Felix e Hyunjin haviam começado a sair durante os dias quentes e frescos – a primavera havia chegado no dia anterior e o parque estava belíssimo com folhas tão verdes e flores crescendo pelos canteiros. Lix descobriu que Hyunjin amava flores, o que era bem óbvio, considerando que a maioria das telas em seu ateliê eram pinturas de flores. Agora, eles estavam deitados sobre uma toalha na grama verde, observando o céu azul e as nuvens brancas que pareciam algodões. Eles haviam comprado algumas coisas para comer enquanto conversavam e agora com a barriga cheia de bolo de chocolate e biscoitos, eles apanas relaxavam. As mãos estavam entrelaçadas e a mão de Hyunjin aquecia a de Felix, que estava mais gelada.
— Estou tão nervoso — Lix comentou — Já é amanhã... não sei o que esperar.
Hyunjin apertou levemente a pequena mão dele.
— Espere um espetáculo incrível — Hyunjin disse — Confie em si mesmo, Lix.
Felix suspirou, fechando os olhos.
— Eu tento — Felix disse — Mas ainda tenho medo de enxergar coisas durante a performance.
Hyunjin se apoiou no cotovelo, podendo o olhar no rosto.
— Se acontecer — Hyunjin começou — Eu vou te ajudar. Nem que eu improvise na hora, mas eu vou te ajudar. Pode ter certeza disso.
Felix esboçou um sorriso fraco.
— Não quero estragar seu número, Jinnie — murmurou ele.
Hyunjin negou com a cabeça, o tocando no rosto.
— Você não estraga nada, meu Sol — Jinnie se inclinou para beija-lo na testa — Nunca.
Felix confiava nele, mas não confiava em si mesmo. Ele sabia que estragaria o número se acabasse caindo do bambolê e nem um improviso de Hyunjin poderia apagar aquela vergonha. Depois de dois meses ensaiando para alcançar a perfeição, Felix tinha medo de colocar tudo a perder por conta de uma alucinação. Ele teria que contar com a sorte de não ver nada.
[...]
A última noite de ensaio foi longa. Jinnie e Lix ensaiavam e recomeçavam depois que terminavam, pois aquele era o momento de repassar todos os passos e toda a letra da música que cantariam. Eles haviam praticado muito, o fôlego, as pausas, cada movimento e cada giro. Estavam perfeitos, segundo Lenda. Chan e Changbin estavam dando voltas e voltas sobre as motos, dentro do globo. Jisung fazia seus truques de ilusionismo com cartas. Jeongin e Seungmin treinavam o malabarismo com bolinhas, equilibrando pratos na testa e pés. Minho estava na corda bamba e dava piruetas no ar quando pulava para a cama elástica. Yeji estava nas fitas, assim como Hyunjin e Felix, que treinavam seu número novamente. Lix observava o auditório lá de cima e sentia a ansiedade crescendo no peito.
— Amanhã tudo isso estará cheio — Felix disse, suspirando — Tantas pessoas me olhando...
— Você vai descobrir que a sensação de milhares de pessoas te admirando e depois aplaudindo de pé no final, é incrível — Hyunjin disse, o observando — Você se sente no topo do mundo.
Felix sorriu levemente, continuando a olhar o auditório lá de cima.
— Como estamos agora? — perguntou.
Hyunjin sorriu e segurou a mão dele, a apertando cuidadosamente na sua. As mãos de Felix não estavam mais com as faixas e haviam apenas pequenas cicatrizes dos cacos de vidro.
— Exatamente — Hyunjin disse — eu e você no topo do mundo.
Felix sorriu ainda mais, desejando que fosse sempre assim dali pra frente. Ele e Hyunjin no topo do mundo.
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