o braço, sentiu o contato queimá-la. — O que foi isso?
— Isso o quê? — Olhou-a confuso.
— Kouga, o que você tem? — Abaixou o corpo para encará-lo nos olhos, e os orbes azuis e opacos, cortaram o coração da jovem.
Ela se aproximou tocando-o o rosto dele com ambas as mãos, e logo a voz aguda e irritante trouxe à tona a infeliz realidade, ele estava acompanhado da desagradável Ayame.
— Até onde eu saiba, vocês não estão mais juntos. — A ruiva fez um tom sarcástico.
— Sei disso. — A Miko respondeu no mesmo tom. — Mas você faz questão de “remoer” isso, não entendo o porquê.
— Porque é isso o que as vacas fazem, mastigam o próprio vômito repetidas vezes. — Yuka falou alto, envolvendo Kagome pelos ombros.
— Olhem só, a piranha do Sesshoumaru. — Ayame disse encarando a morena.
— Pois é, sou piranha, cadela, devassa, e esposa dele. — Ergueu a mão esquerda e mostrou a imensa aliança de ouro no dedo anelar. — E você não é nada de ninguém. O choro é livre. — Abriu os braços em desafio.
— Yuka, deixa ela. — Kagome puxou a amiga pela mão, mas sem sucesso, a barraqueira queria um motivo apenas, isso serviria para expulsar a ruiva de sua festa.
— Deixo nada, tá toda errada começando pelo nome, que não tá na lista de convidados. — Gritou para a ruiva, que ficou vermelha de raiva.
— Não me desafie humana idiota. — Ayame vociferou.
Kouga continuava sentado, calado e alheio ao mundo. Tudo muito estranhado por Kagome, que queria no fundo de seu coração abraçá-lo e cuidar dele.
— Uôl! — Inuyasha se aproximou da confusão. — Menos senhoras, por favor.
— Isso aí não e senhora Inu, é encalhada lixo mesmo, dejeto que ninguém quer!
— Yuka, menos... Olha quem está só observando. — A Miko disse, indicando a direção em que Sesshoumaru estava, olhando fixamente na direção delas de cara fechada.
— Sou uma dama alterada. — Yuka disse sem graça.
— Dama... Sei. — A ruiva provocou. — A vagabunda que deu um golpe, e a mãe solteira... — Riu delas.
— Oh! — Yuka fez com um sorriso de deboche nos lábios. — Olha isso aqui. — Mostrou a marca de Kouga no ombro de Kagome, e depois ergueu o véu mostrando a própria na nuca. — Nós duas temos donos, a única e verdadeira vagabunda aqui é você.
— Chega né, vamos gente parem. — Inuyasha pegou nos braços de ambas as jovens, as afastando da confusão. — Yukita, você não é assim me explique o que está havendo.
— Tá doido é? Eu sempre fui assim. — Respondeu puxando braço. — Olha lá Kah! Houjo, Ayumi e Eri!
A cacheada foi na direção dos amigos de longa data, mas Kagome ficou com o hanyou.
— Inu, preciso respirar um pouco de ar puro. — Pediu enquanto ele lhe sorria.
— Claro, vamos. — A conduziu para uma espécie de sacada.
Chegaram na área descoberta e sentaram num dos sofás de vime que haviam ali. Ela suspirou um pouco, meio chateada, magoada, mas principalmente aflita com a situação, estava preocupada com Kouga, ele parecia tão fraco e doente...
— Inu?
— Hum?
— O que há de errado com Kouga?
— Kéh! Ele nasceu ué. — Falou rindo, isso a animou um pouco.
— Você sabe que ele marcou a mim.
— Sei.
— E por que ele não sabe? — Disse com os olhos rasos em lágrimas.
— Porque é muito imbecil, eu sempre disse isso. — Cruzou os braços, ela fez uma careta.
— Ai Inu... — Cobriu o rosto com as mãos e se pôs a chorar.
— Ei qual é? — A envolveu com os braços. — Não chore Kah. Podemos ficar aqui pensando e lamentando por tudo o que não eu certo em nossas vidas, mas ao invés disso, nós vamos recordar das coisas boas que vivemos juntos, que tal?
— Pode ser. — Enxugou o rosto com o dorso da mão.
