Lux parou os passos ao ouvir o que a submissa havia falado.
Ela estava lhe desafiando.
Reparou nela atentamente buscando sinais do assassino. Seria possível uma submissa com longos cabelos azuis, pele pálida e olhos cintilantes ser o assassino de Piltover? O sorriso que ela esboçava era confiante. Tinha algo misterioso por trás daquela máscara. E Lux gostaria de descobrir o que era. Por outro lado, se a tal garota não fosse o assassino qual desculpa daria para não ficar com ela? Só de pensar nisso causou um sentimento estranho em Lux. Primeiro, não estava no clima. Segundo, ela e Sylas haviam feito uma promessa um ao outro de nunca se envolverem com submissos. Eles tinham um caso secreto já que em Demacia não era aceito relacionamentos entre dominadores. Eles seguiam a tradição: todos os dominadores deveriam possuir uma posse. Um submisso. E como ela explicaria a sua família que estava apaixonada por um dominador?
Ela aceitou o convite de Vayne para ajudar no caso criminal, mas a cada minuto longe do dominador que fazia seu mundo virar de ponta cabeça, era como levar um tiro no peito. Ela só queria que esses crimes terminassem logo. E estava disposta a tudo para ajudar.
— Ok. — Lux deu um sorriso forçado desviando os olhos daquele olhar enigmático. — Venha comigo.
Passou por ela e abriu a porta do escritório.
A garota de cabelos azuis entrou e encarou o lugar mal iluminado.
Lux estava atenta a cada movimento dela.
— O que quer fazer? — Perguntou fechando a porta, seu coração começou a acelerar. O simples fato de estar ali com aquela garota deixava todo seu corpo e seus sentindos em alerta.
— Tem muitas coisas que quero fazer Lux.
Ela caminhou em sua direção.
— Tente adivinhar uma.
Lux tentou encarar seus olhos, mas a mal iluminação não permitiu.
— Hum. — Lux tentou soar calma, mas até sua respiração estava começando a sair do controle. — Você quer ser dominada?
Ela sorriu. — Porque acha isso?
— Você é uma submissa.
— Isso não quer dizer que eu quero ser dominada. Pelo contrário. Gosto do controle.
Se aproximou ainda mais e prendeu a dominadora na parede. — Gosto de fazer as pessoas implorarem.
Lux sentiu a respiração dela a centímetros de seu rosto.
Jinx sussurrou baixinho em seu ouvido:
— Gosto quando elas imploram pela vida.
Lux sentiu o cano gelado da arma em seu pescoço e suas pernas quase perderam o equilíbrio. Ela estava diante da própria assasina, tinha certeza disso. Tentou realizar um movimento, mas Jinx foi mais rápida e em poucos segundos Lux estava no chão, e a submissa em cima de seu corpo, segurando seus pulsos.
— Vamos brincar de advinha. Se você errar eu te mato. Se acertar deixo você viver.
Lux tentou se soltar mas o aperto era forte.
— Você sabe quem eu sou?
Lux parou de se mover. Zed deveria entrar por aquela porta (conforme o combinado) e pegar a assassina que estava em cima do seu corpo segurando seus pulsos no chão com a maior facilidade. Mas onde ele estava?
E agora ela se via sozinha num cômodo escuro, sendo tentada pela própria sorte. — Você. — Lux sussurrou. — Você é...
Jinx sorriu sentindo o medo nas palavras dela.
— ... O assassino.
Jinx passou a língua nos lábios dela e sussurrou: — E você pode ser minha próxima vítima.
Em seguida, saiu de cima dela e pulou a janela.
Lux levantou cambaleando correndo até a janela, mas só enchergou prédios altos e escuridão.
No dia seguinte cartazes foram espalhados por toda cidade com o nome de Jinx. Eles tinham uma suspeita e agora o departamento inteiro estava atrás desse enigma, seguindo as migalhas que Jinx deixou de propósito depois da festa.
***
Evelynn percebeu a mudança na cidade após aquela festa. Boatos sobre o assassino revelando sua identidade para uma dominadora espalhavam-se como um fogo selvagem, envolvendo todos em uma busca frenética pela suposta criminosa.
