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História Mine - Único - História escrita por i4binghe - Spirit Fanfics e Histórias
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História Mine - Único


Escrita por: i4binghe

Notas do Autor


Contém Spoilers!!!

Boa leitura :)

Capítulo 1 - Único


Como nos apaixonamos? Eu não fazia ideia. Em um dos amistosos? No meio de nossas milhares de mensagens trocadas?


Não, não. 


Nos apaixonamos na primeira vez que eu o vi. 


Shouyou era energético, não precisava ser inteligente pra perceber isso. O seu jeito era completamente diferente do meu, e sua animação me dava náuseas. 


A primeira vista, seus cabelos exaltando uma cor alaranjada tão forte me deu dor de cabeça, suas falas altas e curiosidade estranhamente inconveniente me deixou indignado, e então, sua aproximação repentina em um pulo quase me fez desmaiar. 


Não demorou tanto tempo pra que eu percebesse seu uniforme da Karasuno, e eu sei que deveria te ignorar, eu quis fazer isso, mas não consegui. Tentei responder todas as suas perguntas mas minha voz calma era sempre absorvida pela sua incessante. 


Eu poderia ficar furioso, normalmente ficaria e te mandaria calar a boca, mas também não o fiz. Era contagiante, em poucos minutos você me invadiu como uma brisa da tarde; cálida e reconfortante. 


Depois disso, nos encontramos no amistoso, e como eu esperava, sua reação foi exagerada. Confesso, te subestimei mesmo sem perceber, e então você veio com um turbilhão de coisas novas na minha vida. Quando vi seu ataque rápido pela primeira vez, senti uma pontada de animação que nunca tinha me acontecido antes, mas como eu era ingênuo, encobri isso com indiferença.


Você não desistiu, trocamos números e você fez a promessa que me faria se sentir animado em uma partida, mas você não sabia, eu já estava animado simplesmente por te conhecer. 


Tivemos mais amistosos, e mais mensagens, todo dia era com uma obrigação trocarmos algumas. Eu já pensava em você em cada minuto, mas novamente tentei me enganar e pensar que era só uma animação passageira por ter um rival. 


A cada dia eu pensava mais em você, me encobria de treinos para tentar esquecer ao menos um pouco mas falhava, no entanto finalmente chegou o dia da promessa, o dia do nacional. 


Quando entrei naquela quadra e te vi, você estava, como tudo na sua vida, maravilhosamente perfeito. 


Enquanto jogávamos eu pude perceber que nem em um milhão de anos conseguiria pegar leve com você por causa dos meus sentimentos — que refleti e aceitei no meio da partida —, e era porque eu sabia que você perceberia minha hesitação e me acusaria. 


Ou talvez porque você fosse simplesmente tão excepcional que eu percebi que não poderia desperdiçar a chance de jogar contra uma pessoa tão boa. 


Neste dia, eu e meu time perdemos, mas eu não poderia reclamar, foi por mérito. Você jogou absurdamente bem, Shouyou. E, mais que tudo, cumpriu sua promessa. 


Logo depois disso, você tinha que jogar outra partida, e eu estava preocupado. Não teria como você descansar direito, e pela primeira vez me vi odiando aquele sistema de partidas apenas por você. 


No ápice da partida, o ponto alto de ter certeza sobre meus sentimentos foi quando eu observei você caindo, exausto. Eu queria poder correr até lá e te abraçar, ou então ter como te ajudar o tanto que você me ajudou mesmo que inconscientemente. 


A Karasuno perdeu, você foi diretamente para o hospital, e eu estava com os nervos a flor da pele. Odiava não ter conseguido ficar do seu lado em momentos tão difíceis. 


Continuamos a trocar mensagens, até o dia que eu decidi deixar de ser um covarde e te convidei para vir até minha casa. 


“Isso é sério? Está me convidando mesmo pra ir até Tokyo?” Sua voz melodiosa ecoou pelo telefone, e eu assenti mesmo sabendo que você não poderia ver. 