— Lembra quando você se descobriu muito mais forte do que era? — Ela assentiu com a cabeça. — Derrotamos Naraku, graças a você.
— Ah Inu... — Grunhiu desanimada.
— Tá, então lembre disso. — Ergueu o rosto dela. — Eu te comi muitas vezes naquela floresta lembra?
— Mas o que? — Franziu o cenho e riu. — Pra que lembrar disso?
— Pra você rir. — A abraçou mais forte. — Lembra quando você foi me chupar pela primeira vez?
— Não quero lembrar disso... — Ficou vermelha.
— Ah mas aposto que já lembrou. — Provocou-a ouvindo os risinhos abafados dela em seu peito. — Fez perfeito. — Fez um “ok” com a mão direita.
— Credo Inu... — Abafou mais algumas risadas, ainda abraçada à ele.
— Pena não ter dado certo... — Ele disse meio distraído.
— Sinto muito.
— Não sinta, eu estou bem. — Sorriu para a jovem. — Quando você voltou para Sengoku Jidai grávida, conversando comigo e explicando seus motivos, eu vi que não era pra ser, nem com você nem com Kikyou.
— Era pra ser com quem?
— Sei lá, com quem tiver que ser. Estou atento só esperando que isso aconteça...
— Inu, você é gay?
— O quê? — Ele tossiu engasgado com a própria saliva. — Quem te disse isso, sua maldita?
— Ninguém... — Ela o olhou de canto, um risinho mal intencionado nos lábios. — Mas, isso é verdade?
— QUÊ? — Vermelhíssimo ele levantou quase a jogando no chão. — Vamos entrar!
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Disse a puxando pelo braço, ela agora ria animada com a timidez dele, e ao entrarem tiveram a deliciosa surpresa: Koji estava puxando um “trenzinho” ao som de I’m Blue, gritavam todos “Ai que delícia cara”, repetidas vezes formando um imenso “caracol” na pista de dança, todos com os colares e óculos engraçados, muito coloridos, alguns usavam perucas também.
— Kah, Inu! — Yuka, que estava atrás de Riki, os chamou animada.
Logo eles se juntaram à deliciosa bagunça, a Miko percorreu o local com os olhos e nem sinal de Kouga ou Ayame, isso a deixou um pouco triste mas não se permitiu abalar, continuou aproveitando a festa.
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— Ai meus pés! — Kagome disse mesmo sendo carregada para o quarto de hospedes, pelos braços do hanyou, que bocejava quase que constantemente.
— Kéh! Cale a boca maldita, eu estou te carregando!
— Meu Kami poderoso, demorei anos pra entender esse jeito bruto do Inu. — Koji disse os acompanhando nas passadas.
— Ora baby, confesso que até hoje não sei discernir quando ele está bravo ou não. — Riki os alcançou, abraçando ao menor com cabelos azuis.
— Antigamente, era fácil saber. Se ele estivesse com a Tessaiga na mão, estava bravo. — Sorriu para o carrancudo Inuyasha.
— Muito engraçado Kagome. — Resmungou entrando no quarto dela e fechando a porta com o pé.
Riki e Koji trocaram um olhar, o menor baixou os óculos com a indicador e se aproximou da fechadura, espiando o interior do quarto, mas só tinha a visão da cômoda branca, então decidiu se recolher com o namorado para o quarto.
— Baby, o que tá rolando entre os dois? — Riki perguntou se despindo e indo diretamente ao banheiro para tomar um banho.
— Oh! Ulê, ulê! — O menor sorriu batendo palmas. — Delícia meu doce...
— Koji? Responde.
— Ah ta, sem graça. — Deu de ombros. — Vai acontecer nada, aquela lá é vidrada no bofe Wolf, não te lugar para o Inu indeciso ali.
— Hum... — Respondeu de dentro do box. — Baby, vem lavar minha costas!
— Claro meu doce....
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Camila havia se mudado, agora morava ao lado de Shippou testando o autocontrole dele, todos os dias. A jovem morena de olhos amendoados não se sentia mais à vontade para morar no apartamento de Ayame, e sua ida para a vida de Shippou os fez adiantar os planos de casamento, visto que ele já não aguentava mais as brincadeiras adultas que tinha com ela todas as noites, precisava ir além, se é que me entendem.