Enquanto isso, Vayne estava distante e isso proporcionou a Evelynn a sensação de que dominatrix a evitava desde o incidente no banheiro com Akali. Evelynn recorda da frieza de Vayne, mais intensa do que nunca. A dominatrix a ignorou como se não existisse, evitando olhares mesmo quando compartilhavam o mesmo cômodo. Evelynn estava aliviada pela ausência de Vayne, pois encontrou um breve momento de paz. No entanto, secretamente desejava a atenção da dominatrix, mesmo que essa atenção fosse apenas em forma de desprezo.
Estava confusa, odiava Vayne com todas as forças. Mas...
Ela se odiava por existir esse "mas".
Nos dias seguintes, um clima estranho pairava no ar, com Vayne chegando em casa e se trancando no quarto, evitando até mesmo a presença de Sona. Comentários rondavam pela casa de que a dominatrix estava passando por alguma síndrome ou algo ainda mais sombrio.
Evelynn, em silêncio, percebia que algo não estava certo. A ausência de Vayne preocupava a todos na casa. Ao observar, viu Sona ajoelhada diante da porta do quarto da dominatrix, lágrimas silenciosas escorrendo enquanto colocava cartas pela fresta da porta, esperando que sua dominadora abrisse ou saísse de lá.
O que estava acontecendo com a dominatrix? Era o que todos perguntavam, e depois de dois dias sem sair do quarto e sem ir para o Corte as ligações dos dominadores começaram e os empregados falavam a mesma coisa "que sua senhora não estava bem e que logo retornaria a rotina". Ao testemunhar esses acontecimentos, uma onda de esperança surgiu em Evelynn. A possibilidade de Vayne estar enfrentando algo grave fez surgir pensamentos intrigantes: e se Vayne estivesse morrendo? Nesse caso, Evelynn viu a chance de recuperar sua posição como dominadora, retomando a vida que Vayne havia tirado dela. A esperança de reconquistar o controle alimentava seus pensamentos, mas antes de qualquer coisa precisava ter a certeza de que a dominatrix estava passando.
Durante a madrugada saiu em silêncio de seu quarto e subiu as escadas que dava acesso ao quarto de Vayne. Testando chave por chave que roubou do escritório tentou até encontrar a chave certa, e quando consegiu empurrou a porta de leve e entrou no cômodo escuro. Vayne ocupava uma cadeira diante da janela. Ao lado, sobre uma mesa, garrafas de uísque vazias. O silêncio pairava entre o mistério e a melancolia. Ela estava ali a dois dias, não exerindo nada além de álcool. As roupas da última vez que Evelynn a viu estavam espalhadas no banheiro. Evelynn sentiu uma mistura de emoções ao ver a fragilidade da dominatrix que ela estava acostumada a ver sempre no controle.
— Vai embora Sona. — Ela disse com a voz rouca. — Não quero te machucar.
— O que está fazendo? — Evelynn pergunta parada a centímetros dela.
Vayne olha para trás encontrando seu olhar.
— O que você tá fazendo no meu quarto? — Pergunta irritada, tentou levantar mas acabou cambaleando e buscou apoio na cadeira.
— O que aconteceu?
— Não é da sua conta. Saia do meu quarto agora. — Tentou dar um passo na direção dela mas ainda estava tonta.
Evelynn observou fotos espalhadas pelo chão, e seu corpo gelou. Eram as fotos dos pais de Vayne, a família que ela havia matado. Lembranças do passado voltaram como flashes em sua mente, revelou em como falhou em eliminar todos os Shaunas, especialmente Vayne, naquela noite. Agora, enfrentava as consequências de sua derrota no passado. O peso das escolhas e a responsabilidade por suas ações pesaram no presente, por isso era julgada por todos. As sombras do passado a fizeram andar nas Sombras de Vayne e ver a dominatrix consquistar tudo o que era pra ser seu.
— Porque você não termina o que começou, Vayne?
Evelynn tinha que ter a certeza de uma coisa, por isso caminhou até a escrivaninha e pegou uma faca, se aproximou de Vayne e entregou a ela. Pegou nas mãos frias dela e levou em direção a seu peito, mas antes que a faca pudesse atravessar Vayne parou.
— Estou aqui. — Evelynn sussurrou. — Termine sua vingança.
Vayne pareceu confusa. O alto consumo de álcool não estava ajudando a raciocinar. Evelynn queria que ela a matasse?
Não poderia fazer isso, primeiro porque ela não sofreu o bastante, só depois que passasse por tudo o sofrimento que Vayne passou com a perda dos pais, só depois que a vingança completasse o vazio que tinha em sua alma. — Acha que vou facilitar pra você? — Vayne esboçou um sorriso, passando a faca pelo pescoço da dominadora.