“Claro, Shou.” 


Neste dia eu pude satisfazer sua obsessão pela Tokyo Sky Tree, e te levei para conhecer pela primeira vez. Você trajava um moletom amarelo com luvas pretas e uma calça jeans, lindo como sempre. 


O clima estava agradável, você estava animado apenas por ver uma torre sem nada de especial, provavelmente eu ficaria desanimado, mas tudo ficava incrível com você do meu lado.


Lá também foi o lugar que eu tive meu pico de coragem e me declarei, e ver você imóvel na minha frente me deixou ansioso. Nunca tinha te visto sem palavras. 


Você correspondeu meus sentimentos, e por mais incrível que pareça, me beijou. Foi atrapalhado, mas foi um beijo. 


Começamos a namorar, era um pouco difícil pela distância mas não era impossível. Eu pude ver sua evolução bem de perto, compartilhar com você desde minhas alegrias por ter zerado um jogo até minha tristeza por ver você triste. 


Quando você teve a ideia absurdamente louca de ir pro Brasil, eu te apoiei mesmo sabendo que isso dificultava as coisas. Eu queria ter sido mais egoísta nessa época, mas não podia te impedir de evoluir apenas pra nós ficarmos juntos. 


Eu tinha dinheiro de sobra, mesmo se não tivesse ainda sim insistiria, e com isso me tornei seu patrocinador. Queria de alguma forma estar ligado a sua carreira, acompanhando o seu progresso de perto, e nada melhor do que eu mesmo fazer seu nome ecoar por todos os cantos do país. 


Terminamos semanas depois que você aterrissou no Rio de Janeiro. Mas continuei sendo seu patrocinador. 


Doeu como o inferno ficar longe dele, mas eu entendia cada vez que via ele se superando cada vez mais no vôlei. Se pra ele melhorar e evoluir custava minha felicidade, eu não ligava em largar de mão, pelo menos não por enquanto.


Nos reencontramos na sua volta para o Japão, antes de entrar na Black Jackals você veio até mim pedir minha opinião. 


Você tinha uma aparência madura, mas no fundo continuou sendo o Shouyou energético que dava cambalhotas por toda minha casa. E eu gostava disso, era uma essência que eu não queria que perdesse. 


Surpreendentemente livre, lembro-me que você sequer se importou com o fato de que não tinha visto um hotel ou pousada para passar a noite, e eu nunca te deixaria na rua. 


Tivemos a mesma programação por dias seguidos; dormir, jogar, conversar, assistir alguma coisa juntos e comer. 


A ideia de acordar do seu lado, levantar da cama e te ver preparando o café, passar pelo corredor e te escutar cantando no chuveiro ou apenas rir da suas graças me pareceu algo tão rotineiro que eu poderia fazer minha vida inteira.


Esse pensamento me assustou, era como voltar a fase do colegial. E tudo piorou quando o dia do seu teste na Black Jackals chegou e você não precisaria mais morar na minha casa. 


Quando percebi que estava na minha frente esse tempo todo, não pude deixar de reviver o momento que o perdi diante de meus olhos, entre minhas mãos. Não queria deixar você partir novamente, e estava disposto a ser um pouco egoísta desta vez. 


Mas diferente do que eu imaginava, você também não estava disposto a me ver longe, pois no dia que ajoelhei em sua frente e tirei a caixinha do meu bolso, você riu escandalosamente. 


Seus joelhos também dobraram como os meus e você ficou da minha altura, agachado ao chão. Suas mãos foram em direção ao seu bolso e você tirou de lá uma caixinha delicada, a abrindo diante aos meus olhos. Um anel prateado com uma pedrinha amarela na ponta estava encaixado lá dentro. 


— Você ia.. – Perguntei, assustado. E você assentiu cessando a gargalhada. 


— Só falta uma coisa para que a felicidade que você me trouxe seja completa. – Continuou. — Kenma Kozume, você aceita se casar comigo? 