A organização do evento já estava encaminhada, escolheram o lugar, o tema, e onde iriam passar a lua de mel. A jovem estava esgotada, eles dançaram igual loucos no casamento de Yuka e Sesshoumaru, beberam e bagunçaram.
— Shippou...
— Fala.
— Vou passar mal amanhã, não vou? — Disse sonolenta, enquanto ele a vestia com a camisola branca.
— Mas isso com certeza. — Respondeu rindo da careta que ela fez.
— Mas você vai cuidar de mim, não vai?
— Vou.
Ela acabou regurgitando na roupa dela e na dele, que apressado a levou no colo até o banheiro, onde ela terminou de expelir os líquidos de seu estômago. O youkai levou a jovem até o box, ligando o chuveiro e deixando as roupas ali mesmo no chão, enquanto lavava os cabelos medianos e a mantinha sentada entre suas pernas, os dois nus, debaixo no chuveiro.
— Tá melhor? — Ele perguntou passando condicionador nos cabelos castanhos.
— Aham. — Respondeu apoiando o corpo no peito dele.
— Minha pequena. — Disse carinhoso, tirando o excesso de água dos cabelos dela enquanto os enxaguava.
— Eu não vejo a hora.
— De quê?
— De casarmos de uma vez... — Falou envergonhada.
— Por quê? — Questionou distraído, os olhos fechados e a cabeça apoiada na parede do box.
— Meu Pai do Céu Shippou! Estamos nus aqui, juntos e não te vem nada à cabeça?
— Você quer o sabonete? — Ele a provocou rindo da irritação da mais jovem. — Sarou né amor? Já está arrumando confusão, quer dizer que está ótima.
Ela tentou não rir, quis resistir mas não deu. Começou a gargalhar com ele ali no box, a água quente caindo, eles ainda pelados, mas relacionamento não é só sexo, é companheirismo também.
— Que acha de daqui há seis meses, nos casarmos? — Ela disse virando o rosto e o olhando.
— Pode ser minha pequena... — Beijou o ombro da jovem.
Acabaram por sair do banho e se vestir, e o youkai foi à cozinha e preparou café para ambos, que enrolados nas cobertas, assistiram à alguns Stand Ups pela Netflix antes de dormir.
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Alguns dias depois...
Finalmente as aulas recomeçaram, e com elas as responsabilidades. Nem todas eram agradáveis, como por exemplo, Kagome ter que passar metade do seu dia na Otsuka associados, no mesmo andar que Kouga, que estava um trapo youkai. Ela e Yuka mantinham-se ocupadas na maior parte do tempo, evitavam entrar na sala dele, e almoçavam fora do grupo para que não corressem o risco de trombar com Ayame, que fazia questão de comparecer para perturbar o juízo do pobre príncipe lobo.
A jovem completara o quarto mês de gestação, e sua rotina era basicamente ir à faculdade pela manhã e estagiar no período da tarde, chegar em casa e dormir. Sua família já estava preocupada com a jovem, sua falta de interação com os outros era fruto da solidão que sentia, às vezes ela passava fins de semana na mansão Thaishou, voltava feliz e revigorada, mas quando a semana começava, tudo vinha à tona.
— Kah, você viu os convites do casamento do Shippou com a Camila?
— Hum?
— Você viu os convites do Shippou e da Camila? — Yuka repetiu com o cenho franzido.
— Que convites?
— Kah, os convites do casamento... — Explicou tocando o rosto da Miko. — Você está bem?
— Claro... — Falou desanimada.
— Nossa nem acredito que chegou o dia em que vou usar aquela frase. — Yuka falou com um olhar sapeca.
— Qual frase?
— Repita isso até acreditar!!! — Bateu palminhas animada.
A Miko ficou encarando a jovem morena, seu semblante sério a fez murchar o sorriso e baixar a cabeça.
— Tá certo Kah, desculpa...
— Tudo bem. — Suspirou.
— Credo amiga, pergunta pra Samara como é que tá no fundo do poço.
— Yuka, tem razão! — A Miko iluminou-se.
— Razão no quê? — Balançou a cabeça confusa.
— Temos que voltar à Sengoku Jidai para saber o que houve.
