Acordei com Marceline mexendo no meu cabelo. Ainda estávamos grudados um com o outro, e ela sorria, de um jeito maravilhoso.
- Seria pedir demais, ver esse sorriso todas as manhãs? – Pergunto, enrolando uma mecha dos seus longos cabelos negros.
- Você quer que eu responda mesmo? – Marceline pergunta, com um grande sorriso de discórdia no rosto.
- Melhor não... Você é muito... Argh! – Digo, fazendo uma careta. Ela ri.
- Bobo! – Diz, ainda sorrindo. Marceline desliza um dedo pelo meu nariz, me olhando séria. Então, se levanta, põe uma blusa enorme, pisca pra mim, e desce as escadas.
Eu fico deitado por mais uns minutos, pensando. Antigamente, eu á odiava. Hoje, não consigo imaginar minha vida sem ela.
Me levanto, e visto minha calça. Não faço a mínima idéia de onde deixei minha blusa, mas nem ligo, Desço as escadas assim mesmo, e encontro Marceline, na cozinha, acompanhada de uma tigela de cereais.
- Cereais? – Pergunto, em dúvida.
- Qual é? Eu amo cereais! Mesmo que eles não matem minha fome. – Diz, colocando uma colher cheia na boca. Eu dou risada. Ela revira os olhos.
Também pego uma tigela de cereais, e sento com ela na mesa. A conversa, e os risos enquanto comemos, são contínuos.
- Ah, Finn? – Ela me olha, com a mão no estomago.
- O quê foi? – Olho bem pra ela. A vampira parece mais pálida que o normal.
- Ah, eu... – Ela não termina. Só sai voando velozmente, com as mãos na boca, em direção ao banheiro. A preocupação cobre cada milímetro do meu corpo. Ela não estava bem. Mas, porque? Me levanto, e a sigo com os olhos faiscando dever de proteção. E, Quando chego ao banheiro, ela está ajoelhada em frente do vaso, botando tudo que havia em seu estomago pra fora. Corro, e seguro seu cabelo. Dou uma leve olhada pro vaso sanitário, e só vejo sangue. Claro, não era uma imagem nada agradável, mas, era como um acidente de carro: Você não quer olhar, mas seus olhos parecem não ligar pro que você quer ou não.
Quando ela finalmente termina, passa a mão na boca, e se levanta. As pernas bambas, os joelhos não conseguindo sustentar o peço do próprio corpo. A seguro firme, pelo cotovelo. Ela olha pra mim, os olhos cheios de gratidão.
- Ninguém nunca segurou meu cabelo quando eu estava vomitando! – Ela disse, exibindo um sorriso todo ensangüentado. – Obrigada!
- Meu Deus! Você por favor, pode me explicar, porque vomitou sangue? – Eu pergunto, apavorado.
- Calma fofinho! - Ela disse, já conseguindo se fixar no chão sozinha, e indo até a pia. Ela lava a boca, então se volta pra mim novamente.
- Por que você vomitou sangue Marceline? – Eu insisto, sério. Ela também me olhou, mas não falou nada.
- Tenho quase certeza que mulheres vomitam quando estão grávidas! – Digo com tanta velocidade, que nem percebo as palavras saindo da minha boca, e me arrependo assim que vejo a expressão contrariada de Marceline.
- O quê? – Ela pergunta com uma expressão de divertimento no rosto – Você é retardado Finn? – Falou, agora rindo.
- Mas...
- Eu me recuso a beber sangue, lindinho. E só o vermelho não me alimenta por completo. Então, sem sangue, eu fico fraca. – Respondeu, finalmente. Mais preocupação enche meu peito. Só agora sei do que realmente a vampira precisa. Mas, também pude perceber, que só a palavra "sangue" já saia com repugnância dos seus lábios. Então, imagine consumindo! Meu coração doeu por ela.
- Quando foi à última vez? Que você bebeu sangue? – Pergunto, chegando mais perto e encaixando uma mecha negra de cabelo atrás de sua orelha.
- Uma semana, mais ou menos. – Ela responde. Seu olhar esta fixo no chão.
- Vai na fé! – Eu digo, estendendo meu pulso em sua direção. Ela morde os lábios. Desejo e surpresa passam em seus olhos, quando ela olha pro meu pulso. Sei que ela sofreu a noite inteira, tendo que ouvir meu fluxo sanguíneo. Ela teve que agüentar sentir meu sangue fluindo, sem fazer nada. Ela precisa disso. Eu preciso tanto quanto.
- E-eu não posso...
- Por favor! Eu sinto que te devo isso. – Digo, levantando sua cabeça, e a olhando nos olhos.
- Não deve não! – Ela se esforçou pra conseguir me dar um leve sorriso.
- Não tem problema! Tenho sangue de sobra! – Digo, sorrindo. Ela ainda pareceu contrariada - E eu... Eu te amo. Não me peça pra não ajudar quando eu posso fazer isso, e faço de bom grado! - Falei, massageando seu queixo gélido. Ela olha pra mim, e se rende. Agarra meu braço, e crava os dentes no meu pulso. Sinto uma pequena dor, e meu sangue se esvaindo. Depois de, mais ou menos, quinze segundos, Marceline larga meu pulso. Agora sim, uma dor insuportável me invade. A dor e tão forte, que acabo soltando um grito alto. Marceline me olha, preocupação e culpa passando em seus olhos, então pega meu braço novamente.
- Ah não! E-eu sinto muito! – Então, ela põe uma mão no meu pulso. A dor foi se suavizando, assim como a minha expressão. E depois de alguns estantes, ele está totalmente cicatrizado. Ela olha pra mim, e deixa escapar um suspiro de alivio. Então, me abraça.
- Obrigada. – Ela sussurra no meu ouvido. Passo as mãos por sua costa, tentando irradiar calma por minha palma quente. Ao ouvir seu agradecimento, eu sorri.
- Por você, eu dou até a minha alma.
E Eu não estava mentindo.
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