Me faltou palavras naquele momento, mas ele soube que era um sim quando eu pulei encima dele e nós rolamos pelo chão como dois bobos apaixonados. 


“WOW! Que jogada assustadora! Shouyou Kozume passou por cima da cabeça dos levantadores!” A voz do narrador soou por todos os auto falantes do ginásio. 


Despertei rapidamente, tinha me ocupado tanto em repassar a história de vida inteira minha e do Shouyou que esqueci totalmente o mundo real. 


Me apoiei na grade sentindo a torcida vibrar atrás de mim, todos apoiando o grande Ninja Shouyou. Ele era meu orgulho. 


— Hey, o nome dele no fundamental não era Hinata Shouyou? – Uma voz desconhecida comentou ao meu lado. 


Olhei de soslaio vendo dois garotos entretidos na partida, o moreno questionou e o loiro o olhou incrédulo. 


— Você é burro mesmo! Claro que era, mas ele se casou. 


Apertei o boné preto que cobria metade do meu rosto, apenas por precaução. 


— Casou?! Quantos anos ele tem afinal? – Respondeu, a surpresa queimando no seu tom de voz, seguido de um suspiro derrotado. — Sorte da mulher que tem esse cara.. 


Eu quis rir. 


— Homem, ó babaca. – O outro falou na lata revirando os olhos. — Ei! Não faça essa cara, ele casou com o Kenma Kozume, ex levantador da Nekoma, atualmente investidor, gamer profissional, Youtuber e diretor da Corporação Bouncing Ball. Esse cara tem mais dinheiro que todo mundo desse estádio junto. 


— Tá brincando?! 


— Sério, não sei de quem sentir inveja nessa relação. – Bufou em descontentamento. 


Passei a mão sobre a boca prevenindo que nenhuma gargalhada sairia de lá, essa pequena interação me deixou bem humorado. 


Continuei prestando atenção nos lances de Shouyou, era impressionante que quando você pensava que ele não podia melhorar mais, ele ia lá e te surpreendia. 


Ninguém tinha mais orgulho dele no mundo do que eu. 


“ACABOU! Ninja Shouyou marca o último ponto com uma diagonal esplêndida e fecha o set garantindo a seu time uma vaga direto na final!” 


Eu podia sentir a arquibancada tremer com tantas pessoas pulando e gritando ao mesmo tempo, ainda sim tudo ao meu redor ficou silencioso quando vi Shouyou correr pela quadra sorrindo com Bokuto logo atrás de si.


Ele passou observando as pessoas rapidamente e finalmente nossos olhares se encontraram. 


— EU TE AMO! – Gritou com toda a força que ainda lhe restava e pegou uma das rosas que o público estava jogando e atirou em minha direção. 


Me suspendi pela grade enquanto estendia as mãos, a flor caiu delicadamente entre meus dedos. Segurei-a trazendo ao meu peito e senti meus olhos marejarem. 


Todas as pessoas provavelmente olhavam para mim, e também os dois garotos ao meu lado, mas eu não me importei. 


Shouyou estava radiante em minha frente, sorrindo apaixonadamente e me olhando como se eu tivesse todas as respostas do mundo, e nada merecia mais atenção do que isso. 


— Eu também te amo.. – Murmurei acanhado, mas sabia que ele tinha entendido. 


Eu poderia desejar muitas coisas naquele momento, mas perceber que eu só queria chegar em casa e ficar agarrado em Shouyou o resto do dia me fez notar o quanto mudei. 


Nossa história era repleta de confusões e desencontros, mas eu simplesmente não mudaria nada. 


Kozume Shouyou, cada batida do meu coração é sua, eu te amarei até meu último suspiro.


Sempre me disseram que se apaixonar talvez fosse a coisa mais corajosa que alguém poderia fazer, e eu seria corajoso mais de um milhão de vezes por você, Shouyou. 


Notas Finais


:)


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