— Vocês cinco são um bando de imprestáveis, essa daí não arranja um trabalho — disse apontando para Lydia — Archie só quer saber dessa droga de loja de instrumentos, Cheryl e Clary são duas parasitas e você Penelope...
— Já chega, Clifford. — Penelope interrompeu o marido — Você bebeu demais, não está falando coisa com coisa.
— Nada disso, eu sei bem o que estou falando. — disse dando mais um gole em sua cerveja barata — Essa droga de família está falida e vocês não fazem nada...
— Nem você. — Lydia sussurrou alto o suficiente para atrair os olhares para si.
— O que disse?
— Você também não faz nada para ajudar a reerguer nossa família, bebe o dia inteiro e depois desconta na gente. — encarou o pai.
— Vá para seu quarto, antes que eu te dê uns tapas, menina mal criada. — Lydia não pretendia prolongar a discussão então apenas levantou e seguiu para o quarto que não era só seu, dividia o mesmo com seus irmãos, todos num só quarto. Depois que Clifford fez o negócio da família que era a venda de xarope de bordo desandar, tiveram que se mudar para uma casa menor, fazer menos gastos, viviam da loja de instrumentos e artigos musicais que Archie trabalhava e do emprego de garçonete que Penelope havia arranjado no Pop's, uma lanchonete da cidade.
— Lyd? — Archie chamou a irmã entrando no quarto.
— O que foi? — perguntou enxugando as lágrimas e sentando com pernas de índio na cama.
— Sabe que ele fala tudo isso da boca pra fora não é? — se sentou de frente para a irmã mais velha.
— Ah, Archiezinho... Você sempre tenta ver o bem nas pessoas... Sempre tenta encontrar motivos para as atitudes de nosso pai. — acariciou o rosto do irmão — Mas não se preocupe, ok? Amanhã vou procurar um emprego e com seu trabalho na loja a gente pode tirar as meninas e a mamãe daqui. — Logo Cheryl e Clary de deitaram em um dos beliches e pegaram no sono, Archie também dormiu, mas Lydia passou a noite em claro, levantou cedo e se arrumou, só voltaria para casa com um emprego.
— Com licença? Está aqui para a entrevista de emprego? — um moreno alto de olhos verdes perguntou se aproximando.
— Estou sim. É você que vai fazer a entrevista?
— Não, eu não trabalho aqui. Na verdade acho que nem você deveria, não ficaria bem sentada numa mesa atendendo telefone.
— Não tenho muita opção. Aliás, quem é você mesmo?
— Meu nome é Derek, e eu tenho o emprego perfeito pra você.
— Que tipo de emprego?
— Olha, minha chefe mora logo alí, por que não vamos até lá e ela te explica tudo? — Lydia assentiu com a cabeça, não tinha nada a perder, os dois andaram alguns metros até uma mansão perto dalí, o grande portão de ferro se abriu e Derek a guiou pelo jardim até o interior da casa.
— Ora, ora, o que temos aqui, carne nova? — uma mulher muito elegante aparentemente alguns anos mais velha adentrou a sala.
— Oi, eu sou a Lydia, como assim carne nova?
— Sou Jennifer... Você é muito bonita... — disse olhando a ruiva de cima a baixo — Podemos lucrar com você.
— Do que está falando? — perguntou confusa.
— É o seguinte, Lydia, isso é uma casa do prazer, e o emprego que eu tenho para te oferecer é como profissional do sexo...
— Prostituta? — interrompeu tentando entender.
— Se prefere esse termo... Imagine ganhar muito dinheiro apenas satisfazendo alguns clientes. Sem falar dos benefícios, quer dizer, roupas novas, hidratação pro cabelo que aliás você está precisando, entre outras coisas... O que acha? — a ruiva ficou imóvel por um instante, processando a proposta, a imagem das dificuldades que sua família vem passando rondaram sua cabeça, era um jeito fácil de ganhar muito dinheiro em pouco tempo.
— T-tudo bem, eu topo.
— Ótimo. Derek, explique a ela tudo que acontece aqui e faça o teste.
— Que teste? — Lydia perguntou.
— Por favor, venha comigo. — Derek pediu abrindo espaço para que a garota passasse em sua frente e assim ela fez, acompanhou o homem que mostrou toda a casa e as regras, a mais importante era a proibição de relação sexual ou amorosa entre os funcionários. — Agora que já sabe de tudo, vamos ao teste?
— Que tipo de teste está falando? — o homem deu um sorriso sacana e abriu uma das portas no longo corredor, era um quarto de luxo, deu espaço para que Lydia entrasse primeiro e entrou logo em seguida trancando a porta.
— Tire a roupa, me seduza. Sou o seu primeiro cliente. Mostre que sabe fazer e ela te contrata. — disse se sentando na cama. Lydia não sabia muito o que fazer mas deixou a bolsa numa poltrona e com o olhar fixo em Derek começou a se desfazer de sua blusa, péssimo ou ótimo dia para sair sem sutiã?! Depois se desfez dos sapatos e da calça. Só de calcinha, se aproximou do homem que a olhava como um lobo olha sua presa prestes a ter o pescoço dilacerado pelos dentes afiados. Fez menção de beija-lo na boca mas teve o rosto segurado pelas mãos firmes do rapaz. — Nunca beije seu cliente, a não ser que ele peça, o beijo romantiza as coisas, a maioria não está aqui para romance. — sussurrou e soltou o rosto da mulher que resolveu partir logo para a parte interessante.
Enquanto gemia de prazer como uma prostituta treinada com Derek dentro de si começou a pensar que talvez esse trabalho não seja realmente de todo ruim, podia aprender a gostar disso.
— Derek disse que você se saiu bem. — Jennifer falou observando a garota — Parabéns.
— Obrigada, eu acho. Isso quer dizer que eu estou contratada?
— Sim, começa amanhã, venha cedo para dar um trato nessa aparência e tirar umas fotos pro site, depois te apresento seus colegas de trabalho. — Lydia assentiu — Ah, tome. — entregou um pequeno bolo de dinheiro com algumas notas de cem para a ruiva — Pra você sentir o gostinho.
— Obrigada. — pegou o dinheiro sem pestanejar e depois foi pra casa de táxi.
— Então, como foi? Conseguiu um emprego? — Archie perguntou ansioso.
— Na verdade eu consegui sim, começo amanhã. — disse sorrindo, o irmão a abraçou e rodopiou no ar.
— Estou orgulhoso de você, nós vamos conseguir sair dessa casa. — Archie Estava bastante animado com a notícia.
— É, vamos sim. — Lydia se sentia mal em ter que esconder tudo de seus irmãos, principalmente de Archie, mas era necessário.
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