Capitulo 34
Mais um tempo sofrendo até o inverno chegar...
Narrador on/
É quase incrível como pessoas que estão apaixonadas são burras. Não conseguem perceber o que está bem à frente delas, ficam se fazendo de cegas.
Ou talvez pessoas que amam gostem de sofrer, preferem continuar a ver as coisas como uma realidade distorcida, criando assim barreiras de aço, que não dão espaço para mais nada.
Mas às vezes essas barreiras se quebram com o mais simples toque, um pequeno sorriso ou até poucas palavras.
Talvez o amor seja uma força benevolente que esteja acima de nós. Ela se infiltra em nosso âmago e não pode ser parada até que aceitemos o amor ou sejamos completamente destruídos pela tortura.
São dois caminhos completamente diferentes, mas qual seguir cabe a nós escolher.
Ambre on/
Acordo ouvindo o canto de pequenos passarinhos e então acabo percebendo que estou em um local macio e quentinho. Então acabo por lembrar que acabei pegando no sono enquanto chorava. Abro os olhos e vejo que estou coberta, na cama do Bambam com ele dormindo ao meu lado.
Sinto meus olhos lacrimejarem um pouco, ele me trouxe aqui. Eu quero ficar longe, eu preciso, mas aqui me parece tão bom. A sensação de ficar no meu lar... É ficando ao lado dele que me sinto completa, mas eu sei também que isso é o que me faz ficar mal.
Saio da cama e ao pisar no chão descalça sinto um arrepio na espinha. O chão esta gelado, isso é sinal que o outono em breve dará lugar ao inverno.
Me encolho querendo voltar pra cama, mas não posso. Tomo um banho rápido e visto uma roupa normal, afinal sábado de manhã eu tenho que ir trabalhar no café.
Olho para Bambam mais uma ultima vez e me aproximo beijando sua testa.
- Por favor fique bem. Eu lhe peço apenas isso. Fique bem Bambi.
Assim eu saio de casa, porém antes de ir ao café faço um pequeno desvio de rota. Sinto que preciso botar tudo isso para fora e acho que ele é o único que vai me entender.
Bambam on/
Acordo lentamente e acabo percebendo que ela já se foi, o que me deixa triste. Embora eu sei que não devo me deixo levar pelo sentimento e choro. Não quero fazer nada hoje. Não vou responder nenhuma mensagem, nem mesmo da minha namorada. Não vou pisar os pés fora de casa, muito menos tirar meu pijama.
Desço lentamente em direção a cozinha com os pés descalços e depois de pegar um sorvete me deito no sofá sem me dar o trabalho de pegar uma coberta ou fechar as janelas, pois embora esteja frio lá fora não é nada comparado ao frio dentro de mim.
Embora seja outono e as folhas vermelhas caindo comprovem isso no meu coração já é inverno... E ele doí com a solidão, pois é a primeira vez que ele deixou de ser primavera.
E assim eu choro lagrimas congeladas.
Ambre on/
Toco a campainha nervosa, pois meu coração esta extremamente apertado.
- Ambre o que faz aqui?! Ainda mais nesse frio?!
- Jungkook... Eu preciso que você me ajude. – falo sentindo lagrimas caindo.
Ele então me põe para dentro de sua casa quentinha e me senta no sofá em frente a uma enorme garrafa de chocolate quente que repousava na mesa.
- Pode me explicar o que aconteceu... – ele fala me encarando.
- Eu não entendo Jungkook! Eu não entendo o que eu fiz de errado! Eu lutei o máximo que eu pude e no fim eu percebi que nada adiantava então eu me deixei quebrar... Porém mesmo o tempo passando e me dando essa falsa sensação de cura eu continuo quebrada e quando eu me afasto para que a situação melhore só piora tudo e eu me perco mais... – a essa altura eu já soluçava e Jungkook me abraçou
- Essa é a questão... Quando quebramos não podemos fugir, nos afastar. Isso só piora as coisas. Temos que encarar de frente e ser mais fortes do que nunca. Só assim, depois de muita luta e dor acabamos por nos concertar. – ele fala me abraçando mais apertado.
E assim eu durmo em seus braços.
Quando eu acordo ele me dá uma caneca de chocolate quente e me dá um pedaço de bolo, o que me deixou melhor já que eu estava faminta por não ter comido café da manhã.
Quando dá meu horário eu começo a andar em direção ao café que não era muito distante. Trabalho normalmente, e embora esteja frio lá fora os clientes continuam vindo.
O expediente finalmente acaba e eu começo a andar em direção ao apartamento.
Depois de alguns minutos eu chego e ao abrir a porta uma rajada de vento gelado bate no meu rosto. O apartamento estava congelando e todas as janelas estavam abertas.
Ao chegar mais perto do sofá avisto Bambam que mesmo estando se tremendo de frio está suado.
- Mais que droga!
Fecho todas as janelas e ligo o aquecedor. Pego um cobertor e cubro Bambam. Pego uma toalha e uma bacia com água morna. Molho a toalha e coloco na testa do menino. Tentando assim abaixar a febre do mesmo.
Eu então vejo um pote de sorvete vazio ao lado do sofá.
- O que você estava tentando fazer ein?! A casa estava congelando e você tomou um pote inteiro de sorvete. Agora está passando mal e com febre! – falo levemente irritada
- Eu não ligo mais. – ele fala antes de cair no sono
- Nem um de nós dois parece ligar não é?! Mas já chega disso... – falo sussurrando
“Nós temos que parar de fingir que nós não nos importamos... Está decidido. O inverno irá concertar nossos corações...”.
Bambam on/
Sinto alguém por uma toalha úmida na cabeça e vejo que é ela, cuidando de mim. Meu coração doí com isso. Porém a neve e o gelo em volta dele não derretem.
Ouço-a falando algumas coisas e apenas respondo rapidamente antes de voltar a dormir.
Até nos meus sonhos eu choro. Então penso na nossa infância e nas minhas memorias. Era tudo tão bonito, não entendo como tudo foi ficar assim.
Ela que sabia tudo de mim e eu tudo dela. Parece que de repente não nos conhecemos mais.
A vida é engraçada e vive pregando peças.
“Agora meu coração parece apenas um brinquedinho e o inverno parece rir e machuca-lo mais. Se a primavera não vier logo ele nunca voltará a ser o que era.”.
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