— Vamos ver até onde sua vingança irá. — Evelynn sussurrou passando a língua nos lábios o quarto se tornou palco para uma dança sutil de atração e manipulação com cuidado aproxima-se de Vayne, encostando seus lábios nos dela. Um momento de silêncio preenche o quarto. As emoções e intenções se entrelaçam em um jogo perigoso. A princípio, Vayne não corresponde o beijo. Mas o álcool fez com que rasgasse o vestido de Evelynn com a faca e a empurasse contra o balcão, Evelynn puxa Vayne com facilidade e devora seus lábios sentindo seu corpo inteiro arrepiar ao sentir ela corresponder o beijo, Evelynn estava nua com o corpo da dominatrix sobre o seu. As mãos de Vayne apertaram sua cintura enquanto Evelynn puxou os cabelos curtos com força, demonstrando o quanto estava excitada com aquele momento. Seu coração batia rápido pela adrenalina, por beijar a mulher que era o motivo de sua vida ter acabado, era a vilã na história de Vayne e já que seus planos falharam mas um erro não faria diferença.
O beijo era profundo, o clima do quarto esquentou enquanto as duas dominadoras disputavam quem dominaria, Vayne desceu as mãos até a bunda de Evelynn e a trouxe mais perto de seu corpo, estava sob o efeito do álcool e não estava agindo por conta própria, se fosse em dia normal ela jamais beijaria a assasina de seus pais. Mas naquele momento se permitiu levar por suas emoções, não porque gostava de Evelynn mas para mostrar que até naquele momento conseguia dominar com facilidade a dominadora.
Evelynn gemeu entre o beijo, era excitante ter alguém como Vayne sobre o seu corpo, pressionando, apertando com força fazendo ela se sentir pequena e vulnerável como se fosse uma submissa qualquer.
Mas Evelynn era uma dominadora.
Assumiu o controle do beijo e empurrou Vayne no chão, subiu em seu corpo e prendeu os braços dela acima da cabeça. Como ela ainda estava fraca e tonta pelo álcool Evelynn não teve dificuldades em fazer isso. Seus olhares se encontraram e foi como um choque eletrizante. Evelynn se perdeu no olhar dela e se odiou por perder o controle quando ela sorriu. Vayne mudou as posições e ficou por cima.
— Você nunca vai me dominar.
Se colocou entre as pernas dela e segurou seus pulsos, com a mão livre explorou o corpo de Evelynn de uma forma que nunca imaginou que faria. Continou tocando o corpo delicado ao perceber a pele estava arrepiada e quente. Ela estava gostando. Queria mais. E Vayne daria isso a ela.
— Vai gozar Evelynn?
Perguntou quando tocou seu interior e sentiu o quanto ela estava molhada.
— Cala boca. — Evelynn ficou irritada ao sentir os olhos pretos lhe encarando com tanta intensidade.
— Não é aconselhável mandar sua dona calar a boca.
— Você... Não... É.... Minha... Dona...
Ela pronunciou com dificuldades sentindo excitação escorrendo por suas pernas enquanto Vayne continuava fazendo movimentos lentos.
— Sou, você sabe disso. — Sussurrou sem desviar o olhar dela.
Evelynn se entregou. Seu plano havia falhado outra vez. E quando chegou ao limite ouviu a risada provocante dela e isso fez seu inteiro tremer.
— Eu odeio... Você. — Sussurrou tentando controlar a respiração.
Vayne a ignorou, estava excitada mas não queria foder Evelynn no chão nem em qualquer cômodo de sua casa. Sua consciência já estava pesando. Levantou com dificuldades e caminhou até a porta com a visão embaçada, iria atrás de Sona, deixaria que sua submissa terminasse o trabalho que a dominadora começou.
— Eu também odeio você. — Vayne comentou indiferente. — Não se esqueça que você é só um objeto descartável Evelynn e não entre mais no meu quarto.
E deixando a dominadora sozinha, ela seguiu se apoiando nas paredes até o quarto de sua submissa.
Evelynn se encostou na parede. Se sentindo uma idiota por achar que consegueria dominar Vayne como dominou outros dominadores no passado, pois sua vida ao lado da dominatrix não passava de um vínculo tóxico, um jogo perigoso entre paixão e vingança.
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