— Quê? Kah, temos que resolver as coisas por aqui mesmo. Não acho prudente irmos até lá de novo e bagunçar mais as coisas... — Falou carinhosa, mas Kagome estava desesperada.
— Você não está preocupada comigo! — A Miko acusou-a. — Não quer perder a vida perfeita que ganhou não é mesmo? O marido rico, a família e tudo mais!!!
— Qual é o seu problema? — Yuka tentou se aproximar, mas a Miko a empurrou e ao segurar o pulso da cacheada acabou por queimá-la. — Ai, Kah! Pare com isso por favor... — Pediu chorosa.
— Você é tão egoísta Yuka, só pensa em você. — Falou com sarcasmo. — Sua vida não era ruim antes de ir pra lá!
A cacheada estava séria, e os olhos rasos em lágrimas, entendia a amiga estar desesperada mas fora muito magoada.
— Eu não pensaria duas vezes em dar a minha vida pela sua. — A cacheada começou, pegando a bolsa e indo na direção da saída. — Só acho que é perigoso no seu estado ir à um lugar sem recursos.
— Claro que acha...
— A propósito Kah... — Disse já parada à porta. — Eu fui estuprada desde os onze anos, aliás, Koji e eu, pelo pai dele. — A Miko a olhou com os olhos arregalados. — Mas isso foi mudado na minha vida, realmente nossa ida foi favorável à mim. Eu não pensaria duas vezes em desfazer tudo só pra ver você feliz, porque eu te amo.
A cacheada saiu da sala chorando já, correu até os elevadores entrando em um como uma louca, e se escorando na parede enquanto chorava. Nada poderia piorar naquelas vidas, ou poderia?
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Ayame estava no salão como era seu costume em todas as terças, fazia às unhas e alisava os revoltos cabelos ruivos, onde ficava com uma aparência artificial. Inbo tornara a doce youkai em uma criatura fútil e egoísta, que só se importava consigo mesma e mais ninguém, nem mesmo o bem estar de Kouga tinha importância para a jovem cujos lábios cheios estavam pintados de vermelho. Ela olhava com minucia as garras pintadas de esmalte rubro, procurando defeitos para poder implicar com alguém, seu esporte favorito.
— Tenho mais um trabalhinho para você... — Inbo soou aos ouvidos da youkai, cujos olhos verdes se arregalaram.
Ela continuou em silêncio, estava em um local público, mas somente ela tinha a capacidade de ouvir a voz rouca do youkai imundo. Ela sentiu todos os pelos do seu corpo se arrepiarem, e como num sussurro sombrio, o espirito se manifestou mais uma vez.
— Ouça bem, vá ao templo vermelho no coração do Japão, e umas das salas existe um vaso, dentro deste vaso existe algo que precisa ser libertado.
A ruiva apenas meneou a cabeça, o templo xintoísta em questão, ficava bem no coração de Tóquio. Era um lugar sagrado, passar na frente do local já a deixaria fraca, mas não poderia desobedecer a essa orem. Depois que saiu do salão, a youkai foi diretamente obedecer à ordem que lhe fora dada.
Parou o carro em frente ao Templo, já sentindo náuseas. Saltou do carro inteiramente arrepiada e sentia seus poderes de youkai enfraquecidos à cada degrau que subia da escada de pedra. As colunas cilíndricas em vermelho sangue, tinham escritos religiosos entalhados em dourado.
Um sacerdote a olhou desconfiado, apontando o básculo na direção da ruiva, que riu da petulância do ancião.
— O que foi velho estúpido? — Passou por ele, estava sendo guiada por Inbo.
— Pare youkai! O que foi selado, não pode ser libertado! — O velho gritou desesperado.
— Isso não me interessa. — Disse virando as costas, encontrando uma porta repleta de selos.
Gritando de dor, a ruiva arrancou cada um dos selos sagrados, que a queimavam até deixá-la em carne viva. Dentro da sala haviam dois vasos feitos de porcelana, com escritos divinos. Ambos trepidavam, mas apenas um foi tocado pela youkai, que o lançou com força contra uma parede. Um vento forte que soprava quase que incessantemente tomou conta do local, e antes de desmaiar com o demasiado esforço, Ayame viu a silhueta de uma mulher entre a ventania.
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