- Mas que droga é essa? – Berro, levantando em um salto.
- Parece que certa bruxinha resolveu nos ajudar! – Diz Fionna, que também tinha acabado de levantar da areia rosada, e agora, analisava com cuidado meu olho esquerdo.
- Quem era aquela? Foi ela que fez isso comigo? – Pergunto, com desespero. Se aquela Anã achava que podia me beijar, e transformar meu olho num arco-íris do nada, ela estava muito encrencada.
- Você viu seu corpo passar por varias cores diferentes? – Perguntou a garota. Eu fiz que sim com a cabeça. – Por acaso, uma anã multicolorida te beijou? – Perguntou novamente. Demorei um pouco dessa vez, mas logo Balancei a cabeça afirmamente.
- Como é que é? – Disse em um tom alto e irritado Marceline, se levantando em um piscar de olhos.
Marshall, que estava sentado na areia, a alguns metros, começou a rir.
Marceline o lançou um olhar mortal. Depois, se virou pra mim novamente.
Eu engoli um seco.
- E-eu não tive culpa. Foi logo depois de cairmos aqui e, eu estava tão exausto, que nem pude recuar. – Tentei explicar. Ela continuava me olhando irritada – Qual é Vampirinha! Você sabe que eu nunca faria isso!
- Uma beijoqueira qualquer transformou o olho que nem é seu de verdade num arco-íris, e você não quer que eu me irrite!? – Reclamou Marceline, a minha frente.
- Acredite, não foi culpa dele! – Defendeu-me Fionna – Color. Color é o nome dela... Ela é a bruxa que me devia favores. Uma vez, eu salvei a vida dela, e em troca, ela me prometeu cinco favores. Um deles, foi a cura. Então, ela me deu um beijo na testa, e eu ganhei isso. – A garota parou de falar, e tirou com facilidade a touca de coelho que tinha na cabeça. Então, pegou uma mecha de trás do cabelo, e coloco-a a nossa vista. A mecha, mesmo não sendo grossa, tinha todas as cores possíveis. Cores imagináveis.
- Cura? Então por isso meu braço e outros ferimentos estão curados... Mas, ela mencionou “isso vai te ajudar... tanto nos ferimentos, quanto na missão”...
- Ouvi falar que essas bruxas guardam seus beijos para merecedores. Pra quem precisa de sucesso em algo importante. – Disse baixinho, Marceline.
- Vocês realmente acreditam nisso? – Zombou Marshall, logo atrás.
- Sempre é preciso acreditar em algo. – Respondi, então, me joguei na areia de novo. – Onde estamos, como chegamos aqui, e o que foi aquela brisa? – Perguntei, colocando as mãos no rosto. Era horrível perder o controle das coisas.
- O arco-íris, o céu estrelado, e a piscina que se transformou num Oceano? – Perguntou Fionna, sentando ao meu lado.
- Como sabe disso? Eu era o único consciente! – Disse, á olhando assustado. Ela sorri.
- Aquilo foi um portal – Disse Marceline.
- E mesmo parecendo desacordados, nós vimos tudo. Nossos corpos estavam inconscientes. Nossas mentes não. E assim que esses portais funcionam... É Tudo pela mente. – Completou Marshall.
- Meu Deus... Que confusão! – Exclamei, irritado. Marceline se ajoelhou na areia rosada, e pões uma mão em meu ombro. Depois, me encarou com um olhar fundo e confortante.
- Acho melhor continuarmos. A nave sumiu, e isso é sinal que já começou. Quanto mais cedo chegarmos ao núcleo, menos confusão deixaremos pra trás. – Disse, agora olhando pra todos.
- V-você acha... A nave? - Perguntou Marshall.
- E a única explicação que temos. – Respondeu Marceline. Eu vi quando os dois, Fionna e Marshall, se olharam com horror.
- O que houve? – Pergunto.
- E que... Se as coisas começaram a sumir por aqui, significa... Que Aaa já não existe mais. – Respondeu Fionna, com emoção e alguma outra coisa na voz. Então, eu percebi qual era a outra coisa... Era choque. Choque na sua forma mais pura e destrutiva.
Lagrimas começaram a escorrer o rosto da garota, e em um piscar de olhos, o vampiro já estava ao seu lado, a abraçando, também desolado, mas segurando a emoção o quanto podia. Então, observei outra semelhança entre ele e Marceline: O fato de sempre permanecerem fortes. Permanecer intactos mesmo que o mundo lhes tirasse tudo.
Marceline me olhou, seus olhos transbordando compaixão. Então, se ajoelhou a frente do casal, e sorrio.
- Sei que é difícil, mas vocês vão ficar mesmo com a bunda pregada nessa areia gay, enquanto podem seguir o mais rápido possível até O Devastamento e recuperar sua dimensão? Juro que esperava mais de mim... – Disse Marceline, e logo depois encarou Marshall, que se levantou imediatamente.
Não pude evitar sorrir. Eu sabia que ela não tinha dito aquilo pra irritá-los, mas sim pra persuadi-los que ainda havia salvação. E fazendo isso, ela despertou o sentimento mais Humano de todos nós: A esperança.
- Estamos esperando o quê? Vamos sair daqui, e se for preciso, morrer tentando! – Disse Marshall, levantando a garota pelos braços.
- Então... Pra que lado vamos? – Perguntou Fionna.
- Presumo que praquele. – Disse Marceline. Todos olharam pra ela, que apontava pra um lado qualquer. Então, quando nos aproximamos, terror atingiu nossos olhos.
Tudo naquele lado era seco, sombrio, e sem cor. E bem ao longe, já podia se ver o começo do nosso tão aterrorizante destino: O Devastamento.
- Parece que a tal Color nos poupou de uma pequena grande parte da viajem. – Eu Disse, não sabendo mais o que pensar sobre tudo o que estava acontecendo.
- Parece ser uma longa e perigosa caminhada... Preparados pra coisas bizarras? – Perguntou Marceline. Ela estampava um encantador sorriso no rosto, mas seus olhos entregavam sua preocupação. Então, dei um beijo em seu rosto, e depois puxei-a pela mão.
- Vamos fazer dessa, uma aventura inesquecível.
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